Rescued escrita por Lolla


Capítulo 8
Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!
Este aqui está mais dramático, mas eu gostei :3
Só não sei se vocês vão gostar heheh
Ok, chega de enrolação, vamos a estória!
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188320/chapter/8

Acordo preparada. Não, eu nasci preparada para este dia. Está escrito em meu destino e não importa o quer que fosse acontecer comigo. Eu não vou deixar a Barbie vencer. Tomo um banho super relaxante. Ponho até um óleo de camomila em minha pele. Hidrato meu cabelo também (não, não é um complexo pelos cabelos sedosos dela, ta bom?). Ponho o uniforme ridículo e arrumo o cabelo e ponho uma faixa de cetim preta nele. Passo uma maquiagem (por mais incrível que pareça) e calço meu melhor par de sapatos. O dia vai ser épico. Eu preciso estar apresentável.

Tomo um café reforçado e parto para a escola mais cedo do que de costume. Os passos firmes que eu dou são uma demonstração de minha confiança. Hoje ela não me escapa, penso malignamente. Fecho as mãos em punhos, mas abro em surpresa quando ouço sua voz.

– Oi. –Viro-me e me deparo com ele. Levanto as sobrancelhas. Faz um belo tempinho em que agente não vai juntos a escola. Hm, perfeito. Assim ela vai poder ver que estamos super amiguinhos e vai ficar com mais raiva. Dou um sorriso maldoso, que não escapa dos olhos de Ethan.

– O que você ta aprontando? –Ele pergunta desconfiado. Olho para ele com a minha melhor expressão de santa.

– Porque, ó céus, você pensa que eu estou bolando algo, caro Ethan? –Ponho minha mão na testa, dramaticamente e ele revira os olhos. E que olhos, diga-se de passagem. Eu poderia fitá-los por uma eternidade. O quê? Penso. Balanço a cabeça para afastar este pensamento ridículo. Chegamos à escola e ainda é cedo, mesmo eu tendo demorado mais por causa da perna quebrada. Respiro fundo e parto em direção a loura. Ethan me segue nem suspeitando de meus planos miraculosos. Avisto-a.

- Ô loura de araque?! –Grito. A escola, que fazia barulho, cessou com as conversinhas somente para me olhar. Incredulidade está estampada na cara de todos, inclusive na da aguada. Ethan se desespera ao meu lado. Não sabe o que fazer, o coitadinho. Não sabe se me arrasta, se me nocauteia ou se sai correndo. Seguro sua mão e asseguro-me de que ela está olhando. Então, puxo-o de encontro para mim e tasco-lhe um beijo de cinema, sabe? A escola inteira abre a boca em surpresa. Mas o que realmente me enche de surpresa é que Ethan não contestou. Ele até pôs a mão em meus cabelos e abriu a boca. Foi um pouco difícil largar dele. Não porque ele beija bem (o que por sinal, é verdade. O cara beija pra caral... Caramba. Err), mas sim porque ele não queria me soltar mais.

Depois de muito esforço, consigo desgrudar sua boca da minha e olho triunfante para a loura que agora já está roxa. Ela vem correndo em minha direção. Aí eu fico com medo. Fico, porque eu não estava em condições para correr nem um metro. Engulo em seco. Os meus olhos se enchem de lágrimas, só de pensar no que ela vai fazer comigo. Mas me contenho e fico firme e forte lá, esperando a dor chegar. Mas ela não vem, simplesmente porque o bonitão do Ethan se mete na minha frente, estufando o peito. A garota para de correr e olha confusa para ele.

– Você não vai encostar um dedo nela, ouviu? –Protetoramente ele ameaça. Eu fico com a mesma expressão da loura. Juro, é um choque para mim. Sabe, eu sei que ele é todo protetor e tudo mais, mas ele me defendendo da loura aguada? Isso é uma novidade. Ela se sente ultrajada, pela sua cara e sai correndo com lágrimas nos olhos. Ela fica feia chorando. E o cabelo dela não brilha tanto assim. A escola está calada. Completamente surpresa. Eu estava planejando acabar com a raça de Anne, mas o estraga-prazeres não permitiu. Pff.

– Você ficou maluca? –Ele sussurra, com os dentes cerrados. Percebo uma veia em sua testa. Também noto sua cara vermelha, só não sei se é de raiva ou de vergonha. Dou de ombros e ele me arrasta até minha sala de aula. Ele me joga lá dentro, onde algumas pessoas já estão sentadas, e sai andando, mas não antes de falar. –Vê se não se mete em mais encrenca.

Há! Como se eu fosse a maior encrenqueira desta escola. Estou eu, em minha sala, assistindo a aula quando de repente chega a secretária da diretora. Ela é uma mulher tão delicada, pequenina e doce, que nem passa pela minha cabeça que ela ia ME chamar. Eu fico com o coração palpitante, já com medo do castigo que vou levar, enquanto me dirijo a sala dela.

Espero sentada em uma cadeira marrom confortante, mas me arrepio dos pés a cabeça quando a ouço chamando meu nome. Dou um longo suspiro, me preparando e entro na sala dela. Ela está com as mãos fechadas, apoiando a cabeça na mesa. Dou um sorriso sem graça.

– Senhorita Strecker, por favor, me diga que você não fez o que eu penso que fez.

– Err. Depende, senhorita. –Digo, coçando a cabeça.

