Você Estará de Volta escrita por VenusHalation


Capítulo 20
Capítulo 19 - Julgamento




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O conselho lunar estava em sua posição dentro do tribunal. O local, em forma de lua crescente, estava cheio de súditos curiosos. Sentada na mais alta cadeira, a rainha lunar estava rodeada de seus conselheiros íntimos, as representantes dos planetas também estavam ali: Mercury, Mars, Jupiter e Venus dispostas em pares de cada lado da rainha.

O príncipe Endymion foi trazido por dois guardas. Ele estava algemado, porém, não mostrava resistência alguma a forma como foi tratado diante do conselho, na verdade, seu queixo estava erguido e seus olhos azuis brilhavam como a própria terra vista do reino onde ele estava agora.

Selene se levantou e bateu as palmas duas vezes, virando a atenção daqueles que estavam presentes toda para ela. A mulher juntou as mãos e limpou a garganta.

– Príncipe Endymion, futuro rei da jóia azul e representante de Elysion. – A voz doce e ao mesmo tempo poderosa da rainha ecoou por todo o tribunal. – Julgaremos, hoje, a sua participação no último ataque a lua. Você nega ter qualquer participação em tal ocorrido?

– Majestade. – Mesmo naquela situação, ele preferiu manter as formalidades e se curvou. – Juro solenemente que não há participação qualquer minha no ataque a lua.

– Como, então, você poderia explicar seus soldados particulares a frente da batalha?

– Eu não poderia, rainha. – Sua voz continuava calma.

– Então você confirma a participação dos seus no ataque?

– Confirmo. – Manteve-se firme.

Venus mordeu os lábios ao ouvir a afirmação vinda do príncipe. Em seu íntimo, ela queria que ele dissesse que seus homens ainda eram fiéis e que havia tudo sido um terrível engano. "Não." Ela balançou a cabeça, afastando os pensamentos, havia visto Kunzite liderar as tropas. A verdade doía.

– Porém, Rainha Selene, juro por minha vida que eu não tive qualquer participação sobre o ataque.

– Jurar a própria vida é algo perigoso. – Ponderou a rainha.

– E assim mesmo a juro, pois, é verdade.

– Por que está aqui?

– Eu fugi do meu planeta.

– Por que?

– Eles agiram pelas minhas costas. – Sua expressão escureceu.

– Você sabe o motivo de tal ação?

– Eu queria poder saber, majestade. – A dúvida foi bem clara em seu tom de voz.

– Tem alguma testemunha?

O silêncio foi a resposta de Endymion, o tribunal foi tomado pelo burburinho entre as pessoas sentadas dentro do grande salão. Todos tinham os olhos acusadores sobre o terrestre ao centro, Jupiter trocou um olhar nervoso com Venus, sabendo a situação delicada a qual tinha colocado Endymion, elas não poderiam falar mais nada, afinal, a captura do príncipe foi totalmente forjada e dizer que ele havia dividido a cama com Serenity noites antes e que elas haviam sido cúmplices, seria um erro.

– Muito bem! – Selene bateu as mãos mais uma vez. – Vejo que...

– Eu posso testemunhar, majestade! – Uma voz masculina veio de um ponto acima das arquibancadas.

Pescoços viraram para o rapaz de cabelos loiros e rosto angelical que descia o caminho todo até o centro. Adônis posicionou-se ao lado de Endymion e reverenciou a rainha respeitosamente.

– Como posso chamá-lo, soldado?

– Adônis, majestade. – Levantou-se e manteve a posição altiva.

– Diga-me, Adônis, como pode vocês testemunhar à favor do príncipe terrestre.

– Seria muito estranho, logo o líder de todo um reino, ser deixado para trás sem mais nem menos. – Começou a andar de um lado para o outro. – Seria idiota deixar alguém tão importante para trás, minha rainha. Pense, se eles soubessem, o ataque para reivindicar seu soberano já teria acontecido, talvez até mesmo negociações por sua vida. Não podemos ser tolos, não há qualquer possibilidade desse homem estar aqui assim à mercê dos lunares.

– Venus, esse soldado é seu. – A mulher virou-se para a guerreira. – Diga algo sobre sua afirmativa.

– Com sua licença, majestade, devo concordar. – Venus levantou o comentário. – Seria idiotice alguém como ele vir de bom grado para nós sabendo dos riscos pós-ataque. É certo que ele está em fuga, não há outra explicação.

