Für Immer Jetzt. escrita por losundlauf


Capítulo 15
Capítulo 14 - Abwesenheit.


Notas iniciais do capítulo

Lembrete: o capítulo começa na quinta-feira kkk (n sei se vcs vao lembrar por causa da demora e tals)
Desculpa a demora x3 um mês depois aqui estou eu ainda sem vergonha na cara kkkkk pelo menos o capítulo n é curto kkk
o próximo é o que eu estou louca de vontade de escrever, pq é importante, então talvez tbm demore um pouquinho, mas de um mês eu não passo não kkkkk
nesse capítulo aparece Janette, Georg e Gustav ♥ Oestreisch tbm, mas a aparição dele é mínima... Acho que ele nem fala -qq
boa leitura! saudade de vocês *--*
aconteceu tanta coisa nesse mes que passou, fui no show do paul, encontrei a Moppy hahaha!
ah chega de enrolação :3



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– Posso perguntar uma coisa?

Janette abaixou tanto o tom de voz quanto o olhar para fazer o pedido, como se subitamente tivesse ficado envergonhada, passara a remexer no que restara da bebida em sua xícara com uma pequena e adorável colherzinha de plástico enquanto aguardava minha resposta em um silêncio quase constrangedor.

– Mas é claro que pode fazer outra pergunta... – Brinquei, ou melhor, tentei brincar para que ela não percebesse o quão nervosa eu ainda estava com aquele nosso encontro.

Era surreal demais pensar que eu que saíra de casa apenas com o intuito de hidratar o cabelo num salão de beleza qualquer repentinamente acabara ali, numa cafeteria minúscula bebericando um caffè latte na companhia da ficante do meu melhor amigo. O convite de Janette me fora tão inesperadamente peculiar que, uma vez pega de surpresa, eu o aceitara sem ao menos pensar duas vezes. Ela era muito educada e agradável também e o fato contribuíra para a mudança total da imagem que eu tinha daquela garota na minha cabeça. E sentindo-me culpada por tê-la julgado preconceituosamente lá estava eu disposta a sustentar – da melhor maneira possível – aquela conversa e responder tudo o que ela quisesse me perguntar.

Ok, exceto o que fosse capaz de prejudicar meu amigo, que no caso de Oestreisch, infelizmente, era quase tudo.

– Você sabe o que Tom sente por mim? Quer dizer, ele já te falou algo sobre a gente?

Sem querer ser cruel, mas eu realmente tive que segurar a risada diante da pergunta dela. A meu ver era impressionante demais como a lábia de Oestreisch conseguia seduzir até a mais bonita das garotas da Spraschaff. Não que ele não fosse bonito o suficiente para ela, mas Janette era o sonho inalcançável de praticamente todos os garotos daquele colégio. Poderia escolher qualquer um deles, desde o atleta mais bem sucedido ao mauricinho mais rico e mimado. Qualquer um. E ainda assim resolvera cair na furada que era se envolver com aquele projeto de rapper metido a conquistador.

Eu não sabia se deveria expor minha opinião, principalmente porque Oestreisch também não chegara a dizer com exatidão o que sentia por Janette, no máximo se dera o trabalho de comentar o quão gostosa ela era. Então, tudo o que eu sabia era o que eu via no comportamento dele, e o que ele deixava transparecer não era bem o que eu chamaria de animador se o objetivo em questão fosse investir num relacionamento mais sério. Concluindo, na minha opinião, as ficadas com Janette não passavam de nada além disso para Oestreisch, ficadas.

Deveria, eu, dizer isso a ela?

– Seja honesta comigo, Helene, por favor... Estou começando a me envolver com ele e não quero levar um possível sentimento adiante se for para acabar em nada.

Apesar do tema que tratávamos, Jane – como pedira para ser chamada – não parecia mais nem um pouquinho envergonhada ou insegura. Na verdade, seu semblante mudara tanto desde o início da conversa que agora soava como se ela estivesse disposta a entrar na dele. Era impossível ter sequer um pequeno vislumbre do que ela fora alguns minutos atrás, como se já soubesse a resposta da própria pergunta e só precisasse de uma confirmação confiável de que aquele era o caminho certo a tomar para poder por em prática o “lema” de Oestreisch.

Sem compromisso.

– Acho que não deveria me meter num assunto como esse que só diz respeito a vocês dois, até porque não chegamos a conversar sobre... Mas de mulher para mulher, Jane... - Suspirei hesitante e ela gesticulou num incentivo mudo para que eu continuasse. – Na minha opinião, Oestreisch só está procurando um pouco de diversão, pelo menos por enquanto.

