-Eu não sei se estou mal. Só fiz um drama dizendo que ela acabou com meus sentimentos. – Fala Sergio com seu pai. – Que sentimento que eu tenho? Eu sou de uma maquina.

-Mas seu sistema produz sentimentos filho. – Diz Senhor Willian.

-Um sentimento falso, pois para mim sentimento é aquele que aperta o coração e o deixa ferido. Deixa a pessoa muito triste e eu não estou triste.

-Bom... Ai é com você filho, se você acha que é assim... – Fala o pai do menino saindo do quarto de seu filho.

Sergio fica só em seu quarto. Seu telefone não para de tocar, pois Kaytlin não parava de ligar. Ele manda uma mensagem a ela dizendo para se encontrar com ele na praça.

Ela não perde tempo e sai correndo para conversar com Sergio.

Kaytlin chega primeiro e depois de cinco minutos Sergio chega como se nada tivesse acontecido.

-Então... Você me perdoa Sergio? – Pergunta a menina com os olhos fixados nos olhos do garoto.

-Bem... Vou desculpar sim, pois não fiquei muito mal. Meu sentimento não é igual de um ser humano. Ele é diferente.

-Então, vamos ser namorados de novo? – Pergunta Kaytlin com um sorriso no rosto.

-Não é assim também. – Responde Sergio com toda sinceridade do mundo. – Não sou palhaço também, além de ser uma maquina. Podemos ser amigos.

-Eu entendo no fundo eu errei.

-Sim, mas não vou te condenar, pois todos erram. Ninguém é perfeito e acho que essa coisa de namoro eu não quero mais não. – Diz Sergio dando uma risada meia boca.

Eles conversam a tarde toda do dia primeiro de 2012. Kaytlin começou a desabafar com Sergio, falando sobre o que ela sente.

-Eu gosto de você, mas no fundo eu sinto uma atração por David meu vizinho. Eu tenho vontade de ficar com ele.

-Hum, já ficou mesmo. – Fala Sergio sendo irônico com a garota.

-Deixa de ser bobo...

-Posso te falar uma coisa Kaytlin?

-Pode Sergio... O que você quiser.

-Você sabe o porquê eu fui feito, certo? – Ela responde balançando a cabeça. – Aquela historia foi uma das razões do meu pai me criar, mas tem outra.

-E qual é? – Pergunta Kaytlin meio espantada.

-Bem, meu pai além de não poder ter filhos ele tem uma doença rara que não tem cura, e ele precisa de alguém para ajudar ele a fazer muitas coisas. Ele me criou para ser filho dele e para ser o enfermeiro dele, para cuidar e ajudá-lo no que ele precisar.

-Isso significa que seu pai pode...

-Morrer a qualquer hora, a qualquer momento. – Fala Sergio terminando a frase que Kaytlin começou.

Ela fica sem reação, pois não imaginava que conheceria uma pessoa que poderia partir a qualquer hora. Com um olhar de espantada decide ir embora para não chorar em frente de Sergio.

Os dois se despedem e Kaytlin sai desesperada para sua casa. Ela não sabia o que dizer para ela isso foi uma péssima noticia para começo de ano.

Ao chegar a sua residência não conseguiu segurar as lagrimas e a deixou rolar em seu rosto.

Sua mãe assustada desce rapidamente para saber o motivo do choro da menina. Ao ficar sabendo que o Senhor Willian tinha uma doença incurável ficou bestificada e sem palavras.

-Eu me senti assim também mãe. Não é fácil saber que uma pessoa que eu comecei a conviver pode falecer a qualquer hora. – Fala Kaytlin.

-É filha, não sei o que seria do Sergio sem o pai...

-Eu sei o que ele ia querer... – Fala Kaytlin de cabeça baixa.

-E o que é filha? – Pergunta Senhora Julian curiosa.

-Ela ia pedir para alguém o desligar para sempre.

-Ele teria essa atitude inaceitável? – Pergunta a mãe de Kaytlin espantada.

-Teria... Sei que o pai dele não quer que ele faça isso, mas é o que ele vai fazer.

Elas conversam e choram ao mesmo tempo por pena de Sergio. Ele foi feito para ser um enfermeiro, mas seu pai não queria só isso. Resolver fazer Sergio como filho dele tendo uma atitude de um cara normal.

Kaytlin não queria que nada de ruim acontecesse com o Senhor Willian, mas se a doença é incurável a melhor ajuda seria rezar por ele e por Sergio.