Namorada Adormecida escrita por Luisavick


Capítulo 9
Capítulo 9 - Hate That I Love You


Notas iniciais do capítulo

Olha Rihanna no titulo de novo. õ
Letra e video da musica → http://letras.terra.com.br/rihanna/969145/traducao.html
Tudo haver com o capitulo. ;)



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Ponto de Vista da Carly

Eu estava na sala com Griffin, assistindo televisão e me perguntando onde estariam aqueles dois. Ainda há pouco eu bati no AP de Freddie e ninguém atendeu.

Já ia telefonar para o celular deles quando escutei vozes no corredor, na frente da nossa porta de entrada. Cheguei mais próximo da porta e escutei a voz de Sam um tanto alterada.

_ Que foi? – Griffin me perguntou.

_ Shhhh! – fiz o gesto de silêncio pra ele.

_ POR QUE VOCÊ NÃO PODE FAZER O QUE ESTOU TE PEDINDO, FREDDIE? – ela gritava.

_ Não vejo motivo para isso, Sam. – escutei Freddie falando.

_ EU JÁ TENTEI TE EXPLICAR, BENSON. MAS QUE DROGA! QUER SABER? DEIXA PRA LÁ!

_ Se você me der um bom motivo para isso, PUCKETT, eu até faço o que você quer.

_ VAI TE CATAR! NERD! CHATO! BABACA!

Nesse momento resolvi interferir e abri a porta.

_ Posso saber onde vocês estavam? – perguntei na lata. _ E por que a Sam está proferindo esses lindos elogios?

Sam ficou lívida e Freddie corou até a raiz dos cabelos. Acho que até se engasgou com a resposta que ele ia dando pra ela. Mas esta se recuperou logo e foi entrando no meu AP enquanto respondia.

_ Eu estava em casa esperando uma encomenda pra minha mãe. – ela respondeu apressada. _ Me encontrei com esse aí por acaso quando vinha chegando aqui.

_ Meu nome é Freddie, Samantha. F-R-E-D-D-I-E. Entendeu? – ele respondeu da porta. E virando-se pra mim, ele falou: _ Eu estava estudando...

_ EU SEI SOLETRAR, IMBECIL. – Sam interrompeu Freddie e olhava para ele de modo ameaçador. Fiquei entre os dois. Griffin observava a cena do sofá sem entender nada. _ Vou subir para seu quarto, Carly. – ela falou pra mim. _ Não aguento mais olhar para certas pessoas... – e foi subindo as escadas.

_ TAMBÉM NÃO QUERO MAIS TE VER POR HOJE, PUCKETT. – e foi andando para seu apartamento.

_ Espera, Freddie! E nossa sessão de cinema? Fre... – Foram dois barulhos de porta batendo simultaneamente. A do meu quarto e a do apartamento do Freddie.

Fechei a porta, estupefata. Eu já os conhecia, mas ainda me surpreendia. “Que será que tinha acontecido dessa vez?”

Sentei-me ao lado de Griffin e ele me abraçou.

_ Eles são sempre assim?

_ Sempre – respondi. _ Mas não se preocupe, temos que dar um tempo pra eles e daí a pouco estarão bem de novo.

_ Não sei não. – Griffin falou. A cara dele de incredulidade era bem engraçada.


_ Vai por mim. – falei sorrindo. _ São anos de convivência...

_ E você acredita que eles se amam? – ele falou com um sorriso cínico que eu adoro. _ Imagina se isso fosse ódio. Como iriam brigar? Com espadas? Facas? E eu que sou o bad boy...

_ Deixa eu te contar essa história pra você entender melhor... Depois você tirar suas próprias conclusões... Daqui a pouco eles estarão aqui com a gente como se nada tivesse acontecido.

_ Duvido muito. – ele falou. _ Depois do que vi e ouvi...

_ Quer apostar? – falei sorrindo.

_ Você está muito segura, hein? – ele falou e me beijou. _ Ok, então. Aposta feita. O que vai ser?

_ Beijinhos. – falei sorrindo. Ele me encantava.


_ Muitos beijinhos? – ele perguntou, bem próximo a minha boca.

_ Muitos, muitos beijinhos. – respondi feliz. _ Então você pode começar a me pagar...

