Not Alone. escrita por monkelfplus


Capítulo 11
X - Escuridão.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/186383/chapter/11

A menina que Kaoru e Die viam sumiu ali mesmo, diante dos olhos de ambos rapazes. O mais velho voltou as orbes negras para o amigo, ambos estavam apavorados e os olhos estavam mais abertos do que no normal, desfazendo todas as linhas orientais que eles tinham, a expressão era de total pavor.

— Die... — Ousou chamar o amigo, a voz soava em tom baixo. — Essa menina... É a mesma que eu vi na janela do sótão... — O medo tomava conta de si. Segurava os objetos que tinha em mãos com força, aproximando-se do amigo devagar, trêmulo.

Um novo estrondo foi ouvido, desta vez, no banheiro. Toshiya e Joon correram para o local e iluminaram o cômodo. Porém, viram uma sombra em um canto, assustaram-se com aquilo, e logo depois ouviram um grito de HeeChul seguido por gritos femininos devido ao susto. Os garotos voltaram-se para a direção onde o amigo estava e os outros que estavam na cozinha, correram até o local. Ao que iluminaram o coreano, puderam vê-lo caído no chão, com uma das mãos na lateral da cabeça.

— Chul! — Gritou Die, iluminando o rapaz enquanto se abaixava ao lado do mesmo. — Você está bem? — Toshiya agachou-se ao lado do amigo também.

— Acho que... — O coreano tirou a mão do local onde fora atingido por algo e viu sangue. — Estou morrendo.

— Deixa de ser bobo, garanhão. — Die riu para o amigo, observando o ferimento. — Nem foi tão feio assim. Meninas... — Voltou-se para elas, iluminando-as. — Alguém aí sabe fazer curativo?

— Eu sei! — Disse GaYoon, oferecendo-se para ajudar. — Vou dar uma olhada se tem o que vou precisar no banheiro, preciso que alguém vá comigo.

— Vamos lá. — Disse Toshiya, já que tinha uma lanterna e poderia iluminar o armário do banheiro para que a moça pegasse tudo o que fosse necessário.

Não demorou muito e Chul já estava com um pequeno curativo na lateral de sua testa.

— Tá doendo. — O coreano comentou.

— É lógico, alguma coisa bateu na sua cabeça, pegador. — Disse Toshiya. — Mas a pergunta que não quer calar é... O que foi que fez isso?

Um grande estrondo foi escutado pelos companheiros. Mas diferente de antes, o barulho ouvido agora foi de um trovão, logo uma chuva se iniciou, podiam ouvir o barulho dos pingos batendo com força nas janelas e também o barulho sinistro do vento. Os relâmpagos eram constantes, e os clarões assustavam os estudantes. De repente, a porta da sala abriu com o vento e devido à luz lá fora por conta de mais um relâmpago, viram uma sombra na porta, a silhueta era de um homem com um chapéu. A porta bateu denovo com o vento e ao abrir, não havia ninguém mais ali. Apenas um objeto no chão.

— O que será aquilo? — Perguntou Shinya, vendo que algo havia sido deixado ali.

— Não sei... — Kaoru caminhou até a porta com sua lanterna, pegou o objeto e fechou a porta com uma das pernas, voltando para junto dos colegas. Enquanto caminhava, iluminou o que tinha em mãos, porém, deixou cair. Toshiya, quando ouviu o barulho, iluminou o colega, vendo que este estava com o olhar voltado para o que havia derrubado.

— O que houve? O que é isso? — Perguntou Shinya, curioso e ao mesmo tempo assustado, não era comum que Kaoru tivesse uma reação como aquela, era um dos mais controlados ali naquela casa.

— A... A foto... — Era a única coisa que o líder conseguia dizer naquele momento. Shinya aproximou-se do mais velho, agachando-se para pegar o que ele tinha derrubado. Pediu a lanterna a ele, para poder observar o que era aquilo, e, ao ver que aquela era a mesma foto que ele e Mir haviam trancado num baú, assustou-se. Porém, o susto maior foi ver que não haviam duas e nem três pessoas na imagem. Havia apenas uma.

