Improvável escrita por Bia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é uma oneshot, espero que gostem.



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Hikari se sentou a beira do rio, cansada e com fome.


“Ah, como isso foi acontecer com a gente! Até mesmo o Takeshi não percebeu que nossa comida estava acabando. Pra piorar, o Satoshi fez nos perdermos nessa floresta, e não há nenhuma cidade por perto.”


“Pochama.”


“Eu sei Pochama, você também está com fome não é? Pobrezinho... Mas por hora, vamos descansar até que o Satoshi e o Takeshi retornem, eles foram procurar por alimentos. Já anoiteceu, é loucura procurar pela cidade nessa escuridão, devemos permanecer aqui até que amanheça.”


“Pochamaaa!”


“É, tomara que pelo menos cheguemos a tempo do próximo Contest.”


“Pocha-pochama.”


“Eu sei que tudo vai dar certo. Obrigada, Pochama!” – A jovem sorriu ao seu pokémon.


Sem que Hikari ou Pochama percebessem, um outro pokémon, feroz e perigoso silenciosamente se aproximava deles, colocando a vida de ambos em perigo.


“Pochama, vamos para perto da fogueira que eu estou ficando com frio...”


“URSARIG!”


“AHH!!”


“POCHAMA!”


“É um Ursarig! E ele não parece estar de bom humor agora. Pochama, ele é muito perigoso, volte para a pokébola!”


“Pochamaa”


Hikari começou a correr, precisava sair dali antes que fosse atacada pelo Ursarig, mas infelizmente, como sempre lhe acontecia em momentos cruciais, a garota teve o azar de tropeçar e ficar completamente a mercê do urso gigantesco.


“Satoshi, Takeshi, socorro!”


Quando o urso estava prestes a atacar, alguém a salvou , mas não foi Satoshi ou Takeshi. Após receber o ataque, o Ursarig fugiu.


“Você é patética. Sempre gritando pra esses dois te salvarem; francamente, não consegue nem se defender sozinha.”


“Shinji!” – A garota exclamou surpresa ao ver o rapaz que a havia salvado. A última pessoa que ela gostaria de ver. – “Se veio aqui pra começar a me humilhar, pode ir embora.”


“É assim que você agradece a pessoa que te salva?”


“Você é sempre mal educado e grosseiro com todos, porque eu deveria ser gentil com você e lhe agradecer então?”


“Hum” – Foi tudo o que ele respondeu.


“Mas eu não sou uma insensível igual a você, então...”


“Então o quê?”


“Muito obrigada por ter me salvado, Shinji-kun!”


“Não me chame desse jeito!”


“Ficou nervoso é? Hahaha!”


“Cale a boca.”


“Insensível! Como pode mandar uma garota calar a boca?” – Hikari não havia gostado, mas mesmo assim continuava sorrindo. Conhecia o garoto, e sabia que discutir com ele não levaria a nada.


Ele, por sua vez, reparou que Hikari tinha um sorriso maravilhoso e encantador, e isso nem ele podia negar; Hikari era uma garota muito bonita, mas mesmo assim não sentia nada por ela, só a achava um tanto irritante, e isso o incomodava um pouco. Mas a pessoa que mais o incomodava era Satoshi, que, a seu ver, era uma pessoa patética e insignificante, por insistir em enfrenta-lo, mesmo sabendo que não tem chances de vencer.


“Por que está sorrindo?”


“Por nada, por nada.”


“E por que está aqui sozinha?”


“Ah, agora tudo isso é culpa do Satoshi, aquele imbecil! Estávamos indo para a próxima cidade, estávamos quase chegando e não havia motivos para desviar do caminho, mas o Satoshi insistiu em perseguir aquele Ursarig, e acabamos nos perdendo aqui. Pra completar, estamos sem comida. Os dois foram procurar por algo, então fiquei aqui esperando.”


“Ah.”


“E por que você está aqui? Não me diga que também saiu atrás do Ursarig e se perdeu?” – O semblante de Shinji denunciava a resposta. – “Eu sabia. Você e o Satoshi sempre estão atrás das mesmas coisas, sempre com os mesmos objetivos.”


