A semana se passou logo, eu e a Alisson ainda não havíamos ‘avançado o sinal’ como muitos dizem, ela começaria a estudar no mesmo colégio que a Caroline pela parte da manhã.

Meu pai viajaria na segunda-feira, então haveria mudança no meu horário. Eu teria que começar a chegar às 8 horas, sair as 11 e novamente saindo as 19. Haveria aumento na minha carga horário e em conseqüência, o salário também. A Alisson parecia gostar da nossa rotina, sempre estava de bom-humor, passávamos horas conversando sobre muitos assuntos.

Eu não me considerava um cara romântico. Sempre que eu podia fazia alguma surpresa, dava atenção, mas quando chegava às palavras, eu me embaralhava.

Hoje era sábado e almoçaríamos na casa da minha mãe, depois iríamos sair com a Caroline, para o parque possivelmente.

Acordamos por volta das 11 horas, tínhamos apenas uma hora para arrumamos. Decidi deixá-la tomar banho primeiro, pois sempre demorava. Enquanto ela se arrumava, eu olhava pela janela do nosso apartamento.

- Amor, já terminei. – Murmurou me despertando dos pensamentos.

- Não demoro. – Respondi e entrei no banheiro.

Gastei pouco mais de 10 minutos para terminar o banho e mais 10 para arrumar. Ela ainda terminava de passar a maquiagem leve.

- Será que elas vão gostar de mim? – Perguntou.

- Claro que sim, não há motivos para não ser. – Respondi, antes de puxá-la para um beijo.

Beijamos-nos por algum tempo, mas o suficiente para ficarmos sem ar.

- Vamos? – Perguntei, entrelaçando os nossos dedos.

Havíamos ficado mais íntimos no decorrer da semana, algumas coisas ela ainda tinha vergonha, como ficar nua na minha frente. Era algo absolutamente normal. Eu era mais velho do que ela, tinha 23 anos, e ela apenas 17, não dava para comparar.

Minha mãe terminava o almoço quando chegamos.

- Mãe, Caroline, essa é a Alisson, estamos juntos há algum tempo.

- Prazer. – As duas disseram.

- Prazer. – A Alisson disse levemente vermelha.

A Caroline logo puxou assunto com a Alisson, e eu aproveitei a oportunidade para conversar com a minha mãe:

- Mãe, a partir de segunda-feira não terá como eu buscar a Caroline, ficarei como diretor na empresa e preciso de ficar até mais tarde.

- Tudo bem, vou começar um curso e passarei perto mesmo.

- Obrigado. A Alisson estava com medo de vocês não gostarem dela.

- A achei uma garota adorável, ela é tímida, mas parece estar feliz. E você também, é o mais importante que qualquer coisa.

Conversamos por mais um tempo, até a minha irmã e ela aparecerem.

O almoço começou, e ele foi divertido. Minha irmã contou sobre os recentes desenhos que ela havia feito, e a Alisson sustentou boa parte do assunto. As duas pareciam ser amigas de longo tempo, sorri com o fato. Ela era madura o suficiente para não sentir ciúmes da minha irmã, eu lembro que eu já tivera relacionamentos como esses. Ally se sentia deslocada também, e eu sempre me sentia desconfortável.

- Vamos ao parque Caroline? – Perguntei, enquanto a Alisson conversava com a minha mãe na cozinha.

- Eu preferiria cinema, quero assistir um filme que lançou semana passada.

- Então está bem, cinema. – Concordei. – Vou perguntar se a mamãe quer ir.

Fiz o convite e a minha mãe aceitou ir, a Alisson me olhava feliz, provavelmente ela sentia falta de um lar. De ter uma família para contar os seus sonhos, problemas. Eu estava feliz por estar proporcionando isso a ela, e o que ela proporcionava em minha vida era algo que nunca apagaria.

Definitivamente, aquela minha rebeldia ficara para trás.  Sempre que eu podia ainda escrevia para o Michael, mas já não era a mesma coisa. Eu havia superado todos os momentos ruins, por ter ela ao meu lado.

No caminho para o parque eu liguei o rádio em uma estação qualquer, e tocava The Beatles, pelo que eu havia percebido uma das bandas favoritas da Alisson. Ela sabia toda a letra. Chegamos ao cinema, e felizmente não estava tão movimentado. Era cedo ainda, as pessoas costumavam ir mais tarde.

Compramos as nossas entradas e logo o filme começou.

Era um romance típico, eu não me importava. Esses filmes sempre acrescentavam algo em nossas vidas.

- Alisson, como o Tyler pediu para namorar você? – Ouvi a minha irmã sussurrar.

Na verdade, eu não havia pedido. Estávamos juntos, mas eu não havia pedido.

