Um Amor De Infância escrita por Anah


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, deeeesculpa a demora, eu ja tava demorando pra postar,ai eu fui viajar e quando eu voltei, não queria pegar o site aq, e por causa da minha demora vou postar uns 2 capitulos, ok ? çç



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Nada no mundo o atordoara tanto quanto o que estava escrito naquele pergaminho.

— Filha de… Grant — sussurrou Inu Yasha, atônito.

— Sim, mas só fiquei sabendo disso hoje. — Kagome pegou a manta do chão e a enrolou ao redor de si.

Ao ver a aflição dela, Inu Yasha soube que tudo aquilo era a mais pura verdade. Arrumou os documentos e colocou-os em cima da mesa.

— Então Reynold e você são… Vocês são…

— Sim, somos primos. Por casamento, não pelo sangue.

Uma centena de conjecturas estranhas passava pela mente de Inu Yasha. O que menos podia ignorar era uma pergunta: "O que fazer agora?".

— Venha. — Kagome lhe ofereceu a mão, tensa, como se não soubesse se Inu Yasha iria pegá-la. — Sente-se na cama para que eu lhe conte tudo o que sei.

E foi o que Kagome fez. Inu Yasha escutou, sem abrir a boca, e acreditou em cada detalhe.

— E agora?

— Talvez eu possa me aproveitar de minha posição para ajudar meu clã. Reynold já causou muito mal aos Grant. Você me entende?

— Sim.

Mas ele não entendia. O que Kagome pretendia fazer?

— Kagome, para ser franco, não posso garantir que compreendi quais suas intenções.

O cérebro de Inu Yasha trabalhava rápido. Tomou as mãos de Kagome entre as suas e segurou-as com firmeza. Só então percebeu como tremiam.

Cristo, como fora tonto! Kagome não queria deixá-lo! Ela precisava dele. E agora mais do que nunca. Não podia falhar. De repente, tudo ficou bastante claro.

— Sim, eu compreendo querida. E o que tiver de ser feito, nós faremos. Juntos.

— Está falando sério, Inu Yasha?

— Acredite no que digo meu amor. Como poderia brincar com um assunto tão importante?

Ela o abraçou e puxou-o para o leito. Enquanto Kagome o beijava com fervor, Inu Yasha se lembrou de outra promessa que também pretendia cumprir. Entretanto, naquela noite, deixaria tudo isso de lado. Tirando a manta escocesa, Inu Yasha Taisho perdeu-se por completo no amor de Kagome.

Horas antes do amanhecer, Inu Yasha se vestiu e sentou-se na beirada da cama para calçar as botas. Kagome se mexeu sob as cobertas. Com ternura, ele afagou-lhe a pele delicada do rosto. A segunda vez que se amaram fora suave, cheia de emoção. Era como se, sem precisar se expressar em palavras, ambos compreendessem a fragilidade daquela nova ligação.

O amor inundava-lhe o ser, apertando-lhe a garganta e fazendo seus olhos arderem. Encantado, Inu Yasha observou Kagome acordar depois do merecido descanso.

Ela o fitou, e Inu Yasha se inclinou para beijá-la.

— Preciso ir, meu amor.

— Aonde?

— Para o Castelo Findhorn, encontrar meu povo.

— Não, não precisa Inu Yasha!

— Ah, meu amor, não sabe como eu preferia ficar aqui, debaixo das cobertas com você… — Inu Yasha se levantou e começou a apanhar suas armas.

— Então irei junto.

— De jeito nenhum. É muito perigoso, e não quero arriscar a sua vida. Ficará aqui, Kagome. A salvo. Miroku e Drake ficarão também, para protegê-la. E, assim que o dia nascer, os dois a acompanharão de volta a Braedün Lodge. Permaneça lá até que eu volte para buscá-la.

— Mas o que var acontecer? A aliança… Será que todos os Chattan o apoiarão?

Inu Yasha a abraçou para confortá-la.

— Não posso garantir que eles me ajudarão. Sei que todos irão para o Castelo Findhorn, porém, não posso adivinhar o que acontecerá quem me dará apoio.

— Mas o exército de Reynold acabará com vocês! São quase mil homens!

— Pode ser, mas tenho de ir mesmo assim. Não se preocupe meu amor. No final, tudo dará certo.

Kagome engoliu um soluço, apertando-o mais e mais contra o peito largo. Inu Yasha afagou-lhe os cabelos, murmurando palavras carinhosas.

Foi quando Kagome se lembrou.