– Esse é seu voto, Lady Venus? – Selene contemplou a fala da venusiana. – Que ele seja libertado?

– Sim.

– Mercury? – Selene encontrou o mar azul a observar analiticamente a situação.

– Não há como ele ser uma ameaça, rainha Selene, não sozinho. – Teclou o pequeno computador azul.

– Jupiter?

– Ele entregou-se por livre arbítrio quando o encontrei, e mesmo agora ainda mostra-se a olhar-nos nos olhos. – Lembrou-se da violência gratuita que fez ao príncipe antes de levá-lo aos guardas, falar que ele era inocente era uma forma de redenção. - É sincero em sua afirmação.

– Mars, o seu aval é importante para mim. - Trocou um olhar com a guerreira que acendia uma pequena chama na palma das mãos.

– O fogo não diz nada, ele não se agita ou acusa. – Estufou o peito antes de continuar. – Este homem é inocente.

A rainha lunar balançou a cabeça devagar e fechou os olhos em uma meditação profunda, como se absorvesse cada palavra dita por todos os presentes. A tensão era quase palpável no ambiente e os burburinhos voltaram a encher o tribunal, parando apenas quando a rainha levantou uma das mãos.

– Endymion, da Terra, o que podes me oferecer para que possa ter sua total confiança?

– Sem um exército para entregar, ou ouro que possa buscar, majestade, aceite minha vida como a de um humilde servo. - Curvou-se mais uma vez. - Jurarei diante de qualquer espada que enquanto eu estiver de pé, servirei a lua como um soldado.

– Mais uma vez, sua vida?

– É tudo o que tenho e posso oferecer nesse momento. – Suspirou. – Entregaria mais se eu pudesse, mas não tenho como neste momento.

– Sua vida vale a de minha filha, Sor. – Um sorriso sereno esboçou os lábios de Selene, aquele mesmo sorriso enigmático que ela mostrava sempre ao deixar transparecer que sabia de muitas coisas não contadas.

– E a dela, a minha. – Sua voz saiu apaixonada e ardente.

As sailors trocaram olhares menos tensos antes de Selene retomar sua fala.

– Declaro, diante da corte lunar, que este homem é inocente! – Fez sinal para seus guardas, indicando a soltura das correntes. - Declaro, também, que ele deve ser tratado com cortesia, que o levem para um quarto, deem-lhe um banho, boa comida e troquem suas vestes! Essa seção está encerrada!

Os ombros das senshis relaxaram quando viram Endymion ser levado para fora já sem algemas ou guardas desconfiados, sendo guiada por servos prestativos. A rainha deixou o tribunal e todos ali presentes a seguiram como formigas seguindo uma rota organizada. A princesa de Vênus esticou seu pescoço na pequena multidão de pessoas jogando o olhar em uma busca rápido até encontrar o homem a quem procurava, agarrando-se na manga de sua camisa e o fazendo virar-se para sorrir ao encontrá-la. Andaram lado à lado até a multidão se dissipar e encontrarem-se sozinhos em um corredor.

– Adônis, obrigada! – A loira agradeceu solenemente.

– Não há o que agradecer, princesa. – Levou a mão ao peito e fez uma perfeita reverência, como se fosse um estranho.

– Sim, há muito! – Algo incomodou Venus no movimento formal. – Você sabia que sem ele Serenity não viveria, não é?

– Eu sei. - Seus dedos escovaram a bochecha alva da guerreira a sua frente. – Pois eu mesmo não poderia viver sem aquela que eu amo.

– Por favor... – Recuou.

– Me desculpe. – Havia dor nas palavras. – Você ficou distante.

– Você sabe o motivo. – A senshi desviou o olhar. – Eu tenho um dever.

– Um dever... – Adônis debochou e riu baixo. – Será mesmo esse seu motivo, Lady Venus?

As palavras de Adônis a acertaram como um soco no pé da barriga, o chão era o único digno de receber seu olhar no momento. Mesmo que quisesse, mesmo que negasse, ela mesma sabia que havia muito mais do que seu dever entre ela e a aceitação do amor do venusiano que era seu devoto.

– Não há resposta para minha pergunta? – O homem se aproximou e levantou seu queixo delicadamente.

– Há mais pelo que eu devo lutar, Adônis, entenda.

– Deixe-me ser um dos motivos! – Escorregou a mão para trás do seu pescoço e a puxou para perto em um abraço possessivo, porém, carinhoso. – Por favor, você tem essa chance... Tudo será diferente, basta apenas você dizer que me aceita e ama.