Será que faltava esse detalhe, para tudo enfim dar certo? Eu não tinha a resposta.

- Ele não fez o pedido oficial, mas estamos juntos. – Alisson respondeu sinceramente.

Minha mãe me olhou brevemente e assentiu.

Era melhor eu fazer o pedido. Mas, não faria na frente delas, faria quando estivéssemos somente nós dois, em um jantar romântico.

O filme acabou e passamos para tomar sorvete em uma sorveteria próxima. Aproveitei enquanto as três garotas conversavam sobre o filme e dei uma desculpa para ligar no restaurante marcar uma reserva:

- Uma reserva para as 20 horas, por favor. – Pedi, assim que a atendente atendeu.

- Para quantas pessoas? E no nome de quem? – Perguntou.

- Para duas pessoas, no nome de Tyler Hawkins. – Respondi.

- Obrigada.

Desligamos em seguida.

Voltei para a mesa e elas ainda conversavam, e já se passava das 18 horas.

- Vamos querida? Precisamos nos arrumar para o jantar com o seu pai. – Minha mãe disse e olhou rapidamente na minha direção. Era uma deixa da parte dela.

- Vou levá-las. – Murmurei.

Elas assentiram e a Alisson me olhou brevemente. Caminhamos de mãos dadas até o carro, e não demorou muito para chegarmos à casa da minha mãe.

- Obrigada por ter vindo. – Minha mãe agradeceu a Alisson.

- Foi muito bom te conhecer. – Caroline disse.

- Digo o mesmo, obrigada. – Alisson disse.

Dei partida no carro em seguida, para puxar assunto comentei:

- Elas gostaram mesmo de você.

- Obrigada por tudo isso. Eu precisava a voltar a essa vida.

- Obrigada também, você também está me ajudando a ser um cara melhor.

Chegamos ao nosso apartamento, e antes mesmo de qualquer coisa a puxei para um beijo. Ficamos bastante tempo nos beijando, apesar de estar ao meu lado todo o dia, eu sentia falta dela.

- Hoje você anda muito animado. – Murmurou.

- Ficarei ainda mais a noite. Prepare-se. – Respondi, e voltei a beijá-la.

Não sei quanto tempo demorou, mas fomos interrompidos pelo meu celular.

- Pode ser algo importante. – Ela sussurrou, contra o meu pescoço.

- Já volto. – Respondi e beijei a sua testa.

Era uma chamada do meu pai, provavelmente fazendo a sua despedida.

- Alô, pai? – Murmurei quando ele voltou a ligar.

- Desculpe por ter ligado, mas é que acho que não iremos nos encontrar antes da viagem, então espero que dê tudo certo para você.

- Obrigado, também espero que dê tudo certo para o senhor.

- Obrigado por aceitar as propostas, você tem se saído muito bem.

- Estou dando o meu melhor, então... boa viagem. – Desejei.

- Obrigado, até mais. – Respondeu, e desligou em seguida.

Voltei para o sofá onde eu estava e a Alisson estava assistindo um programa na TV.

- Vou tomar banho, vamos sair tudo bem? – Perguntei.

- Devo me vestir adequadamente? – Perguntou, sorrindo, antes de levantar e selar nossos lábios.

- Seremos apenas nós, seja apenas você. – Respondi e aprofundei outro beijo.

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Eu vestia um terno preto com a camisa cinza e com a gravata também preta, ela estava vestida com um vestido vermelho que havíamos comprado há alguns dias atrás

Ela estava absolutamente perfeita, apesar da cor, o vestido caia nela como delicado e não extremamente sexy.

Chegamos ao mesmo restaurante que meu pai acostumava aprovar para levar as mulheres. Algo não muito chique, mas bastante acolhedor.

- Fiz uma reserva, sou o Tyler Hawkins.

- Por aqui Sr. Hawkins.

Seguimos o garçom e logo já estávamos na nossa mesa.

- A que horas você fez essa reserva? – Perguntou.

- Naquela hora que eu sai na sorveteria. – Respondi. - Não gostou?

- Claro que gostei. Obrigada. – Respondeu.

- Está ansiosa para o seu primeiro dia de aula? Espero que não tenha nenhum problema quanto ao lugar, eu passei toda a minha vida escolar naquele lugar, é realmente bom.

- Estou um pouco, não gosto de criar muitas expectativas, gosto que tudo aconteça no seu devido tempo, cansei em me decepcionar. – Respondeu sincera.

- Você parece ter mais idade do que aparenta sabia? Não age como uma garota de 17 anos.

- Obrigada. Sabe, quando se tem que ter responsabilidades muito cedo, tudo muda. Nada vem de graça, temos que correr atrás.

- Estava aqui recordando do primeiro dia em que te vi. Se nós tivéssemos feito... alguma coisa... provavelmente não estaríamos aqui.