— A adaga! — exclamou, com os olhos arregalados. — A adaga de pedras preciosas! Você não me disse como, mas ela o ajudará a conseguir o apoio dos outros clãs, não é?

Com toda a correria dos últimos dias, o único pensamento que ocupara a mente de Inu Yasha fora salvá-la das garras de Reynold, a ponto de se esquecer por completo da arma.

— Sim, ajudaria bastante. Mas ainda assim terei de ir. Não posso esperar. — Inu Yasha deu-lhe mais um beijo e se virou para partir.

Kagome o impediu à soleira do chalé.

— Inu Yasha, o que você vai fazer?

De costas, ele escutou a voz de Kagome, quase um sussurro, o que lhe causou arrepios ao longo de toda a espinha.

Não, não poderia olhar para ela naquele momento, pois corria o risco de não querer sair mais dali.

— Sabe muito bem o que eu preciso fazer Kagome. Vou em busca de minhas terras, de meu castelo e vingar a morte de meu pai. Ou melhor, pelo menos tentarei. Esse sempre foi meu objetivo de vida, pelo qual lutei durante todos esses anos. Até agora.

Inu Yasha abriu a porta e se foi, entregando-se ao ar frio da madrugada. Sabia que Kagome vinha atrás, mas não se permitiu encará-la.

Seus homens já estavam prontos, bem como seu cavalo.

Decidida, Kagome posicionou-se entre Inu Yasha e o animal.

— Por causa das ações de um homem você entrará em guerra contra todo um clã? O meu clã?

A lua se escondera, e Inu Yasha quase não conseguia enxergar-lhe as feições, porém, a voz trêmula delatava a raiva e o medo de Kagome.

— Não posso fazer nada.

— Não?! Você não tem de guerrear, Inu Yasha. Por que acabar com a existência de pessoas inocentes? Por sua honra?

— Não! Pela honra de um povo, de meu clã! Pelas pessoas que tiveram sorte suficiente de escapar da carnificina provocada por Reynold Grant naquela noite fatídica.

— Você era um garoto de doze anos. O que poderia ter feito para impedir a matança?

Ele a enlaçou, tentando enxergar suas feições em meio à escuridão.

— Talvez nada, mas agora posso muito. E é o que vou fazer.

— Então você não será melhor do que Reynold.

— Paciência. — Inu Yasha a afastou, montou seu garanhão e segurou as rédeas. — Vingarei a morte de meu pai e de meus homens. Não descansarei enquanto não resolver esse assunto, Kagome.

Inclinando-se sobre o cavalo, ele afagou-lhe a face.

— Minha querida, eu não queria lutar com homens inocentes. Sei bem os danos que uma batalha pode causar. Mas você precisa entender que não serei um bom líder para meu clã enquanto o sangue de Grant não correr pelo fio de minha espada.

Ele sentiu a mão dela em seu joelho, segurando-o com força.

— Prometa-me, Inu Yasha, que não vai começar uma guerra.

— Não posso minha querida. A guerra já começou. Onze anos atrás, quando Reynold matou meu pai e, sem poder fazer nada, eu testemunhei tudo.

Kagome se sentia traída, Inu Yasha notou. E teve a impressão de que seu coração se partiria em dois. Por isso, antes que pudesse amolecer, virou a montaria e partiu em disparada pela floresta, em direção ao Castelo Findhorn.

— Fique com Deus — foram suas últimas palavras.

Kagome fechou a porta do chalé e tornou a se deitar. Então seria assim. Tudo chegara ao fim, e o que acontecera entre ambos durante as últimas semanas, suspeitas, dúvidas, redescobertas, paixão e amor, não tinham significado nada.

Que atitude tomar? Voltar para Braedün Lodge e esperar pelo retorno de Inu Yasha? De mãos atadas? Isto é, se ele voltasse. E que tipo de regresso seria? A espada do homem de sua vida cheia do sangue dos membros de seu clã? Não, não queria que Inu Yasha agisse dessa maneira. E rezaria ao máximo para que tamanha catástrofe não acontecesse. E depois? Ele a pediria em casamento, após ter matado tanta gente?

Bem, talvez a situação fosse inversa, e Reynold surgisse com o sangue de Inu Yasha em sua espada. Seu primo acabaria com a vida de todos que estivessem em seu caminho sem a menor piedade até ir ao encontro dela.

Haveria outra solução?

Kagome ergueu a cortina de pele de veado e olhou para a escuridão. Tudo ficara quieto de novo, e os únicos sons que se escutavam eram a agitação dos cavalos e a respiração pesada dos guerreiros que haviam ficado para trás para acompanhá-la até Braedün Lodge. Miroku e Drake dormiam enrolados em suas mantas ao lado da fogueira.

