Lendas Do Acampamento: Vingança De Urano escrita por V i n e
O vento gelado chicoteava minha pele, meus olhos ardiam, o vento sibilava enquanto passava por meus ouvidos, eu estava a poucos metros de Sophie, lágrimas escapavam de seus olhos. Ela tinha acordado, um grito estridente escapou-lhe pelos lábios.
A dor que me atingiu foi inigualável, não uma dor física, pior. Eu estava prestes a ter um derrame cerebral tentando descobrir uma forma de evitar o que me era inevitável. Eu não posso deixar! Eu não vou permitir que você morra! Penso. Minhas mãos agarraram os braços de Sophie. Eu a abracei com muita força, seus braços se fecharam em torno do meu pescoço, soluços sacudiam seu corpo. O chão demorava a chegar, nossa agonia era prolongada, as lágrimas de Sophie respingavam em meu rosto. Isso despertou o fogo da raiva dentro de mim. Uma coisa que meu pai me ensinou quando eu era pequeno. Quando toquei Transfiguradora pela primeira vez. Eu podia criar água!
- Dedoménou óti o gios tou Poseidó̱na entolí̱ I: ̱ Nerá xesi̱ko̱thoún. – “Como filho de Poseidon eu ordeno: Água venha até mim!”
Uma sensação de desconforto me atingiu na boca do estômago. Um repuxão, um embrulho e uma compressão, tudo de uma vez! A água envolveu nossos corpos, pude sentir a velocidade diminuindo enquanto a água nos empurrava para cima.
- Will? – Perguntou Sophie. – C-como?
- Tenho uns truques legais na manga! – Disse eu entre dentes.
- Will! Você não tem energia suficiente para isso! Nenhum meio-sangue teria tanto poder!
- Sou filho do deus dos mares. Sou o poder! – Grunhi, de fato minha energia se esvaia em uma velocidade preocupante. Se continuássemos assim, logo estaríamos em queda livre de novo. Sophie apertou meu pescoço com mais força.
Quase lá! Quase... A água envolta de nossos corpos começou a vacilar e caiu... Junto com nós dois.
- Argh! Droga!
- Will, eu te amo! – Gritou Sophie fechando os olhos.
Desistindo tão fácil, patrão?
- Speed! – Gritei.
Estamos chegando Will. Estenda a mão!
E assim o fiz. Ergui meu braço esquerdo e segurei Sophie com o outro. O impacto deslocou meu braço esquerdo. A dor explodiu em meu ombro, uma mão segurou a minha impedindo minha queda.
- Não vou deixar você cair Filhote de Peixe! – Gritou Jake, ele tinha pegado minha mão. – Ajuda cara!
Apesar da dor atordoante icei meu corpo e o de Sophie para cima de Speed. Sentamos-nos no pégaso.
- Conte-me o que houve. – Disse Jake.
Expliquei tudo o que houve conosco desde nossa última M.I, ele não me interrompeu o que me fez pensar que a coisa estava realmente mal!
- Como esta tudo no acampamento?
- Um pandemônio! Kim fugiu na semana passada, achamos que ela pensa que você morreu, ela gosta de você Will, isso eu tenho certeza. – Sophie cerrou os punhos ao lado do corpo. – Já eu acho que ela fugiu por que Quíron descobriu o que ela estava fazendo no chalé de Afrodite.
- O que ela fez?
- Persuadiu todos! Ela tem poderes incríveis... Ela fez com que eles se infiltrassem na Casa Grande e ouvissem informações sobre a missão de vocês. Depois disso ela desapareceu. Deixou um bilhete dizendo que iria atrás de você. – Disse Jake calmamente.
- Ela vai perder a viagem. – Disse Sophie, Jake olhou para trás sem entender. – Essa vaca não vai chegar perto do meu Cara de Sardinha!
- O quê?
- Simples, o Will é meu só meu namorado. E essa aprendiz de Hera não vai roubá-lo de mim! – Disse ela.
- É... Então ta né... – Riu ele. – Ali! O Monte Otris! Vamos fazer uma bagunça!
- Sophie meu braço, está deslocado.
