Must Be The One escrita por Minor thing


Capítulo 63
Did what you did




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John's POV

– Mandy, abra logo essa porta, deixa eu falar contigo... - minha cabeça estava encostada na porta e mesmo assim não ouvia nada. Acho que ela subiu.

Será que ela brigou com a Sophie? Com o David? Ela brigou com alguém, isso eu tenho certeza, conheço muito bem a Mandy pra saber disso. Eu não tinha celular e não queria andar 2 quarteirões para achar um telefone público para perguntar sobre a remota possibilidade da Mandy ter tido uma briga muito feia com a Sophie. Mas se ela estivesse brigada com a Sophie, ela teria aceitado a minha ajuda, e não batido a porta na minha cara. Puta que pariu. Eu briguei com a Mandy. É isso. Quer dizer, só pode ser isso.

– Mandy, abre logo essa porta! Por favor vai... - dessa vez já batia na porta nervosamente.

Que caralhos aconteceu noite passada? Se eu fosse inteligente o suficiente, construiria algo como uma minicâmera que depois seria implantado em nós, e assim saberíamos exatamente o que aconteceu em casos de ressaca ou até mesmo sequestros. Ficaria rico.

– Se você não abrir a porta, eu vou entrar pela janela! - gritei.

Imediatamente, a janela da frente do segundo andar se fecha rapidamente. Ela estava no antigo quarto da Sophie. Era fácil chegar lá além do jeito normal que seria entrar pela porta. Era só escalar uma escada que eles guardavam ali no jardim para cortar as árvores maiores. Peguei a escada e comecei a subir. O quarto estava aparentemente vazio mas depois de olhar bem, conseguir ver um pouco da sua cabeça escondida atrás da cama.


Mandy's POV

Eu não acredito que eu ainda estou chorando por aquele babaca. Sério, eu não mereço isso. Nunca o traí. Ok. A gente estava em uma situação complicada e indefinida, mas depois que você se declara para alguém, o adequado seria não pegar qualquer puta da esquina e ir embora.

– Mandy, você tá bem? - disse John numa voz calma.

– QUE QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? - me levantei no susto - COMO VOCÊ ENTROU AQUI???? VOCÊ QUEBROU MINHA JANELA??

– Não quebrei nada, ela só não estava travada, só fiz abrir a janela.

Droga. Esqueci de travar a porcaria da janela.

– Eu não te dei permissão pra você entrar na minha casa. Você não sabe que quando uma pessoa fecha a porta na sua cara ela quer dizer, e isso eu digo com todo o meu coração, QUE ELA NÃO QUER FALAR CONTIGO? VOCÊ NÃO SABIA?

John ficou calado e olhava com os olhos mais confusos pra mim. E estava muito cheiroso. Com o meu perfume favorito. Mas não é só pelo olhar e pelo cheiro que se conquista uma garota.

– VOCÊ INVADIU A MINHA CASA PORRA. Vou chamar a polícia, é isso que eu vou fazer, vou chamar a polícia - disse indo em direção ao telefone.

– Não, não, não, não. Você não vai chamar a polícia - disse o John me olhando com uma cara que dizia "nao ouse fazer isso". O que só me dava mais vontade de fazer.

– Haha. Agora você quer mandar em mim - disse correndo para o andar de baixo, onde o telefone estava.

Ele correu mais rápido que eu e agarrou minha mão antes que eu pudesse tocar no telefone.

– Não, você não vai chamar a polícia. Você vai sentar na porra daquela cadeira e me contar porque você está chateada - disse ele com a cara cheia de raiva.

Não sei por que ele está com raiva. Se alguém tem que estar com raiva aqui é eu e somente eu. Sentei na cadeira mas só para ter que largar o meu braço da mão dele, ele já estava me machucando. Estava em negação, não queria falar com ninguém, já tinha recusado várias chamadas, até do Chad, mas resolvi conversar logo com o John para acabar com essa história uma vez por todas. Amarrei meu cabelo num coque e respirei fundo.

– Vamos conversar isso como adultos - disse.

– Vamos. Até que enfim. - falou John e sentou numa cadeira bem na minha frente.

Respirei fundo novamente. Não sei se aguentava aquilo.

– Acho que você tem direito de explicar o que aconteceu ontem à noite e eu tenho direito de saber o que aconteceu - disse calmamente.

– Isso tudo é por causa do sumiço de ontem à noite? Sério? Eu só fiquei bêbado demais e o Flea me levou pra minha casa. Só.

– Sério? - disse levantando uma sobrancelha - Sério?

– Claro que sim. Ah, se eu soubesse que isso tudo era só neura sua eu não tinha me preocupado tanto assim - falou John já chegando perto de mim para o que seria um beijo de reconciliação.

– Sai daqui seu nojento - disse me levantando da cadeira e me afastando dele - Não toco um dedo em você depois daquela vadia.

John fez uma cara de sonso e desentendido.

– E ah, eu quero o meu sapato de volta - disse.

– Vadia? Que vadia? E por que eu estaria com um sapato seu se você nunca nem dormiu na minha casa? - perguntou John.

– Não se faça de desentendido. Aquele era o meu melhor sapato. Eu quero de volta.

– Ok Mandy, essa conversa está começando a não ter sentido nenhum. Dá pra você ser mais clara?

