Glad You Came escrita por Julia Feresin


Capítulo 7
Heart Vacancy




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Ao ouvir o a campainha não tive reação, como sempre, e depois de uns 5 minutos tive coragem de atender. 

- Oi, bem na hora. - Disse.

- Eu sou pontual quando é importante - Ele disse com aquele sorriso, ah, aquele sorriso... - Pronta?

- Aham, só vou pegar meu casaco, faz muito frio aqui de noite.

- Faz mesmo - Ele riu

Peguei meu casaco, as chaves e avisei a minha mãe que estava saindo em um bilhete bem esclarecedor. Fechei a porta e entrei no carro dele.

- Onde vamos? - Perguntei

- Nós vamos a vários lugares... E é surpresa, então chega de perguntas.

Dei uma risadinha e olhei para ele. Nossa, como ele era bonito. Me perdi nos pensamentos quando ele me olhou rapidamente enquanto dirigia. Talvez eu estivesse com medo de me apaixonar e sem perceber isso já tinha acontecido... É, já era, estou perdida.

- Chegamos. - Ele disse. - Melhor colocar o seu casaco, está bem frio lá fora.

- Certo - Eu coloquei o casaco e tentei colocar a cabeça no lugar. 

Ao sair do carro olhei a vista, nós estávamos em algum tipo de parque com um grande lago no meio. Era lindo.

- Uau. 

- Eu adoro vir aqui, para pensar um pouco. Ninguém vem aqui.

- Jura? É tão bonito, como ninguém vem aqui?

- Eu também não sei, mas é uma das coisas que eu mais gosto aqui, o silêncio.

- É, sei como você se sente, como se fosse seu porto seguro.

- Exatamente. - Ele sorriu - Vamos andar um pouco.

Segui ao lado dele, o lugar era perfeito, com um caminho rodeado por árvores altas, pequenas fontes... Era até meio mágico.

- Por que você me trouxe aqui? Não é bem um local turistico. 

- Na verdade, eu não sei. Talvez por que aqui seja meu lugar para pensar e eu não paro de pensar em você.

Parei de respirar. 

- É... Desculpe, não devia ter dito isso - Ele deu uma tosse tímida.

As palavras não viam, eu não conseguia pensar em nada. O Jay não parava de pensar em mim? Eu precisava falar alguma coisa.

- Jay... - Foi o máximo que consegui. Droga

- Não precisa falar nada, é melhor eu te levar para casa.

- Não, eu não quero ir para casa.

- Não? - É eu não queria, queria ficar lá, com ele, para sempre. 

- Não. De que adianta ir para o meu porto seguro, o meu lugar para pensar, sendo que eu posso ficar aqui, com o meu único pensamento?

Ele teve a mesma reação que a minha. Pude sentir ele parar de respirar.

Já não estávamos mais andando, ficamos alí no meio do caminho olhando um para a cara do outro. Como se alguém tivesse parado o tempo naquela cena. 

Me senti em uma cena de filme, quando o casal apaixonado fica de frente para um grande lago com a Lua atrás deles se preparando para o beijo final. 

Mas aquilo não era um filme, era a realidade. E eu não podia deixar isso acontecer, eu não iria suportar a idéia de contruir algo com o Jay e depois ter que ir embora e deixá-lo aqui.

O tour pela cidade não aconteceu, o beijo não aconteceu. Eu não consegui prolongar aquele sentimento. Eu precisava da Anna, só ela poderia me ajudar agora.

Quando pude pensar com clareza novamente já estava em casa, na minha cama. Não sei como fui parar lá, será que desmaiei e Jay me trouxe para casa? Como ele passou pela minha mãe? 

Acordei com a Anna me mandando uma mensagem.

''O que aconteceu ontem?''  - Ela perguntou na mensagem

Não sabia responder, o que aconteceu ontem? Me fiz essa pergunta também.

Ao lado do meu celular havia um bilhete.

''Me desculpe por ontem, você desmaiou e eu liguei para a sua amiga para me ajudar a te levar para casa. Me ligue amanhã, por favor. - Jay''

Então eu desmaiei mesmo, estranho. 

Liguei para a Anna.

- Oi - Disse

- Júlia! Você tá bem? O que houve? O Jay me ligou desesperado do seu celular ontem! 

- Eu também não sei! Uma hora eu estava no parque com ele e na outra acordei na minha cama.

- É melhor você ligar para ele. Agora.

- Agora?

- Sim, depois me liga de novo. Beijos - Ela desligou antes que eu pudesse responder.

E por impulso, liguei para ele.

- Achei que você não fosse ligar. - Ele disse.

- Eu também achei. O que aconteceu ontem? Eu só me lembro de estar com você no parque.

- Você só se lembra disso? Não se lembra da nossa conversa?

- Lembro, Jay. Não poderia me esquecer.

- Nem eu. Eu não deveria ter dito aquelas coisas, você vai embora.

Ao ouvir ele dizer essas três palavras, um choque de realidade me atingiu. Eu iria embora em 2 meses, e se eu evitasse esse sentimento pelo Jay, eu teria os 2 piores meses da minha vida. Eu quero ele, e eu não podia evitar. Eu posso me machucar depois, mas eu precisava deixar o depois para depois e viver o agora.

- Jay, o  que você está fazendo?

- Pensando.

Eu já sabia onde ir, tudo o que fiz, foi usar o dinheiro que meu pai me dera no dia anterior, chamar um taxi, e correr atrás do que sempre quis.


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