— Meu Deus. — Foi a única reação que o japonês mais jovem teve de início, mas logo foi em direção a Mir, afinal, ele havia ajudado a guardar bem aquela foto e esconder as chaves para que ninguém pegasse. Fez um sinal para o coreano mais novo e o mesmo não hesitou em aproximar. — Olha. — Entregou-lhe a foto. O rapaz assustou-se ao perceber que era mesmo o retrato que havia escondido com o amigo.

— Como isso veio parar aqui? — Indagou o maknae para quem soubesse responder, por mais que imaginasse que todos ali deviam estar se perguntando o mesmo.

— Não importa, vamos nos livrar disso, estou ficando todo arrepiado... — Voltou a comentar o japonês que estava mais próximo do coreano, no caso, Shinya. — Joga essa foto lá fora, o vento da chuva vai levá-la para longe.

— Ótima ideia. — Joon comentou, já cansado de ficar quieto. Pegou o retrato e retirou-o da moldura, jogando esta em um canto qualquer da casa. Aproximou-se da porta novamente, abriu apenas um pouco desta e olhou pela a brecha, apenas por ainda temer encontrar algo indesejado. Respirou fundo e terminou de abrir o local e apenas soltou o retrato quando o vento forte bateu por ali, podendo ver este acabar sendo levado em direção a floresta. — Agora sim. — Fechou a porta e por mais que soubesse com o que estavam lidando, acabou trancando a mesma.

— Ok, o que iremos fazer agora? — Die jogou a pergunta no ar e levantou-se com HeeChul que aquele tempo todo ainda estava sentado no chão reclamando de dor de cabeça. — Calma, garanhão. — Iluminou apenas as garotas com a lanterna. — Vocês tem alg... — Não conseguiu terminar a frase, apenas notou o corpo do coreano próximo quase cair e o motivo disto, foi que o mesmo acabou desmaiando, mas segurou este a tempo, só acabou derrubando algo no chão, sendo esta, a lanterna e no que a luz da iluminou atrás dos dois, quem estivesse olhando para lá, veria claramente uma garota arrastando-se para longe, fugindo de tal claridade.

Uma das garotas, sendo esta, HyunAh, acabou vendo o vulto atrás dos jovens e devido ao susto gritou e apontou para o local, não iria conseguir falar o que viu, o medo que tomava conta dela era cada vez maior.

— Droga! — Totchi já imaginava o que a colega estava tentando dizer, aproximou-se dos amigos e pegou a lanterna que estava no chão, podendo usar a que já estava consigo e a nova para iluminar ainda mais em volta, a procura de algo, mas depois apenas ajudou Die a levar o coreano até o sofá, colocando-o deitado ali para tentar reanimar este. — Chul... Acorda, acorda. — Começou a dar alguns tapinhas em sua face, nada exagerado.

— A pancada foi tão forte assim? — Kyo preocupou-se com o estado do outro, até porque aquele não era hora de estarem daquela maneira, por mais soubesse que o coreano não tinha culpado nenhuma em ter sido atacado.

— Parece que sim... — Die pegou a lanterna que estava com Toshiya, deixando-o com apenas uma novamente, assim, iluminou apenas o rosto do amigo desacordado, este apertou os olhos, parecia estar recuperando a consciência. — Ah, que alívio. — Um resmungo foi solto pelo o que estava acordando naquele instante.

— Alguém pega algo para ele. Não tem nada para dor de cabeça aí? — Kaoru perguntou e desviou a luz da lanterna diretamente a todas as garotas, pelo menos pensava que provavelmente elas que teriam algo do gênero.

— Eu tenho. — JiYoon pronunciou-se e logo olhou para quem tinha uma lanterna, esperando que alguém pudesse se oferecer para acompanhar ela até o quarto e depois a cozinha, precisaria pegar água para que o rapaz pudesse ingerir o comprido sem nenhum problema. Mir olhou para a lanterna de Joon, que era o mais próximo a si e pegou a mesma sem pronunciar-se, o que deixou o amigo meio confuso de início.