– Ah, você quer que eu seja mais clara? Está bem, eu vou ser mais clara.

– Eu estava bêbado, Mandy, eu realmente não lembro nada do que aconteceu depois de eu ter me declarado para você.

– Ah é, ainda tem isso... - disse já começando a lagrimar.

John se aproximou mas logo me afastei.

– Dê um passo para trás, seu seu.... - não consegui achar um adjetivo correspondente mas ele deu um passo para trás - Ah Meu Deus, por onde eu começo. Como eu tenho que ser mais clara, vou contar tin tin por tin tin. Desde quando você se declarou para mim.

Ele fez algo com a cabeça como se estivesse me mandando prosseguir.

– Depois de você ter aberto a boca para o bar inteiro e ter mentido para todas àquelas pessoas, eu fui conversar com o Anthony, Flea, Chad e David. Nesse meio tempo, você simplesmente sumiu do bar e nenhuma alma viva conseguia achar você, até porque estava todo mundo ali meio ou muito bêbado. Não alarmei ninguém porque não queria arranjar escândalo. Eu estava com dor de cabeça e os meus sapatos estavam me matando. Na verdade, o problema não era o sapato mas sim o meu pé mesmo, que estava doendo desde de manhã porque eu tinha exagerado na corrida. Então eu resolvi ir para casa e na hora que eu acho um táxi, vejo você num beco do lado do bar. Eu, muito inocente e ingênua, penso que você só estava de bobeira no beco. Chamei você para entrar no táxi comigo e quando você vira, vejo você beijando, e devo dizer quase transando porque vocês estavam semi-nus, com uma vadia puta escrota mais magra que esse palito de dente. Foi nessa hora que eu pego a merda do sapato, e, reafirmando, eu quero ele de volta, e jogo na sua cara. Depois, eu não sei o que aconteceu com você mas só sei que entrei no táxi e vim direto pra cá.

John estava com uma cara que eu nunca vi antes. Drama. Odeio isso.

– Agora trate de ir embora, e quanto ao sapato..Hm, entregue-o ao David. Não quero nunca mais ver você.

– Mas, Mandy, você tem que me desculpar, eu estava bêbado, eu não sabia que estava beijando aquela mulher, para falar a verdade, quando eu acordei na cama dela, eu pensava que ela era você.

– Arg, então você realmente transou com ela? Credo, sai daqui. Vai embora.

– Mandy, por favor, você tem que me dar uma chance de se explicar. É minha vez de falar, me ouça agora.

Já estávamos na porta, ele estava do lado de fora e eu no lado de dentro. A última coisa que eu precisava agora era vizinhos comentando sobre o meu relacionamento então deixei ele falar.

– Olha Mandy, eu juro que eu não tinha noção do que estava fazendo naquela hora. Daquela noite, eu só lembro até a parte em que me declarei para você. Você acha mesmo que se eu estivesse em sã consciência eu faria isso com você? Depois de tudo que nós passamos? Pensa bem, eu me escondia para poder ter uns 2 minutos ao seus braços. Por que depois de eu finalmente estar livre e poder me agarrar contigo em todo lugar eu me agarraria com uma puta qualquer?

Passei a mão no meu rosto e comecei a chorar. John beijou minha testa e me abraçou.

– Me desculpa. Não chora, eu não queria fazer aquilo, eu bebi demais....

Uma parte de mim queria que eu simplesmente esquecesse tudo aquilo e voltasse com o John, mas uma outra parte de mim gritava raivosamente, ardia de ódio. Eu não suporto traição.

– John, por favor, sai. - disse o afastando de mim.

Ele me olhou com sua cara mais fofa e deu pra perceber o que ele realmente estava sentindo. Igual quando eu conversava com ele na clínica de reabilitação, eu sentia o que ele estava sentindo. Mas agora era uma situação totalmente diferente. E insuportável.

– Eu não dormi direito, tô com fome e me sentindo um lixo. Acho melhor a gente dá um tempo, para poder as coisas na minha cabeça clarearem.

Acho que John estava quase chorando. E dessa vez fui eu que dei um abraço nele. Sou muito fraca quando se trata do John.

– Por favor Mandy, não faz isso. Eu sei que você não quer terminar...

Eu realmente não queria. Mas não dava para continuar a relação depois de tudo isso. Partia meu coração vê-lo daquela forma, então a única coisa que eu consegui dizer foi "tchau". E fechei a porta. Foi como se eu estivesse fechando a porta do meu relacionamento com o John. Veio um mega peso nas minhas costas. Precisava desabafar. Fui até o meu quarto e peguei meu baixo. Sabia que o meu baixo me entenderia nesse momento.

Acho que fiquei tocando uns acordes tristes por 1 hora até que uma corda do baixo quebra. Ótimo. A vontade que deu era de chutar tudo que tinha ali em casa e xingar todo mundo mas eu simplesmente fui tomar banho e me arrumar para ir à loja de guitarras&baixos. Claro que algumas lágrimas não escaparam disso.

Depois de um banho bem demorado e de uma refeição merreca (perdi a fome depois de tudo), fui até a loja. Fazia um tempão que não ia lá mas conhecia a maioria dos funcionários então comprar uma corda pro baixo não demoraria tanto.

Quando abri a porta da loja, vi uma aparência conhecida na parte das guitarras.

– Não, não pode ser...


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