One Shots Da Mariliacarv escrita por mariliacarv


Capítulo 3
Um amor de verão pra vida inteira




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Tá certo, eu não estavva muito afim de viajar com meus pais pro Rio. Eu queria mesmo era ficar em São Paulo e ir na festa da Bianca. Mas de acordo com a minha mãe "Eu não tenho responsabilidade o suficiente pra ficar sozinha por duas semanas". É, mas quando ela viaja só com meu pai, ela deixa eu e meu irmãozinho com minha avó. Por que não me deixa lá agora? Pra falar a verdade, eu sei me virar, tenho 17 anos. Minha avó diz que é a idade da rebeldia. Eu amo essa coroa toda louca. Meu irmão que é pequeno, e sofre ainda, meu. O baixinho tem só 6 anos e ainda tem asma. Foda mesmo é quando dava ataques, minha mãe não estava em casa, meu pai estava trabalhando e eu tinha que cuidar dele sozinha. Corria com o pequeno nos meus braços por todas ruas de Sampa até chegar na minha vó. Era um pesadelo.

–Melissa, desce logo e coloca tuas malas no carro!

Só escutava minha mãe gritando. Ela falava isso mais na verdade ela queria dizer "Anda logo sua lerda que eu cansei dessa cidade e quero me banhar nas águas de Copacabana". É, meio assim, acho.

Fechei minha última necessaire. Mesmo sem muita vontade, porque iria perder a festa do ano do colégio, desci e coloquei minhas coisas no porta malas. Retirei meu iPod da bolsa juntamente com os fones e entrei no carro.

–Vamos fazer muitos passeios juntos, e nos animar bastante! Lembra quando fomos no bondinho de Santos? Foi muito legal! Agora vamos andar por toda aquela cidade durante duas semanas! Vai ser dem...

Não ouvi mais nada. Coloquei os fones e comecei a escutar Hit The Lights. Com a janela aberta e o vento no meu cabelo, me senti como se estivesse fazendo propaganda de shampoo. Acabei adormecendo e acordei quando chegamos na ponte que liga tal cidade ao Rio. Coloquei a cabeça pra fora, e puxei meu irmãozinho junto comigo. Ele ficou no mesmo vidro que eu, e ríamos sem parar. Os olhos dele brilhavam mais que tudo, e eu achava linda aquela alegria que ele sentia ali, naquele momento. Acho que nunca tinha visto ele tão feliz. Aquele foi um dos momentos mais lindos daquela viagem.

Chegamos no hotel, e eu fiquei encantada com tudo, e minha mãe percebeu isso, droga. Eu havia acabado de dar meu braço a torcer!

–A hora que você quiser ir na piscina, ou na praia, pode ir. Não vou te prender aqui. Quero que essa viagem seja legal, tá ok? Sinta-se bem. - Ela deu um beijo na minha testa e subiu com as malas dela. Sorri com aquela cena e subi com as minhas coisas pro meu quarto.

Incrível, nem sabia da existência daquele hotel. Era maravilhoso, tudo! O quarto tinha uma cama de casal só pra mim! Joguei tudo num canto e pulei na cama, literalmente.

Olhei pra porta de correr que dava na sacada, e tinha vista pra ~linda e enorme~ piscina do hotel. Tinha muita gente nadando lá, então resolvi colocar meu biquini e descer também.

Me vesti apenas com um shorts por cima, peguei toalha, protetor solar, iPod, óculos de sol e fui pro elevador. Parei bem perto da piscina mesmo, e tinha vários gatinhos lá. Me deitei numa cadeira, passei protetor e fiquei toda torrando lá.

–Não cara, pode ir nadar, tô afim agora não.

–Se você não vier, te jogo na água.

–Se você me jogar na água, eu mato você.

–Tá bem, eu vou nadar e pegar mulher. Você vai sentar e morrer ai.

–Tchau Koba.

Escutei isso tudo e ri sozinha quando o último falou, e parecia próximo de mim. Abri os olhos e levantei os óculos.

–Posso, é... deitar aqui? - Apontada pra cadeira ao meu lado. Assenti e voltei a colocar meus óculos.

–Meus amigos são bem idiotas. Nem entendem que não tô afim de nadar agora. - Ri sozinha denovo - Que foi? - Ele me encarou

–Nada é que, tô me lembrando de você quase avançando no teu amigo.

