Theres No Going Back. escrita por Mandimcfly


Capítulo 3
Capítulo 3 - Passado.


Notas iniciais do capítulo

Ainda não há muito romance, começará ao final do capitulo.
Divirtam-se.



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Era domingo e eu acabei acordando com o barulho do meu celular. Havia sido uma chamada do meu pai, provavelmente algum almoço com as pessoas da empresa. Ele queria que eu me adaptasse e integrasse com todos os funcionários. Ela estava ainda dormindo ao meu lado, aproveitei o seu sono e resolvi tomar banho e preparar o café para nós.

Eu achara estranho o fato dela confiar em mim, talvez ela confiasse em mim por não tentar nada com ela. Não que eu não a achasse bonita, era linda comparada as outras mulheres as quais eu já ficara.

Será que havia probabilidade de ficarmos juntos? Eu queria que houvesse essa chance.

Depois de colocar uma calça jeans e uma camisa social preta, comecei a preparar o nosso café.

Fiz panquecas e suco de laranja, algo não tão pesado para uma manhã de domingo. Já se passavam das 10, então resolvi retornar a ligação do meu pai:

No segundo toque ele atendera:

- Sim?

- Pai, sou eu. Ligara-me mais cedo, algum problema?

- Ah, claro. Estou preparando um almoço, aqui em casa mesmo com algumas pessoas da empresa. Você estará disponível? – Perguntou.

- Sim, no mesmo horário? Ao meio-dia?

- Será um pouco mais tarde, as 13 horas, tudo bem?

- Claro, e eu posso levar uma acompanhante? – Perguntei, pensando na Marolly claro.

- Será bem vinda. Então está tudo certo, até mais.

- Tchau. – E desligamos em seguida.

Será que ela iria? Talvez sim, talvez não. Provavelmente ela teria outros compromissos e sair com um idiota como eu talvez não estivesse em seus planos.

Resolvi ir até o meu quarto para pegar a minha agenda. Eu gostava de escrever, e hoje em dia não estava com tempo, e talvez agora fosse a hora.

Sobre o que eu escrevia? Sobre tudo. Eu usava as coisas que aconteciam na minha vida e as passava para o papel, de uma forma até que inusitada.

Enquanto eu escrevia ouvi o chuveiro sendo usado, ela acordara. Já era quase 11 da manhã, havíamos ido dormir as 4 e se não tivesse sido o meu pai, eu ainda estaria na cama.

Depois de um tempo, ela aparecera ainda com a cara de sono de sempre e com a voz no mesmo estado:

- Bom dia. Faz tempo que acordou?

- Bom dia. Não, faz cerca de 1 hora. Vamos tomar café? – Perguntei.

- Ah claro. – Respondeu timidamente.

Então seguimos até a cozinha. Ela ainda estava tímida, e eu queria saber o motivo.

- Porque ainda está tão tímida? Não vou fazer nada com você.

- É estranho para mim, dormir com um homem no sentido normal da frase. Entende? Apesar de todas as coisas isso é novo. – Argumentou.

- Tudo bem. Fiz panquecas e temos suco de laranja, se quiser mais alguma coisa é só pedir.

- Está ótimo. Muito obrigada por tudo, nem sei como agradecer.

Ficamos em silencio logo depois. Ela me fitava e talvez quisesse fazer alguma pergunta, só não sabia como.

- Alguma pergunta? Está ruim? – Perguntei.

- Não, está ótimo. Cozinha desde quando? – Perguntou.

- Desde que comecei a morar com o meu amigo, como técnica de sobrevivência. Ele não era tão bom na cozinha.

- Você namora? Talvez eu devesse ir embora. Já atrapalhei demais.

- Não, terminei faz algum tempo. E você não está atrapalhando, é tediante passar o dia inteiro aqui sozinho.

- E porque está todo arrumado? Vai sair?

- Tenho um almoço na casa do meu pai, as 13. Mas, sempre me visto assim. – Argumentei.

- Então tenho que ir. Não quero atrapalhar. – Murmurou com certa tristeza.

- Alias, lembra de quando você disse algo como ‘nem sei como agradecer’? – Perguntei – Eu se. Você pode me acompanhar, meu pai não se importaria. Como amigos, claro.

