Lendas Do Acampamento: Vingança De Urano escrita por V i n e


Capítulo 24
Final Feliz


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todos que leram essa fanfic e a todos que deram a ela motivos para continuar. Agradeço eternamente a todos vocês.
Bem e com grande alegria que eu digo que essa fic esta encerrada.
Obrigado a todos pelo apoio!!



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Sombras fluíam e cresciam envolta de mim. Rostos macabros e cruéis riam de minha desgraça. Sophie, Jake, Emma, Quíron, Sr. D, minha mãe, meu pai... Todos riam, mas a expressão em seus olhos era maligna quase como se eles me odiassem. Eu estava literalmente no fundo do poço, o coma devia estar durando dias, por que a voz de Sophie ficava pior a cada dia. Sua mão segurando a minha diariamente era a única coisa que me mantinha ancorado no mundo real. Muitos campistas faziam uma visita para saber como eu estava. Eu não tinha noção do tempo, mas meu dia começava com a leve pressão das mãos de Sophie, nas minhas e ele só acabava quando Quíron a obrigava a ir dormir, ela devia estar sem comer e sem dormir. Eu estava matando a pessoa que mais apreciava. O toque da pele de Sophie na minha era minha única forma de marcar o tempo. A cada dia a pressão que ela exercia em minhas mãos era mais fraca. Dentro do poço eu podia ouvir, sentir e até mesmo sofrer. Mas não podia responder, meu corpo era uma pedra. Não se movia ao meu desejo. Eles injetavam alguma coisa em meu braço, faziam com que eu ingerisse néctar. Filhos de Apolo realizavam cânticos para tentar me trazer de volta a vida. Mas nada surtia efeito, eu não sentia nada. Sophie soluçava todos os dias, seus lábios pressionavam os meus e lágrimas quentes pingaram em meus olhos. Uma luz surgiu acima de minha cabeça. Ela sempre surgia quando ela chorava sobre meu corpo inerte. Porém raios ainda iluminavam minha subconsciência, a tempestade cobria com sua neblina a vasta imensidão do vazio de minha mente.

Não sei ao certo quantos dias se passaram enquanto eu estava em coma. Mas ouvi a voz de Sophie depois de vários toques.

– Fique comigo Will. Apolo esta vindo. Ele pode tirá-lo daí! – Sua voz era um sussurro fraco.

Mas uma vez a luz surgiu acima de minha cabeça, dessa vez ela tinha uma forma humana. Fui transportado para uma montanha, à neve derretia em meus pés. Apolo, com sua aparência de 17 anos, estava parado sorrindo. Apesar dos lábios estarem revelando alegria seus olhos emanavam uma preocupação quase que fraternal.

– E aí priminho? Beleza? – Perguntou Apolo. – Vim para te levar para casa.

– Obrigado. Muito obrigado. – Disse. As palavras de meu pai retumbavam em minha mente. Depois da tempestade sempre haverá a luz do Sol.

– Vamos?

Ele passou o braço pelo meu ombro como se fossemos amigos antigos, um caminho cercado por galhos secos e arbustos mortos, surgiu diante de meus olhos.

Juntos, Apolo e eu andamos pelo caminho sinuoso e longo. Os arbustos mortos foram substituídos por pequenas mudas de árvores.

– Sabe Will. Você é muito corajoso. Uma pessoa normal já teria surtado nesse lugar sombrio.

– É minha cabeça Apolo, tenho que aprender a conviver com ela. – Suspirei. – Não é tão ruim, é bom ficar só um tempo. Pude perceber que minha vida é fácil comparada a de pessoas que não acharam sua razão para viver.

– Falou como um sábio agora. Estou até com vontade de fazer uma haicai.

Will e Apolo

Fortes e Corajosos

Enrolam até Eolo


Achei desnecessário dizer que a haicai ficou horrível.

– Foi um dos melhores haicais que eu já fiz. – Disse ele orgulhoso.

Se esse foi um dos melhores nem quero ouvir os outros. Pensei.

– Atena uma vez me disse: Faça valer todos os seus atos, o resto é consequência! – Recitou.

Ele havia tido a capacidade de distorcer o ditado? Meus deuses...

As mudas foram substituídas por árvores altas e de tronco fortes. O caminho se tornava mais claro. Vozes invadiam minhas orelhas quase como se eu estivesse no acampamento.

Apolo reduziu o passo, ele se virou para mim e olhou em meus olhos.

– Will, estamos quase lá. Tem certeza de que é isso mesmo que você quer? Você pode viver aqui. É sua consciência pode construir tudo o que quiser aqui dentro. Você tem poderes ilimitados nesse lugar. – Seu tom me sugeriu que ele queria que eu ficasse para meu próprio bem.

– Não posso primo. Tenho que ir. Estou fazendo pessoas sofrerem lá no mundo real. – Murmurei.

– Que assim seja. Will quando você acordar, que me faça um favor. Você vai treinar minha filha, ela será de grande importância em sua vida a partir de hoje. – Seus olhos fuzilaram os meus.

– Claro. Tudo que estiver ao meu alcance. – Concordei.

– Jure.

– Eu juro pelo rio Estige que vou treinar e proteger sua filha. – Prometi solenemente.