–Mas você nem viu. - Ele fez uma cara desintendida.

–Mas eu ouvi teu tom de voz. Isso tá bom - Sorri sem mostrar os dentes.

–Ai ai.. então, eu me chamo...

–Pedro - O interrompi. - Pedro Lanza, certo?

–É... é sim... Mas como você sab..

–Minha prima tem uma parede só com você e seus amiguinhos, e me fez decorar o nome de todos.

–Aahh, então você conhce minha banda?

–É, tecnicamente. - Disse me sentando em direção a piscina.

–Bem, e você?

–Eu, o que, exatamente? - Sorri

–Como você se chama? - Ele fez uma cara tipo "dã"

–Ah sim, Melissa, é. Me chamo Melissa. - Disse envergonhada.

–Sério? Parece que você não tem certeza. - Ri com aquilo.

–Claro que tenho. Melissa Sampaio.

–Prazer Melissa - Ele esticou a mão pra mim. O cumprimentei, levantei e tirei os shorts. - Vai nadar agora?

–Que? - ele tava meio bobo.

–Eu perguntei se vai nadar agora. - disse sorrindo meio óbvia

–Ah sim... Não, não, acho que ainda não.

–Ah, ok. - Corri e dei uma ponta na piscina, estava um calor infernal e eu precisava me refrescar, embora tinha curtido conversar com aquele gatinho que minha prima venera.


POV's Pedro

Férias! Isso quer dizer fazer o que quiser, hã, óbvio! Eu e os meninos nos juntamos pra passar 2 semanas no Rio. Praia, Sol, piscina, gatas, putaria, gatas, praia, Sol, e por aí vai.

Descemos pra piscina do hotel, e os doidos já pularam nela. Eu tava todo enjoadinho sem querer nadar, e quase briguei com o Koba por isso. Deitei do lado de uma mina muito, muito gata! Melissa. É, isso mesmo. Ela levantou na minha frente, tirou o shorts e fez todos olharem pra ela. Ai meu Deus aquilo tudo tava na minha melhor visão! Ela disse algo e eu todo bobo com aquela visão do paraíso nem prestei atenção, mas depois ela tinha me convidado pra nadar. Resolvi ficar só ali admirando ela, que deu uma bela e perfeita ponta na água. Deu alguns mergulhos e a vontade de entrar na água tava me consumindo. Agarrar ela lá dentro mesmo, ui.

–Mano! O. Que. Foi. Isso? - Thomas falava boquiaberto, sentando ao meu lado e apontando pra piscina.- Que gata é aquela que você deixou ir nadar so-zi-nha?!

–É né... Ela chama Melissa - Eu estava bem bobão. - Acho que tô com um calor desgramado agora, fui.

Pulei na água e o Pedro Lucas começou a tentar me afogar, junto com o Koba. Comecei a rir com eles e depois procurava pela Melissa. A vi do outro lado da piscina sentada na borda mechendo em alguma coisa no braço, que parecia ser relógio. Fui até ela.

–Não era a prova d'água, é? - Parei na sua frente.

–Ah, olha você entrou! - Ela sorriu e eu abobei - Não, não é isso não. É que quando eu não tenho nada pra fazer eu fico rodando essa bolinha do relógio mesmo.

–Nossa, nada pra fazer nesse lugar maravilhoso?

–É, eu vim com meus pais e tô sem amiga, ai fica chato.

–Não seja por isso. - A puxei pelas pernas pra dentro da piscina e ela gritou rindo. Mergulhei com ela e despois ela me enxeu de tapas.

–Calma - Segurei suas mãos com uma só e fiquei rindo dela.

–Seu chato, me assustou, tá bem?! - Ela arrumava o cabelo mergulhando a cabeça.

–Foi proposital... mas eai... o que vai fazer hoje? - Perguntava nadando na sua frente e olhando pra ela

–Ah, não sei se meus pais vão sair, ou, seilá... acho que vou comer uma pizza ou coisa e tal...

–Ahn... Volta que horas? - Ela riu da minha pergunta

–Ué.. não sei muito bem... depende do meu irmão né.. ele sente sono cedo então capaz que antes da 1h to de volta... por?

–Ah, por nada... queria dá umas voltas por aí, se você topasse ir comigo, é claro.