Ela me fitou por um longo tempo e enfim disse:

- Tyler, acho que está confundindo as coisas.

- Não estou, só queria alguém para me acompanhar, esses almoços costumam se estender além do necessário, seria bom ter alguém para conversar.

- Só vou aceitar porque eu quero mesmo te agradecer, por tudo.

Sorri com a sua resposta.

Teríamos que passar em sua casa antes de irmos. Disse a ela para não se preocupar com roupas, porque eu mesmo não me preocupava.

E por mais simples que fosse as roupas ela ainda ficaria linda.

Só troquei a camisa antiga por uma vermelha, já que o dia estava absurdamente quente.

Mallory morava algumas quadras abaixo da boate no qual ela trabalha, provavelmente ela voltava todas as noites sozinha.

- Você sempre volta sozinha? Não tem medo? – Perguntei, quando paramos na porta da sua casa.

- Sempre volto, às vezes tenho que correr, para não me roubarem. – Murmurou.

Sempre havia um filho da puta para estragar a história.

- A casa é simples, mas se quiser entrar...

- Claro que sim. Eu não me importo. – Disse, e descemos juntos.

Quando eu entrei, pude perceber o quão ela precisava de ajuda. A casa era pequena, havia alguns poucos e surrados moveis. Parecia com o meu antigo apartamento com o Aidan, a diferença era que eu tinha energia, além do telefone. Mordomias comparadas as que ela tinha.

- Não demoro. – Respondeu, antes de desaparecer.

Ela também não tinha televisão. Provavelmente ela não ficava tanto tempo em casa.

Passaram se alguns minutos e ela então apareceu.

Vestia uma saia não muito curta com uma blusa não muito decotada. Estava bastante apresentável.

- Eer... foram o que eu encontrei. Se estiver ruim, posso trocar.

- Está perfeita. E a propósito, você não assiste TV? – Perguntei.

- Tem uma antiga no meu quarto, mas costumo não assistir. Nunca sobra para eu pagar a conta no final do mês.

Ficamos em silêncio desconfortável em seguida.

Olhei no relógio, tínhamos 20 minutos para chegar à casa do meu pai. E ficava distante dali, então resolvi quebrar o silêncio para dizer:

- Vamos?

Ela apenas assentiu, fomos para o carro e o caminho até a casa do meu pai, fora totalmente em silêncio.

Eu queria perguntar qual era o seu passado, e o porquê da escolha daquela profissão. Se aquilo pudesse ser chamada de profissão. Pois, certamente muitos homens não se importavam com ela. Eram evidentes as marcas de agressões em sua pele clara e os seus olhos verdes transmitiam medo.

Chegamos, e provavelmente ela ficara espantada com a casa.

Era evidentemente uma mansão. Meu pai nunca economizava quando o assunto era imóvel. O meu apartamento era no prédio que ela havia construído há alguns anos. O Michael havia se suicidado nele, e agora eu habitava o mesmo lugar.

- Acho que eu não comentei o fato do meu pai ser rico. – Murmurei.

- Não. Mas, eu já imaginava. Sem problema algum, quem deveria estar envergonhada sou eu.

- Você está? – Questionei.

- Evidentemente. Mas, como prometido, vamos entrar.

Então desci para tocar a campainha. Abriram o enorme portão em seguida, dirigi pela enorme garagem e estacionei em uma vaga qualquer. Já havia alguns outros carros, então resolvi não demorar.

- Vamos lá. Não vai ser tão apavorante. – Brinquei.

Ela sorriu e desceu do carro, caminhamos e logo chegou um dos empregados:

- Boa tarde Sr. Hawkins, estão apenas tomando vinho por enquanto. Por aqui. – Ele disse, nos indicando a sala de estar. – E boa tarde senhorita.

- Boa tarde. – Respondemos juntos.

Quando fomos chegamos próximos a sala, ela pegou em minha mão e disse:

- Se importa? Evitaremos perguntas.

- De jeito algum. - Respondi.

Na verdade eu gostava de ter os seus dedos entrelaçados nos meus. Ela estava com a mão gelada, evidentemente assustada com tudo aquilo.

Quando chegamos, senti os olhares caírem sobre as nossas mãos.

