Só de pensar em ficar sem ele eu já sentia um forte aperto em meu peito. Era como se uma mão invisível despedaçasse meu coração.

Eu o considerava invencível! No entanto agora, depois do ataque, existia a remota possibilidade de algo grave ter acontecido.

Por mais que eu tentasse ser forte e manter plena minha confiança em suas habilidades de luta, nada conseguia afugentar a última imagem que eu tinha dele. Aquela cena me assombrava profundamente e, se houvesse como, eu mudaria minhas ações naquele momento, apenas para poder protegê-lo.

Ele não iria sobreviver! Eu sabia que não, mas parte dfe mim não queria acreditar. Parte de mim não queria perdê-lo. Era duro demais. Era dor demais!

Algo me dizia que um pedaço de minha alma havia sido levado com ele quando tudo aconteceu. A mordida tinha fatal para ambos. A única diferença era que eu ainda me movia, contudo não me sentia mais viva.

Uma dor lancinante atravessava meu peito. Provavelmente meu coração tinha parado de bater sem que eu percebesse. As lágrimas escorriam por minha face descontroladamente. Meu corpo todo tremia, mas não era frio que eu sentia, apesar de sentir-me gelada.

Eu não me sentia viva, nem morta. Em que espécie de limbo eu me encontrava?

Raciocínio? Meus pensamentos corriam em um fluxo desordenado e sem lógica. Eu nem sequer me lembrava quem eu era. Na minha mente só existia ele. Seu toque, seu aroma, seu - raro, porém existente - sorriso. Sua voz, seu calor, a vida que lhe fora tirada injustamente. Seu olhar preocupado e cheio de compaixão. A forma doce e carinhosa que ele, somente ele, utilizava meu nome. Tudo e todo, ele!

Ele era meu amor! Meu homem! Meu camarada!

Como é possível eu sobreviver sabendo que ele não mais estará por perto? Quem vai me amparar? Me dar estúpidos conselhos zen? Me ensinar a lutar e a ter disciplina?

Não tem como sobreviver sem ele!