–Adoraria - Ela olhou pra mim sorrindo e mergulhou. Aquilo me deixou confuso. Ela diz que adoraria e mergulha? Garota misteriosa ela.

–Bem, agora eu vou pro meu quarto, tomar um banho, seilá... Ela sorriu e ia sair da piscina quando eu a segurei pela cintura. Melissa permaneceu de costas.

–Se, você quiser sair hoje depois que chegar, eu vou estar no hall 1h30. - A soltei e ela riu leve. - A propósito, meu quarto é o 423. - Pisquei e ela saiu da água, incrédula.


POV's Melissa

Aquilo tinha mesmo acontecido? Eu tinha mesmo sido agarrada pelo Pedro Lanza? Se fosse minha prima teria ficado louca mas, eu fiquei foi, sei lá o que eu fiquei. Certamente queria sair com ele essa noite, mas não sei se minha mãe deixaria. "A hora que você quiser ir na piscina, ou na praia, pode ir. Não vou te prender aqui. Quero que essa viagem seja legal, tá ok? Sinta-se bem." Ahn... É pra eu me sentir bem, certo? Certíssimo... Sair com o Pedro hoje vai ser legal. - Sorri maliciosamente comigo mesma e fui tomar um demorado e relaxante banho.

–Filha, vem! Vamos jantar - Meu pai bateu e abriu a porta do quarto.

–Ok, vou trocar de roupa e depois eu encontro você no hall. - Ele concordou e saiu. Escolhi uma roupa confortável e não muito pesada. Short jeans, regata, cinto fino, sandalia rasteira, great! Passei um blush e um brilho pra dar um ar da graça no meu rosto e meu irmão entro no quarto enquanto eu estava na frente do espelho.

–Mel Mel Mel Mel achei 50 centavos perto do vaso de plantas! - Ele pulava na cama.

–Yay! Tá rico agora, hein Felipe! - Eu ria dele.

– Vou comprar um monte de balas na praia! Você vai ver! - Parou de pular na cama e saiu do quarto correndo - Mãe mãe olha aqui o que eu achei pert..– Meu irmão era muito inocente mesmo, e eu adorava isso! Hoje em dia é difícil achar alguém da idade dele inocente. Ele era uma coisa rara.

Desci e vi meus pais conversando com um segurança amigo do meu pai. Escutei alguém cantando alguma coisa enquanto eu descia as escadas e olhei do outro lado do hall. Vi Pedro o um garoto loiro com violão, acho que aquele era o Thomas. Pedro me viu e sorriu. Sorri e fiquei instantaneamente sem graça. Continuei andando, então escutei um "psiu". Ignorei. Escutei um segundo "psiu", então olhei, e era ele me chamando. Agora ele estava escostado em um pilar, com um pé escorado nele e as mãos no bolso. Estava... lindo! Fui até lá, olhando pros meus pais conversando com o cara e meu irmãozinho se achando com seus 50 centavos.

–Tá fazendo o que aqui, mocinho? - Eu ri e o cumprimentei com um beijo na bochecha.

–Ah, eu e o Thomas estávamos no maior tédio, a tv a cabo deu pau lá e o cara ta lá consertando. E você, tá saindo agora?

–É, to sim, a gente vai jantar fora...

–E a nossa volta, ainda tá de pé, né? - ele sorriu e apontou pra mim, meio que brincando. Eu ri dele.

–Claro, claro, tá sim... "Mel, vem!"– Ai, tenho que ir, meu irmão já tá me gritando. Bem.. até mais tarde. - O beijei outra vez na bochecha e ele me segurou num abraço forte e... ele era bem cheiroso.

–Até.. não esquece hein, 1h30! - Sai sorrindo toda sem graça, escutando meu irmão ainda gritar meu nome.

–Quem era Mel? - Ele perguntava. - Um amigo meu Felipe, um amigo.

–Ele é nosso vizinho? - Ri dele, e peguei sua mão indo pra perto dos meus pais. - Não, ele não é nosso vizinho.

–Prontos? - Meu pai perguntou, assentimos e ele logo se despediu do amigo. Seguimos pro carro no estacionamento para irmos pra algum restaurante perto da praia.


