Muitas pessoas, tirando minha mãe e Jesse, já tinham ido me ver no hospital. Tia Sally, tio Paul, Nico, Thalia, Caio entre outros. Mas, eu me senti realmente feliz quando ouvi alguém perguntar se podia entrar. Eu respondi que sim e Leo entrou.

Ele fechou a porta e ficou encostado na parede.

- Oi – Ele disse

- Oi – Respondi

- Como você está?

- Bem. E você?

- Bem também.

Ficamos em silêncio só olhando um para o outro.

-Me abraça – Eu disse sem pensar.

Ele abaixou a cabeça. Parecia triste.

- Por favor. Preciso de você.

Ele não falou nada, e continuou de cabeça baixa.

- Aquilo que você me disse antes de eu desmaiar, era mentira?

Ele levantou a cabeça. Seu rosto tinha uma expressão triste, e seus olhos estavam vermelhos.

- Eu... – Ele disse

Ele se desencostou da parede e começou a caminhar na minha direção, mas algo o fez parar, alguém a abriu a porta e segurou seus braços.

- Não – A pessoa disse. Pela voz parecia ser um homem. – Você vai quebrar sua promessa, Valdez?

Leo abaixou a cabeça.

- Não, senhor.

Senhor? Quem o Leo chamaria de senhor?

- Quem está ai? – Perguntei

A pessoa entrou na sala e eu não contive um gritinho. Apolo apareceu no meu quarto do hospital. Ele estava com sua aparecia de jovem.

- Olá. – Ele disse sorrindo.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei

- Eu só vim ver como você estava. Eu salvei vocês lembra?

- Na verdade não. Mas, obrigada.

Ele empurrou Leo para longe de mim e sentou ao meu lado na cama.

- Como você está? – Ele perguntou passando a mão em meus cabelos.

- Eu... To bem. – Respondi abaixando a cabeça.

Ele colocou suas mãos delicadamente no meu rosto e o levantou. Seu olhar encontrou o meu.

- Que bom. – Ele disse sorrindo. Depois ele me abraçou. – Fico feliz que esteja bem.

Não soube o que fazer. Ele tinha mentido, mas era porque gostava de mim, e no final, ele salvou a mim e aos meus amigos. Eu não podia simplesmente o empurrar e brigar com ele. Mesmo eu não gostando dele, Apolo era uma boa pessoa. Eu o abracei de volta.

- Eu poderia ficar aqui pra sempre. – Ele disse, me puxando para mais perto, como se tivesse me protegendo.

Eu olhei para Leo e sua aparência não me deixou feliz. Ele não estava com raiva, ou zangado, ele parecia triste. Tenho certeza que pude ver lagrimas escorrerem em suas bochechas mesmo seu rosto estando abaixado. Ele estava... Sofrendo.

Separei-me de Apolo e levantei da cama rapidamente e fui até Leo.

- Por que você está chorando? – Perguntei pegando na ao dela.

- Eu... Não é nada. Meu corpo ainda dói.

- Você é um péssimo mentiroso. – Falei – Essa foi a coisa mais ridícula que já ouvi.

- Ainda não contou a ela? – Apolo perguntou

Virei-me pra ele.

- Contar o que?

Apolo deu de ombros.

- Você disse que queria contar, mas, acho que no final você não conseguiu né?

- Alguém pode me dizer o que está acontecendo? – Perguntei

- Se quiser, eu posso...

- Não. – Leo interrompeu. – Eu falo.

Apolo bufou.

- Então anda logo com isso.

- Eu poderia ficar sozinho com ela? – Leo perguntou

Apolo riu

- Claro que não.

- O que? Mas que absurdo é esse? Desde quando você precisa pedir alguma coisa pra ele? – Perguntei nervosa – Você vai ficar sozinho como sim. – Eu andei até Apolo e fiquei parada na frente dele. – Anda. Dá o fora.

- É assim que você fala com um deus? E ainda mais o deus que salvou sua vida.

Fiquei furiosa. Ele era um canalha, manipulador de uma figa. Ai que ódio.

- Suze, deixa, está tudo bem. – Leo disse calmo, porém triste. Ele se virou para Apolo. – Você pode pelo menos ficar no canto.

Apolo abriu a boca.

- Sim, ele pode. – Respondi por ele. Virei para Apolo – Agora dá licença, você está ocupando a cama, e eu preciso repousar.

Ele sorriu sarcástico, se levantou e sentou em uma poltrona no canto da sala, com os braços sobre as pernas e com as mãos cruzadas embaixo do queixo. Deuses! Eu odiava aquele homem, mas não podia negar que ele era muito sexy.

Eu deitei na cama e bati na ponta, meio que chamando o Leo para sentar lá. Ele parecia nervoso, mas sentou.

- O que você queria falar comigo? – Perguntei

- Bem, é sobre por que Apolo nos salvou.

Olhei para o deus, ele continuava do mesmo jeito.

- Como assim?

- Você sabe que os deuses não podem interferir na vida dos seus filhos, certo?

Balancei a cabeça afirmando.

- Mas, eles podem fazer algo se fizerem um trato. Como uma troca equivalente.

- E o quê que tem? – Perguntei começando a ficar nervosa.

- Bem, com Apolo não foi diferente. – Ele disse – Lembra daquilo que eu te disse antes de você desmaiar?

- Ah sobre isso preciso falar uma coisa.

- Me deixa terminar.

- Não. Você precisa saber que eu também sinto isso em relação a você. Eu... Eu te amo. – Eu disse – Eu quero ficar com você.

Leo começou a chorar.

- O que foi? Leo, eu não to entendendo.

- Eu também te amo minha pequena. Mas, não podemos ficar juntos.

- O que? Por quê? – Perguntei

Leo continuava chorando e isso estava me matando por dentro.

- Por que... Esse é o trato. É trato que eu fiz com Apolo. – Ele disse – Ele nos salvava, e eu ficava longe de você.