Eu esperava que com aquelas palavras a minha decisão de abrir o jogo com Janette não chegasse a afetar diretamente a relação deles. Torcia para que toda aquela pose de “cabeça aberta” não fosse somente uma estratégia para me fazer abrir o bico e dar a ela um motivo para acabar com a diversão dele. Mas mesmo que inconscientemente eu já sabia que afetaria. Espoerava também que ele não ficasse (muito) chateado com a minha atitude, no entanto, essa já era uma certeza que eu tinha. A probabilidade de Oestreisch simplesmente explodir em uma reação de puro ódio por causa do que eu acabara de dizer ao affair dele beirava os 100%.






Na manhã seguinte, como que para me castigar por ter falado demais no dia anterior, Deus decidiu me fazer esperar inutilmente por uma visita de Bill que não aconteceria. Em “compensação” eu ganhara a companhia de Janette – uma nova amiga, talvez? – e Oestreisch naquele intervalo. Jogamos bastante conversa fora e cheguei até a me pegar sorrindo em determinados momentos, mas no fundo eu só queria que eles me deixassem sozinha por alguns instantes para que Bill tivesse a oportunidade de se aproximar caso fosse a presença de seu gêmeo que o estivesse atrapalhando. Só que depois de passar os trinta minutos do intervalo atenta a todas as portas, janelas e corredores que davam acesso a minha sala, desisti dessa hipótese, porque era infinitamente mais fácil que ele simplesmente tivesse arranjado uma forma mais divertida de usar seu tempo livre. E por mais que eu tivesse passado a última semana inteira forçando-me a não criar expectativas em torno do que estava “acontecendo entre a gente”, evitar que um misto de decepção e infelicidade me atingisse foi impossível.

Talvez o fato de eu ter recusado um de seus abraços prolongados no dia anterior o tivesse incomodado mais do que ele deixara transparecer... Não que eu não quisesse ser abraçada por ele, claro que eu queria! Mas queria também manter minha sanidade emocional e, além disso, meu cabelo estava um grude horrível de tão sujo... Não teria sido nada agradável, nem favorável a minha atual situação, se ele percebesse. Fora exatamente esse o motivo que me levara ao salão de beleza na tarde anterior, onde eu encontrara Janette e me fizera acabar numa cafeteria fofocando com ela sobre Oestreisch.

Por falar neles...

– Aí, casal, vou no banheiro rapidinho antes que o professor chegue, ok? Volto já. – Murmurei tentando não parecer muito decepcionada, mas tendo quase certeza de que não convenci ninguém. Ainda assim Janette sorriu, já Oestreisch deu uns tapinhas de companheirismo nas minhas costas e lá fui eu.

Pelo menos nenhum dos dois comentou nada... Comigo.



Trancada numa daquelas cabines de banheiro de escola eu me sentia tão tola e fracassada que sequer sentia vontade de chorar. Já a ideia de enterrar a própria cabeça em um buraco no chão – parodiando um avestruz – me parecia extremamente tentadora.

Naqueles últimos dias eu havia mergulhado tão fundo na questão amorosa envolvendo Bill que deixara de lado os outros inúmeros aspectos da minha vida, inclusive minha personalidade. Passara a desempenhar com tanto afinco aquela posição de coitadinha apaixonada que mal me reconhecia mais. Onde estava aquela Helene orgulhosa, extrovertida e extremamente simpática... Que sempre sabia o que precisava saber e simplesmente conseguia fazer com que as pessoas vissem nela exatamente o que ela queria?

Eu não fazia a mínima ideia, parecia que toda aquela parte forte de mim desaparecera pelo ar no momento em que percebi que gostava de Bill e comecei a me aproximar de Oestreisch. Sem querer culpá-los por minha falta de personalidade nem nada, mas já culpando, pelo menos em parte... É inegável que toda aquela mudança tivera início quando passei a me envolver com os gêmeos. Agora, a única imagem que eu conseguia passar para quem quer que fosse era a de menininha sem sal, inofensiva, boazinha. Aliás, boazinha não, tola, que não se destaca e vive as sombras do seu grupinho de amigas. Não conseguia recordar, nem ao menos entender, em que momento eu me permitira começar a depender tanto das outras pessoas. Eu costumava ser tão autossuficiente... O que estava acontecendo comigo?

De qualquer forma, não interessa, porque toda aquela coisa de “Olhem para mim, coitadinha, ninguém me quer!” estava começando a ficar ridícula. Afinal, ninguém havia amarrado minhas mãos atrás das costas, certo? Se eu não tomara o controle da situação até aquele momento fora porque simplesmente não sentira vontade.