— Vamos pegar. — O maknae aproximou-se da jovem que tinha o que precisavam e esta agarrou no braço do mesmo, devido ao medo que ainda tomava conta dela. O jovem chegou a ficar meio sem jeito, mas não era hora para sentir-se daquela maneira, por isso não hesitou em iniciar os passos até o corredor, afim de ir diretamente para o quarto desta. Os que continuaram na sala, acabaram iluminando o caminho também, apenas para terem certeza de que nada surpreenderia seus amigos. Shinya, por segurança, tratou de ir atrás dos amigos, queria saber se eles estavam bem e certificar-se de que não acontecesse nada de mal com eles. No que os dois entraram, Shinya pôde perceber a porta do sótão, logo naquela direção, porém, no teto, abrir-se com tudo. O corpo do mais novo gelou e ele não teve outra opção se não voltar rápido para junto dos demais amigos, na sala. Logo os dois já estavam no dormitório, JiYoon caminhou até o canto onde sua mochila estava e graças à lanterna que Mir segurava, iluminando ali, ela pôde encontrar os comprimidos. Retirou apenas um da embalagem e guardou o que não usaria, então, os dois puderam seguir para a cozinha. Ambos gelaram, já que anteriormente houve algum tipo de atividade naquele cômodo, mas adentraram o local, pegando a água rapidamente e logo voltando para a sala.

— Aqui está. — Disse a coreana indo em direção de HeeChul, segurando o copo d'água e o remédio. O rapaz, a essa altura, já estava sentado sobre o estofado e conseguia reagir um pouco depois do desmaio.

— Muito obrigado. — Ele agradeceu, pegando o que ela tinha em mãos e logo ingerindo, queria que a dor que sentia passasse logo. Ao que acabou de beber o líquido, deixou o copo sobre a mesinha de centro, apenas porque não tinha onde deixar.

Mais um trovão foi escutado pelos companheiros, aquilo os assustava, tinham a impressão de que algo iria acontecer e não estavam errados, ao que aquele som cessou, os jovens presentes puderam ouvir chiados vindo de um canto e uma luzinha verde. Curiosos para saber do que se tratava, todos os rapazes que tinham uma lanterna, iluminaram o local ao mesmo tempo, notando que era apenas um pequeno rádio de pilhas que havia ligado sozinho. Aliviaram-se de certa forma, afinal ainda era esquisito o fato de o aparelho ter ligado de repente, mas logo em seguida, puderam perceber que alguém passou em frente ao local que iluminavam e antes do susto passar, mais duas pessoas passaram, podiam ver isso claramente, por mais que por conta da escuridão que os rondavam, mais pareciam sombras, apenas o primeiro que deu para ver claramente um pé descalço. Arrepios foram sentidos por todos ali, afinal tinham presenciado uma cena muito estranha, do tipo que só haviam visto alguma vez em filmes de terror. Os focos de luz se dispersaram para a direção que as sombras seguiam, queriam ver se ainda estavam ali, o que não mudaria muita coisa, o medo não diminuiria. Visto que pelo menos não estavam por perto do rádio encontrado, Kaoru decidiu ir até lá, pegando o objeto e trazendo para perto dos outros.

— Isso estava aqui antes? — Perguntou o líder aos colegas.

— Não, tenho certeza. — Respondeu Die ao amigo, trêmulo. — Parece meio velho... Estranho estar com pilhas.

— Estranho mesmo. — Respondeu o que estava com o objeto em mãos. — Ilumine aqui enquanto eu abro pra dar uma olhada. — Pediu ao mais alto, que não demorou para clarear o estranho rádio com a lanterna que tinha em mãos. O representante desencaixou a pequena tampa por onde as pilhas eram colocadas, e para a surpresa de todos ali, estas não haviam sido colocadas no aparelho.

— Mas... O quê? — Indagou Die, surpreso com a situação. Os outros iam se aproximando, queriam ver aquilo mais de perto. O rádio continuava chiando estranhamente, mesmo que não houvesse pilhas dentro deste.

— Como... Como é que isso está funcionando? E... Como foi que isso ligou? — HeeChul perguntou, nervoso.