POV's Pedro

Enquanto eu e o Thomas estávamos passando tempo no hall, Melissa desceu toda linda e de short. Conversei um tempinho com ela e confirmei nossa saída. Ela foi jantar com os pais e depois eu e os meninos fomos andar pela cidade. Conhecíamos lá como a palma da nossa mão, por causa de vários shows que tínhamos lá, sabíamos tudo. Passamos por barzinhos, caminhamos na praia, azaramos umas garotas, vimos um pedaço de uma luta num bar, andamos mais e acabamos comendo um lanche, depois voltamos pro hotel.

Jogamos vídeo game e nadamos um pouco. A piscina tava fechada mas, quem disse que respeitamos algo nequela joça? Então. Ninguém viu então beleza. Olhei no relógio e já eram 1h. Subimos e eu tomei um rápido banho, morrendo de medo de me atrasar. Peguei o elevador e me encostei na parede dele, mexendo no celular. Alguém parou ele no andar logo abaixo do meu. Ótimo, eu não tinha nada pra fazer mesmo, né. A porta se abriu e a Melissa entrou.

–Oi! - Ela disse empolgada, porém falando bainho.

–Eai, então... 1h30, certinho... - Sorri envergonhado.

–É, só que no elevador né.. olha como estamos errados. - Ela riu baixinho.

Saimos andando pelo hall, e ela pediu pra caminhar na praia. Fui todo feliz. Perguntei tudo sobre ela, idade, onde morava e, olha só, era em SP! Sou ou não um cara de sorte? Ela me contou que não estava nenhum pouco afim de viajar por causa de uma festa da amiga e tal.

–Mas eu acabei até que gostando de vir pra cá - Ela me olhou, e eu a olhei. Ela sorriu e voltou seu olhar para seus pés.

–Eu, vivo vindo pra cá sabe... tem muitos shows aqui. Então, venho quase sempre. Tenho muitos amigos aqui também. Ás vezes combinamos de sair e eu venho pra cá só pra passar um tempo com eles, sabe? É bem gostoso isso... parece que tenho duas casas, sem ter duas casas. - Arranquei uma leve risada dela. Conversamos sobre várias coisas, até sentarmos na areia e ficar vendo o quanto a maré estava baixa.

–Eu adoro praia de madrugada. Eu ia muito pra Santos, porque minha avó morava lá. Sempre eu e a minha prima fugíamos de madrugada pra ir pra praia e ficar lá até o sol nascer.

A fitava enquanto ela falava, parecia que falava de algo que sentia saudades, pois falava com uma leveza na voz e uma doçura no olhar, que eram incomuns.

–Sente falta disso? - Disse tirando uma mecha de seu cabelo de seu olho, e ela me olhou com os olhos marejados.

–Bastante, você não tem noção da falta que minha prima me faz.

–Por que? Ela mora longe de você?

–Não, na verdade sim... - fez uma pausa de uns 30 segundos e, lágrimas finas escorriam por seu rosto - Ela morreu quando tínhamos 14 anos... Ela sempre foi minha melhor amiga sabe, nunca nos separávamos, e o fato de sermos parentes nos mantinha mais unidas ainda. ela era, tudo pra mim. A amava como se fosse minha irmã. Ela tinha um namorado, que dirigia já - Agora ela tentava esconder as lágrimas limpando com o dorso da mão. - Um dia eles estavam discutindo e, ele se envolveu num acidente, e a parte do passageiro, a que ela estava, foi totalmente amassada. O caixão dela foi lacrado porque - Essa altura ela já soluçava.

–Se não quiser, não fale. -Tentava a acalmar, a deitei em meu colo e ela chorou sem parar por alguns minutos. - Não precisa se torturar, é só tentar lembrar dela nos momentos bons que vocês passaram juntas. Não tenta pensar que ela não tá mais aqui e coisas assim. Pensa que ela deve tá num lugar melhor, e que ela queria que você não sofresse.

–O pior disso tudo, é que ele não sofreu nenhum arranhão. Ele a traía com todas que ele via na frente dela e, ela sempre amou ele. Por que isso não aconteceu com ele? - Ela voltou a chorar - Eu precisava tanto dela aqui comigo. Ela.... sempre se importou tanto comigo. Coisa que nem meus pais faziam.

Ela estava disposta a falar, no meu colo parecia mais calma. Fiquei remexendo em seus cabelos enquanto ela me contava sua vida.