Nada estava me impedindo.

E cansada de sentir pena de mim mesma e fazer tanto drama por pouca coisa, resolvi voltar para a sala de aula com a cabeça erguida, pensando até em bater um papo com Bill para dar logo um fim naquilo tudo ou quem sabe investir em indiretas mais pesadas... Perguntar qual era o problema das garotas comigo e lavar a roupa suja que vínhamos acumulando desde aquele maldito aniversário de Louise.

No corredor já vazio após o término do intervalo encontrei Michelle, uma das auxiliares de coordenação e tive o prazer de ser informada de que o professor de história havia faltado por algum motivo qualquer e como não havia nenhum outro disponível para substituí-lo minha turma estaria de horário vago pelos próximos cinquenta minutos. Mas a alegria provocada pelo prolongamento do intervalo se dissolveu rapidamente assim que pus os pés na sala de aula e meu olhar encontrou um sorriso de Oestreisch que eu só poderia classificar como idêntico aos do irmão.

Como era possível que fossem tão parecidos em momentos tão inoportunos?

Quando percebeu que eu o observava hesitante, acenou para que me juntasse a ele na rodinha de seus outros amigos – que incluía Gustav e Georg, mas não Janette que provavelmente aquela altura do campeonato já deveria estar em sua outra sala. – e eu automaticamente o obedeci. Enquanto me aproximava vi todo aquele monólogo existencial que tivera minutos antes no banheiro descer pelo ralo e ser descartado por minha consciência e quando finalmente dei por mim estava envolvendo-o num abraço inesperado para ambos assim que ficamos suficientemente próximos um do outro, sem me importar com o que qualquer um dos outros rapazes pensariam.

E é mais do que óbvio que eles estranharam se até o próprio Oestreisch demorou alguns segundos para corresponder o ato, mas quem se importa? Eu só queria atingir minha cota de abraços diários que ficara em baixa com o sumiço de Bill naquela manhã e com a minha rejeição do dia anterior.

Talvez, pensei, esse seja o nosso segundo momento especial. Mas a confirmação só veio depois quando ele afastou minha trança e começou a pressionar os dedos na minha nuca, dando início a uma massagem bastante... Intima, se considerarmos o lugar em que estávamos e a plateia que tínhamos, e que foi prazerosa o suficiente para me fazer esconder o rosto em seu peito e fechar os olhos bem ali na frente de todo mundo enquanto ele continuava a conversar com os garotos como se a minha intromissão na roda fosse algo completa e facilmente aceitável. De praxe.

E mal sabia eu que assim se tornaria.

O beijo na testa que antecedeu o fim da carícia foi apenas um brinde, até que ele sussurrou para que apenas eu ouvisse:

– Precisamos conversar.





– Pausa para o lanche! – Gustav levantou bruscamente ao anunciar, fazendo o maior barulho enquanto empurrava a cadeira para trás e consequentemente nos assustava.

Ainda que sorrindo Georg balançou a cabeça em negativa como se reprovasse a atitude do amigo e recebeu como resposta do loiro:

– Vá se ferrar, Georg! – E voltou-se para mim para perguntar calmamente - Vai querer que eu traga algo da cozinha para você, Lenie?

Hesitante, optei pelo básico. Algo doce. E lá foi ele.

Depois de seu sumiço continuei sem saber muito bem o que dizer, uma vê que não ficara exatamente claro o que estava acontecendo, mas Georg não tardou a explicar.

– É que ele está tentando fazer uma dieta... Quer dizer, pelo menos eu acho que estava.

– Dieta? – Repeti sem acreditar.

– Algo envolvendo uma garota ou algo assim, acho que ela estuda com você.

– Acho que não consigo imaginar Gust magrelo... Quer dizer, não acho que combinaria com ele.

Georg riu e concordou. O clima estava meio estranho entre nós da forma que não havia ficado nossa conversa pelo telefone e eu torcia para que logo melhorasse.

– Seria como dar de cara com um Oestreisch gordinho... – Murmurei na tentativa de arrancar-lhe uma risada ao mesmo tempo em que me esforçava para imaginar a cena.

– Hm... – Recebi como resposta.

– Hm? – Questionei a entonação.

– É... Hm. – Repetiu na maior cara de pau como se a malícia contida no monossílabo não fosse questionável.

Simplesmente arqueei uma sobrancelha para ele, insistindo. E foi o suficiente para fazê-lo começar a falar um monte de absurdos.

