Heather estava sentada no sofá da sala de estar de sua casa. Seus pais haviam viajado e sua irmã mais nova, Alison, estava dormindo.

A chuva caía com violência do lado de fora e ela mantinha um cobertor isolando suas pernas do frio. A garota lia atenciosamente o livro em seu colo, quando virou a página viu que havia uma foto ali. Apanhou-a e a examinou.

Tinha ela

– Livros são muito melhores do que as pessoas. – ela murmurou.

Ela não gostava de pensar que sentia algo por Nathan. Não por ele.

Uma batida tímida soou na porta. Heather desviou os olhos do livro e franziu o cenho. Quem bateria na porta uma hora dessa e com essa chuva? Outra batida soou. Ela afastou o cobertor e se levantou. Ajeitou a camisola e caminhou em direção à porta. Outra batida soou e ela já estava se irritando com isso.

– Calma! – ela exclamou para quem estava batendo na porta.

Ela abriu a porta já de cara amarrada, mas sua expressão mudou para surpresa quando viu quem era.

– Nathan?

Ele deu um sorriso de quem se desculpava. Ela mordeu o lábio inferior e desviou os olhos dele. O garoto estava molhado da cabeça aos pés, seu cabelo castanho estava completamente desaninhado e lhe caía aos olhos.

– Sei que é tarde de mais. – ele falou com a voz baixa.

– Hã... entre. – ela deu espaço para ele passar. Ela fechou a porta atrás de si. – Cheryl saiu.

– Eu sei. Eu vim te ver. – Nathan disparou.

Heather ficou completamente confusa.

– Como assim? – ela perguntou.

– Por que você me odeia?

Pelo contrário

, ela pensou.

Ela balançou a cabeça, tentando clareá-la. Heather não respondeu.

Ele foi chegando mais perto dela e ela fitou o chão.

– Eu te amo. – ele falou.

– Não devia. – ela replicou com a voz trêmula.

– Te amar?

– Mentir.

Ele arqueou uma sobrancelha.

– Não estou mentindo. – ele rebateu.

– Você ama Cheryl. – Ela fechou os olhos e se recostou na parede. Parecia estar convencendo a si mesma. – E você é namorado dela.

– Podemos dar um jeito nisso.

– Não, não podemos. – ela estava quase gritando. – Sai daqui! Vai embora!

Heather abriu a porta novamente.

– Mas você me ama. Eu sei. – Nathan falou suplicante.

– Não importa!

– Você não se importa mesmo ou tudo isso é orgulho?

– Não é orgulho. É só medo de me enganar novamente.

Os olhos da garota ameaçavam derramar lágrimas. Nathan foi caminhando de cabeça baixa na direção da porta aberta.

– Olha nos meus olhos e diz que você não me ama. – ele falou encarando-a nos olhos.

– Eu te odeio! – ela gritou e fechou a porta na cara dele.

Heather se encostou na porta e grandes lágrimas transbordaram de seus olhos. Virou-se de frente para a porta e a abriu, Nathan já estava longe, desaparecendo na chuva. Ela saiu e viu que havia um bilhete na soleira.

Estava escrito: Não vou desistir de você.

Ela saiu na chuva e se sentou no banquinho do jardim, apoiou os cotovelos nas coxas e virou a cabeça para a direção de Nathan.

– Eu te amo. Muito. – ela murmurou para o vento.