Hadéfone escrita por Filha de Apolo


Capítulo 16
XVI


Notas iniciais do capítulo

Awe/
Sim, eu demorei pra postar.
Sim, é porque vocês não recomendaram a fanfic.
Masok, eu supero.
Eu vou viajar, então eu resolvi postar, mesmo vocês não merecendo (muahahhahahaha)
Vou ver se escrevo mais, é capaz de eu terminar essa fanfic antes de viajar.



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Olhos mel, tão conhecidos por Hades, e que agora estava muito avermelhados, encontraram os negros olhos do deus dos mortos. Ele piscou várias vezes para ter certeza se estava vendo direito ou se era uma alucinação.

-Querida... - A voz dele era um sussurro. Dos olhos de Hades escorriam lágrimas pesadas, ele suspirava aliviado mas hesitante ao mesmo tempo. Ela estava tão perto mas tão distante, ele não sabia como agir.

E ele nem conseguiu agir.

Perséfone, quando se recuperou do choque de ver o marido, agilmente levantou e saiu correndo, mas não para ele. Ela correu na direção contrária, fugindo do marido.

Hades percebeu rapidamente, mais rápido do que o possível para alguém em estado de choque, mas ele não podia perdê-la novamente. Ele carrou atrás dela. Ele era de fato muito mais rápido do que ela, mas ela era muito ágil, o enganou e sumiu.

Ele não iria parar, mas ele começou a refletir se não era crueldade demais segui-la. Talvez Deméter sempre estivera certa, e Perséfone nunca o amara. Talvez fora cruel quando a sequestrou, e ela esperou para ter sua vingança. Oh, sim, pois mulheres são frias e calculistas, a ideia de ela ter planejado um golpe nunca deixaria a mente de Hades.

Então Hades parou para observar, e percebeu que sabia exatamente onde ela fora, sabia onde estava. O deus se transportou para o local onde ele e a mulher haviam se encontrado durante o verão, onde eles jantaram sob as estrelas, apenas à luz da lua. Agora tudo parecia mais claro para Hades, ele conseguia se lembrar de todas as cavernas que haviam nas redondezas, mas ele sabia onde ela estaria.

O deus viajou pelas sombras até o fim do abismo que era visível do topo da montanha, e lá ele caminhou durante longos minutos, até começar a sentir o cheiro dela novamente.

x---x---x---x---x---x---x

Tudo estava organizado. Ela tinha comida suficiente e água suficiente, por que diabos então resolvera sair?

Olhá-lo nos olhos novamente causara uma dor que ela não sabia se podia suportar. Perséfone estava encolhida em sua caverna, esta que ela decorou a seu modo, com flores para deixar o lugar um pouco menos deprimente. A deusa refletia durante horas o porquê de ter fugido. Era só ter conversado, mas não iria voltar atrás agora, queria ver se ele viria atrás dela, se alguém se importaria. E de fato, eles a buscaram.

Primeiro ela avistou Poseidon e Atena. Ficou os observando durante um tempo, eles pareciam estar se dando bem. Perséfone não havia entendido que eles estavam ali por ela, até o momento que Atena percebeu seu perfume, fazendo os olhos de Perséfone se encherem de lágrimas.

Logo depois ele chegou, completamente aflito, era de partir o coração. Ele gritara por ela, mas ela não respondera. Egoísta, ela se achou, por deixá-lo sofrer daquele jeito. Então ele saiu andando, ninguém o impediu. Ela foi atrás, até que ele parou. Ele havia chorado o caminho inteiro, e soluçado perto do fim.

Quando finalmente seus olhos se encontraram, ela só viu dor, alívio e medo nos olhos dele. Ele estava com medo de perdê-la, de ela fugir, novamente, e foi exatamente o que ela fez. Voltou para sua caverna assim que o despistou, apenas para chorar, acariciando sua barriga, lembrando dele.

Se lembrava de quando fora sequestrada. Como ela estava desesperada por ter sido retirada de sua casa, de sua mãe, mas também se lembrava de como ele havia sido gentil, calmo e paciente. Ele queria tê-la para ele, mas não a forçaria a o amar. Ele mostrou a ela o que nunca havia mostrado a ninguém, seu lado humano.

Os rumores sobre Hades, antes deste sequestrar Perséfone, e dela o conhecer, eram terríveis. Se dizia que ele era um esqueleto vivo, que era tão horrendo que você morreria só de olhá-lo nos olhos. Que era cruel e injusto, que fazia todos sofrerem. Tudo mentira.

Ela o conhecera em um conselho que fora aberto a todos. Ele era tão bonito, mas tão triste. Seus cabelos e olhos negros, seus músculos, sua pele pálida demais, todos provas de que os rumores eram mentira. Hades foi o que nasceu primeiro, dos três grandes, o mais experiente. Ele era sábio e sensato. Justo e decidido. Encantou Perséfone apenas com suas palavras. O único problema é que ele era sombrio demais, e nunca visitava o Olimpo, nunca fora bem vindo lá, e Deméter nunca aceitaria que sua filha, deusa da primavera, se relacionasse com o Rei do Mundo Inferior. Mal sabia ela que Perséfone seria uma ótima Rainha para ele.

Ela tinha medo de ele ficar bravo. Ela não saberia explicar o porquê de fugir, e ele certamente não gostaria da novidade que ela teria para dar a ele, quando eles se acertassem. Isso se eles se acertassem. Medo... ela nunca teve medo dele. Medo de perdê-lo, sim, medos relacionados ao bem estar dele, mas nunca um medo que ele a machucasse fisiologicamente. Ele nunca gritava com ela, raramente era estúpido ou frio. Ele sempre a ouviu e a respeitou, assim como ela fizera com ele, e ele sempre fora tão calmo...

Perséfone ouviu passos vindos de fora da caverna. Ele estava muito próximo, chegara a hora. Ela se escondeu e esperou até que ele entrasse na caverna, o que ele faria, já que ela podia apostar que ele sentia sua presença.

Ah, ele estava tão triste.


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Notas finais do capítulo

Não vou exigir nada, porque eu sei que vocês não vão se importar, mas um review, umzinho que seja, dizendo apenas "gostei" ou "odiei" já está valendo.



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