Must Be The One escrita por Minor thing


Capítulo 57
The story of a woman on the morning of a war


Notas iniciais do capítulo

Tá aí o cap atrasado de quarta! Desculpa pelo atraso!



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Mandy's POV

Hoje eu estava sentindo que iria ser um dia produtivo. Sabe aquela sensação de que você durmiu bem e que o sol está brilhando para você e dá vontade de fazer tudo certinho? Exatamente isso que estava acontecendo. Fui fazer o café da manhã e deu até tempo de dar uma dançada no chuveiro enquanto tomava banho. Eu praticamente vivia sozinha ali, Sophie quase não dormia mais lá em casa, só na casa do David. Ainda não sei por que ele ainda não se casaram.

Hoje seria um daqueles dias bem agitados e divertidos: iria passar o dia inteiro trabalhando e lá pela tardinha iria sair do trabalho, passar na casa do Josh e talvez ir domir lá, dependendo dos compromissos da mãe dele. Tinha 99% de chances de eu dormir lá, o que era maravilhoso. E indo trabalhar, já era óbvio que iria rolar aquele clima com o John. Ok. Eu sei que é errado ter um namorado e ficar pensando em outro, mas me sinto feliz fazendo isso. Eu gosto dos dois, e agora? Mas eu estava tratando de resolver isso. Teria que me controlar com o John, pelo menos tentar. Se bem que esses dias, como estávamos no caminho final para a gravação do cd, tudo estava muito corrido então mal dava tempo para respirarmos, quando mais dar uns amassos. Mas hoje eu teria um conversa esclarecedora com ele, está decidido.

E no final do dia, iria para a casa do meu namorado, o meu melhor amigo. Me sinto abençoada por ter o Josh na minha vida. O que seria da minha vida se a mãe do Josh tivesse resolvido comer em outro restaurante, e não no Félix's? Estaria toda depressiva e chata agora, com certeza.

Tratei de terminar de me arrumar e ir pro estúdio. Cheguei lá meia hora antes, aproveitei e fui logo arrumar as coisas. Flea já tinha chegado também. Aparentemente ele teve uma noite junto com uma mulher, isolada dos peppers e estava muito feliz. Pelo menos, eu não seria a única abobadamente feliz naquele recinto.

Flea tem um jeito muito interessante de trabalhar. Ele toma alguns chás e parece que sua energia não acaba. Eu tentei tomar um pouco do chá mas não me deu toda essa energia que ele tem. Incrível.

John entrou na sala junto com o resto da banda. Ele estava com uma cara meio estranha, mais focado nele mesmo. Esses dias em que ele está assim eu chamo de "Dias do autismo".

– Hey John, preciso falar contigo - falei chegando mais perto dele para ninguém ouvir.

– Tá, mas agora não - disse John brutalmente.

Ele passou por mim como se quase não tivesse me visto e foi embora para um sofá onde ficou tocando alguns acordes. Olhei meio incrédula para ele mas ele me ignorou. Legal foi que o resto da banda percebeu. Fiquei meio envergonhada e voltei para a minha mesa onde tentava arrumar uns papeis, mas agora estava desconcentrada. Anthony chegou comigo e disse que não era para eu me estressar e brigar com ele por causa disso. Aparentemente, John estava criando um novo álbum solo, e ele fica meio isolado quando está fazendo isso. E ele acordou com o pé esquerdo hoje porque o caderno de rascunhos que tinha mais música sumiu e ele não conseguiu encontrar, apesar de ter procurado a noite inteira.

Bulhufas. Se ele não achou a porra do caderno dele não vem descontar em um simples aviso que dei para ele. Mimado. Chato. Escroto. Grosso. Caralho.

Continuei minha vida, o John das 8 da manhã até meio dia e meia já tinha melhorado um pouco e até rido de algumas piadas que a galera contava. Parecia que aquilo tudo foi só um mal humor matinal. Espero.

Coincidentemente, restou só eu e John para almoçar, então fomos juntos. Momento perfeito para eu esclarecer as coisas. Ou não. Ah porra, vamos logo ter essa conversa. Chega de enrolar, Mandy.

– John, posso conversar contigo?

– E não era isso que nós estávamos fazendo? - e deu um risinho.

– Olha - respirei fundo - Eu só queria te falar que eu não quero mais nada com você.