Após alguns beijos, beijinhos e beijões, comecei a contar para ele todas as aventuras pelas quais eu, Freddie e Sam já passamos. Falei do início, em que Freddie acreditava ter uma paixonite por mim e das reações de um para com o outro. O modo como se provocavam, pois não era somente Sam que adorava perturbar o Freddie. O contrário também era verdadeiro. Porém, em outros momentos, eles sempre se ajudavam.

Havia passado meia hora quando ouvi uma batida na porta. Eu já sabia quem era...

_ Pode entrar! Está aberta.

Freddie entrou. Ele olhava de mim para Griffin, meio desconcertado, mas resolveu se aproximar.

_ E aí, cara? Tudo bem? – ele e Griffin se cumprimentaram. Olhei para meu namorado, levantando a sobrancelha.

_ Beleza, Freddie.

_ Ela ainda está lá em cima? – Freddie perguntou pra mim.

_ Está sim. – respondi sorrindo. _ Vai lá. Não demora que ainda temos um monte de filme pra assistir... Vou estourar a pipoca. Avisa Sam!

_ Ok... – ele respondeu já subindo os degraus de dois em dois.

Esperei ele sumir escada acima e me virei pra Griffin.

_ O que foi que eu te disse? – ele não me respondeu nada. Estava visivelmente surpreso. _ Acho que você está me devendo alguma coisa... – cobrei.

_ Essa dívida eu pago com o maior prazer... – ele foi me abraçando e me beijando enquanto caminhávamos em direção a cozinha.

Mas minha curiosidade estava me matando... Adoraria saber como aqueles dois estavam se resolvendo lá em cima. Eu já tinha escutado as gravações que fiz durante à noite e estava louca pra conversar com Freddie... Mas isso iria ter que esperar mais um pouco. Talvez amanhã...

Ponto de Vista de Freddie

Nós brigamos novamente. Você deve estar se perguntando qual o motivo de tudo isso. Geralmente não existe nenhum motivo suficientemente forte para desencadear essas brigas entre mim e Sam. Poucas foram às vezes que brigamos por algo mais sério.

Quando ela revelou que eu nunca havia beijado ninguém num programa de internet ao qual milhares de pessoas estavam assistindo, isso sim seria um motivo bem sério para uma boa briga. Só que não brigamos daquela vez. Vai entender. Ela me magoou e ficamos dias sem nos falar. Talvez esse fato é que tenha feito ela ir me procurar para pedir desculpas.

Pouco antes, na casa dela, pedimos um táxi e viemos conversando numa boa. Até que ela me pediu que eu não contasse pra ninguém, especialmente para Carly, que estivemos juntos estudando. Naturalmente eu perguntei por que a Carly não podia saber, mas Sam foi evasiva e não me deu nenhuma resposta satisfatória.

Daí eu me recusei a mentir ou omitir qualquer coisa. Ela insistiu e nós brigamos. E aqui estou eu mais uma vez pensando o que fazer com Sam.

Bati na porta do quarto da Carly e nada. Nenhuma resposta. Insisti. “Será que ela havia saído e Carly não percebeu?”  Bati novamente.


_ Sam? – bati novamente e nada.

Talvez ela não quisesse mesmo falar comigo, mas se ela estava pensando que eu desistiria estava bem enganada. Não queria fazer isso, mas era o jeito. Abri a porta devagarzinho e espiei para dentro do quarto da Carly. Nada. Nem a sombra dela.

Resolvi procurar no estúdio. Pelo vidro da porta já deu para ver que ela estava lá. Abri a porta e entrei sorrateiramente.

Sam estava com fones de ouvido e deitada no chão com a cabeça e as costas apoiadas em um puf. Ela tinha os olhos fechados. Deitei ao lado dela me apoiando em outro puf. Coloquei as mãos sobre a cabeça e fiquei mirando o teto. Até aqui ela ainda não tinha percebido minha presença.

_ Perdeu o juízo, Benson? – ela perguntou, virando o rosto para me olhar e tirando um dos fones do ouvido.

_ Talvez. – respondi com uma tranquilidade que eu estava longe de sentir. Eu seria capaz de me afogar no mar azul daqueles olhos. Mantive o contato, mas ela desviou o olhar.

Ficamos ainda alguns minutos calados, lado a lado. Eu continuava mirando o teto. Pensei que nós dois sempre vivemos sobre uma aura de tensão muito forte.