–Eles começaram a se importar comigo depois que ela se foi, que eu fiquei atordoada e eles me mandaram até pro psicólogo. Eu não estava louca, eu só... precisava de um ombro amigo, de uma base, coisa que eu tinha perdido quando a Laís se foi. Mas hoje eles se importam comigo, e as vezes eles são exigentes demais. Cuidam até demais. Mas, eu gosto um pouco disso. - ela se levantou e limpou o rosto.

–Desculpa tá te enxendo assim, a gente mal se conhece e eu já te atolo com mihas mágoas dessa maneira. - Sorri pra ela.

–Que boba você, eu to gostando de saber tudo sobre você. Pena que eu não tenho muita coisa pra te contar.

–Mentira sua! Você é um rockstar, qual é! - Agora ela ria, e isso me aliviou bastante.

–Tá, eu faço shows com meus amigos, a gente se diverte nos palcos e fora dele. Eu sou um bobão, um crianção de 19 anos, que joga Guitar Hero no Expert e se acha o foda. - Arranquei mais risadas dela. - Isso é minha vida.

–Ok, vou tentar acreditar em você. - Rimos e ficamos nos olhando por alguns segundos. Me aproximei dela aos poucos e quando estava prestes a beijar seus lábios, ela se desviou, levamtou e deu a desulpa que estava com medo de seu pai ir ao seu quarto.

–Vamos? - Ela pediu. Aceitei e fomos caminhando até o hotel.

–Então, te vejo amanhã? - Melissa disse mais animada. Concordei com ela ee lhe dei um forte abraço de boa noite, ela me retribuiu muito, muito bem.

Quando eu me virei pra pegar o elevador, ela voltou a me chamar. Me virei bruscamente.

–Me... me desculpe por hoje... - confesso que não sabia do que ela estava falando - mas é que, não quero que isso seja só uma ficadinha de férias, sabe... eu, gostei de você. - Agora sim entendi. A abracei e afaguei seus cabelos, enquanto sentia seus braços envolvendo minha cintura.

–Não precisa de desculpas, tá bem? E olha - Segurei seu rosto - eu também gostei de você, muito mesmo. Sorri e lhe dei um beijo na testa. Ela entrou no quarto então fui pro meu.

Deitei na cama e fiquei pensando na história dela. Ela... realmente precisava de um amigo de verdade, de um ombro que estivesse ao lado dela o tempo todo. Se eu contasse isso pro Thomas ele achar que eu estava fanático por ela. Se eu contasse pro Pedro Lucas ele iria dizer pra eu cair dentro. Se eu contasse pro Koba ele iria... Ele iria dar uma palestra pra mim que tenho que ir com calma e bla bla blá.

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Já fazia 1 semana que eu estava no Rio, estava se rolinho com a Melissa, mas ainda não tinha a beijado. Ela me apresentou o irmãozinho dela super gente boa, e eu fiquei brincando com ele na praia.

Levei ela pra jogar Guitar Hero com os meninos e ela ganhou de nós. Sim, de todo nós. E eu achando que ela nem jogava NADA.

Era mais uma madrugada, e nós gostávamos de nos encontrar essa hora. Estávamos sentados nas poltronas grandes do hall, quase deitados um no outro, falando sobre música, enquanto eu brincava com os dedos dela que estavam com as unhas pintadas de vermelho, coisa que destacava naquela pele branca bronzeada.

–Pedro, o que você vai fazer depois que for embora? - Ela perguntava encostada no meu ombro, e eu com a cabeça na sua.

–Bom, vou viajar mais. Tem muitos shows marcados ainda. E você?

–Não sei. Estou de férias então... acho que nada. Talvez eu vá pra casa da minha avó e fique lá uns dias.

–Sua avó de Santos?

–Não, ela se mudou pra SP faz algum tempo.

–Ah sim...

–Falta relativamente pouco tempo pra gente ir, né? - Ela disse com uma voz baixa e meio falha. - É, um pouco.

–Vem aqui, preciso fazer uma coisa. - Ela se levantou e ajeitou a camiseta. - Vem! - Me puxou pela mão.

–Onde você tá indo sua doida?! - Ela corria pra uma área atrás das piscinas, lá tinhas alguns arbustos com umas luzes verdes que cegavam qualquer um. Se encostou na parede e me parou na frente dela.

–Tá e por que a gente tá aqui mesmo? - Eu estava com medo do lugar, isso sim.

