My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 21
20-I kissed a boy and i liked it


Notas iniciais do capítulo

Hell yeah. Com esse clima de carnaval (que, aliás, eu odeio), eu acabei ficando no pc o dia inteiro. Terminou que saiu outro capítulo *-*
Enjoy!



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POV Frank

Observei os dois irmãos se afastarem, afinal, eu ia na mesma direção que eles. Apenas fiquei um pouco mais longe, só por não querer ficar muito perto do irmão de Gerard, afinal, eu não o conheço direito, só de vista. Em um ponto, vi que os dois pararam e que Gerard abraçou o irmão menor. Por alguma razão, aquilo me deu uma pontada de ciúmes. Franzi a testa. Pelo amor de deus, Frank! Eles são irmãos! E ele nem é tão próximo assim de você! Pra que o ciúme?

Chacoalhei a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos, e continuei andando bem atrás dos dois irmãos. Me encaminhei até minha casa e, chegando lá, fui direto para a sala ver TV. Liguei na MTV e, como sempre, passava algum programa bobo como “Grávida aos 16”. Ah, saudades da época onde a MTV passava música...

Zapeei um pouco mais pelos canais e não achei nada. Desliguei a TV e subi para o meu quarto, tirando Pansy da parede. Afinei minha guitarra e toquei alguns poucos acordes, apenas para ver se eu ainda me lembrava. Em poucos minutos, comecei a tocar Today, do Smashing Pumpkins, uma de minhas bandas preferidas. De repente, ouvi alguém bater na porta.

-Tem alguém querendo te ver, Sr. – disse Evelyn ao entrar no quarto.

-Manda entrar... – a empregada saiu e, no seu lugar, entrou Gerard – O que está fazendo aqui?

-Desculpe entrar assim, sem avisar... – ele começou a corar – Mas isso é seu. – ele me entregou o caderno de inglês, matemática, história e física. Franzi a testa, como isso foi parar na mochila dele?

Pelo visto, ele notou minha cara, pois automaticamente respondeu:

-Eu peguei na sua casa no dia em que você foi parar no hospital, sabe... Para poder copiar a matéria pra você... – ele corou mais ainda. Abri um caderno qualquer e, realmente, vi equações complicadíssimas que eu, provavelmente, tinha perdido. Abri o de história e, mais uma vez, vi textos sobre revoluções e o caralho a quatro, tudo isso escrito com a letra fina e redondinha do Gerard. Fechei o caderno, joguei todos na minha cama e olhei para ele.

-Er... Obrigado. Mesmo.

-Não foi por nada. – ele murmurou. Tive que fazer um pequeno esforço para ouví-lo, de tão baixo que era o tom de sua voz.

-Então... Acho melhor eu ir andando. – disse ele, por fim.

-Não! – sem querer, meu “Não” saiu muito desesperado. Tossi para disfarçar e refiz a palavra – Não, espera. Por que você não fica aqui um pouco?

Ele franziu a testa e olhou para os lados.

-Eu?! Mas...

-Só... Por favor... Não me faça explicar. – praticamente implorei. Devo ter assustado-o, pois ele arregalou os olhos e disse:

-Tudo bem, eu fico!

Abri um meio sorriso cansado.

-Obrigado.

Ele se sentou na cama, porém, não tão perto de mim, e começou a encarar os pôsteres do meu quarto.

-Gosta de Nirvana?

Assenti.

-Por que não toca uma música pra mim? – ele abriu um sorriso sedutor.

-N-não acho uma boa ideia...

-Ah, por favor! – ele alargou seu sorriso. Não resisti e, como que mecanicamente, peguei minha guitarra e comecei a tocar About a Girl.

I need an easy friend
I do... with an ear to lend
I do... think you fit this shoe
I do... won't you have a clue.

I'll take advantage while
You hang me out to dry
But I can't see you every night
Free.

I do...

I'm standing in your line
I do... hope you have the time
I do... pick a number two
I do... keep a date with you.

I'll take advantage while
You hang me out to dry
But I can't see you every night
Free.

I do...

I need an easy friend
I do... with an ear to lend
I do... think you fit this shoe
I do... won't you have a clue.

I'll take advantage while
You hang me out to dry
But I can't see you every night
I can see you every night
... Free.

I do, I do, I do, I do...

