My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 6
5-See what you did?!


Notas iniciais do capítulo

Nossa, recebi tantas reviews que fiquei animada pra postar '-'
Falando nisso, QUEM AQUI JÁ VIU O NOVO VÍDEO DE THE KIDS FROM YESTERDAY? EEEEEEEEU O/ QUEM ACHOU PERFEITO? EEEEEEEEEU O/ QUEM ESTÁ COM INVEJA DA EMILY (postadora original do vídeo)? EEEEEEEEU O/ parei. Vou deixar vocês lerem, é.



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-Viu o que você fez?! – gritei.

-Eu?! Foi você quem começou a conversar comigo no meio da prova!

-Argh, como você é irritante!

-Ah é, eu que sou o irritante, né?

Fomos discutindo até a sala da diretora, que estava com a porta aberta.

A diretora era uma mulher baixinha com cabelos curtos e marrons, com alguns fios grisalhos. Usava óculos e não era uma mulher tão severa.  No momento, ela estava assinando uns papéis que estavam espalhados pela mesa redonda.

Bati na porta e ela disse, sem nem olhar para nós:

-Podem entrar. – disse ela indicando duas cadeiras na frente dela.

Entrei na sala. Ela era bem iluminada pela janela grande no fundo, que era ladeada por cortinas cor de creme (eu não sabia se elas eram cor de creme mesmo ou estavam só sujas). Perto da janela, havia a mesa da diretora e as cadeiras. De cada lado da sala, haviam gavetas cinzas com alguma coisa em cima: Uma flor, um porta retrato, etc.

Eu já estive naquela sala incontáveis vezes.

Eu e Gerard nos sentamos nas cadeiras azuis e esperamos alguns segundos.

-Então, o que... – a diretora Miller levantou os olhos, demonstrando certo tédio – Ah, é você de novo, Sr. Iero. – dei um sorrisinho de desculpas. Ela passou seu olhar para Gerard – Qual é o seu nome, meu rapaz?

-Gerard Way. – ele respondeu timidamente.

Ela o examinou de cima para baixo.

-Você é o aluno novo, certo?

Ele assentiu.

-E por que vocês dois estão aqui.

-Ele começou a conversar comigo. – disse Gerard. A parte mais infeliz dessa história é que ele estava certo e eu não podia dizer nada para tentar contrariá-lo. Apenas bufei.

-E por que você fez isso, Sr. Iero?

-Eu só notei que ele sabia de todas as respostas... Então eu fui perguntar como ele sabia, porque a prova estava muito difícil. Eu não queria saber as respostas, nem nada.

-Mas o recreio serve para isso, Sr. Iero. E não o horário de prova. Vou ter que lhe dar uma detenção.

Me joguei para trás no encosto da cadeira. Já era a minha segunda. Na terceira eu levaria uma advertência.

Funciona assim: Se eu ganho três detenções, eu ganho uma advertência. Para ganhar três advertências, preciso de nove detenções (três detenções para cada advertência). Se eu tiver três advertências, eu ganho uma suspensão. Nove advertências para três suspensões. Se eu tiver três suspensões, bom, adeus New Jersey High School e olá “Nota no meu currículo escolar”.

Infelizmente, eu já tinha ganhado uma detenção e, contando com esta, duas. Na próxima era uma advertência.

Caso esteja curioso, aqui vai um resumo de como eu consegui minha outra detenção:

Eu estava calmamente sentado no banco junto com Bob e Ray. De repente, um garoto da minha sala, um daqueles populares, roubou o meu iPod.

Se tem uma coisa que eu não admito é que roubem meu iPod.

Corri feito louco atrás dele, até que o achei perto da escada. Eu tentei pegar o iPod da mão dele, mas o idiota foi lá e me deu um soco. Daí, nós começamos a brigar... Digamos... Fisicamente.

Enfim, o resumo da história: Ele foi lá, disse para a diretora que eu bati nele (nenhuma palavra sobre ele ter batido em mim), me disseram que eu era culpado e levei um presentinho muito lindo que eu recebi com muito (pouco) carinho: Uma detenção.

Minha mãe, como eu já disse antes, me considera um caso perdido, portanto não comentou nada sobre isso. A única coisa que ela ainda me cobra era que eu fosse para a escola, e eu até entendia, afinal, mesmo que nós fôssemos ricos, a escola continuava sendo bastante cara. Eu não sou um dos poucos alunos, como o Bob, que teve a sorte de ganhar uma bolsa. É por isso que, de nós três, Bob era o que mais cuidava das notas, mesmo que não cuidasse tanto assim. Se ele ganhasse uma nota, no boletim final, que fosse abaixo de 15, ele perderia a bolsa e ia ser obrigado a mudar de escola.