Os cientistas dizem que existe eletricidade e magnetismo em tudo, em maior ou menor grau, inclusive nas pessoas. As cargas elétricas interagem entre si se atraindo ou se repelindo. Bem, minha teoria pode ser furada, mas é a seguinte:

“Teoria de atração e repulsão Benson”

“Naturalmente quando duas pessoas brigam é porque colocam em movimento suas cargas elétricas positivas ou negativas, depende. Entendendo que aqui, a carga negativa não deve ser vista como algo ruim. Ou seja, duas pessoas com as cargas negativas elevadas se repelem ou com cargas positivas elevadas também se repelem. Assim sendo, só haverá atração quando essas cargas estiverem em equilíbrio mútuo, onde o magnetismo de uma carga positiva atraíra a carga negativa e vice-versa. Aí se beijam...”.

Nossa, viajei... Bem que mereço o título de nerd. Naquele momento eu e Sam estávamos com as cargas elétricas mutuamente equilibradas. Eu podia sentir a força de atração que me puxava para ela... 

_ Me desculpe – falamos juntos e nos olhamos.

_ É, precisamos mesmo parar de fazer isso. – falamos juntos de novo e começamos a gargalhar loucamente.

_ Obrigada por me ajudar hoje à tarde. – ela falou depois que parou de rir. _ Eu sou uma idiota. Não deveria ter pedido pra você mentir pra Carly.

_ Você também me ajudou, Sam. – falei sincero. _ E eu não falar nada pra Carly não é mentir, certo? Apesar de que não deu muito certo da última vez que tentamos manter algo sobre nós dois em segredo...

_ Verdade! – ela estava visivelmente ruborizada. _ E eu fui a primeira a contar...

_ Mas você estava chapada, pelo que ela me disse. Adoraria ver você doidona por causa do gás do riso...

Sam deu um sorriso tímido. Eu amava isso. Então, me aproximei um pouco mais de onde ela estava e comecei a fazer cócegas na cintura dela e Sam começou a gargalhar tresloucadamente enquanto me pedia pra parar.

Joguei-me novamente no puf enquanto me considerava o mais feliz dos seres do planeta. Sentir a respiração ofegante de Samantha ao meu lado, observar seu rosto ruborizado e os olhos brilhantes pela alegria que eu havia lhe proporcionado era demais para mim.

Esperei as batidas no meu peito diminuírem de intensidade e levantei. Estendi a mão para ela e a ergui do chão. Ficamos bem próximos, as mãos ainda enlaçadas, os olhos se buscando e, antes que ela rompesse o contato, falei:

_ Amigos? – eu comecei a apreciar os contornos dos lábios dela, mas me contive antes que meus pensamentos perturbadores se transformassem em ação.


_ Sempre. – ela pareceu refletir por um instante e retirou a mão logo em seguida, as faces vermelhas.

_ Vamos descer? – falei. _ Carly já está fazendo as pipocas.

Abri a porta para que ela saísse na frente e fui em seguida. Senti uma onda de prazer indescritível percorrer meu corpo ao pressentir a possibilidade de desfrutar da companhia de Sam pelo resto da noite. Ou ao meu lado, acordada ou nos meus braços, dormindo.


Ponto de Vista de Sam

Estou muito chateada comigo mesma. Briguei novamente com Freddie sem motivo nenhum. Ele somente se recusou a fazer o que euqueria. Mas somente eu sei o que se passa aqui dentro de mim e nessas horas me sinto egoísta.

Há momentos em que eu não queria ter a Carly entre mim e Freddie. Não queria ter que falar nada para ela sobre o que sinto ou deixo de sentir quando o assunto se refere a ele. Todos esses anos tive que escutar Freddie falando de seus sentimentos por ela e observar o quanto ela o rejeitava e o usava também quando bem entendia por causa desse sentimento.

Eu gosto muito dela. Ela é minha melhor amiga, jamais quero magoá-la, mas ela usava Freddie sim. Muitas vezes sem perceber. E eu nunca gostei disso.

Nessas horas em que ainda aparece esse tal de ciúme eu preciso ficar sozinha para me acalmar. Só que xingar o Freddie e gritar com ele foi errado e me sinto mal por isso. No entanto, ele é muito insistente e eu precisei mesmo falar mais alto pra que ele me deixasse em paz. Afinal de contas eu ia explicar o quê?

“Olha, Freddie, não fala pra Carly que estivemos juntos à tarde inteira porque senão ela vai me fazer um monte de perguntas, pois ela acha que eu estou a fim de você e talz... E sabe? Ela está certa... Então, se você estiver a fim de mim também...”

