Take a chance escrita por BlazeJ


Capítulo 1
The Beast and the Harlot


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e perdão por qualquer erro =P
Agradecimentos especiais a Laly_Gates, Kime (Sophia) e a TheoHaner (Theodora). Amo todas do fundo do meu coraçãoo, minhas negaas ((:



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Nathália

“She's a dwelling place for demons, she's a cage for every unclean spirit, every filthy bird and makes us drink the poisoned wine to fornicating with our kings. Fallen now is Babylon the Great!”

Quando Beast and the Harlot começava a tocar, eu simplesmente não conseguia parar de cantar e dançar. A música pulsava pelas minhas veias, fazia o coração acelerar, aumentando o fluxo do sangue em meu corpo. Eu virava outra pessoa. Aquela moça acanhada e meiga, de cidade pequena no interior do estado, se transformava em uma mulher desinibida e apaixonada, usando cada pedaço de seu corpo como forma de sedução.

O problema é que não tinha mais ninguém ali para essa mulher seduzir.

Já era tarde, o relógio marcava 23h40. Desliguei o rádio e me sentei no sofá, pensando no dia seguinte. Seria o show dos Avengers em um ginásio muito famoso de Porto Alegre. Não ficava muito longe do meu apartamento, de modo que eu poderia ir a pé, sem ter que me preocupar em encontrar estacionamento para o carro.

Fiquei mais um tempo lá, sentada, tentando imaginar as roupas que usariam, de quais cores estariam os cabelos do Zacky e do Johnny, se eu iria conseguir contar quantas vezes o Syn iria piscar para as meninas na plateia... Comecei a rir quando pensei na possibilidade de o Matt errar a letra ou perder o fôlego em alguma das partes mais altas.

Adormeci no sofá, mesmo. Provavelmente sonhei com alguma coisa maluca e sem nexo, como de costume. Andava tendo esses sonhos com frequência. Eram coisas completamente absurdas e impossíveis, e eu quase sempre acordava confusa, às vezes ria.

Já fazia seis anos que o despertador do meu celular estava programado para tocar às seis horas da manhã, durante os dias de semana. O problema é que sempre me esquecia de desligar nos dias de feriado ou folga, e eu não iria trabalhar até a segunda feira da semana seguinte.

Quando o despertador tocou Scream, juro que caí do sofá. Ainda deitada no chão, peguei meu celular de cima da mesa e vi o horário.

– Aaaah, não. – murmurei, com voz sonolenta e desanimada. Cancelei o modo soneca e voltei a dormir, dessa vez na minha cama.

Acordei denovo só às dez da manhã, com o toque da campainha. Sem me preocupar em checar a aparência no espelho ou em escovar os dentes, logo abri a porta, com uma boa ideia de quem poderia ser. Três gatas lindas estavam paradas lá, todas muito bem acordadas e bem vestidas, diferente de mim, é claro.

Sophia foi a primeira a se jogar dentro do apê e depois pular em cima de mim pra me dar um abraço, gritando de felicidade. Se vocês a conhecessem, diriam que era normal. Eita mulher maluca. Era alta, loira, olhos azuis bem grandes e um sorriso sempre estampando a cara. Sempre fora assim, desde os nossos nove anos de idade. Sim, eu conhecia aquela maluca há 15 anos!

As outras duas, Lauren e Theodora, vieram logo atrás, e riam sem parar.

– Cara, eu tenho que voltar a me acostumar com esse teu jeito, Soph. – disse Laly sorrindo, depois de já ter me abraçado e largado as bolsas em meu sofá branco. Ela tinha passado dois anos na Itália, fazendo um estágio em uma revista de moda, e logo depois do terceiro mês já fora promovida a vice-diretora de criatividade. A revista não era nenhuma Vogue, mas também tinha um nome de peso, e o melhor de tudo: pagava bem. Não sei como, mas Laly conseguira uma folga de um mês, tempo que aproveitaria para visitar toda a sua família, espalhada pelos quatro cantos do Brasil, e as três amigas queridas, claro.

Ela era pequena, tinha cabelos longos e castanhos, olhos escuros e lábios bem preenchidos. Notava-se que ela sabia (e muito) de moda pelas roupas e acessórios que usava. Se eu fosse um pouco mais superficial, teria sentido inveja.

A última, mas não menos importante, a me abraçar foi a Theo. Gente, fazia no mínimo 19 anos que conhecia essa daí. Quando pequenas, nós tínhamos nossas desavenças, que na verdade eram muitas, mas conforme o tempo foi passando, fomos ficando mais amigas, e perto dos 15 anos de idade, já andávamos muito juntas. Ela também era linda, só para variar. Ruiva, de cabelos cacheados e olhos verdes sempre muito bem marcados com lápis preto. Além de linda ela tinha corpo. Lembro-me muito bem que os meninos da escola sempre falavam que ela era gostosa, só lamentavam algumas espinhas que cresciam em seu rosto. Quem me dera aqueles mesmos meninos vissem ela agora.

Theo era residente no hospital mais elitizado da cidade. Nossa amizade ficara ainda mais forte depois que fomos para a mesma faculdade, cursando matérias diferentes, é claro. Ela cursara medicina, com especialização em neurocirurgia, e eu cursara jornalismo. Mas sempre, depois das aulas ou durante os intervalos, nos encontrávamos para por o papo em dia e combinar o que almoçar. A pena é que seu apartamento fica bem longe do meu, mas ainda assim conseguíamos nos ver quase todos os dias.

A única ali que não trabalhava era a Sophia. Ela cursava faculdade de artes em uma cidade perto da capital, já fazendo sua pós-graduação. Por vir de uma família rica, minha pinéu favorita nem precisava pagar a própria faculdade. Porém tenho que dizer que sempre me surpreendi com a sua determinação em ser sempre a melhor da classe, ano após ano. Vezes conseguia, vezes não, mas nunca desistia.

Depois de me formar, dois anos atrás, eu dera um tempo nos estudos, para me concentrar mais no trabalho. Por falar nisso, esqueci de mencionar que trabalhava na redação do principal jornal de Porto Alegre, e até do estado. A vida era bem maluca, já que tinha que fazer várias coisas ao mesmo tempo, como levar café para o chefe, atender telefonemas, e às vezes cobrir furos dos quais os repórteres oficiais não deram conta... Eu aguentava tudo isso porque tinha a certeza de que algum dia eles perceberiam o quão boa eu era, e que poderia fazer a diferença lá dentro.

Mas hoje não, hoje ninguém me impediria de ser feliz ao lado de minhas amigas, vivendo o meu sonho, que era ver o Matt, o Syn, o Zacky, o Johnny e o Arin tocando com garra e vontade, e ao vivo! Essa com certeza prometia ser a melhor noite da minha vida. Com certeza!



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Notas finais do capítulo

Então?? comentem ;)