– Sabe... É que você poderia ter criado esse exemplo com qualquer um, a começar pó mim que estou bem aqui na sua frente, mas mesmo assim preferiu citar Oestreisch... Não é curioso? Principalmente depois de eu ter explicado que o motivo da dieta de Gustav foi uma garota que ele gosta? – A voz ainda era carregada. A intenção dele não era parecer rude, eu sabia, Georg raramente era grosso ou mal educado – ao contrário de Oestreisch e Gustav que constantemente sabiam ser extremamente inconvenientes e desagradáveis - mas a forma que encontrara para me “colocar contra a parede” o fazia soar assim.

– Você sempre foi péssimo nessa coisa de “ironizar” – Desconversei um pouco envergonhada, mas sem esquecer de sinalizar as aspas com os dedos para ganhar tempo de formular uma resposta coerente.

– E você sempre foi péssima nessa coisa de manter a discrição. – Rebateu sem se dar o trabalho de gesticular, pois seu sorriso já expressava o deboche necessário.

Não que a linha de pensamento dele estivesse correta. De forma alguma existiria qualquer interesse em relação a Oestreisch da minha parte, mas, de qualquer forma, não era mesmo curioso que meu subconsciente tivesse escolhido logo EME para fazer parte daquele exemplo?

– Ein, Helene, você vai me dizer o que está rolando entre vocês ou não?

Meio que para nos assustar mais uma vez, Gustav surge do corredor repentinamente e pergunta:

– O que é que está rolando entre quem?

Eu – e qualquer um – teria achado graça de sua entrada triunfal, principalmente depois de perceber a quantidade exorbitante de todos os tipos de doce que ele trazia nos braço, se não fosse o constrangimento que a pergunta de Georg me proporcionara.

– Helene? – Era ele me pressionando.

– Argh! – Estressei-me – Não está rolando nada entre a gente! Somos amigos, só isso! – Revirei os olhos, os braços já cruzados e notei que Gustav já parecera perceber de quem falávamos. Por que as pessoas tinham que sempre interpretar tudo errado? Principalmente em relação a Oestreisch e eu?

– E você por acaso quer que role? – O loiro perguntou depois de me oferecer um bolinho.

– Na verdade... – Suspirei – Oestreisch estava me ajudando a... Hm, me aproximar de Bill.

Silêncio enquanto eu mordiscava a cobertura do cupcake.

– Mas como se eles nem se falam há uns muitos anos? – Gustav insistiu fazendo a vontade de esbofeteá-lo para que calasse a boca crescer ainda mais.

Expliquei o que acontecera na festa de Louise depois do afastamento deles e os planos mirabolantes de Tom, para minha sorte eles pareceram acreditar em cada palavra, aliviando-me. Seria demais para o meu conflito interno perder até eles dois por causa de uma merda daquelas.

– Agora, mudando um pouco de assunto... – Gustav já sorria. – Você está esperando o que para atacar o banquete que eu trouxe para você? Não está pensando que vai me enrolar segurando esse bolinho pelas próximas horas como eu sei que está pensando em fazer, né? Dá para ver as suas costelas daqui, morta de fome.

Georg nos interrompeu antes mesmo que eu tivesse a chance de rir.

– Só mais uma coisa, se não está rolando nada entre vocês mesmo, sobre o que é que ele queria conversar?

Fiquei olhando embasbacada para eles.

– O que? Estavam mesmo pensando que a gente é surdo? – Ele sorriu. – Sobre o que foi a conversa?

– Ele só queria saber porque eu estava triste.

– E qual foi o motivo?

Suspirei já cansada do interrogatório, as vezes Georg sabia se fazer de irmão mais velho...

– Bill não apareceu para falar comigo durante o intervalo e era o que ele vinha fazendo desde o início da semana, mas na sexta simplesmente resolveu não aparecer. – Murmurei sem jeito.

Diante da minha resposta os dois permaneceram em silêncio até Gustav resolver se render novamente a uma pequena barra de chocolate, nesse momento Georg abriu uma gargalhada das antigas, daquelas que ele soltava quando aprontávamos juntos, e eu vendo que ninguém mais tentaria retomar aquele assunto, perguntei:

– Bom, agora que vocês já perguntaram tudo o que tinham para perguntar, pude perceber que faltam apenas umas dezesseis horas para o simuladão, das quais pelo menos oito eu passarei dormindo, então será que a gente poderia voltar a estudar já que eu ainda não sem nem uma vírgula de movimento harmônico, gracinhas? Por favor?


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Notas finais do capítulo

não esqueçam de deixar reviews :3 nem que seja p brigar cmg por causa da demora kkk