My Boy Circus escrita por Tally


Capítulo 1
U Make Me Smile


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Um dia tranquilo como qualquer outro. Era isso que eu esperava pelo menos!

            – Levanta Ronnie! A mamãe disse para você ir tomar café. – Lissa! Minha irmã mais nova, só podia ser.

            – Que horas são? – Resmunguei me sentando na cama.

            – Umas 10:00 AM... Eu acho!

            – Argh! Não posso dormir até tarde nem nas férias?!

            – Levanta logo. Estamos te esperando lá embaixo. – Ela disse já se retirando do meu quarto.


            Lissa saiu e eu logo levantei – igual uma monga – da cama e praticamente me arrastei até o banheiro. Fiz minha higiene pessoal – isso incluiu um banho – coloquei uma roupa confortável e desci.

            – Bom dia querida! – Falou minha mãe assim que cheguei à cozinha.

            – Bom dia mãe! Bom dia Margarete! – Cumprimentei minha mãe e a empregada enquanto sentava-me a mesa.

            – Bom dia Ronnie! – Respondeu Marg colocando os ovos mexidos no prato que estava na minha frente.


            Tomei meu café normalmente, como de costume, sem me esquecer do suco de laranja. Mamãe conversava com Margarete sobre um assunto – o qual eu não quero saber – enquanto eu e Lissa brigávamos pelo último pedaço de bolo de cenoura. Eu amo esse bolo!

            – Solta! – Ela gritou!

            – Solta você Allyssa! Argh – Respirei fundo. – Tudo bem... Vamos dividir então. – Disse soltando o prato.

            – Está bem! Mas apenas porque você é muito legal, minha linda irmãzinha e vai me levar ao circo hoje.

            – Vou?

            – Sim! Mamãe disse que ela não podia me levar, mas que você poderia.

            – OK, mas isso é porque eu não tenho nada para fazer hoje durante a tarde. – Cortei o pedaço de bolo ao meio e coloquei uma parte no prato da Lissa e outra no meu prato enquanto falava.

            – Que horas é o circo? – Questionei enquanto mordia o bolo.

            – As 4:00 PM! É aqui perto, aquele que está na cidade apenas por algum tempo...

            – Hum, eu sei qual é! Vou chamar a Noah, pode ser?

            – Pode, fala pra ela levar a Vick!

            – OK.


***

            Estamos na frente do circo, mas precisamente em frente à bilheteria. Allyssa e Victoria estão brincando com um palhaço – que provavelmente está vendendo algodão doce – mais ao longe enquanto eu e Noah esperamos para comprar os ingressos, o palhaço parecia ter mais ou menos a minha idade, e estava muito fofo com aquela fantasia.

            – Boa tarde, posso ajudá-las? – Disse a moça da bilheteria amigavelmente.

            – Sim, vamos querer dois ingressos inteira e duas meia. – Disse minha amiga também amigavelmente, sério, ela é legal demais.

            – Aqui estão, 24 dólares.

            – Aqui, obrigada! – Entreguei o dinheiro, peguei os ingressos e fui até as garotas, lê-se minha irmã e Vick.


            – Hey Ronnie! Vem aqui! – Gritou minha irmã enquanto eu me aproximava.

            – O que é? – Disse sem paciência alguma.

            – Eu quero um algodão doce e a Lissa também! – Disse Vick olhando pra mim, com uma carinha muito fofa, se eu não estivesse tão entediada com tudo aquilo eu até apertaria as bochechas dela.

            – Quanto é? – Perguntei mirando meus olhos na direção do garoto – palhaço fofo – e sorrindo. Ele tinha os olhos mais lindos que eu já vi em toda a minha vida! E era muito lindo.

            – Dois dólares. – Ele disse sorrindo, e Oh God que sorriso mais lindo!

            – Vê dois para essas garotas chatas! – Falou Noah, depois de perceber que eu estava praticamente babando ao olhar o garoto. Sorri envergonhada.

            – Eu quero o rosa! – Falaram Vick e Lissa ao mesmo tempo.

            – Está aqui... – Ele deu para elas e eu logo retirei os quatro dólares da bolsa e entreguei para ele. – Obrigado! – Sorriu. Eu vou morrer com esse sorriso.

            – Obrigada... – Sorri. – Sou Ronnie! – Estiquei a mão!

            – Justin. Sou Justin! – Apertou minha mão. Eu sorri boba, mesmo vestido daquele jeito ele estava lindo.

            – Oh meu Deus! Tem leões! – Gritou Vick.

            – Vamos ver de perto, eu levo vocês até lá... Venham! – Noah se pronunciou estendendo a mão para elas que pegaram e logo saíram saltitantes.

