(Im)memorial escrita por Giovanna


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Na minha humilde opinião esse capítulo ficou um porre. Mas tá.



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Thalia e Annabeth entraram no quarto da primeira e se trancaram, para ela se trocar. Thalia abriu o guarda-roupa e se assustou com a quantidade de roupa amassada e sem dobrar que tinha lá. Ela olhou para Annabeth, que estava com vontade de rir do pânico que a menina sentia. Thalia pegou uma das blusas enroladas que estavam no guarda-roupa e jogou em Annabeth, que bateu no braço dela, o que a fez rir ainda mais.

– Eu fiz tudo isso?

– Fez. Você odeia arrumar as coisas. Ou pelo menos odiava. – A loira deu de ombros e continuou olhando para Thalia.

– Não sei como eu vivia nessa bagunça! Quando eu voltar, vou arrumar tudo isso. – Disse, vestindo a blusa que havia pegado. Colocou a primeira bermuda jeans que achou, calçou o tênis e brincou um pouco com o cabelo. Ela riu e voltou o cabelo ao normal. Virou-se para Annabeth que já estava impaciente.

– Estamos atrasada, princesa! Você parece noiva se arrumando. Vem.

– Desculpe! – Thalia gritou, enquanto era puxada pela amiga. Desceram as escadas rapidamente e colocaram-se a andar.

A clínica não era muito longe dali, por sorte. A distância era apenas de três quadras, o que era vantagem. As duas foram brincando o caminho inteiro e, sem perceber, já estavam na clínica. Parecia que não havia andando nada e, na realidade, não havia.

Subiram as escadas correndo a tempo de chegar à recepção e ouvir o médico chamando pelo nome de Thalia. Ela pediu para Annabeth entrar com ela, pelo menos na primeira consulta, já que não tinha tanta segurança assim. Annabeth apenas assentia, sabendo o que a amiga poderia estar passando.

– Sejam bem-vindas, meninas. Sou Fred e sou especialista nesse tipo de trauma que a senhorita... – O homem olhou na ficha da menina - Grace sofreu. Estou certo que a senhorita não se lembra de nada? – Thalia assentiu. – Nem dos que aconteceram antes do trauma?

– Nenhum. Foi como se eu houvesse começado minha vida novamente. Como se eu tivesse passado em uma espécie de véu e ter esquecido tudo.

– Pois sim, entendo. A senhorita sofre de Amnésia Traumática, aquela causada por uma forte pancada na cabeça. O efeito não é para sempre, mas é necessário o tratamento. Esse tipo de amnésia pode ser curado com fotografias, ilustrações, lugares visitados e todas essas coisas.

– Bem... Logo quando eu cheguei em casa eu tive uma forte sensação. Eu me lembrei de lá. Tem alguma coisa haver?

– Sim. É exatamente isso que estou tentando lhe dizer. Visitando lugares onde teve uma forte marcação em sua vida, pode ser que se recorde deles. Ou vendo pessoas, fotografias.

– Mas ela não lembrará de uma vez, não é?

– Às vezes sim, às vezes não. Vocês estão em época escolar, certo?

– Sim.

– Bem... O que será um pouco mais fácil. Verão todos os dias as mesmas pessoas. Será ótimo! Então sua recuperação será mais rápida, Thalia! Pelo menos se seguir os nossos planos.

– Eu preciso me lembrar de alguma coisa. Sério. Isso já está me deixando irritada. Eu não me lembro de nem dos meus próprios amigos!

– Está certo. Bate certa revolta mesmo. Mas enfim... Senhorita Annabeth, certo? – A loira assentiu. – É proposto que a senhorita mostre para sua amiga, fotos de momentos que viveram juntas. Será essencial para o tratamento. Em alguns dias ela se recordará de tudo. Ou de quase tudo.

– Como quase tudo?

– Tem coisas que precisará de outros esforços e tem outras coisas que ela jamais se recordará. Mas isso só acontece em alguns casos. – Houve um silêncio na sala. – Bem, até a próxima semana, meninas.

As duas se despediram do médico e saíram. Desceram as escadas lentamente, pensativas. Então não era certeza de que Thalia recordaria toda a memória? Isso era pior do que o imaginado. Quer dizer, talvez Thalia não se recordasse de Annabeth, ou de Percy. Ou pior ainda: de Nico, quem levou um grande tempo para assumir que amava.

– Annie...

– O que foi?

– Você ficou muito... Nervosa quando o médico disse que eu corro o risco de me lembrar de quase tudo. Por quê?

– Eu não posso lhe contar Thalia. Não agora. A pessoa irá ter de te contar quando for o momento certo.

– Eu só não entendo porque ficam escondendo isso de mim. Quer dizer, isso que eu tenho de lembrar aconteceu comigo, não foi?

– Sim. Mas envolve outra pessoa e, provavelmente, essa outra pessoa não está disposta a contar-lhe. Só não fica nervosa. É para o seu bem. – Thalia bufou, mas assentiu.

A morena abriu a porta da casa em um estrondo. Percy, que estava sentado no sofá com Nico e com mais um menino loiro olhou para trás com tudo. Não se sabe como ele não quebrou o pescoço.

– Vai quebrar pescoço desse jeito. – Annabeth comentou.

O menino loiro olhou para trás e Thalia empacou no lugar, olhando para ele. Ela já o vira em algum lugar. Vasculhou no fundo de sua memória para se lembrar. Onde... Onde ela viu aqueles olhos azuis tão iguais ao dela... Onde...

Sem falar nada ela saiu do lugar e foi para a estante onde estavam os álbuns. Foi derrubando tudo no chão, mas depois arrumaria. Dois livros já caíram em cima de seus pés, fazendo-a reclamar de dor.

Depois de tanto procurar, achou o livro intitulado Momentos, que já vira antes. Abriu-o rapidamente na segunda folha, sentindo todos os olhares em suas costas. Ignorando todos os olhares e, como um estalo, lembrou-se. Lembrou-se quem era aquele menino que estava sentado ali.

– Jason. – Thalia correu e abraçou o menino, que retribuiu surpreso.

– Você... Lembra-se de... Mim? – O menino disse, segurando a respiração.

– Lembro! Não é atoa que eu estou te chamando pelo nome! – A menina revirou os olhos e sorriu. – AAAAAAAAAAI JASON! – Ela o abraçou de novo.

– Thalia. Certo, entendemos que você lembrou-se dele. Mas não precisa matar seu irmão!

– Ah sim, Percy. – A menina corou. – Desculpe. Não me atentei a esse detalhe. A minha surpresa foi tanta por ter lembrado que tenho um irmão que nem percebi que eu poderia mata-lo.

– Exatamente! Você lembrou-se de uma pessoa!

– É... Mas eu ainda não me lembro de mais ninguém. Principalmente de vocês. Ah cara, essa parada está sinistra, sabe? Eu estou completamente empolgada de tentar lembrar as coisas e vocês precisam me ajudar, né.

– E o que podemos fazer por você, Thalia? – Nico disse, cruzando os braços.

– Ué... Eu não sei! Vamos lá. Contem histórias que vivi com vocês. Mostrem fotos. Usem a criatividade. – Thalia disse sorrindo. Todos os outros assentiram e viraram as costas, indo procurar alguma coisa para mostrar à menina.

É... Talvez relembrar as coisas não seria tão difícil assim.



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Notas finais do capítulo

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