– Não brinque comigo. Disseram-me que você beijou um menino em local público, e como você deve saber isto é estritamente proibido. Senhorita, eu não sei mais em quantas encrencas você vai entrar, mas duas já é o suficiente para eu te dar uma advertência. Desta vez a advertência será escrita e se você não me trouxer ela assinada até amanhã, a senhorita não poderá entrar para assistir as aulas.

– Esta advertência... Vai ficar marcada no meu currículo escolar? –Pergunto temerosa. Ela dá um sorriso perverso. Maldita.

– Obviamente. Pode se retirar.

Levanto-me ruidosamente. É inútil discutir com isto. Meu pai vai me matar e... Meu pai! Ele só vai voltar de viagem semana que vem! Eu não tenho quem assinar para mim! Droga. No final da aula eu já estou arrancando os cabelos de frustração. Como aquela mulher quer que eu chegue com um papel assinado por meu pai?

Vou para a saída da escola e espero Ethan chegar, mas ele está com aquela Christi de novo. Argh, menininha mais sem graça. Olho para ele, ele olha para mim e desviamos os olhares. É não tem jeito, vou ter que ir a pé sozinha mesmo. Começo a andar para longe deles, mas meu plano de uma saída triunfal não dá muito certo por causa da perna quebrada. Dane-se.

– Tay! –Ele grita. Dou um sorriso disfarçado e finjo que não ouço ele chamar. Ele vem correndo e para ao meu lado. –Por que não me esperou?

– Ué, eu pensei que você ia comer a menininha de novo, por isso resolvi não me intrometer. –Argh, que ridículo, a palavra ciúmes deve estar estampado em minha testa. Ele percebe isto também e sorri zombeteiro. –Não diga uma palavra, idiota. Por sua causa eu levei uma advertência escrita. –Ele levanta as sobrancelhas surpreso.

Minha? Pelo que eu me lembre, não fui eu que te beijei!

– É, mas era pra ser só um selinho, coisa rápida, mas não, você grudou na minha boca e não queria soltar mais! –Ele fica vermelho na mesma hora. Dou uma risadinha, mas logo volto para a expressão indiferente. –Agora eu não vou poder assistir as aulas amanhã, já que meu pai não vai estar em casa para assinar.

Ele revira os olhos, pega minha advertência e uma caneta e sai andando.

– Ei! O que você vai fazer com isto?! Me devolva, Ethan! Eu estou falando sério! –Ele se finge de surdo e cerca um cara que andava na rua também. O homem o olha assustado, mas depois de Ethan falar algumas coisas para ele, que eu não ouvi, e apontar para mim, o cara lê o papel e assina. Ethan volta sorridente, balançando o papel no alto de sua cabeça.

– Eu não sou um máximo? –Ele me entrega o papel, que agora está assinado pelo homem e eu rio, tombando a cabeça para trás. Voltamos a andar, mas aquela sensação de raiva continua ali. Sim, eu ainda tenho raiva daquele sonho que eu tive. Mas o pior é que não é raiva. Eu fico triste e pesarosa, só de pensar que Ethan possa mesmo sentir aquilo.

– Você não está bem. –Ele diz, timidamente.

– Eu estou sim, sério. –Digo convicta.

– Te conheço o suficiente para saber que não está. –Ele persiste. Reviro os olhos e ponho as mãos nas costas.

– Se me conhecesse mesmo saberia que você é a causa disso... –Digo subitamente. Merda. Eu e a minha boca grande. Olho para ele, corada e franzo os lábios. Ele me olha por um momento, com o cenho franzido e se aproxima, pondo as duas mãos ao lado de meu rosto. Fico estática, mas não pretendo sair daquela posição tão cedo. Ele tira, com uma mão, os cabelos de meus olhos e roça os lábios nos meus. Solto a respiração e fecho os olhos, esperando, esperando, mas o beijo não vem. Abro os olhos, em dúvida e vejo-o me encarando.

– O que foi? –Pergunto, corando. Tento virar a cabeça para o lado, mas ele não deixa. Como ele não vai me fazer sair do lugar, começo a pensar. Penso em como isso nunca daria certo. Primeiro porque eu não tenho condições nenhumas de ter um relacionamento no momento. Eu estou abalada demais. Segundo porque várias meninas gostam dele. Não é só porque ele é um cara bonito. Ele é carismático, divertido, extrovertido. O meu oposto. Essa é a terceira razão. Dizem que os opostos se atraem, mas eu discordo. E por último, mesmo eu tendo vergonha de admitir, eu tenho medo. Medo porque eu nunca fiz nada disso antes. Nunca tive um namorado, nunca estive em uma relação de verdade. –Não posso fazer isto. –Digo, balançando a cabeça. É melhor para ele também. Sabe, melhor mesmo ele não se envolver com uma menina tão problemática quando eu. Eu estou lhe fazendo um favor. Ele parece confuso por um momento, mas solta as mãos que prendem meu rosto e com esta deixa, saio correndo para minha casa. As lágrimas transbordam pelos meus olhos como cachoeiras, mas eu não me importo mais em impedi-las.

Jogo-me na cama e demoro um pouco para pegar no sono, por causa de meu coração pesado e dolorido. Vai ser melhor para ele, fico repetindo esta frase, mais para me convencer do que acalmar. Ele vai conhecer uma pessoa legal, divertida e bonita, assim como ele, que queria fazer coisas divertidas como um casal normal e vai ter uma relação saudável. As lágrimas na param de cair e meu travesseiro fica molhado enquanto soluço avidamente. Amanhã vai ser um longo dia.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ok, não me matem! Tuudo vai se acertar! Eu tive a ideia do beijo assim, do nada! Gostaram? Comentem!
Beeijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rescued" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.