Quando rapaz terminou de falar, a luz piscou, ficou acesa por poucos segundos, o suficiente para que vissem uma das sombras em frente ao corredor, parecia ser a mesma pessoa que aparecera na porta antes, a silhueta era a mesma. Quando voltaram a ficar no escuro, os rapazes focaram a luz no local da aparição, porém, não havia ninguém mais ali.

— Eu quero ir embora... — Disse GaYoon, recebendo a aprovação das amigas em seguida.

— Não podemos ainda, precisamos antes de um ônibus para voltarmos. — Comentou Kaoru. O silêncio prevaleceu ali por algum tempo, até que o som de mais um trovão foi ouvido, o estrondo era ainda maior do que o anterior, o que assustou ainda mais os estudantes. Porém, logo após aquilo, o rádio parou de chiar e, ao que Kaoru foi verificar, estava desligado. — Meu... Deus...

— Vamos dar um fim nesse negócio, é melhor. — Comentou Joon. — Podemos fazer o mesmo que fiz com a foto, jogar lá fora. — Sugeriu aos outros.

— Talvez seja melhor, mesmo. — Respondeu Mir ao amigo, entregando-lhe a lanterna que ainda estava consigo. Kaoru e Die assentiram com a cabeça, o mais velho entregou o objeto ao coreano que se oferecera para sumir com aquilo e, em pouco tempo, o mesmo rapaz já estava na porta, clareando o espaço à sua frente e tendo o caminho iluminado pelos amigos que possuiam lanternas, assim poderiam ver caso algo o atacasse e poderiam ajudá-lo. Abriu uma fresta novamente, para só depois abri-la por completo, o vento que entrava era forte e o jovem tratou de atirar aquele objeto o mais longe que podia. Logo voltou-se para os amigos novamente e fechou a porta.

— Pronto, feito. — Comentou, aproximando-se dos demais, afinal, seria melhor que todos ficassem perto uns dos outros naquele momento, os principais ataques na casa costumavam acontecer quando alguém ficava sozinho.

— Gente, que horas são agora? — Perguntou JiYoon aos que estavam ali, alguém devia ter um relógio e assim informaria.

— São... — Kaoru desviou o olhar para o pulso, clareando ali com a lanterna. — ...Três da madrugada. — Ao que o japonês pronunciou a última palavra, a luz piscou mais uma vez, e desta vez, todos ali puderam ver claramente três pessoas em volta da mesa de centro da sala. O breu voltou, todos ficaram no escuro novamente por alguns segundos, mas antes que alguém ali pensasse em usar a lanterna para iluminar aquele local, a luz voltou. Não havia mais ninguém ali como antes além dos estudantes, apenas um objeto que havia sido descartado anteriormente por Joon: a foto aparecera sobre a mesa, em sua devida moldura.

— Esses espíritos estão de brincadeira comigo, só pode. — Comentou Joon ao desligar a lanterna que tinha em mãos e aproximar-se da mesa de sempre, mas ao reparar no retrato sobre a mesa, os olhos abriram-se um pouco mais. — Pessoal... — Fez um sinal com a mão para que todos se aproximassem.

— O que foi? — A primeira a se aproximar foi HyunAh e ao seguir o olhar do amigo e reparar no retrato, tampou a boca para evitar que o grito escapasse, os outros logo fizeram o mesmo e as garotas, assim como a outra moça, tamparam seus lábios, apavoradas.

— Isso é possível? — O coreano que chegou primeiro que todos ali virou-se para o representante Kaoru e pegou a moldura, colocando na frente deste para que prestasse bem atenção naquele retrato. — Como pode não ter ninguém aqui? Só o sofá que antes eles estavam sentados. — Atacou a moldura no chão, já começava a perder a paciência com tudo aquilo. — Mas, a pergunta que não quer calar é... O que eles querem?

Havia uma longa história por trás de tudo aquilo e os viajantes não sabiam. Talvez, se soubessem, arranjariam outro lugar para passar as férias. De fato, Kaoru e Shinya tinham toda a razão quando acharam o local estranho de primeira. Poucos tinham conhecimento do que de fato ocorreu ali, apenas os mais velhos habitantes daquela cidade, tendo em vista que a casa era antiga e já não era habitada daquela forma há vários anos. Todos que resolveram morar ali acabaram saindo no mesmo dia queixando-se ruídos estranhos e até mesmo de aparições, aqueles jovens eram os únicos até o momento que insistiam em continuar na residência, até as ações paranormais começarem a ocorrer com eles também, vontade de ir embora não lhes faltava, o problema era sair dali.