Eu não tinha coragem de falar isso... “Ele não podia, simplesmente, atender meu pedido sem questionar?”

Estava lá, deitada no chão do estúdio, escutando um som pesado e remoendo essa história quando senti uma presença ao meu lado. Espíritos? Não. Era ele. Eu nem precisava abrir meus olhos para saber quem estava ali.

Primeiro, o perfume era inconfundível. Segundo, não sei explicar. Eu sinto a presença dele em qualquer lugar onde estivermos sem precisar vê-lo ou tocá-lo pra me certificar disso. Provavelmente, meus outros sentidos estão apurados e fiquem em total estado de alerta quando o assunto é Freduardo Benson.


_ Perdeu o juízo, Benson? – resolvi perguntar e olhei para ele. De certa forma eu já começava a me sentir melhor pelo simples fato de ele estar ali. De ele ter vindo falar comigo, mas se ele não tivesse vindo, eu iria procurá-lo mais cedo ou mais tarde.

_ Talvez. – ele respondeu me encarando, mas seu semblante era sereno o que me deixou mais tranquila. No entanto, os olhos dele tinham uma chama como de um fogo que está prestes a te queimar, tão penetrante e envolvente que me manteve cativa, silenciou meus protestos e roubou meus pensamentos.

Fechei meus olhos para fugir daquele contato e procurei me ligar novamente no som que saía do meu PeraPod, mas não consegui. A única coisa que eu sentia e percebia era a presença dele ali. O calor do corpo dele chegava até o meu fazendo meus pêlos arrepiarem, o cheiro dele me deixava inebriada, a lembrança do gosto dele em meus lábios faziam minha boca ficar seca... “BEBE ÁGUA, SAMANTHA!”

Freddie estava calado. “Em que será que ele pensava?” Foi muito legal estudar a tarde inteira com ele. Tê-lo só pra mim... De qualquer forma, ainda sinto que ele gosta da Carly, apesar dela afirmar o contrário e apesar de me sentir completamente idiota quando ele sorri para mim... Ele já não tem medo de mim, sinto isso. E quando Freddie perceber que pode me dominar totalmente, estarei perdida... Para sempre.

_ Me desculpe! – “Não! De novo não... Falamos juntos outra vez.” Olhei para ele.

_ É, precisamos mesmo parar de fazer isso. – ao dizermos isso, ao mesmo tempo de novo, começamos a rir muito... “Parece que havia transmissão de pensamento entre nós... Ai, não quero pensar nisso... É muito pra minha cabeça.”

_ Obrigada por me ajudar hoje à tarde. Eu sou uma idiota. Não deveria ter pedido pra você mentir pra Carly. – falei sincera.

_ Você também me ajudou, Sam. – ele respondeu. _ E eu não falar nada pra Carly não é mentir, certo? Apesar de que não deu muito certo da última vez que tentamos manter algo sobre nós dois em segredo...

_ Verdade! – ele estava certo. Meu rosto começou a pegar fogo. _ E eu fui a primeira a contar... – admiti depois de tantos meses. Eu estava envergonhada.

_ Mas você estava chapada, pelo que ela me disse. Adoraria ver você doidona por causa do gás do riso...

Senti meu coração na garganta quando Freddie falou isso pra mim e me deu um sorriso malicioso. Ele ficou me encarando. Seus olhos castanhos adquiriram um tom âmbar e um brilho perigoso. Um calafrio percorreu meu corpo inteiro. Insegura, desviei meu olhar. De repente, senti as mãos dele em minha cintura e não consegui mais me libertar. Perdi as forças... Nunca ri tanto em minha vida...

_ Sempre. – respondi, saindo de meus delírios. O olhar dele sobre mim fez minhas faces se aquecerem novamente.

_ Vamos descer? Carly já está fazendo as pipocas. – ele falou.

Descemos e, ao chegar à cozinha, vimos que Carly ainda não tinha preparado as tais pipocas... “Como assim?” – pensei. Meu estômago já estava roncando.

_ E aí, Griffinório? – cumprimentei Griffin. _ Cadê seus mini-pufes?

_ E aí Sam? – ele respondeu. _ Beleza?

SAM!! – Carly reclamou. Olhei para Freddie. Ele me encarou de um jeito esquisito e ergueu as sobrancelhas.