“Não me compare a ele.”


“Vocês são iguaizinhos!” – Hikari disse sorrindo, o que deixou Shinji um pouco incomodado.


“Por que está sempre sorrindo? Isso não é legal, é patético.”


Diferente dos outros insultos – os quais Hikari já estava acostumada a ouvir – aquilo a havia magoado de verdade, e seu sorriso havia congelado. A garota abaixou a cabeça e a pôs entre os joelhos. Não queria que Shinji percebesse que ela havia ficado triste.


Mesmo assim ele percebeu, mas se recusou a desculpar-se; ir embora seria uma melhor ideia, afinal ele já havia ficado ali tempo demais.


Quando Shinji se levantou, Hikari o acompanhou com olhar, até perceber que ele estava mancando.


“Espere, Shinji!”


“O que foi?”


“Você está machucado?”


“Isso não é nada.”


“Não se faça de durão, eu sei que deve estar doendo!”


“Você não sabe de nada. E também eu não preciso da sua ajuda, posso me cuidar sozinho.”


“Ah é? Vamos ver se não está doendo, então!” – Hikari se levantou, caminhou até a direção em que Shinji estava e apertou seu tornozelo.


“Ai! Por que fez isso?”


“Viu só? Está machucado e doendo! Agora venha até aqui que vou cuidar disso.”


“Ei, não me puxe!”


“Fique quieto.”


Hikari pegou em sua bolsa uma pomada contra inchaço e dor, passou em seu tornozelo, massageando suavemente, e por fim aplicou um spray e amarrou uma faixa.


“Agora vai ficar bem. Você deveria descansar um pouco antes que comece a andar de novo. Por que não fica por aqui?”


De novo esse sorriso. Por que ela tem sempre que sorrir desse jeito? Droga!”


“Tudo bem, já que eu não tenho mesmo onde ficar. Mas só até que o Satoshi chegue.”


“E por falar nisso eles estão demorando muito. Será que aconteceu alguma coisa? Estou preocupada...”


“Aquele imprestável. Com certeza está todo bem com ele, não há com o que se preocupar.”


“Obrigada Shinji.”


“Hum. Eu não fiz nada. E também já te disse pra parar de sorrir assim, é patético.” – Shinji disse isso para logo em seguida se arrepender. Sabia que iria magoá-la de novo.


“Por que eu devo parar de sorrir? Não vou parar só por que você está dizendo isso. E também e daí se ele é patético? Eu gosto dele mesmo assim, ele me faz sentir melhor quando não estou bem.” – Dessa vez ela havia sido firme. Não se deixaria intimidar novamente.


“Você não está se sentindo bem?” – Shinji perguntou, e no fundo, mesmo não querendo admitir, havia ficado preocupado.


Na verdade ele estava se sentindo muito estranho perto daquela garota, primeiramente por ter obedecido ela e ter ficado. Aquele não era ele de verdade, havia algo de errado.


“Estou preocupada com o Satoshi e o Takeshi, também estou com fome e com frio, e não posso dormir até que eles cheguem.”


Shinji tirou sua jaqueta


“Pra que isso?” – Hikari perguntou confusa, ao vê-lo estender sua jaqueta para ela.


“Você está com frio, não está? Pode pegar.”


“Ah obrigada.” – ela sorriu pra ele, que desta vez não disse nada.


“O que está havendo com ele? Como pode o Shinji estar sendo tão gentil? Não sei o que pode ser, mas com certeza...”


Hikari inconscientemente havia pego no sono. Como estava ao lado de Shinji, acabou tombando a cabeça em seus ombros. Na hora Shinji não sabia o que fazer; a situação era muito constrangedora, principalmente pra ele, que estava acordado. Mas ele também não podia acordá-la, e ela ficaria desconfortável naquela posição. A única opção que lhe restou foi passar a garota para o seu colo, onde ela ficaria mais confortável até a hora que acordasse.


Shinji ficou olhando Hikari por um bom tempo, cada detalhe de seu rosto; os olhos, que mesmo fechados eram penetrantes, os lábios rosados curvados e levemente abertos, as feições delicadas, e por fim o corpo, que mesmo magro, ainda era um tanto atraente.