- Boa tarde. – Dissemos juntos.

- Boa tarde, filho. Boa tarde, senhorita. – Meu pai disse, e foi até nós. Olhou nela por um instante e disse:

- Muito prazer, Charles Hawkins.

- Prazer, Alisson Davis.

Então era esse o seu nome verdadeiro, depois de dizer, ela apertou mais seus dedos nos meus.

Meu pai nos convidou para tomarmos algo em seguida. Eu preferi beber um fraco vinho, e ela me acompanhou.

- Eu devia te proibir, mas não vou fazer isso. – Comentei, enquanto os outros convidados conversam. Estávamos próximos ao meu pai, que parecia olharmos a cada 10 segundos.

- Seu pai parece ser legal. – Comentou, depois de um tempo.

- Sim, ele é. Quando quer ser agradável claro. Mas, eu já não me importo mais.

- Meus pais morreram quando eu tinha 10 anos. Desde então comecei a sair por ai. Eu pedia esmola, mas depois de algum tempo eu entrei nessa minha vida atual.

Então era isso. As circunstâncias da vida a trouxe para a prostituição.

- E você não tem vontade de sair dela?

- Tenho, mas onde vou trabalhar? Sou menor de idade, nem o colégio eu terminei ainda.  

- Para tudo se dá um jeito. Basta querer.

Trocamos um longo olhar, fomos interrompidos pela voz do meu pai:

- Então, vamos almoçar?

Assentimos, e seguimos com os outros convidados. Meu pai me indicou para sentarmos ao seu lado, para evitarmos claro, as constantes perguntas.

Não havia nada muito exagerado, o almoço se passou calmo, com conversas leves. Talvez fosse apenas uma confraternização entre funcionários.

Era praticamente 15 horas quando as pessoas começaram a irem embora.

Alisson estava mais confortável, estava ao meu lado o tempo todo, enquanto eu conversava com alguns sócios.

- Vou ao banheiro. – Ela murmurou para eu somente ouvir.

Assenti e fui até o meu pai que pegava outro uísque.

- Então você está namorando? – Perguntou.

Não era exatamente a resposta verdadeira. Mas, para evitar perguntas, como ela mesma disse, resolvi mentir.

- Sim, começamos ontem. Eu a conheci antes de resolver trabalhar, talvez ela seja outro motivo.

- Fico feliz, ela parece ser melhor para você que a antiga. Mais calma talvez, segura de si. – Comentou.

- Totalmente. 

Mas, era essa a visão que eu tive a primeira vez dela. Só depois descobri tudo.

Ela voltou rapidamente, e a recebi com um beijo em sua testa. Era algo que eu acostumava fazer.

Sua resposta foi um sorriso tímido. Resolvi irmos embora, talvez fossemos a algum lugar e talvez ela precisasse fazer algo.

- Pai, precisamos ir embora. O almoço foi ótimo, obrigado por convidar.

- Obrigada pelo almoço Sr. Hawkins. – Murmurou

- Não foi nada, quem sabe não possamos marcar um jantar qualquer dia desses? Apareçam mais vezes, serão bem vindos.

- Voltaremos sim. – Ela respondeu.

Em seguida, saímos. Não havia mais ninguém, caminhamos de mãos dadas até o carro, e antes dela abrir a sua porta eu precipitei a abri-la.

Fechei a porta em seguida, e dei partida no carro.

- Ele perguntou se era a minha namorada, eu disse que sim. Você se importa?

- Evita perguntas. Tudo bem.

- Quer ir para a sua casa? Talvez você tenha algo para fazer.

- Não, só ir para a boate. Mas, irei as 20 horas. Você irá aparecer? – Perguntou.

- Se você quiser, vou sim.

- Seria bom, mas provavelmente não te darei a atenção devida.

- E se eu te pagasse? Para não ficar com ninguém, apenas comigo?

- O dono não gostaria, já que 50% vão para o bolso dele.

- Grande cretino. Alisson, você trabalharia para mim? – Perguntei sem notar o que eu estava perguntando.

- Depende do quanto eu ganharia. E o que seria? – Indagou.

- Como ainda não terminou o colégio, você poderia limpar a minha casa e preparar o meu almoço. Pago 5000 dólares.