_ Que foi? – perguntei me fingindo de inocente. _ Coragem, fogo, leão, mini-pufes, tatoo de dragão, cicatrizes, lábios quentes...

SAM!!!! – agora Freddie e Carly falaram juntos com olhares recriminadores.

_ E a Carly disse que você faz mágica com ela, apesar de eu não saber bem o que isso significa....

_ AHHHHH! EU VOU TE MATAR, SAM... – Carly começou a correr atrás de mim.

Corri em volta da mesa da cozinha com Carly em meu encalço. Eu só conseguia sorrir e os meninos se afastavam pra deixar a gente passar. Ela jamais me alcançaria. Corri para a sala, mas Freddie estava na passagem, então segurei nos braços dele e fiquei usando-o de escudo entre mim e ela, enquanto Carly tentava em vão me pegar.

Carly ia pra direita, eu jogava Freddie para a direita. Carly ia pra esquerda eu fazia o mesmo...

_ Segura ela, Freddie. – Carly pediu.

_ Eu não. – ele respondeu. _ Vocês duas que se resolvam...

De repente, Griffin abraçou Carly pela cintura e a puxou para junto dele.

_ Tá tudo bem, amor. – falou Griffin. _ Não estou zangado. Sam é muito divertida.

Ainda atrás de Freddie, olhei para Carly e ergui a sobrancelha em provocação. Carly ergueu a sobrancelha também.

_ Mas EU estou zangada... Deixa eu pegar ela, Griffin. – Carly falou, tentando em vão se soltar dos braços do namorado.

_ Vem me pegar... – a desafiei, de brincadeira. Foi aí que Freddie me surpreendeu me puxando de onde eu estava, pela cintura, e me virando pra ele. Gelei e paralisei.

_ Já chega, vocês duas. – ele falou e ficou me segurando e me encarando. Estremeci por estar tão próxima a ele. Imediatamente parei de sorrir. Foi aí que escutei Griffin falando com Carly e me virei para os dois...

_ Quer dizer que eu faço mágica com você e tenho lábios quentes?

_ Pára, Griffin – falou Carly visivelmente ruborizada. Então Griffin começou a beijá-la na nossa frente.

_ECA! Vocês dois... Dá pra fazer isso depois? Eu estou com fome e não quero perder meu apetite... AI!!! – gritei ao sentir um beliscão na minha cintura. _ Por que você me beliscou? – perguntei me virando pra ele novamente.

Foi então que percebi que Freddie ainda me segurava e procurei me soltar. Minhas pernas estavam bambas e meu corpo tremia. Parecia que tinham tirado todos os meus parafusos de vez...

_ Pra você se comportar... – ele explicou sorrindo. Pisquei várias vezes pra ver se eu não estava num sonho, onde eu era a atriz principal de um filme de terror, mas eu realmente estava acordada...

Foi então que meu estômago roncou tão alto que todos escutaram. Senti meu rosto corar.

_ Cadê a comida? – perguntei aproveitando a deixa e pra quebrar de vez o encanto que Freddie exercia sobre mim. _ Preciso alimentar meu alienígena... – falei passando a mão em círculos sobre o estômago.

_ Eu sabia que você tinha um segredo – Freddie comentou ainda sorrindo pra mim. “E ele nem sabe da história a metade”. – pensei e sorri de volta para ele. O encanto estava voltando...

_ Spencer deixou uma macarronada no forno e tem refrigerantes na geladeira. _ Carly falou. _ Já acendi o fogo. Achei melhor comermos logo e deixar a pipoca pra depois.

_ Excelente! – falei. _ Vou até ajudar a colocar a mesa...

_ Vai nevar sorvete de baunilha com chuva de calda de chocolate. – disse Carly rindo.

_ Engraçadinha... – respondi mostrando a língua pra ela.

Arrumamos a mesa e começamos a jantar. Era muito bom estar entre amigos, se divertindo.

Aí, Freddie se sai com essa entre uma garfada e outra:

_ Por acaso esse seu alienígena dorme quando você está dormindo?

As gargalhadas dos três soaram geral. E eu fiquei sem entender nada vezes nada, mas eles estavam zoando com a minha cara... Ah!... Eles que me aguardem...


Ponto de Vista da Carly

Tranquilamente, com se fosse o movimento mais natural do mundo, Griffin espalmou a mão esquerda no armário da cozinha, impedindo-me de fazer as pipocas. Meu senso de humor se esvaiu. Detestava quando ele fazia isso e ainda ficava com um sorriso sedutor estampado na cara.

