A Preferida escrita por Roli Cruz


Capítulo 3
Meu velho amigo!


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei tão animada com os reviews, que decidi postar outro capítulo ainda hoje.
Enjoy! =D



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– Jenny? – Uma voz masculina soou atrás de mim. – Chegou querida?

– Sim. – Respondi, ainda encarando a mulher loira na minha frente.

– Ah. – Ela pareceu ofendida. – Ele pode te chamar assim e eu não?

– Você perdeu esse direito há muito tempo. - Eu nunca sairia da defensiva com ela por perto.

– Jennifer... – Ela deu um passo para perto de mim, com um braço estendido. Eu recuei instintivamente.

– Não encoste sequer um dedo em mim. – Eu disse, fazendo-a recuar, surpresa.

– E então? Estão se acertando? – Meu pai saiu da cozinha, secando as mãos em um pano de prato e dirigindo um amplo sorriso na minha direção. – Margareth, não quer entrar? – Ele falou para ela.

– Não. Ela não quer. – Eu estreitei os olhos e fechei um pouco a porta que estava escancarada.

– Jennifer. – Meu pai repreendeu. – Ela é sua mãe.

– Não, não é. – Eu retruquei. – É só uma mulherzinha qualquer que trepou com você e deu em mim. Eu não te vejo como mãe. – Pude ver a raiva por trás dos olhos castanhos dela. – Muito menos a minha mãe. – Virei e andei na direção onde meu pai estava parado, boquiaberto. – Se você não se importar, tenho lição para fazer. – Passei por ele sem olhar para trás.

– Mas você não tem aula há semanas! Elas só começam amanhã! – Eu pude ouvi-lo gritar. O som sendo abafado pela porta que se fechava atrás de mim.

Me joguei sobre a cama e senti alguma coisa tremer na minha barriga.
Saí de cima da bolsa e procurei o que estava tremendo. Peguei o celular. Número desconhecido.

– Alô?

– Alô? – Uma voz grossa soou do outro lado da linha. - Jenny?

– Quem é? – Perguntei confusa.

– Aparece na janela. – A voz pediu.

Franzi o cenho confusamente, mas fui até a janela que dava vista para uma imensidão de ruas, carros, prédios e pessoas andando na movimentada Nova York.
Procurei alguma coisa que poderia estar se comunicando comigo.

– Aqui em cima. – A voz falou novamente.

Fiz o que a voz mandou, estreitando meus olhos por causa do sol.

– Mais em baixo. – Falaram novamente pelo celular.

Abaixei o olhar e finalmente pude ver a pessoa que estava me ligando.

– O que você está fazendo aqui? – Eu sorri, enquanto um garoto loiro acenava para mim de uma janela não muito longe da minha. Mais ou menos uns 5 metros.

– Minha mãe está vendo um lugar para nos mudarmos. – Ele respondeu, enquanto eu acenava de volta.

– Vai ser meu vizinho de agora em diante, Andrew? – Eu perguntei, sorrindo ainda mais com a ideia de ter meu velho amigo bem do lado.

– Talvez. – Ele respondeu. – A não ser que a senhora Perfeição tenha alguma coisa contra. – Ele riu. Fazendo eu me sentir feliz por poder vê-lo novamente. – Então... Alguma novidade, pequena?

– Tenho sim, Apolo. – Eu provoquei.

– Continua a graça de sempre, hen? – Ele se apoiou nas janelas sem grades do apartamento vazio e me encarou fixamente. – Então. Qual a novidade?

– Se você se mudar para cá. Vai estudar aonde?

– Bom... Acho que na mesma escola que você. – Ele respondeu. – Por quê?

– Andy, tem como você descer? – Perguntei aflita.

– Tem sim. Desce e fica me esperando na frente do seu prédio daqui a cinco minutos.

– Tá. – Desliguei e logo em seguida mandei uma mensagem para Piper:


Tem certeza que era aquele cara o novo professor de educação física?

Enviada por: Jennifer Connor.

Deixei o celular em cima da cama e corri para o banheiro, a fim de ver se alguma coisa estava errada.

Joguei um pouco de água no rosto para espantar o pensamento de que uma mulher que eu odeio, está falando nesse exato momento com meu pai.

– É, Jenny. Nós sabíamos que um dia ela iria aparecer. – Meu reflexo falou, assim que me olhei no espelho.

– Só que eu não esperava ser tão cedo. – Respondi, fechando a torneira e voltando para o quarto. Peguei o celular e li a mensagem de Piper:

Tenho. Por quê?

Enviada por: Piper Nielsen

Suspirei profundamente e mandei uma última mensagem, antes de descer para me encontrar com Andrew.

Amanhã eu te explico tudo.

Enviada por: Jenny Connor


Passei rapidamente pela sala e ignorei quando meu pai perguntou onde eu estava indo.
Fiquei esperando o elevador no hall e por causa das paredes finas, consegui ouvir o que Margareth falava:

– Não fique assim, meu querido. Ela é só mais uma adolescente. Ninguém entende as revoltas que eles carregam no coração.

Só mais uma adolescente?? Ah, como eu queria estar com eles naquela sala. Iria perder o controle e jogar verdades na cara daquela megera.

Entrei com raiva no elevador.

Como ela tinha a cara de pau de vir até Nova York, para me reclamar como filha? Aquela...

– Oi. – Uma voz doce soou. Uma garota por volta da minha idade, com os cabelos ruivos enrolados em volta do rosto, tinha entrado no elevador.

– Oi. – Eu respondi.

– Tudo bem?

– Na medida do possível... – Tentei sorrir para ela, mas deve ter ficado muito falso, pois na mesma hora ela se calou.

Eu me lembrava dela. Era nova no prédio... Seu nome era Amber.

Descemos silenciosamente até o térreo.

Corri até o portão e logo o vi. Com seu cabelo claro desgrenhado e seus jeans surrados.

– Andrew! – Eu chamei, e ele abriu os braços enquanto eu ia ao seu encontro. – Que saudades! – Eu dizia, pulando para lhe dar um abraço.


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Notas finais do capítulo

E então? *o*