Ele concordou com um aceno quase imperceptível da cabeça. Uma porta colossal estava entre aberta na minha frente. Apolo a empurrou a porta e depois sorriu. Andei até a passagem, meus pés tocaram o batente da porta quando Apolo me chamou.

– Will. Uma recompensa por ter salvo sua vida seria uma boa. Com o arco e agora.

– Arco?

– Você não acha que acertou aquelas flecha com sua mira não é? – Perguntou ele.

– É, achei que não. – Eu ri.

Atravessei o portal e abri os olhos para a vida.


...


Sophie segurava minha mão, seu corpo esta debruçado sobre mim. Lágrimas molhavam meu peito.

– Sophie... – Chamei, na presença de Apolo eu parecia normal. Mas aqui eu estava fraco. Ela pareceu parar de respirar. Seus olhos tempestuosos se fixaram nos meus.

– Quíron! Ele acordou! – O grito aliviado raspou-lhe a garganta ressecada. Seus lábios procuraram famintos, os meus. Ficamos ali por um tempo, até Quíron aparecer a galope. Seu rosto se iluminou quando me viu.

– Will! Graças aos deuses você esta bem! – O alívio sincero preencheu sua voz.

Fui saldado por palavras reconfortantes, e expressões de alívio. Alguns campistas pareciam estar realmente felizes.

Jake e Emma me abraçaram e tive que ouvir um sermão.

– Nunca mais faça essa loucura esta me entendendo, Sr. William? – Ralhou Emma.


Depois de eu me reabilitar por dois dias na enfermaria, eu pude retornar as atividades normais do acampamento. Jake, Emma e Sophie me deixavam a parte de tudo que havia acontecido nas três semanas em que estive fora do ar. Minha mãe alugara um apartamento em Manhattan e iria morar aqui. Kim e Brius conseguiram fugir e Jake nos transportou para casa usando as sombras. Depois disso eu fiquei em coma. Todos ficaram muito preocupados, e Sr. D foi convocado ao Olimpo. Ele ficaria lá até o fim do verão. Para nossa alegria!


Todos cantavam alegremente e a fogueira assumia cinco metros de altura e sua cor era uma das mais bonitas que eu já vi. Eu apertava meu colar do acampamento com força, o cordão de couro estava com seis contas agora. A que eu apertava era entalhada na madeira, o desenho detalhado e ao mesmo tempo rústico mostrava um basilisco sendo morto por um herói. A cantoria só teve fim quando Quíron começou a fazer um pronunciamento.

– Heróis! Guerreiros! Hoje tivemos uma de nossas maiores vitorias. Urano foi impedido de retornar e nosso bravo Will conseguiu superar o coma.

Aplausos dos campistas e vaia do Chalé de Ares, mas não da pra agradar todo mundo, não é?

– Tempos difíceis iremos enfrentar, e precisaremos uns dos outros para sobreviver. – Seu tom se tornou cauteloso. – Gostaria de apresentar a vocês o novo auxiliar de atividades no acampamento. Sísifo! Ele começara no próximo verão. E também gostaria de vos apresentar, Annie. A nova campista de Apolo.

Annie. Seria ela quem eu deveria proteger?

Uma garota saiu de trás de Quíron, seus cabelos louro-avermelhados caiam e cachos emoldurados em seu rosto magnificamente perfeito. Seus olhos eram de uma coloração estranha. Parecia chocolate. Ela sorriu para todos e acenou levemente.

– Agora durmam. E que Hipnos os os abençoe. – Quíron encerrou a cantoria.


Algumas semana depois de eu ter acordado do coma, eu já realizava todas a atividades que o acampamento propunha. Como sempre, no último dia do verão as harpias da limpeza deixavam um delicado recado de que se não saíssemos dali até o meio dia seriamos devorados. Depois de minhas malas estarem prontas e bem arrumadas (lê-se fechada com muito sacrifício), fui até a colina meio-sangue para me despedir de Sophie.

Ela estava linda como sempre. O cabelo loiro estava bem apertado numa trança embutida lateral. Ela vestia uma regata azul simples e uma calça jeans justa.

– Oi Srta. Wikipédia.

– Cara de Sardinha.

Ficamos ali nos olhando pelo tempo que restou até o Fiat branco de minha mãe aparecer para me buscar.

Olhei para Sophie, lágrimas escorriam por seu rosto. Curvei-me sobre seu corpo e a beijei, minhas mãos apertaram sua cintura e a apertaram contra mim.

– Promete que vai ficar bem? – Perguntei.

– Sim.

– Você sabe que isso não é um adeus não sabe? É um até logo. Vamos nos ver na escola.

– O quê? – Perguntou ela.

– Me matriculei. Vou começar amanhã. Vamos ficar juntos o ano todo. Achei que estava na hora de reconstruir minha vida mortal.

Ela me beijou de novo, dessa vez com intensidade redobrada.

– Até logo meu Cara de Sardinha.

– Até minha Srta. Wikipédia


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Notas finais do capítulo

Gente mais uma vez: Obrigado por tudo, tudo que vocês fizeram por mim. Sou eternamente grato.
O Nome do segundo volume de Lendas do Acampamento já foi escolhido. "Lendas do Acampamento: O Sacrifício". Ainda estou pensando se ele vai ser uma trilogia mas só o tempo ira decidir isso. Beijos a todos e agardem pelo proximo volume.
;D