Se Arrependimento Matasse escrita por pedro atalah


Capítulo 1
Capítulo 1




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O despertador tocou trazendo Jillian de volta para a realidade do seu quarto. Levantou-se e cambaleou para o banheiro, tomou um demorado banho quente, fez suas higienes, pegou sua farda e avistiu na frente do espelho observando cada parte do seu corpo, e notando que havia engordado um pouco – amaldiçuou mentalmente os restaurante nova-iorquinos. Desceu para a cozinha e se sentou ao balcão e começou a comer a omelete que sua empregada lhe fizera, prometendo que no dia seguinte começaria um regime, mas certa de que “amanhã” nunca chegaria.

            Hannalore entrou na cozinha e se sentou ao lado de sua filha. Maud, a empregada, colocou uma porção de salada de frutas sobre o balcão, e antes que Hannalore começasse a comer Jillian disse:

            -Eu ainda não acredito no que você fizeram comigo.

            -Você fala como se isso fosse o fim do mundo.

            Jillian olhou raivosamente sua mãe comendo a salada de frutas, e percebeu que ainda tinha muita omelete no seu prato, e faltava pouco tempo para a aula começar – e ela não queria se atrasar logo no seu primeiro dia de aula da nova escola.

            Foi caminhando, para demorar mais de chegar lá – ainda não aceitava o fato de que não encontraria suas melhores amigas na escada esperando por ela para saberem como tinha sido sua estadia em Nova Iorque.

            E o pior aconteceu: a escada da Koener estavam tão vazias quanto as áres inecúmenas da Terra – a não ser por um menino pálido com os cabelos negros subindo apressadamente em direção à porta, ajeitando sua camisa e com a mochilha caindo do seu ombro. Sentiu-se nauseada ao pensar que provavelmente aquele era o padrão dos meninos daquela escola – e implorou mentalmente que as garotas não fossem assim também.

            Andou pelo corredor central até o armário que lhe fora resignado. Abriu-o e, por impulso, o comparou com o seu antigo armário na sua antiga escola – maior e mais bonito -, guardou alguns itens que considerava necessários para sua sobrevivência ali – maquiagem, um pouco de dinheiro caso esquecesse algum dia em casa, alguns livros que seriam o seu refúgio nos horários vagos – e os livros didáticos. Conferiu o seu horário e foi para a sala de biologia.

            Deparou-se com vários adolescentes – até que eram bonitos, ou pelo menos, melhores do que os que ela esperava encontrar – sentados, algumas meninas rindo entre si, e alguns meninos conversando bobagem. Mas nenhuma garota estava eufórica para saber como foram as férias de Jillian, para onde ela foi, com quem foi e quem encontrou lá.

            Mas a única coisa que ela fez foi se sentar na cadeira da frente na primeira fila,colocar sobre a mesa seu livro e observar atentamente uma mulher de aparentemente quarenta anos na frente do quadro negro.

            - Bom dia, turma do último ano da Koener High School.

            Jillian abriu sua boca para responder o “bom dia”, mas por sorte, percebeu antes que ninguém responderia, então a fechou.

            A aula de biologia demorou de terminar, assim como as demais aulas. Finalmente a campainha tocou, e Jillian foi para o refeitório, desejando que alguém da aula de biologia, ou da aula de literatura inglesa reconhecesse seu rosto e lhe chamasse para se sentar à mesa com ela. Mas percebeu que ninguém a reconhecera depois de ficar parada alguns minutos na porta – para falar a verdade, nem ela reconheceu alguém ali, a não ser o menino pálido que ela viu entrando correndo quando chegara. Então, deu as costas e foi para uma lanchonete no outro lado da rua, que descobrira que existia há algumas horas quando caminhava no passeio da escola.

            Comeu batata-frita e tomou um milk shake de chocolate. Ficou sentada sozinha no balcão da lanchonete até dar a hora de voltar para a aula.

Bart estava se sentindo um passarinho engaiolado até que finalmente a aula acabou. Ele foi para o banheiro masculino, tirou a camisa da farda, pegou uma camisa que estava dentro da sua mochila e a vestiu. Pegou um táxi e foi para a sua antiga escola, onde Johan esperavava por ele. Comprimentou seu amigo com um aperto de mão e contou a ele o quão morta era sua nova escola.

            - E todos são aparentemente sóbrios.

            - Sim, Bart. Você queria que alguém fosse no primeiro dia de aula bêbado?

            Bart começou a andar com seu amigo em direção ao parque que fica há três quarteirões dali onde costumavam fumar um baseado no fim das tardes.

            - Quero dizer que eles ficam sempre sóbrios, entende? - Explicou ele.

            - Não é possível! - Disse Johan, segurando o riso. - Deve ter algum machonheiro por lá.

            - Você tá certo, tem.

            - Ótimo então! Mas... quem?

            Bart parou e encarou seu amigo.

            - Eu.

Jillian voltou pra casa e se deparou com sua mãe no sofá. Passou rapidamente sem nem olhar para os lados e subiu as escadas, quando ouviu sua mãe gritar:

            - Como foi seu primeiro dia de aula, querida?

            - Nada alem das minhas espectativas.

            Jillian se trancou no quarto, foi pro banheiro, tomou um banho bem relaxante, vestiu uma roupa leve e ligou o computador, pra checar seus e-mails. Não tinha nada de interessante ou novo então ela o desligou e deitou na cama. Vinte minutos depois seu telefone toca - era Serena.

                 Inicio da ligação

            - Alô?

            - Oi amiga, tudo bom?

            - Sim e você?

            - Eu estou bem... então, como foi seu primeiro dia na nova escola?

            - Horrível. Mais eu já esperava por isso.

            - Ah então vamos ao shopping hoje à noite, quero te apresentar o meu novo colega.

            - Tá bom, então nos vemos às oito?

            - Sim, beijo

                Fim da ligação

Bart estava parado em baixo do chuveiro, se lamentando por não ter recusado o convite do primo. Que diabos faria em um shopping com a nova colega dele? E o que ele iria fazer? Se seu Jonas convidou uma menina, é porque tem segundas intenções, então ele ficaria... assistindo?

            “Pelo menos vou ter desculpa para fumar um baseado”, pensou ele, desligando o chuveiro.


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