_ Griffin – comecei a falar, pausadamente. _ Daqui a pouco nossos amigos vão descer e quero estar com essas pipocas prontas pra assistirmos aos filmes...

_ Pra quê a pressa, Carly? – ele falou se aproximando, sem deixar de me encarar. Senti uma onda de calor crescente e inspirei profundamente. _ Você mesma disse que eles estão se resolvendo e devem demorar um pouco.

Olhei para ele determinada, mas já sentindo minhas forças irem embora... Uma coisa era beijá-lo em ambientes públicos ou em companhia de outras pessoas... Outra coisa era ficar a sós com ele...

_ Definitivamente, Griffin, a gente pode namorar daqui a pouco... – argumentei.

_ Dê-me um motivo forte e válido para que eu desista de beijar você. Aqui. Agora. – ele falou, sem rosto mais perto. Prendi a respiração. _ Pois estou pretendendo fazer isso pelos próximos seg... Minutos.

Quando ele me soltou eu me senti feliz, leve e solta. Parecia que eu nunca mais iria conseguir respirar normalmente.

Após algum tempo, ele me estendeu a mão para que levantássemos. Quando ele me puxou, fiquei somente a alguns centímetros dele. Tão perto que senti o aroma de hortelã de sua boca e meus olhos se desviaram para aqueles lábios sedutores... “Pare com isso.” – pensei, tentando me controlar. 

_ Amigos? – a voz dele era suave, macia e penetrante.

Respirei fundo antes de responder. Sim, no que dependesse dela, eles seriam sempre amigos, nem que tivesse que guardar os sentimentos que tinha por ele dentro de uma caixa trancada a sete chaves as quais fossem todas destruídas. Além disso, essa caixa seria enterrada num buraco bem fundo numa ilha deserta dos mares inóspitos do Oceano Pacífico, a fim de que ficasse longe das mãos de Pandora.

Engoli em seco e senti minha pulsação acelerar, mas mesmo assim ergui meu queixo e o desafiei com os olhos a prosseguir com suas intenções. Não adiantou nada. Ele não se intimidou nem um pouquinho.

_ O problema, Carly Shay, é que não consigo ficar com minhas mãos afastadas desses fios de seda que são seus cabelos... E como brilham!

_ Cabelos!?! – perguntei incrédula.

_ É. – ele respondeu e passou a mão livre pelos meus cabelos até minha nuca. Sua boca já estava a centímetros da minha... Eu estava hipnotizada. _ E que pele macia você tem. – ele falou acariciando meu rosto com a outra mão. 

Com isso, se inclinou e me beijou. Quando ele me encostou ao armário e aprofundou o beijo senti-me rendida, completamente perdida e sem chão, então me agarrei aos braços musculosos em busca de apoio.

Não sei precisar quanto tempo ficamos ali. De repente, escutei passos no alto da escada e empurrei Griffin para me libertar. Fui rapidamente à pia, passei uma água no rosto e enxuguei com uma toalha de papel. Olhei para ele. Se ele estava preocupado, nem demonstrava. Ficou lá, encostado no armário, os cabelos desgrenhados de um jeito tentador, os olhos castanhos esverdeados emitindo um brilho estranho, um sorriso maroto...

Desviei meus olhos dele e me concentrei em acender o forno para aquecer uma macarronada que Spencer deixou para nós. Nisso, Sam e Freddie entraram na cozinha.

Sam cumprimentou Griffin fazendo gracinha e eu a repreendi. Chamou-o de “Griffinório”, vê se eu aguento com isso? Essa minha amiga é terrível...

_ Que foi? – Sam perguntou de modo "angelical". _ Coragem, fogo, leão, mini-pufes, tatoo de dragão, cicatrizes, lábios quentes... – continuou com a provocação.

SAM!!!! – Freddie me ajudou a recriminá-la.

_ E a Carly disse que você faz mágica com ela, apesar de eu não saber bem o que isso significa....

Depois desse comentário eu não me aguentei. “Vou deixar de contar minhas coisas pra essa garota”. Comecei a correr atrás dela. Agora sei como Freddie se sente em relação às provocações de Sam. Eu realmente estava zangada e com intenção de puxá-la pelos cabelos, mas desisti ao perceber que ela estava fazendo graça como sempre. Griffin me segurou e Freddie fez o mesmo com ela. Adorei isso. Imediatamente percebi como Sam ficou sem graça e sem ação.