–Ai meu Deus como você é tapado! - Ela entrelaçou seus braços por meu pescoço e colou seus lábios nos meus. Eu instantâneamente colei nossos corpos e grudei o dela na parede, percorrendo com as minhas mãos toda extensão de suas costas. Ela passava suas unhas cumpridas por minha nuca e me fazia arrepiar todo. Depois arranhava de leve meus braços, e ficava brincando com a manga da minha camiseta. Intercalávamos entre beijos e conversa. E haja assunto pra nós! Tínhamos muito em comum.

Sem querer tirar, ficamos naquele enrola enrola no minimo umas 2h. Até ela escutar alguns barulhos e ficar com medo.

–Mas que lugar você nos meteu, Melissa. - Eu zoava ela.

–Ai, num reclama seu chato! Eu não tive ideia, e aliás nem conheço aqui! Apenas saí enfiando aqui e parei num lugar!

Parei ela onde estávamos, que era perto do parquinho, a escontei na parede. - Shiu, eu adorei, muito, tá? Sua boba. - A enchi de beijos até ela começar a rir e não parar mais. - Tá bem, vamos subir.

Quando entramos no hall, rindo e brincando um com o outro, a mãe dela estava lá na recepção toda preocupada.

–Oi mãe! - Ela falou parando de rir, ainda com um ar alegre no rosto, arrumando a franja.

–Oi mãe? Oi mãe dona Melissa? Você sai assim no meio da noite e ainda fica toda feliz ai como se nada tivesse acontecido! Só pensei o pior de você! Onde você estava?!

–Calma tá mãe, se estava tão preocupada porque não ligou no meu celular? Eu estou com ele - Ela mostrou o celular. - Eu tava com o Pedro, a gente tava no parquinho brincando feito idiotas - Riu denovo.

–Feito idiotas? Feito idiota estava eu! Te procurando feito louca!

–Mãe, você tá sem razão! Podia muito bem ter me ligado. Agora boa noite tá, me acorda a hora que for andar de lancha. Vem Pedro.

Ela me puxou pro elevador e deixou a mãe dela lá, nervosa, sozinha.

–Nossa, sua mãe ficou mesmo brava.

–Ai que se foda, tô nem ai pra ela toda bravinha. Eu tô com meu celular, e ela disse que eu podia me divertir que ela deixava. Então, tá reclamando de que? Tá procurando sarna pra se coçar, isso sim.


POV's Melissa

Tinha sido as melhores 2 semanas de férias que eu já tive. E olha que eu estava odiando a ideia de vir pra cá. Acho que nenhuma festa da Bianca compensaria tudo o que eu vivi aqui. Conheci todos meninos da Restart, e estava ficando com o vocalista gatinho. Estava apaixonada por ele, sério. Sei que não podia, e que, certeza seria só mais uma peguete dele. Esse último dia estava me deixando deprimida.

Estava arrumando minhas malas no quarto, quando bateram na porta. Gritei um breve "entra" e Pedro entrou, todo sorridente e me encheu de beijos.

–Ih, que carinha triste é essa, hein? - Ela apertava minhas bochechas

–Ah, eu não queria ir embora, não queria deixar você. - Fiz bico.

–Paaaaara já com esse drama vai, coisa mais boba isso que você tá fazendo. Qual é?! A gente tá se preparando pra isso faz 1 semana. E olha, foi muito, muito bom mesmo conhecer você. E quero que você vá me ver sempre em shows, tá certo?

Apenas assenti com a cabeça, e lhe dei um forte abraço.

–Vou sentir tua falta. - Disse me despedindo dele, estava prestes a entrar no carro.

–Ei, bobinha, você tem meu telefone, ok? E eu tenho teu telefone e teu endereço. Estou em vantagem mas tudo bem. - Ele sempre me fazia rir com essas coisas bobas.

–Tá bem, mas vê se não me esquece, tá? - Disse toda chorosa.

–Não, é claro que não - Ele segurou meu rosto. - É impossível esquecer um amor de verão, sabia? - Agora ele disse, olhando no fundo dos meus olhos, e parecia que ele sabia de todos meus pensamentos.

Sorri, dei um selinho nele e entrei no carro. Como de costume, dormi a viagem toda.


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Junho 11

–Então, depois de tanto tempo, o Pedro te deu algum sinal de vida?