Ela segurou meu braço esquerdo, fez uma careta e o empurrou de volta para o lugar. Um grito de dor rasgou minha garganta e passou por meus lábios.
- Desculpe.
- Will, Sophie quando eu disser “três”, vocês pulam. Eu tenho que esconder Speed. – Disse Jake. Ele conduziu Speed até a batalha. Speed planou perto de Brius.
- Minha Emma esta lutando com Atlas?! – Gritou Jake.
Emma! Esqueci dela!
- TRÊS!
Sophie e eu pulamos, nossos pés encontraram o chão junto com nossos corpos. Rolamos por um tempo até conseguirmos parar.
- Você esta bem?
- Sim. E você?
- Ótimo! Pronta para arrasar? – Perguntei sorrindo.
- Eu nasci pronta querido!
Corremos até Emma, ela estava muito mal, suava e o sangue escorria de vários lugares de seu corpo.
- Will! – Sophie segurou meu braço. – Não podemos nos aproximar. Você pode derrotá-lo, mas só quando eu disser!
- Como?
- Espero que tenha uma boa mira.
Minha espada esquentou e começou a se transformar, em alguns estantes eu estava segurando um arco de bronze celestial e madeira. Uma aljava repleta de flechas pendia em meus ombros. Peguei uma flecha e a posicionei no cordão de couro. Puxei levemente e apontei para Atlas, ele e Emma ainda não tinham visto a gente. Emma estava chorando, ela pensava que estávamos mortos! Atlas se virou ficando de frente para nós, ele estava de costas para o filho.
- Agora! – Gritou Sophie. A flecha sibilou pelo ar, rasgando o vento da manhã. A flecha se alojou na testa do Titã, icor dourado espirou para todos os lados enquanto eu disparava mais uma saraiva de flechas certeiras. Atlas caiu e acertou Brius, esse por sua vez saiu rolando bem a tempo, quando o céu caiu em cima de Atlas ele grunhiu.
- Malditos! Cretinos! – Urrou o Titã.
Brius arfava, ele se levantou e nos lançou uma sorriso maroto.
- Obrigado por me salvar, é uma pena que tenham se condenado ao fazê-lo!
Eu já esperava aquilo, ele era mais astuto que o pai.
- Kim, querida traga nossa convidada especial. – Disse ele.
Kim? Como assim? Por quê?
Linda e resplandecente como sempre, Kimberly surgiu arrastando uma garota, a garota andava como se não quisesse estar ali. Julie. Ela fazia caretas, chorava e esperneava como uma criança. Kim havia mexido com a cabeça de Julie, Kim tinha levado Julie a loucura. Julie Johnson estava louca!
- O que você fez com ela? Sua... – Emma ergueu a espada, os olhos brilhavam com uma fúria que eu nunca tinha visto.
- Ela não quis colaborar... Consegui controlá-la por um tempo, mas depois ela começou a resistir, ela é mais forte do que parece. Precisávamos de uma garota para tomar meu lugar nas visões que mandávamos para o Will. Ele caiu direitinho! – Disse Kim sorrindo.
- É bom ver que os coleguinhas se reencontraram mas temos uma meta a cumprir, Kim, chame nosso querido mascote.
Kimberly sibilou um nome. Uma serpente imensa, rastejou por entre Kim e Brius. O basilisco!
- Fechem os olhos! – Gritei.
- Ah, eu não perderia o lanchinho do meu mascote. – Disse Brius.
Para confirmar meus temores, um guincho de agonia rasgou a garganta de Julie, ousei abrir os olhos, Julie sangrava muito, seu braço tinha sido arrancado e a carne estava à mostra, seus olhos estavam vidrados. Ela estava paralisada, mas sem aviso prévio ela começou a se contorcer, gritar, o veneno do basilisco tinha começado a agir.
Eu assistia sem poder fazer nada, o corpo de minha amiga se contorcer e ferver em bolhas de pele e carne pútrida. Ela ardia em chamas de dentro para fora! Minha voz estava entalada na garganta, o suor escorria. Julie soltou mais um grito de gelar o sangue, fogo negro brotou por todos os orifícios de seu rosto. O fogo consumia todo seu corpo, não pude ver o resto, por que cai de joelhos e vomitei como nunca na minha vida.
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