Premier Amour escrita por kurokuro_neko


Capítulo 1
~01~




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- Eu deveria tê-lo matado logo quando nasceu.

- E por que não o fez? Agora se ainda lhe for de agrado, terá de me enfrentar.

- Maldito, cale a boca!

- Não se engane mais, meu caro pai, poupe o pouco de saúde que lhe resta e assuma de uma vez. Você sabe que eu jamais deixarei de ser o que sou.

- Monstro...

- Velhote.

 

~

 

Aquela terça-feira começara como qualquer outra.
A briga com meu pai? Bem, isso já era rotineiro. Havia 16 anos que eu escutava aquilo quase todo maldito dia, tanto que, nos dias de hoje, já levo isso como um meio de me divertir.
Era quase hora do meu café da manhã, e logo após o mesmo, eu iria para às aulas de equitação (coisa que eu era literalmente obrigado a fazer). Lavei-me e vesti-me com a devida roupa para montar no Matthew (Sim, Matthew é meu cavalo Thoroughbred, de pelagem bem negra que faz destacar o que eu mais gosto nele, uma 'manchinha' de pelos brancos entre os olhos, enfim.) e segui em direção ao jardim, onde minha mãe, minha irmã mais nova e meu velho pai me aguardavam.

- Bom dia meu amor - Disse mamãe sorridente, como sempre. Não era de se estranhar, ela estava sempre sorrindo, independente do que houvesse acontecido. E, felizmente ou infelizmente, herdei isso dela.

E logo após o bom dia de minha mãe senti algo da altura de minha cintura me abraçar bem apertado como se estivesse dizendo 'bem vindo' à mim. E após alguns segundos pude reparar naqueles lindos cabelos finos e cacheados, de cor que me lembravam os girasóis que, o mesmo ser que me abraçava, tanto gostava.

- Bom dia príncipe!

- Bom dia minha princesa...

Retribuí ao abraço mais gostoso do dia que veio de minha pequena irmã Sophie,  depositei-lhe um rápido e suave beijo em sua face rosada e voltei à minha familia, dirigindo-me à minha cadeira de costume e pegando uma das xicaras de chá que minha querida mãe havia acabado de servir.
O café da manhã era aparte do dia que eu mais gostava. Eu gostava do nosso jardim, dos girasóis da Sophie (e até mesmo de todos os brinquedos que ela abandona por lá), gostava do lugar onde a mesa de ferro com detalhes à ouro ficava posicionada, gostava daquele ar, da manhã, da mamãe e até mesmo do papai (talvez porque ele ficava quieto praticamente durante o café damanhã inteiro.).

Eu... eu gostava daquele momento e se eu pudesse, eu só viveria ele, todos os dias da minha vida ou até mesmo pausaria o tempo porque... era a única hora do dia em que eu não me chateava.


Após terminar de tomar meu chá e, praticamente, devorar os biscoitos que minha mãe havia feito, pedi licença a todos da mesa para que eu pudesse me retirar.


- Irmãozinho, deixa-me assistir teu treino? Por favooooooor...

Sophie... Eu nunca resisto à aquele olharzinho infantil e pidão, ainda mais se o que ela está pedindo me envolve. Sem contar que quando ela faz aqueeeeeela carinha e ainda puxa a ponta do meu paletó a última coisa que eu tenho coragem de dizer nesse mundo é não.

- Mas é claro que pode sua bobona e... você sabe que não sou seu 'irmão'.

- Desculpa... irmãzinha.

E após me chamar de 'irmãzinha' ela deixou nascer mais um daqueles sorrisos maravilhosamente contagiantes dela, que não por menos, me fez sorrir também.

Peguei-a no colo e saí correndo pelo nosso jardim. Ele é extremamente amplo, verde e costumo dizer que tem a grama mais macia do mundo. Só Deus sabe o quanto eu gostava de deitar e rolar por ele com Sophie.
Mas enquanto corria não pude deixar que um leve aperto no coração me afetasse.

'irmãzinha...'

Ela era a única pessoa que me chamava pelo feminino e continuava a sorrir pra mim, e é essa ingenuidade combinada com sua absurda sinceridade ( e esse rostinho lindo) que faz dela a primeira pessoa por quem eu morreria.

- Pronto, chegamos sua chata! - Ri enquanto a joguei gentilmente no gramado fofo do jardim II, ao lado do campo de equitação, e sem mais demoras, me atirei pra cima dela como se fosse esmaga-la.

- Ahhhh Maddy nããããoo - Sophie ria delicadamente com aquele jeitinho de princesa que ela sempre teve e tentava retirar meu corpo decima do dela, enquanto eu segurava aqueles bracinhos finos contra a grama e fazia cócegas na cintura dela.

- Sua boba, quanto mais você gritar, mais cócegas eu irei fazer!

E no mesmo instante Sophie parou de se debater e fitou meus olhos fixamente, mas com a leveza de sempre e lhe permetiu que a delicada pele branca e macia de seu rosto enrubescesse em um tom rosado.

- Eu amo você príncipe...

Eu não pude deixar de enrubescer um tanto assustada mas, logo depois, lancei-lhe um sorriso enorme e sincero e não pude deixar de retribuir com um "eu também te amo princesa" e com um leve beijo inocente, apenas pressionando meus lábios contra os dela.
Para mim ela era só minha princesinha, minha irmãzinha querida por quem eu faria exatamente tudo para ver sorrindo mas nada mais. Aliás, além de minha irmã ela era uma criança.
Mas um leve selinho entre irmãs não faria mal a ninguém, não é?

Sophie encostou-se na cerca da pista do Matthew e assistia a cada passo, cada pulo, cada cavalgada minha e de meu Thoroughbre fielmente, sem direcionar sua atenção para qualquer outra coisa. (A não ser quando eu parava no meio da pista e lhe lançava alguns beijos, o que a fazia desviar o olhar na mesma hora)

-

Muitas horas já haviam se passado desde que eu começara a treinar (até falei para Sophie ir almoçar e descançar um pouco. No começo ela negou, mas depois consegui convece-la. Bem, ou ela se mantém saudável ou nunca mais a deixarei ver meus treinos.) e resolvi que já era hora de uma pausa e ir descançar um pouco (nem mesmo Matthew estava aguentando mais.).
Deixei meu precioso cavalo em seu estábulo e antes de partir dei-lhe um abraço e o agradeci, como de costume.

Normalmente depois do treino eu fico absurdamente desesperada por um banho e depois por 'morer' em minha cama mas.... esse dia foi o único dia que eu não fiz isso.
Não sei se foi bom ou não eu ter entrado no bosque de minha residência, só sei que... se era pra acontecer, bem, aconteceu.


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Notas finais do capítulo

-

Então pessoas, eu troquei de teclado mas os probleminhas técnicos permanecem, como por exemplo a falha na barra de espaço. Resumindo, grande parte dos erros não são por simples ignorância, tá? n_n
Obrigada por ler. (L)