A venusiana devolveu o abraço inconsciente e, aos poucos, foi empurrada de leve para que seus lábios fossem tocados pelos dele. Adônis começou devagar, saboreando cada centímetro e explorando o gosto dela quando a senshi finalmente cedeu e ele pressionou o corpo da mulher contra uma parede próxima.

Os pensamentos do soldado viajaram através daquilo que ele mesmo julgava ser perfeito: ele feito para ela. Não um terrestre sujo, não o sangue de um ser fraco, mas o dele mesmo como venusiano legítimo seria o único capaz de fazer a união perfeita com a princesa que tinha agora em seus braços, afinal, apenas venusianos entendiam sobre amor e como sentir amor.

Venus sentiu as pernas falharem, não pela urgência com ele a tocava, mas tudo ali tinha gosto de dor, asco e completa frustração. Primeiro porque ela não sentia nada mais do que apenas amizade por ele, segundo que ele não era Kunzite. Ele nunca a beijaria com a mesma paixão, seu toque nunca seria tão firme, sua pele jamais faria contraste tão lindo como a do general shitennou junto a dela, a loira jamais sentiria o mesmo arrepio subindo a espinha quando ele respirasse em seu ouvido, ele nunca conseguiria fazê-la sentir viva, Danburite jamais iria conseguir fazer Venus se sentir como uma mulher.

Adônis se separou e mostrou um sorriso vitorioso. Talvez não fosse mais necessário abrir as defesas da lua, Venus havia cedido. Ou, pelo menos, ele havia pensando que ela havia até ver a expressão espantada estampada no rosto da senshi quando ela se afastou.

– Me perdoe. – Tocou os lábios com as pontas dos dedos. – Por favor, Adônis, me perdoe! Mas o único motivo pelo qual eu luto é a proteção de minha princesa. – Deu as costas, clicando os saltos tristemente sobre o piso de mármore.

O soldado foi tomado por raiva quando a viu sumir pelo corredor. Seu último artifício era ver Venus cair por Terra, era mostrar a Kunzite a dor de perder alguém como ele mesmo estava sentindo. Seu desejo de posse o fez pensar que se ele não poderia ter a princesa venusiana para si, ninguém mais poderia. Sua decisão foi tomada naquele minuto quando terminou de traçar o último mapa e enviou a mensagem a rainha Beryl: Estavam autorizados a subir.

Endymion foi deixado só. Nas últimas duas horas ele tentara fazer contato com seu Shitennou, sem sucesso. Ele estava sentado na cama do quarto que lhe fora dado e esfregava a têmpora repetidamente. Os dias na prisão o haviam feito um pouco mal, era bom estar em um quarto, mas não conseguia descansar sem entender que tipo de motivo levaria seus homens a não responderem e, pior, a atacarem a lua.

Lembrou-se do olhar estranho que encontrara em seus homens e na ordem de Beryl para procurá-lo, um arrepio percorreu a espinha e ele achou melhor desviar os pensamentos para imaginar o que sua amada Serenity estaria fazendo naquele momento.

Os navios permaneceram incógnitos a aproximação Lunar. A rota, cuidadosamente traçada por Adônis, levava a um cerco total de todos os pontos com as defesas desligadas sobre o satélite terrestre. A rainha, ou pelo menos aquela que se denominava tal, sentiu o corpo ser envolvido pela escuridão daquela a quem ela mesma era subjugada.

– Amado povo terrestre! – Começou o seu discurso, o qual ela julgava vitorioso. – Hoje, nossas tropas iniciarão uma nova era! Estaremos acima daqueles que nos oprimiram, que nos roubaram e nos traíram! Recuperaremos nosso príncipe, roubado e tornado prisioneiro por esse reino vil, que é o Milênio de Prata! Hoje, meus queridos, o Dark Kingdom erguerá o seu império justo! Em nome de Metallia!

Gritos e aplausos ecoaram por toda a formação, eles estavam prontos para o ataque.


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Notas finais do capítulo

Adivinha qual capítulo é o próóximo?
O finaaaaal~~
Eu já comecei a escrevê-lo de tanta empolgação :OOO
E ele vai ficar longo >3
Já agucei os sentidos de vocês? :x
Espero que sim! o/
Já é 1 da manhã e eu nem tive tempo de revisar, amanhã eu faço isso huehuehuehue...
See ya!