Ela soltou a cortina e respirou fundo.

O pergaminho que a reconhecia como filha de John Grant permanecia em cima da mesa, no lugar onde Inu Yasha o deixara. Kagome guardou-o em seu bolso e foi até a porta.

Com a mão no trinco, ponderou sobre o que estava prestes a fazer. E de que outra forma poderia agir? Decidida, saiu.

Movimentando-se com cautela, aproximou-se dos cavalos presos poucos metros adiante de onde os guerreiros dormiam. Destino era o mais próximo, longe dos demais, devido a seu comportamento irritadiço.

Com sutileza, Kagome desamarrou o garanhão da árvore. Montou-o e direcionou-o para a floresta. Por sorte, a terra estava úmida, o que lhes permitiu seguir sem fazer ruído. Quando teve certeza de que estavam longe do chalé, incitou o cavalo a trotar.

Destino não se mostrava incomodado com a escuridão, e Kagome afagou-lhe a crina, contente por possuir um animal tão inteligente.

Ela sabia aonde ia e o que tinha de fazer.

Seguia para o Castelo Glenmore. Era a melhor amazona das montanhas, e Destino, o melhor cavalo. Se qualquer um conseguia, ela também conseguiria. Os dois saíram a galope pela escuridão que começava a desaparecer.

Horas depois, quase sem fôlego, Kagome perto de um riacho. A suave luz matinal inundava a mata como uma nuvem fria. Os pássaros começavam a cantarolar.

Enquanto Destino bebia, sôfrego, ela estudava a linha das águas, que seguiam até a base de uma colina. As árvores ficavam mais espessas perto do alto, onde algumas pedras coroavam uma cachoeira.

O lugar era ali.

Deixando Destino seguir com passos lentos, Kagome subiu pela colina por onde a cachoeira descia. Uma vez no alto, Kagome foi pela esquerda e continuou acompanhando a linha do riacho.

Fazia anos que estivera ali pela última vez, e o caminho que um dia marcara a entrada da clareira desaparecera enterrado sob as folhas de outono.

Assim que desmontou, Kagome soltou os cabelos e respirou fundo, contente por ter retornado àquele local, que um dia lhe fora tão especial.

Tudo continuava idêntico. As mesmas árvores, as mesmas pedras. Menores, todavia. De repente, experimentou um arrepio e esfregou os braços sob o vestido de lã.

Onze anos…

Tinha a impressão de ter brincado ali com Inu Yasha na véspera. Sem conter a emoção, Kagome sorriu, e todo o frio foi substituído por um calor que irradiava de dentro de sua alma.

Tirou sua adaga da bainha e enfiou-a na terra macia. Será que a arma ainda estaria ali, no lugar em que a enterrara? Onze anos de neve e gelo, e das turbulentas águas da primavera…

Assim que conseguiu abrir um buraco, pôs a adaga de lado e começou a cavar com a mão. Em instantes, seus dedos encontraram algo. Sim, era a caixa!

— Ainda está aqui!

Quando tirou a caixa da terra, a madeira se desmanchou em suas mãos, podre. Kagome limpou a sujeira e enxergou o que restara da manta de Inu Yasha, que usara para proteger a adaga.

Ali estava! O terrível tesouro escondido durante tanto tempo. A única arma que talvez pudesse mudar a situação.

A lâmina era longa e brilhante, e ainda continha evidências do sangue derramado no Castelo Findhorn.

Mas de quem era aquele sangue? A quem pertencia a arma?

Estudando-a, Kagome ficou encantada com a riqueza das pedras incrustadas no cabo dourado e prateado. O primeiro raio de sol penetrou na floresta, radiante, por entre a folhagem, e as pedras preciosas explodiram em uma dança radiante de cores e luz.

— Meu Deus!

Ela levantou a adaga, admirando o complexo desenho de rubis, esmeraldas e safira.

Kagome estava tão encantada que nem se deu conta da inquietação de Destino e do som de patas batendo com força. Só quando o garanhão relinchou ela saiu do estado de torpor.

Assustada, ergueu-se, segurando a adaga com firmeza.

Seu coração quase parou de bater.

Um guerreiro vestido para a guerra com as cores de seu próprio clã surgiu a sua frente como uma verdadeira assombração. Sem saber o que fazer, ela se virou de um lado para o outro, e seu pânico foi aumentando.

Kagome estava rodeada por guerreiros Grant.


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Notas finais do capítulo

Vou postar o próximo çç



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