–Como vamos achar as outras sensitivas ?- Sullivan peguntou.

A essa altura, os três já tinham voltado para casa de John. Ele que atirara-se no sofá, apenas deixou sua mente vagar, pensando no que iria fazer.

–Os livros que o amigo de John nos emprestará deve ter algo. - Valquiria disse apreensiva. - Precisamos deter esse mestiço antes que ele mate mais uma garota.

O celular de John tocou.

–Alô. - disse. Passou-se alguns segundos e ele ditou seu endereço. - Até.
–Quem era ?- Valquiria perguntou.
–A minha vó. - John sentou-se. - Pare de ser enxerida.
–Você deveria ser menos rude.- retrucou. - Enfim, preciso ir. Tchau.

Ela ia saindo quando Sullivan disse que a acompanharia. Os dois saíram do prédio em silêncio.

–Está chateada com ele ?- Sullivan mexeu no cabelo.
–Não, claro que não. - ela suspirou. - Sei que ele está tenso, é irrelevante.
–Não é só ele. - ele encarou-a. - Notei que também está nervosa.
–Sim. Eu estou com medo. - ela crispou a testa rapidamente. - Medo de que alguém se machuque...
–Eu deveria tranquiliza-la, mas também não estou muito seguro. - o garoto disse. - Não é algo fácil que estamos lidando.

Valquiria sabia que devia ter dito a John sobre o que o mestiço havia dito a ela. Que ela seria a última sensitiva morta. Que com o sangue dela, ele romperia o selo. Mas ela simplesmente estava tão assustada que ainda não conseguia tocar no assunto.

–Eu sei. -fez uma careta. - Preciso ir. Até, Sullivan.- Valquiria tocou seu ombro de leve e seguiu.
–Tchau.- ele deu um aceno rápido e foi ao lado contrário.
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–Nada bom.- Dean disse depois que Constantine contou sobre as virgens e as sensitivas.
–Aqui diz que a diferença das mortes é de dois dias. - Sam leu na cópia que Bob o dera. - Os únicos critérios do mestiço são sensitivas de almas puras, ou o mais perto disso e com uma marca em forma de cruz no ombro direito.
–Ficarei verdadeiramente impressionado se ele achar as outras 3. - John colocou o chiclete na boca.

Os Winchester chegaram no apartamento de John a algum tempo e eles conversavam sobre o caso. Já tinham se familiarizado com os termos um dos outros. John até havia simpatizado com os garotos, tinha um pressentimento de que eles ainda viveriam muita coisa. Viu um pouco de si em cada um. Quanto a Dean, viu que apesar de um cara passando da meia idade, Constantine precisava de um pouco de diversão. Sam viu um pouco de Bob nele, mas achou que era só impressão sua. Logo depois de tratarem do caso, combinaram de fazer algumas buscas em igrejas atrás das sensitivas e John usaria seus contatos para descobrir quem era o mestiço. Assim, se despediram. Os irmãos rodaram pela cidade e pararam em algumas igrejas. Sam estava frustrado.

–Como vamos descobrir as sensitivas que tem as marcas ? - disse.- Não podemos tirar as roupas de todas as mulheres da cidade.
–Apenas porque ainda é proibido.- Dean ressaltou.- Se soubessem que é por uma boa causa não recusariam. -disse quando entravam numa igreja.- Espero que Constantine consiga informações logo.
–Eu também.- Sam avistou o padre.- Olá padre. Precisamos de sua ajuda.

Os dois já conheciam o padre. Em outro caso que tiveram em Los Angeles, esse padre os ajudara. Perguntaram sobre sensitivas que ele conhecia, e ele os deu alguns nomes, porém não sabia informar sobre as marcas. Assim que os dois voltaram ao carro Sam sacou o celular do bolso.

–Oi John. Escute, temos alguns nomes e vamos procura-las amanhã. Se conseguir-mos algo, avisamos. Até.- disse.
–Desde quando precisa dar satisfações pra esse cara ?- Dean arqueou uma sobrancelha.
–Não sei se percebeu, mas não estamos sozinhos nessa. -Sam disse.- Não complique.
–Tudo bem. - Dean suspirou.
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Sullivan chegou em casa e começou a pensar. Onde poderia achar as sensitivas ? Para ele, parecia impossível. Depois de dar oi pra sua mãe e seu pai na sala, foi para seu quarto revirou alguns livros que guardava escondido de seus pais. Tinha certeza de que se o achassem, o levariam para uma igreja imediatamente. Eles não eram nada religiosos, lidavam com o racional. Não aceitariam que seu filho mexesse com esse tipo de coisa sem antes passar por algum acompanhamento psicológico. Atirou-se na cama e algumas imagens passaram por sua cabeça. A primeira delas, Valquiria. Estava encantado pela beleza dela. Encantado pelo fato de uma garota tão bonita não estar preocupada com salão de beleza de líderes de torcida, mas simm, em seu mundo. Ou melhor, fazer parte dele, das estranhezas dele. Do sobrenatural. Depois, a boate do papa Meia-Noite. Definitivamente, um lugar bizarro, que apesar de tudo era impressionantemente atraente. Ele que era muito detalhista, gravou as pessoas e o lugar. Queria voltar lá. E voltaria. Com essas lembranças, dormiu.

No outro dia, foi até John que contara sobre os critérios do mestiço. Então, Sullivan deu um sobressalto.

–Espere!- disse rapidamente. - A bartender, ela tinha essa marca no ombro.
–Fala sério ? - John interessou-se.
–Sim, eu olhei-a bem.- disse.- Até pensei que seria uma tatuagem, mas não era muito perfeita a forma. Tenho certeza que é ela.
–Provavelmente. Para frequentar aquele lugar ela tinha que ser algo.- John levantou-se. - Vamos, creio que não temos muito tempo.

No caminho, ligou para Sam e ditou o endereço da boate.

–Papa Meia-Noite? - Dean perguntou. - Esse eu quero conhecer.