–Nunca mais Fernanda. Não me mandou mais mensagens, nem nada. As vezes vejo o twitter dele, e ele posta umas coisas meio que de amor assim, sabe? Mas acho que ele deve ter conhecido alguém. Afinal, foi só um rolinho de verão.

–Para com essa nóia Mel, você foi importante pra ele sim, ok?! E, vai que essas mensagens são pra você, hein? Não sabe!

–É... sei lá...

Cheguei em casa depois da aula e tinha um bilhete debaixo da porta. Nele tinha:

One day, and we'll be together. We'll Be together always and forever

You mean too much for me, don't ever think that you are nothing.

I think about you everyday, but i'm just waiting the right day.

Promise me that you'll wait for us? Love.

Particularmente, achei lindo mas, eu não tinha ideia de quem era. A princípio, pensei que pudesse ser do Pedro. Eu não parava de pensar nele nenhum dia e, realmente gostava dele, mesmo depois de tanto tempo ter se passado.

Falei oi pra Irene, a babá do meu irmão e subi pro meu quarto. guardei o bilhete na minha gaveta de meias, junto com uns sabonetes cheirosinhos que eu tinha.

Junho 12

Estava tão animada, yupi! ¬¬' Aquele dia tava um saco, era dia dos namorados, geral na escola se presenteando, e eu lá boiando.

Cheguei em casa toda brava e fiquei no computador o dia todo, muito chata.

A noite, meus pais chegaram de um jantar que eles foram fazer, eram cerca de 10h da noite. Logo depois, a campainha tocou. Advinha quem foi atender? Sim, eu!

Abri e tive a melhor surpresa da minha vida. Vi o Pedro segurando um buquê de flores brancas, um ursinho branco com uma faixa vermelha na cabeça, e uma caixa de bombons em formato de coração.

–Leu o bilhete? Eu te disse que não parei de pensar em ti nenhum momento. Eu só, estava esperando o momento certo, pra fazer a coisa certa. Você sabe que eu me apaixonei por você no Rio. - Eu já estava em êxtase, e chorando.

–Ei bobinha, você quer ser minha só minha e só minha bobinha? Deixa eu ser teu ombro amigo, deixa eu ser quem você quer procurar quando tem que contar algo, deixa eu ser teu diário, deixa eu ser teu?

Ele disse tudo aquilo e me entregou as flores.

–Não faço o tipo muito romântico, mas minha mãe disse que mulher adora flores brancas. - Eu ri com as palavras dele. Tudo se torna engraçado quando ele diz.

–Eu amei tudo, e eu deixo você ser tudo! Ser meu ombro de apoio, meu diário, meu melhor amigo, ser meu. - O abracei forte e durante muito tempo. Escutei alguns "Awnnn" Atrás de mim, e era minha mãe e minha avó. Meu pai olhava e só sorria.

–Ei garotão, agora tem que pedir é pro futuro sogrão, aqui né? - Meu pai falava.

–Por que não entra, senta, conversa, aproveita e come esses chocolates com a gente? - Minha mãe brincava

–Olha só, um genrinho pra minha filha! Eu me lembro quando sua mãe começou a namorar teu pai... ele era um traste, ainda bem que virou alguém! - Minha avó falava arrancando risadas de todos nós. - Sabe que iria gostar de te conhecer Pedro? A Laís. Ela iria adorar você. Você é divertido e ela iria até chorar com essa surpresa que você fez hoje.


POV's Pedro

Ela falou da Laís, e permaneceu normal, sem ameaçar de chorar nem nada. Ela tinha superado. Claro que, sentia falta dela mas, havia aprendido a lidar com a dor da perda. Isso me deixou feliz, muito feliz.

–É eu, também gostaria de conhecer ela. Ele deveria ser uma pessoa muito legal. - Sorri e acariciei sua bochecha, enquanto ela comia um bombom.

–E era! Ô vó, conta histórias de mim e da Laís quando éramos pequenas! - Ela disse toda entusiasmada.

–Nossa minha filha, teve uma vez que vocês duas se juntaram e quase quebraram a casa da vovó! Vocês pegaram o aspirador de pó e...


Juro que nunca ri tanto na minha vida, e junto com a família da Mel. Ela estava feliz, muito feliz. E aqui me deixou mais feliz ainda. Muito Mais.


FIM


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