- Eu sei disso Tyler. Eu mesma não iria querer que desse certo. Não gosto de me envolver.

- Você está envolvida? – Perguntei.

- Estou envolvida desde o começo. – Respondeu.

Olhamos-nos fixamente por um longo tempo.

Então eu já tinha a minha resposta. Ela correspondia os meus sentimentos.

Ainda bem que eu ainda tinha o anel que eu daria quando pedisse a Ally em casamento.  Mas, eu deixaria essa parte para o fim.

Pedimos algo simples, já que não tínhamos frescuras como muitas pessoas tinham. Pedi um champanhe para o final e ela ficou surpresa, mas nada disse.

0000000- Alisson, eu sei que estamos juntos, só não sabia como dizer. Você sabe o quanto eu gosto de você, e espero que nosso relacionamento dê certo. Quero que saiba também que estou fazendo tudo com calma para que não nos machuquemos, quero que estejamos certos de nossas escolhas. – Iniciei, e pausei para esperar alguma reação, e a reação que ela teve, foi um lindo sorriso. – Você aceita namorar comigo? – Disse, e mostrei o anel.

- Tyler, eu te compreendo. E a cada dia que passa descubro o homem maravilhoso que você é. Apesar das nossas dificuldades, espero que conseguimos superá-la. Obrigada por ter paciência também, apesar de tudo, eu quero que também aconteça naturalmente. – Pausou brevemente. – Sim, aceito.

Coloquei o anel que coube perfeitamente na sua mão direita, e em seguida nos beijamos. Foi um beijo mais calmo, por causa das pessoas em nossa volta.

- Quer dar uma volta? – Perguntei, enquanto saíamos do restaurante.

- Por mim tudo bem. Não conheço muitos lugares por aqui. – Respondeu.

- Tem um parque que eu sempre costumo ir com a minha irmã, um lugar bem bonito. Há alguns animais por lá, está escuro, mas também seria uma boa. – Propus.

- Então vamos.

Chegamos, e havia alguns casais. Era um lugar romântico à noite e o clima ajudava, não estava tão frio ainda.

Conversamos sobre muitas coisas ela contou os seus sonhos de infância e eu os meus, já se passavam da 1 e o frio começava a aparecer.

- É melhor irmos, já está tarde e frio. – Comentei, passando o meu paletó para ela.

Colamos nossos lábios brevemente e então fomos embora.

O trânsito estava bom, era um dos centros mais movimentados da cidade e mesmo assim, o trafego estava tranqüilo

- Sessão filme? – Perguntou.

- Claro que sim. Temos que assistir todos da prateleira. - Brinquei.

Quando entramos, tirei a minha gravata e a camisa e seguimos para o nosso quarto.

Eu havia comprado outra TV e aparelho de DVD para colocar no quarto, era mais pratico, afinal, às vezes acabávamos dormindo no próprio sofá.

Deitamos e logo ela se aninhou mais a mim.

E então eu comecei um beijo. Logo, ela já estava em cima de mim.

Hoje eu não pararia. A vontade de tê-la era gritante, e eu já não conseguia suprir.

Havia uma necessidade maior, logo estávamos em uma batalha de línguas e mãos.

- Tudo bem? – Perguntei, ofegante.

- Sim. – Respondeu e me beijou outra vez.

Tirei a sua blusa e iniciei outra batalha, dessa vez, com o seu sutiã. Eu sempre me atrapalhava nessa parte.

- Deixe que eu tiro. – Murmurou e riu em seguida.

Voltamos a nos beijar, e logo estávamos apenas vestidos com as peças intimas.

Peguei uma camisinha no meu criado e perguntei maliciosamente:

- Quer fazer essa parte?

Ela assentiu e então tirou a minha cueca. Apesar de tudo, não podíamos negar que ela já tinha habilidade com a questão. E eu não me importava, até gostava. Pelo menos, de agora em diante não teríamos nenhuma vergonha do outro.

Troquei as nossas posições, deixando-a por baixo e por fim, tirei a ultima peça que a tampava.

- Você é linda. – Sussurrei antes de unirmos.

Não demorou muito para o nosso ápice chegar, estávamos ofegantes. Trocamos alguns beijos até ela sussurrar:

- Você é perfeito.

- Você quase me matou há pouco. Foi o mais intenso que já fiz. – Murmurei.

- Tecnicamente, foi a minha primeira vez. – Comentou.

- Fico feliz por ser o seu primeiro homem de verdade. – Comentei e colei nossos lábios outra vez.

Tomamos banho juntos, ou talvez fosse essa a intenção de inicio, entretanto acabou de outra forma. Fomos dormir quase 5 da manhã, extremamentes cansados.