A muito tempo atrás, vivia ali uma família, a única que habitou de verdade o local. A casa foi construída a mando deles mesmos, estavam se mudando para aquele local e compraram aquele terreno. Eram felizes, o pai, a mãe e a filha jovem, viveram ali bons momentos, porém, um dia, tudo aquilo acabou. Eram exatas três da madrugada de um dia de Domingo quando alguém invadiu a casa com os três dentro e por algum motivo, os matou fazendo cortes em seus pescoços enquanto dormiam. A primeira vítima foi a moça jovem, depois, seu pai, e por último, sua mãe. Nunca descobriram quem foi o culpado, a polícia, na época, investigou aquele caso por muito tempo e detalhadamente, mas não havia vestígio nenhum de quem esteve ali e cometeu aquele crime. Era claro que tinham um inimigo ou mais, afinal um amigo não faria tamanha maldade, porém, como os três eram bem reservados, os outros moradores não tinham muito conhecimento sobre suas vidas, amizades e inimizades. Conforme os anos foram se passando, depois da morte daquela família, pessoas que passavam por perto da casa diziam sempre ver sombras no quintal, e muitas outras coisas sobrenaturais, isso rendeu muitas histórias de terror e por isso, aquele local foi esquecido, até os estudantes receberem as imagens.

O silêncio tomou conta do local, ninguém sabia responder a pergunta de Joon e ele sabia que não iria descobrir o que aconteceu ali, não até conversarem com alguém de fora e para isso teriam que sair dali e claro... Com vida.

— Estou tão cansada... — Comentou GaYoon apoiando-se em Jessica que era a mais próxima a si. Todas as garotas, inclusive os rapazes acabaram concordando, afinal, a noite havia sido longa demais para todos, mas por conta da adrenalina correndo em suas veias, não sentiram sono no momento do apagão, mas ainda assim não sentiam-se seguros, nem com a luz de volta, podiam sentir que algo iria acontecer novamente a qualquer momento.

— Por que não pegamos os colchões das camas dos outros quartos e não colocamos no nosso dormitório? Depois de tudo, é melhor todos dormirem juntos, não acham? — Sugeriu JiYoon, afinal, já que não era para ficarem sozinhos, era mais fácil todos sempre ficarem juntos em um cômodo, por mais que aquilo não fosse possível o tempo inteiro, mas seria melhor que sempre que pudessem, ficassem em conjunto. Todos pareceram concordar. — Vou arrumar lá dentro, com as garotas, temos que afastar os móveis para abrir mais espaço, os meninos pegam os colchões e vão para lá logo, vamos descansar, logo irá amanhecer. — A jovem seguiu junto com as amigas para o próprio dormitório e tiraram as bolsas do chão e afastaram algumas cômodas, podendo deixar mais espaço para que os outros quando chegassem, pudessem arrumar um canto para que deitassem.

Os rapazes foram para seus devidos quartos, sempre acompanhados e mantiveram as lanternas em mãos, afinal, tinham que se previnir, não sabiam se iria faltar luz novamente, ainda mais com aquela chuva que ainda não havia passado. Devido a adrenalina na queda de luz, ninguém havia percebido o grande arranhão no braço de Toshiya, sendo assim, três linhas, como se alguém tivesse segurado em seu braço e deixou sua marca ali. O japonês foi coçar o braço e só então notou que tinha algo errado.

— Ai. — Resmungou e desviou o olhar para o local, Die que estava por perto, ouviu o resmungo de Totchi e já iria perguntar o que era, mas percebeu o machucado deste.

— Onde você conseguiu isso, garanhão? — Aproximou-se para poder ver mais de perto e por um lado, deu para perceber que aquilo não era nada bom.