- Quanto você recebe? – Perguntou assustada.

- 18.000, fora a comissão de venda. Meu pai é o dono das empresas Hawkins. – Respondi.

- Tudo bem, aceito.

Decidi então voltarmos para o nosso apartamento. As coisas entre nós dois estavam acontecendo rapidamente. Eu sentia que daria certo. Que ela mudaria a minha vida, e provavelmente eu a sua. 

Paramos na frente do meu apartamento, e subimos. Enquanto estávamos no elevador ela me perguntou:

- Você não tem medo de mim? Nojo ou vergonha?

- De maneira alguma, eu já passei por momentos ruins. Quando eu não quis a ajuda de ninguém. Meu pai sempre me procurava, mas era complicado. Meu irmão morreu e muitas outras coisas se foram com ele. Demorei a voltar a realidade. E parece que a encontrei.

Eu queria beijá-la. Mas, ela talvez se assustasse. Eu disse que seriamos amigos, só não sabia se conseguiria cumprir.

- Um filme talvez? – Indaguei.

- Seria uma boa. Só terror que não. Acho nojento.

- Vou tentar acreditar que não está com medo. Tudo bem, e um romance antigo?

Ela assentiu. Mostrei-a alguns títulos e fui para a cozinha preparar a pipoca. Ela apareceu em seguida e mostrou um titulo qualquer.

                                                        ~~~~~~~~~~~~

Por volta das 19 horas levei-a até o seu apartamento. Não havia energia, ela utilizara algumas velas. Não demorou muito para ela voltar com o seu ‘uniforme’.

- Vamos? – Perguntei, olhando brevemente.

Ela estava bastante sexy, mas eu não conseguia sentir excitação por ela naquelas roupas.

- Sim, tomara que não tenha velhos babões ou garotos imbecis.

Ri e seguimos em seguida.

Chegamos à boate e eu fui para um lugar distante dos focos. Eu vestia uma calça jeans e uma camisa social qualquer. Não pedi nenhuma bebida inicio, queria ficar sóbrio o suficiente. Fiquei apenas observando o local, havia menos pessoas que o dia anterior. Então o garçom veio até a mim e perguntou:

- E a Mallory em? Gostou dela? Ela parece ter gostado de você.

- Ah, sim. Ela é uma pessoa legal. – Respondi normalmente.

- Bastante gostosa não é? É a que ganha mais por aqui.

Assenti sem graça.

E o tempo foi se passando, chegando mais algumas pessoas. Pelo que percebi, ela ainda não havia saído com ninguém.

- Cara, você conhece o dono? – Perguntei ao garçom.

- É aquele gordo ali. – Indicou um velho gordo, com algumas mulheres em cima dele. - Ele é estressadinho, então vai com calma.

Resolvi ir conversar com ele. Não custaria nada.

- Boa noite, sou Tyler Hawkins. – Murmurei dando a mão para um aperto.

- Boa noite, o que deseja?

- Tem como liberar a Mallory? – Perguntei.

- São 2000 dólares. – Respondeu. – Pagos a mim.

Filho da puta. Não daria um único centavo se quer a ela. Mas, não faria mal.

- Eu pago. – Em seguida saquei minha carteira e dei as notas a ele.

Dei uma olhada pelo local e ela estava com os olhos em mim. Sorri, e ela sorriu de volta. Havia alguns homens em seu recalque. Indiquei a saída e ela assentiu.

Então segui diretamente para meu carro. Olhei para trás e logo ela estava vindo em minha direção.

- Já está indo? – Perguntou.

- Sim, vamos? Não precisa continuar. Conversei com o seu chefe.

- O que você disse a ele? – Indagou. – Ele nunca deixa nenhuma sair com um ‘desconhecido’.

- Disse que sua irmã estava em um hospital e que precisava de você. – Menti, ela não precisava saber de nada.

- Vou pegar as minhas coisas. Não demoro.

Então algo aconteceu, ela se aproximou de mim e beijou levemente meus lábios.

Queria puxá-la de volta. Mas, ela já estava de volta para a boate.


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Notas finais do capítulo

Enfim, acho que ficou extenso, mas é que eu não consigo ser superficial. Comentem. ;x



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