_ Já chega, vocês duas. – Freddie falou, autoritário. Sam parecia não acreditar no que estava acontecendo.

Enquanto isso, Griffin falou ao meu ouvido, mas não o suficientemente baixo para que meus amigos não escutassem:

_ Quer dizer que eu faço mágica com você e tenho lábios quentes?

_ Pára, Griffin – falei envergonhada. Principalmente pelo que tinha acontecido minutos antes. Ele percebeu e nem me deu tempo de reagir. Como sempre. Começou a me beijar na frente de Freddie e Sam.

_ECA! Vocês dois... Dá pra fazer isso depois? Eu estou com fome e não quero perder meu apetite... – escutei Sam falando ao longe. Eu estava me sentindo aérea pelos beijos do meu namorado. AI!!! – Sam gritou e eu acordei _ Por que você me beliscou? – ela perguntou para Freddie.

Freddie beliscou Sam? Eu não acredito! Esse garoto estava ficando corajoso. Olhei para Griffin que também havia percebido a cena entre os dois. Sorrimos um para o outro.

Então, Sam se lembrou que estava com fome e tratamos de comer. A macarronada do meu irmão estava uma delícia e o jantar foi maravilhoso. Quatro pessoas que se gostavam, jantando juntas, conversando e brincando umas com as outras.

Sam ficou mais quieta depois de devorar umas duas pratadas de macarrão com molho de almôndegas a La Spencer Shay. Nada como o remédio certo para amansar uma criatura indomável. Restava Freddie descobrir os outros medicamentos e táticas para fazê-la mais dócil ainda... “Sonhar é de graça...”

Depois de deixar a cozinha arrumada e nos limparmos também, fomos para a sala assistir aos filmes. Fiz com que Sam e Freddie se sentassem no sofá e eu e Griffin nos sentamos no chão. Ele ficou encostado na ponta esquerda do sofá, eu sentei entre as pernas dele e Griffin me abraçou.

Sam reclamou:

_ Já que vocês dois vão ficar aí, eu queria o sofá só pra mim. – ela fez bico e cruzou os braços. _ Depois de comer, gosto de me deitar... _ ela continuou reclamando. Freddie olhou para ela de cara fechada. Sam fingiu que não era com ela.

_ Ué! Por que você não deita no sofá? – falei com sonsice. _ Tem espaço suficiente. Você coloca a cabeça no colo de Freddie ou as pernas...

Sam ficou subitamente muda e Freddie arregalou os olhos para mim. Óbvio que ela até aceitou minha sugestão: a de colocar as pernas no colo de Freddie.

_ Mas se eu ficar com a cabeça deste lado, não vou conseguir assistir ao filme, pois vocês dois pombinhos estão na minha frente. – Sam respondeu.

_ Então, põe a cabeça pra lá e as pernas pra cá – falei, fingindo desinteresse e ainda reclamei. A cara de Freddie era hilária. _ Decide logo, Sam, pois o filme vai começar, você pronta ou não. – olhei pra frente. Sei que ela fez uma careta por trás de mim, mas nem liguei.

Os filmes sorteados para a noite foram: um filme de terror, um desenho animado e uma comédia romântica. O filme de terror, não era bem de monstros ou cenas além da imaginação, era mais pra suspense. Um excelente suspense por sinal.

Como esse mexia muito com nossa inteligência, ficamos todos quietos para assisti-lo. Sam adorava filmes que colocavam a gente pra pensar e ela adorava tentar descobrir quem era o “culpado” da história.. Alguns filmes de terror tinha certas cenas tão bizarras que para ela eram mais como uma comédia por tanta idiotice que mostravam... Para mim, todos os filmes de terror e suspense eram assustadores e tratei de ficar bem abraçada ao meu bad boy superprotetor.

Num dado momento do filme eu olhei discretamente para o lado e vi Sam deitada com a cabeça no colo de Freddie, tão concentrada no filme que nem notou que eu os observava. O braço esquerdo de Freddie estava apoiado no braço do sofá, enquanto que o direito prendia, ligeiramente, o corpo de Sam. A mão direita dela estava, despreocupada, sobre a dele.

Sorri satisfeita. De alguma forma eles estavam se entendendo. Continuei assistindo ao filme.




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Notas finais do capítulo

E aaaaaaai meus lindos leitores? Estão gostando da fic? >