Toquei os últimos acordes e suspirei. Olhei para meu lado e Gerard me encarava, fascinado, com um brilho nos olhos.

-Você toca muito bem!

-Obrigado. – senti meu rosto ficar quente – E você, toca algum instrumento?

Ele fez que não com a cabeça.

-Eu queria muito cantar, mas minha voz não é das melhores, entende? A única vez que eu cantei foi em uma peça da escola... É claro, as professoras e os meus familiares disseram que eu fui muito bom, mas sabe... As professoras são obrigadas a fazer o aluno se sentir melhor... E os familiares não querem te ver infeliz, então... Eu nunca soube se eles estavam falando a verdade ou se estavam fazendo eu me sentir melhor. – ele riu tristemente – Além do mais, depois da peça, nunca fiz questão de cantar. Sou muito tímido para isso.

-Eu sei que não sou a pessoa certa para dizer isso, mas cantar não depende só de talento. Depende também de prática. Tenho certeza que se você praticar bastante, você vai conseguir cantar bem. Além disso, pelo menos falando, sua voz é bonita. – e sexy. Frank, pára com isso!

-Obrigado. Sabe, você toca muito bem. Você devia montar uma banda. – ele sorriu amigavelmente. Dia após dia, sorrir naturalmente para ele não exigia um esforço sobrenatural de nenhuma das duas partes.

Ri sem humor algum.

-Eu sempre quis ter uma... O problema é achar mais pessoas para montar a banda comigo...

-Não se preocupe, um dia você vai achar alguém que tenha uma banda com você.

Sorri como forma de agradecimento.

-Ei... Obrigado por ficar aqui comigo... E por copiar as coisas para mim. – fiz um gesto em direção aos cadernos – Não deve ter sido legal copiar a mesma coisa duas vezes... Como eu posso te agradecer?

-Não precisa, é sério. – ele deu de ombros – Eu faria isso para qualquer um...

Abri um sorrisinho tímido.

-X-

Algumas horas depois, Gerard anunciou que tinha que ir embora. Levei-o até a porta para me despedir.

-Obrigado por me ajudar com os deveres de casa. – murmurei timidamente.

-De nada.

-Er... Vejo você amanhã, eu acho. – ele olhou para o lado, constrangido.

-É... Acho que sim...

-Bom... Tchau, eu acho.

Ele fez menção de me abraçar mas, sem querer, fui para o mesmo lado que ele e acabamos encostando nossos lábios.

Arregalei os olhos e ele também.

-D-d-desculpa! – exclamou ele.

-Tud-do bem. Só vamos concordar em uma coisa: abraços, nunca mais.

-Feito. – disse ele, sua face estava corada – Er... Tchau. – vi ele se afastar quase que correndo. Fechei a porta, com a respiração arfante. Toquei levemente meus lábios. Eu não queria admitir, mas... Eu tinha gostado.

Bufei. Eu não podia ter esses pensamentos. Gerard era só meu... Colega. Não chegava nem a ser amigo. Isso era muito errado.

Decidi deixar esse pensamento de lado e ir dormir.

POV Gerard

Ah meu deus, o que foi que eu fiz?!

Provavelmente ele nunca mais falaria comigo! Claro, eu não sou nada dele e ele provavelmente não se importa em parar de falar comigo, mas eu não posso ficar longe dele! Eu vou começar a ter aqueles pensamentos sombrios novamente e essa é a última coisa que eu quero!

No fundo, eu não quero me separar dele.

Comecei a pensar no toque dos nossos lábios. Eu ainda conseguia sentir os dele nos meus. Acho que eu não queria admitir, mas... Eu tinha gostado.


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Notas finais do capítulo

Achei melhor deixar isso claro aqui: Eu não disse que eles estão apaixonados, mas eu não disse que eles não estão. Como vocês já notaram, o meu foco é no relacionamento dos dois, portanto, é bem lento. Como eu já disse antes, não posso dizer se eles já estão amando um ao outro ou não. O "selinho" deles foi um mero acidente. Porém, os dois gostaram. Quanto aos sentimentos deles (se eles estão apaixonados ou não), isso fica a critério de vocês, pelo menos até um capítulo mais pra frente :)
Bom, acho que eu vou ali dormir, me acordem quando o carnaval acabar -q
Até o próximo *-*