            – Pois é, parece que te deixaram para trás. – Disse Justin. Virei-me para ele que sorria. Eu estava me apaixonando por aquele sorriso.

            – Acho que se você sorrir de novo eu desmaio. – Disse baixo. Mas, ops, parece que ele escutou.

            – Hum, er... Acho que daqui a pouco começa! – Ele disse ainda corado.

            – Er, sim, claro! – Sorri desajeitada. – Nos vemos depois... – Me virei para sair mais fui surpreendida por suas mãos em meu braço.

            – Espera... – Ele parecia não acreditar no que havia acabado de fazer. – Quer conhecer o circo, er, por dentro dos “bastidores”? Mais tarde. – Disse corando e sorrindo de canto. Vou morrer.

            – Eu iria adorar... – Sorri também. – Te vejo depois. – Me virei para ir até as garotas.

            – Até... E a propósito, seu sorriso também é lindo! – Aumentou a voz por eu já estar longe. Virei e sorri caminhando de costas, apenas acenei.


***

O circo já tinha acabado e Allyssa e Victoria quase me deixaram louca, queriam comprar tudo o que viam pela frente. Eu procurei por ele durante o espetáculo, mas não o encontrei, o que – confesso – me deixou meio angustiada.

            A maioria das pessoas já tinha saído. Levantamo-nos também e fomos saindo, as meninas correram na frente e Noah parece ter notado que eu estava meio avoada.

            – Hey, está pensando no palhaço? Justin, se não me engano. – Deu-me uma cotovelada provocando.

            – Mais ou menos. – Admiti, afinal, ela era minha melhor amiga e mais cedo ou mais tarde eu acabaria contando mesmo. – Faz um favor? – Falei lembrando-me do convite de Justin.

            – Diga!

            – Leva as meninas pra sua casa e liga pra minha mãe avisando que elas vão dormir lá?

            – Sim, mas, por quê?

            – Eu vou ver o circo com Justin e depois eu vou pra sua casa...

            – OK, mas só porque da ultima vez que saí com um garoto você me acobertou também. – Ela deu uma leve risada.

            – Deixa a sacada aberta... Para eu entrar sem seus pais verem!

            – OK... Tchau! – Me deu um beijo no rosto e foi até as meninas, falando algo e logo saindo.


Senti alguém me segurar pela cintura por trás e estremeci. Gelei, mas logo em seguida relaxei os músculos ao ouvir a voz rouca de Justin.

– Vem... – Ele me virou e puxou-me.

Ele já não estava mais de fantasia, usava uma calça jeans e uma blusa branca gola “V”. Estava lindo. Ele me puxou para uma parte mais afastada de todos, e o som das crianças aos poucos foi se esvaindo.

Outras no meu lugar teriam tido medo, talvez. Mas eu não, ele me transmitia paz, segurança, e eu me sentia bem ao seu lado. Sem mais! Talvez eu fosse com ele até o fim do mundo, eu não iria me importar de morrer aqui e agora. Estava alegre e calma, tão serena que chegava a me assustar.

– Onde estamos indo? – Questionei, mas sem nenhum pingo de interesse real.

– Vamos até a praia, depois, quando o movimento baixar nós voltamos. Se você quiser, é claro. – Parou olhando em meus olhos.

– Está tudo bem, eu tenho todo o tempo do mundo! – Sorri pegando em sua mão e caminhando com ele em direção a pequena praia que havia ali, na verdade, ela era uma pequena parte da praia de Malibu. Mas uma parte aonde a maioria das pessoas não ia, muito menos a noite.

Caminhamos umas duas quadras até chegar a beira da praia, nos sentamos em algumas pedras que haviam ali. Eu não sabia como, mas ele me fazia bem, estar com ele era tranquilizante. Bom, muito bom!

– Quer conversar? – Falou ele tão baixo que eu quase não pude ouvir.

– Er, sim... Fale sobre você. – Sorri o encarando. – Eu sou uma garota muito curiosa.

– O que exatamente você gostaria de saber senhorita curiosa? – Ele falou divertido me fazendo rir.

– Eu não sei, me cative com sua história!

- Minha história não é das melhores de se contar, muito menos daquelas que cativam as pessoas... – Olhei para ele com uma cara pidona. – Mas já que você insiste...

– Minha mãe tinha apenas 17 anos quando engravidou de mim, morava no Canadá... Quando eu tinha 10 meses de vida meus pais se separaram. Talvez eu tenha sido a causa disso, eu não sei... Minha mãe não tinha lá as melhores condições financeiras, pra falar a verdade, eram péssimas. Meu pai não perdeu o contato comigo, mas se casou e hoje ele tem uma mulher e dois filhos, meus irmãos... Jazzy e Jaxon, que são lindos e muito fofos, eu realmente os amo muito.

