Meus olhos ficaram vermelhos, e eu estava me segurando para não chorar. Não sei por que estava guardando aquelas lágrimas, já que estava sozinha, mas acho que não queria admitir para mim mesma que o sentimento era tão forte. Dentro da caixinha havia um colar, lindo e delicado. Mas o que mais me impressionou, de verdade, foi ver que havia uma carta no fundo da caixinha. Puxei o papel e começei a ler, já ficando mais emocionada ainda:

" Oi, Mari. Eu sei que parece estranho eu te dar um presente, afinal, a gente quase nunca conversa, mas... Olha, eu queria que você soubesse o quanto é importante pra mim. Faz tempo, já, que eu admiro cada passo seu, cada gesto, cada sorriso. Eu sei que pode parecer meio bobo, talvez você nem fale mais comigo depois disso, mas... Eu te amo, e não quero mais guardar isso! Por tanto tempo eu quis tomar uma atitude e ter você comigo... Mas eu não nunca tinha coragem, então tinha que ver você nos braços de outra pessoa. Você pode não fazer nada quanto a isso, eu não vou ficar chateado. Quer dizer, até vou um pouco, né. Mas prometo que não vou ficar no seu pé. Quero que você seja a minha namorada. Mas se isso for demais para você, quero ser seu amigo, pelo menos. Porque eu não aguento mais ficar longe de você, desde que nós conversamos um pouco na festa da Karina, uns 3 anos atrás. Quero que você converse comigo quando chegar na escola, quero que você venha aqui em casa, pra ficar conversando, dando risada... E sobre o colar, eu sei que pode parecer um pouco clichê, mas não é pra mim. Eu demorei muito tempo escolhendo isso, porque simboliza que eu vou te amar pra sempre. E além disso, sei que o seu número da sorte é 8. Eu quero você perto de mim, e você não sai da minha cabeça nem um segundo."

Acabei de ler a carta chorando. Chorando como um bebê, abraçada com o travesseiro. Ele gostava de mim! Ele me amava, ele queria que eu namorasse com ele. Não conseguia acreditar naquilo. Só de pensar que a gente se gosta a tanto tempo e nunca havíamos ficado juntos só por falta de coragem... Eu estava extremamente feliz, não conseguia me aguentar. Ele me amava! Eu tinha que fazer alguma coisa sobre isso. Lavei o rosto, e voltei para a minha cama, pensando quando eu poderia falar com ele sobre aquilo. Cheguei à conclusão que na festa seria uma boa ideia, mas eu não sabia como evitaria ele amanhã e sexta. Fiquei pensando e viajando em meus pensamentos por tanto tempo que quando notei já eram 19:23, e minha mãe estava me chamando para o jantar. Detalhe: não havia nem visto ela chegar! Eu jantei, voltei para o quarto e fiquei lendo um livro, até que peguei no sono e sonhei com o meu príncipe.