Sem que percebesse, Shinji foi aproximando cada vez mais seu rosto do dela, seus lábios a ponto de se tocarem, até que Hikari começou a abrir os olhos. Ela encarava, confusa, os olhos negros e penetrantes de Shinji, com a mesma intensidade com a qual ele a encarava.


“Shi-shinji...”


“Hikari...”


Instintivamente, Hikari colocou as mãos sobre o rosto de Shinji, puxando-o delicadamente e fazendo com que se aproximassem ainda mais, até seus lábios se tocarem.


O beijo foi breve, e muito suave.


Depois, Hikari sentou-se e Shinji a puxou para si, fazendo com que sua cabeça encostasse-se a seu peito. Ambos estavam ruborizados, e Shinji sussurrou em seu ouvido:


“Me desculpe, acho que não deveria ter feito isso, não é mesmo Hikari?”


“Não precisa se desculpar. Eu não acho que isso tenha sido ruim.”


“Obrigado.”


Hikari sorriu para ele, e, para a surpresa dela, Shinji retribuiu o sorriso.


“Me desculpe por antes.”


“Pelo o quê?”


“Por ter dito que você deveria parar de sorrir. Aquilo foi uma besteira, afinal... você fica linda sorrindo.”


“E você deveria sorrir mais!”


“Ah, acho que sorrisos não combinam tanto comigo.”


“É, acho que tem razão. Mas essa é a sua personalidade, se a mudasse, não seria mais o Shinji.”


“Mesmo assim me desculpe por ter sido rude com você esse tempo todo.”


“Não se preocupe com isso, afinal, eu nem ligava.”


“Está amanhecendo, eu tenho que ir.”


“Não, fique comigo até eles chegarem.”


“Eles já devem estar chegando, provavelmente demoraram porque deveriam estar procurando a cidade. Agora que devem ter achado devem estar retornando para te buscar.”


“Mas e você? E seu machucado?”


“Eu estou bem, não dói mais graças a você.”


“Ainda bem.”


“Vamos nos ver em breve, sim?”


“Claro, e estarei torcendo pra você, e humm... para o Satoshi também.”


“Sim, afinal, ele é seu amigo. E boa sorte no próximo Contest, espere por mim que estarei lá.”


“Sério?”


“Sim.”


“Obrigada!”


“Então, acho que está na hora de eu ir.”


“Tome cuidado, Shinji!”


Shinji se ajoelhou e deu um beijo suave na testa de Hikari.


“Eu vou ficar bem, obrigada por se preocupar comigo.”


Depois virou as costas e se foi. Hikari se viu sozinha novamente, e antes que Satoshi e Takeshi voltassem, ela começou a relembrar tudo o que havia acontecido naquela noite.


Ele a havia salvado, depois foi rude e a humilhou, como sempre. Ele foi teimoso, mas ainda assim ela cuidou dele e conseguiu fazer com que ficasse ali, com ela. Ela acabou dormindo em seu colo, e quando acordou, ficaram se encarando até se beijarem, e depois disso tudo ficou perfeito. Shinji nunca havia sido tão gentil antes. Com certeza, fora a melhor noite que já tivera, estava contando as horas para poder reencontrá-lo.


40 minutos mais tarde Satoshi e Takeshi estavam de volta.


“Hikari! Nos desculpem por tê-la feito esperar por tanto tempo,mas nós achamos a cidade, agora chegaremos mais rápido.”


“Não se preocupem, eu fiquei bem.”


“Isso é ótimo!”


“Hikari, nós também trouxemos comida.”


“Ah, obrigada Takeshi.”


“Então, vamos? Eu mal posso esperar para chegar no próximo Gym!”


“Já que está tão animado, vamos indo.”


“Vamos!”

Hikari olhou pra trás uma última vez, e guardou no coração aquilo que poderia ser uma de suas lembranças mais felizes.

“Shinji...”

FIM


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Notas finais do capítulo

É, eu sei que o final ficou fraco, eu sou péssima para dar conclusão as minhas histórias. Mesmo assim, espero que não tenha ficado de todo mal.



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