Falei tão na cara dura, que eu nem sabia o que falar depois disso. De repente, ele parou de mastigar e ficou me encarando.

– Você sabe que eu tenho namorado e... eu não acho certo fazer isso com o Josh. - falei evitando o seu olhar.

– Mas você disse que me amava... E eu sou só uma segunda opção para você, é isso? - disse John com a voz falhando.

Se ele chorasse era capaz de eu reatar o nosso lance. Engoli em seco. Chega. Aquilo tinha que parar agora.

– Vai ser até melhor para você, vai ver... - disse levantando.

O que eu mais queria era ir embora dali e fugir para outro planeta.

– É, claro que vai... - e senti aquele tom irônico - Onde você vai? Senta aí, vamos conversar isso direito.

Sentei meio relutente. Fiz merda e eu só queria ir embora.

– Você gosta mesmo do Josh? Tem certeza?

Toda vez que alguém pergunta "Tem certeza?", por mais que eu tenha a maior certeza absoluta do universo, eu fico em dúvida.

– É.. Acho que sim. Não é à toa que ele é meu namorado.

Ótimo. Só falei mais merda ainda. Falei como se eu não gostasse do John. Peguei na mão dele, fechei os olhos, respirei fundo e falei:

– Eu realmente gosto de você, John. Acho que nunca vivenciei experiências tão boas com alguém como as que vivenciei com você. Eu não estava mentindo quando disse que te amo. Mas eu não posso continuar. Eu nem sei te explicar isso, nem eu entendo o que está passando na minha cabeça. Por favor, não fica com raiva de mim.

Ele ficou calado e ficou fazendo uns biquinhos. Meu coração estava mais apertado que nunca. Bom, se ele não iria falar nada, era melhor eu pegar o pouco de dignidade que eu ainda tinha e ir trabalhar. Minha meta agora era tentar sobreviver àquele fim da tarde e rezar para o tempo passar rápido e ir logo para a casa do Josh.

– Se você quiser que seja assim, tudo bem - disse ele enquanto andava atrás de mim.

Me virei para ele e o esperei me alcançar. Essa reação foi até boa. Melhor do que eu esperava.

– Então, está tudo bem? Amigos? - dei um abraço nele de tanto alívio que estava sentindo.

Ele me abraçou forte. Senti que ele não queria me soltar. Forcei um pouco a "saída do abraço".

– Agora, vamos que temos um disco para gravar! E eu soube que você tem mais outro, é verdade? - perguntei tentando desviar do assunto.

– É, é sim. Nada ainda definido. Só algumas coisas.... - falou ele em um tom meio desanimado.

– Ah sim..

Definitivamente hoje não era um dia para conversar com o John. Se ele já estava meio isolado antes, imagina agora. Mas pelo menos pensaram que era por causa do caderno de rascunho de músicas, e não por minha causa. Acho que essa tarde foi a tarde mais demorada de todas. Eu tinha tanta coisa para fazer mas o tempo parecia que parava de vez em quando. John ficou triste e quase não falava com a galera. Ótimo. "Amigos" é o caralho. Perdi um.

Inventei que estava com alguma dor de cabeça e David deixou eu sair meia hora mais cedo. Era até justo já que tinha chegado meia hora antes. Finalmente era hora de ir para a casa do Josh. Pelo menos essa parte valeria meu dia.

Com essa quase certeza que eu tinha que iria dormir na casa dele, já tinha preparado uma bolsa com as coisas que preciso para dormir na casa dele, e ela já estava no carro. Contei? Estou usando o carro da Sophie de vez em quando, facilita muito quando vou trabalhar. Aprendi a dirigir quando o Josh estava na clínica. É até fácil.

Estacionei na frente da casa e logo percebi que a sra. Klinghoffer já tinha saído. A casa era nossa. Peguei minhas coisas do carro e toquei a campainha. Respirei fundo novamente. Só queria esquecer o péssimo dia que tive e aproveitar o tempo livre que tinha com o Josh.

– Oi Josh, tudo bem? - falei dando um selinho.

Ele não retribuiu o selinho e estava com uma cara séria.

– Precisamos conversar - disse Josh com uma voz firme.

Instantaneamente meus olhos ficaram úmidos.



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Notas finais do capítulo

Fiquei tristinha ao escrever esse cap ); O que vcs acharam?