-Tudo bem, eu posso até ganhar uma detenção, mas e ele?! – exclamei.

-Como assim ele? – perguntou ela, se virando.

-Ele me respondeu. Se ele não tivesse respondido, eu não teria insistido e nós não estaríamos aqui. – apesar das minhas notas, eu era inteligente. Estão chocados?

-Bom... – a diretora titubeou – Realmente... É... Ok, você também vai ganhar uma detenção, Sr. Way.

-O que?! – exclamou ele. Sorri, vitorioso.

-Desculpe, mas... Ele tem razão. – ela sorriu como um gesto de desculpas. Ele bufou alto enquanto eu ainda sorria.

A diretora pegou duas fichas de detenção e as preencheu, deixando uma linha vazia, que era aonde os pais eram obrigados a assinar.

Infelizmente, eu não sabia falsificar assinaturas e se eu não levasse a ficha preenchida no dia seguinte, eu levaria uma suspensão logo de cara.

Escola bacana, não?

-X-

-Está feliz? Além de ter levado uma detenção, ainda perdi tempo de prova! – resmungou ele após saírmos da sala.

-Ei, está reclamando do que?! Eu também ganhei uma detenção.

Ele parou para ler o que dizia na ficha.

-Espera aí...

Gerard roubou a minha ficha da minha mão.

-Ei!

Ele parou para ler e, segundos depois, ficou com os olhos arregalados.

-O que? O que foi?

-Eu vou ter que cumprir minha detenção junto com você!

-... Oi?! Como é que é?!

-É sério! Olha o que diz aqui: Frank Iero cumprirá sua detenção arrumando os livros da biblioteca depois da aula. E no meu diz: Gerard Way cumprirá sua detenção arrumando os livros da biblioteca depois da aula.

-Só podem estar brincando comigo. Passar o dia inteiro arrumando livrinhos com você?! Sério mesmo?! – exclamei.

-Ei, o que tem arrumar livros comigo?!

-Oh, nada. – repliquei com o tom irônico – Só que você é um enorme nerd chato!

Ele me olhou, gélido.

-Você também não é a pessoa mais legal do mundo, tampinha.

Lancei-lhe um olhar sarcástico enquanto me segurava para não sair na briga com ele naquele corredor mesmo.

-Oh-oh. FUI! – ele saiu correndo do nada.

-Vai e não volta. – resmunguei. De repente, olhei o relógio. Dez minutos para acabar a prova e eu só tinha feito duas questões.

Talvez tenha sido por isso que ele saiu correndo.

Imitei-o e corri pelas escadas e corredores feito louco até chegar na sala.

-P-pronto, p-professor. – ofeguei.

-Cinco minutos. – ele sorriu cinicamente. Parecia que o prazer dele era me fuder. Impressionante.

Olhei em volta. Não havia ninguém além de mim e Gerard.

Óbvio, todos já tinham acabado a prova.

Basicamente me joguei na mesa, catei a lapiseira e escrevi basicamente qualquer coisa nas linhas. Se eu tivesse sorte, eu até acertaria as de múltipla escolha.

O novato se levantou e entregou-lhe a prova.

-Pronto. – ofegou ele.

Ele simplesmente o acompanhou com o olhar.

Logo depois foi minha vez.

-Aqui. – dei-lhe a prova.

-Te vejo na recuperação. – disse ele com mais um sorrisinho cínico. Respondi-lhe com um sorriso irônico e fechei a porta com força.

Detenção, detenção COM O GERARD, nota baixa... O que mais falta acontecer?!

Encontrei Ray sentado no banco.

-Falaí cara! Como foi na diretoria? – perguntou ele, preocupado.

Contei-lhe o que aconteceu desde que eu cheguei lá até eu terminar a prova.

-Quer dizer que você vai ter que cumprir detenção com o novato?

-É.

-HAHAHAHAHA!

-Valeeeeeeeeu, Ray. – respondi ironicamente.

-Veja pelo lado bom, você vai finalmente poder experimentar Viagra...

-RAY. SÉRIO. CALA A BOCA QUE VOCÊ ESTÁ COMEÇANDO ME ASSUSTAR.