– As condições não estavam nada boas e eu estava sendo apenas um peso pra minha mãe, então eu entrei pro circo, eu adoro aqui e às vezes vou visitar minha mãe e até mesmo meu pai. Eu sempre sonhei em sair de Stratford, uma cidade muito pequena do Canadá. Desta maneira não é como imaginei, mas é legal também...

Justin falou calmo e pronunciou as palavras tão serenamente que até me deu sono, como se fosse uma história para dormir. Apoiei minha cabeça em seu ombro, eu gostava da sensação, da sensação de estar tão perto dele. Era reconfortante e me passava proteção.

– Você mentiu... – Sibilei quase em um sussurro de tão baixo que saiu. Ele me encarou confuso. – Sua história me cativou.

– E pelo jeito te deu sono também... – Ele falou divertido.

– Errado, sua voz, tão serena e calma me deu sono. – Coloquei minhas mãos sobre as suas – que estavam em sua perna – e ele entrelaçou-as. Sorri.

– Você é tão... Diferente!

– Diferente bom ou diferente ruim?

– Bom... Muito bom!

Sorri e fechei meus olhos, o barulho das ondas deixava tudo mais perfeito do que já estava. Estar ali, com ele, era bom. Estava sem duvidas nenhuma feliz. Feliz por estar com ele. As ondas pareceram se acalmarem, fazendo um som gostoso e que me deixou com sono. Mais do que antes.

– Tudo bem se apenas aproveitarmos e deixarmos para ver o circo amanhã? É claro que se vocês ainda estiverem por aqui. – Falei devagar.

– Claro, ainda temos mais duas semanas por aqui. – Ele acariciou minha mão me fazendo sorrir de leve.

– Estou cansada, tudo aqui está contribuindo com o meu sono... – Ri sem animo, porque nem isso o sono deixou.

– Sua casa é muito longe?

– Um pouco, uns 10 minutos caminhando. – Um silêncio gostoso tomou conta do ar. – Mas eu não vou pra minha casa.

– Não?

– Não, vou pra casa de Noah, a minha amiga, aquela que estava aqui comigo... Minha irmã foi dormir lá com a irmã dela, e eu fiquei de dormir lá também, pra minha mãe não reclamar.

– É longe? – Respirou profundamente. – Digo, é longe a casa da sua amiga?

– Pouco mais que a minha... Uns 20 minutos e alguma coisa. – Fitei sua mão que brincava com a minha. Sorri internamente.

– Quer dormir aqui? Tipo... Você dorme aqui e amanhã de manhã eu acompanho você até a casa da sua amiga.

– Se eu não estivesse tão cansada eu recusaria, afinal não faço o tipo de garota que aceita esse tipo de coisa... Mas eu realmente não aguento mais nem com os meus olhos abertos. – Fechei os olhos e suspirei.

– Não me entenda mal, não quis parecer... – O cortei de imediato.

– Relaxa aí, não quis dizer isso, só que eu costumo não aceitar qualquer coisa de qualquer pessoa que não seja minha mãe ou algo do gênero, me sinto uma completa aproveitadora.  – Disse ainda de olhos fechados. Fiquei mais algum tempo daquele jeito, até perder alguns dos sentidos e perceber meu corpo ficar mais leve.

Senti Justin se mover ao meu lado, mas não tinha forças para me mover. Escutei uma curta risada da parte dele, logo depois sentindo seus braços fortes passarem por minha cintura e embaixo dos meus joelhos, fui levantada ficando em seu colo. Abracei seu pescoço forte, o fazendo me apertar mais contra si. Sorri internamente com aquilo. E mais ainda ao perceber que se continuasse daquele jeito ia entrar para o guines por sorrir mais de mil vezes em menos de três horas. Essa era minha reação perto dele.

Ele foi caminhando comigo em seu colo, logo não senti mais nada e perdi o resto dos sentidos que me restavam. Caí em um sono tão profundo que não percebi mais nada ao meu redor.

Senti-me ser colocada em um lugar macio, logo notei ser uma cama, sorri – novamente – e me ajeitei nela, sem me importar onde estava. A cama afundou ao meu lado depois de um tempo, e ele se deitou ao meu lado. Agradeci mentalmente por não ter colocado nenhum tipo de jeans hoje, meu shorts de malha e minha regata eram bem confortáveis.

Sua respiração ficou próxima da minha e logo seus braços apertaram minha cintura contra ele. Sorri – pela segunda ou terceira vez em menos de 5 minutos – isso já está ficando estranho. Ajeitei-me em seus braços e novamente o sono tomou conta de mim.


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Notas finais do capítulo

Vou postar o próximo capítulo em breve. Espero que tenham gostado.
XOXO