— Não sei... Acho que é de quando estávamos lá fora contando histórias, algo me arranhou e só apareceu agora... — Os dois entreolharam-se e chegaram a pensar que só uma coisa poderia ter feito aquilo e só de imaginar aquilo, ambos estremeceram por conta de um arrepio. — Vamos esquecer isso e dormir.

Poucos minutos se passaram e então estava tudo pronto para que dormissem e não estavam preocupados com as roupas que vestiam, mesmo que pudessem ser desconfortáveis para adormecerem, o cansaço era tanto que pegaram no sono assim que se deitaram.

As horas passaram-se rápido agora que estavam no mundo dos sonhos, mas Mir acabou despertando enquanto mudava de posição no colchão macio que estava entre duas camas e pode jurar que viu alguma abaixo da que estava em sua direta, onde HyunAh dormia tranquila, encostada à parede gelada. O maknae fechou os olhos com calma e relaxou, não poderia ligar para aquilo, poderia ter sido apenas o susto por causa de tudo que passaram, não era nada, não poderia ser nada. Pôde sentir algo mexer em seus cabelos e então encolheu-se e começou a quase rezar para que alguém acordasse e percebesse aquilo. O cobertor ia sendo puxado aos poucos de cima dele, como se três pessoas estivessem ali, querendo assustá-lo e estavam conseguindo, até que HeeChul resmungou algo em voz alta, mesmo adormecido e isto afastou os espíritos que rondavam o coreano mais jovem, que finalmente relaxou e adormeceu.

Pouco tempo depois, Shinya, que estava deitado também em um colchão no chão, próximo ao de Mir, acabou acordando, tinha uma sensação estranha, sentiu um aperto no coração e pensou em levantar para tomar uma água. Porém, não o fez, ficou imóvel quando viu um pé pendurado ao alto, logo à sua frente. Subiu o olhar, já sabia muito bem o que era aquilo, mas acabou olhando a figura por completo, talvez por impulso. Viu as pernas, uma longa camisola que ia até um pouco abaixo do joelho da moça que a vestia, parecia um pouco suja de sangue, os braços estavam imóveis e para sua surpresa, a garota estava pendurada no ventilador, pelo pescoço. Os olhos podiam ser vistos mesmo no escuro pelo o fato de estarem brancos e encaravam o japonês, que engoliu a seco e cerrou os olhos novamente. Quando os abriu, segundos depois, continuou vendo a jovem, agora sabia que não era apenas sua impressão. Cutucou o braço de Mir sem fazer movimentos muito bruscos, queria tentar passar despercebido por quem estivesse ali o observando, porém era tarde, o espírito sabia que o rapaz estava acordado e havia a visto, e ainda, que tinha medo. O coreano, por mais que sentisse alguns toques desesperados em seu braço, apenas afundou o rosto no travesseiro e cobriu-se mais, continuando a dormir. O único acordado ali resolveu recorrer então a GaYoon que estava na cama ao lado, sacodiu seu braço como pôde, talvez ela pudesse o ajudar, ou o fato de haverem dois despertados ali poderia afastar o espírito. Porém, não conseguiu. A jovem continuava a dormir e Shinya acabou vendo algo bastante desagradável ao que virou-se novamente para a direção onde vira o corpo. A moça já não estava pendurada ali mais. Aquilo de certa forma o aliviou um pouco, encolheu-se abraçando as próprias pernas e sentiu algo cutucar suas costas. Virou-se pensando que era Mir que havia acordado e iria perguntar se havia o chamado, porém, deparou-se com a mesma jovem que antes estava pendurada, cara a cara consigo desta vez. Por mais que o medo fosse grande, conseguiu perceber que o rosto que sorria para si era o mesmo da mais jovem daquela foto misteriosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nesse capítulo vocês puderem ver mais um momento de tensão dos estudantes naquela escuridão. Eles estão cada vez mais assustados e agora parece que tudo vai ficar pior para eles...
Aqui vocês também puderam saber o que realmente aconteceu naquela casa, coisa que os personagens ainda não sabem, ou podem até descobrir, isso já não sei, haha.
Se algum erro passou despercebido, nos desculpe.
Reviews?