-HAHAHAHAHAHA OK, OK. CALMINHA AÍ!

Bufei.

-E que dia é a detenção?

Chequei na ficha.

-Ainda tenho tempo. Duas ou três semanas. Eles vão me avisar.

Ele deu de ombros.

-Ah, então sem problemas. E como foi na prova?

-Tá brincando comigo? Eu tive cinco minutos para terminar aquela merda! – reclamei.

-Ah, é mesmo. Não se preocupe, cara. – ele deu um sorrisinho reconfortante – Você vai conseguir recuperar a nota.

Sorri de volta. O bom do Ray era isso: Ele te zoava e fazia piadinhas, mas quando você estava na merda ele ia estar lá para te ajudar e te apoiar.

Se você estava se perguntando por que ele era meu amigo, acabou de receber uma resposta.

-X-

-Muito bem, gente. Dividam-se em trios. – disse a professora de Geografia.

Olhei para Ray e mordi o lábio, perguntando e agora silenciosamente. Ele murmurou “Não sei”.

Esperamos todos formarem seus grupos para ver quem sobrava.

Adivinha quem sobrou, para a minha sorte?

Gerard Way.

Sinceramente, parece que o UNIVERSO CONSPIRA CONTRA MIM.

-Sr. Way? Pode se juntar com o Sr. Toro e o Sr. Iero.

Ele assentiu, me lançando um olhar de ódio mortal.

-E aí? – disse Ray timidamente ao ver o menino se sentar na cadeira na nossa frente.

-E aí. – respondeu ele com uma voz neutra.

Fiquei quieto, com o rosto apoiado nas minhas mãos.

A professora começou a distribuir as atividades.

-E aí.... Quem estudou? – perguntou Ray, tentando começar uma conversa.

-Provavelmente o nerdão aí na frente. – indiquei o novato com a cabeça.

-Bom, o que eu posso fazer se tem certas pessoas que não estudam. – disse ele – Não estou me referindo a você, é claro, Ray.

Ele assentiu e eu revirei os olhos.

A professora entregou a atividade para o nosso grupo. Gerard deu uma olhada rápida, passou para Ray, ele deu uma olhada rápida e passou para mim.

Agora me digam, meus caros, quando é que eu vou precisar saber as capitais de todos os estados dos Estados Unidos?

Ninguém sabe.

Fiz um barulho irritado e passei novamente para o Way.

-Só vou deixar bem claro que eu não vou fazer isso tudo sozinho, ouviram?

-Ouvimos, claro... – respondi vagamente, colocando os fones do meu iPod. Gerard estreitou os olhos e tirou meus fones. – Isso é sério, Iero.

-Ah, tá, foda-se. Só saiba que eu não serei de muita ajuda.

-Você nunca é de muita ajuda. – suponho que isso era para ser um murmúrio, mas eu consegui ouvir.

-Obrigada, Way.

Ele me lançou um sorrisinho sarcástico. Ray apenas olhava para mim e para o novato, sem saber o que dizer.

Fomos preenchendo as linhas com as capitais dos estados. Normalmente, o Way sabia. Algumas vezes, Ray sabia. E eu... Bom... Eu só sabia a capital do estado onde moramos.

Sim, eu sou muito dedicado aos estudos.

Com a ajuda do novato, nós terminamos em uns vinte minutos.

Como eu não fiz basicamente nada, fiquei encarregado de entregar a folha para a professora.

-Terminamos. – entreguei-a.

-Ah, ok. Podem ir embora.

Guardamos nossos materiais e saímos, debaixo de vários olhares espantados.

Como esta era a última aula, nós podíamos ir embora para casa.

-Bom, eu vou indo. Você vem, Ray?

-Claro, por que não. Você vem, Gerard?

Merda, pra que foi convidar?!

-Não, eu ainda vou ficar um pouco...

-Você que sabe. – Ray deu de ombros.

Saímos da escola, andando lentamente em direção às nossas casas.


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Notas finais do capítulo

Como eles se odeiam, credo. Mas sabem que o ódio é o sentimento mais próximo do amor u__________u é, parei.
E antes que perguntem: Não, eu não parei de postar na My best friend Pansy. Eu ainda estou escrevendo o capítulo pra ela. É que ocorreu um pequeno incidente e o pc desligou quando o capítulo estava pronto E EU NÃO TINHA SALVADO AINDA Ò_Ó mas já estou reescrevendo, do not panic. Beijos e até o próximo.