Pov Mikayla.

Que estranho! Eu estou em um lugar muito escuro. Escuro mesmo! Eu nem me via. Logo concluí que devia estar no meu subconsciente. Olhei para todos os lados. Escuridão total. Mas de repente, lá no horizonte, eu vi uma luz. Corrí para ela. Quando cheguei bem perto, pude distingui-la com mais detalhes: era uma luz branca em forma de porta. Tentei ultrapassála, mas não conseguei. Parecia que eu estava amarrada em uma corda. O máximo que eu consegui foi passar a cabeça.

Fechei os olhos durante a trasvessia, pois a luz era ofuscante. Quando os abri novamente, me vi em uma planície um pouco mais clara do que a do outro lado. Lá, vi muitas pessoas. Velhos, adutos eram a maioria. Havia poucas crianças. Mas no meio devtantas pessoas, uma me chamou a atenção.

Era um adolescente mais ou menos da minha idade, tinha o cabelo curto, mas rebelde, e preto. Sua pele era rosada, e tinha os olhos negros. Ele tinha as feições alegres, com um sorriso branco e contagiante. Era o Brady.

Mas não foi esse o fato dele chamar a minha atenção. Ele era diferente de todos as pessoas que estavam ali. Ele tinha cor. Já as outras pessoas eram brancas e sem vida. Algumas chegavam até a ser transparentes. Outra característica que o diferenciava das outras pessoas era o seu sorriso. As pessoas de lá estavam tristes, confusos e indiferentes.

Gritei o nome do Brady. Ele me notou, e veio até mim.

–Mikayla. Você não devia ter vindo aqui.

–Mas aonde é aqui?

–Este é o lugar onde os mortos vem para descançar, Mikayla. Você se arriscou vindo até aqui. Geralmente quem entra não consegue mais sair. Pelo visto não chegou sua hora, do contrário estaria aqui.

–Mas por que você está tão diferente dos outros?

–Eu sou um daqueles que consegue voltar a vida. Mas isso é muito raro de acontecer. A qualquer momento eu voltarei a vida.

–Então eu...morri?

–Quase. Você está inconsiente, quase morta. Mas não morreu. Mas agora você tem que voltar, Mikayla. Não é bom ficar aqui por muito tempo.

–Mas e você?

–Minha hora por aqui já acabou. Eu vou voltar para o mundo dos vivos, e você também vai.

Dito isso ele desparece. Não como nos filmes, mas lentamente. Começou com os pés, depois as pernas, o tronco, os braços, o pescoço, e por fim a cabeça. Quando desapareceu por completo, eu voltei para o lado escuro. Fiquei lá por um tempo. Minutos? Horas? Dias? Não sabia responder. De repente, eu senti algo me puxando, como aquela corda. Me puxou para trás. Depoi, eu senti um impacto, como se eu batesse numa barreira de gel e atravessace. Depois, desmaiei novamente.

Senti-me recobrando a consciência. Abri os olhos devagar, mas a minha visão estava embaçada. Esfreguei os olhos e os abri novamente. Esava numa sala branca, e estava deitada numa cama azul. Do meu lado direito eu vi meu pai que parecia arrasado, não sei por que. Do meu lado esquerdo, eu vi um homem com uma roupa branca e com uma prancheta e um jaleco. Concluí que ele era o médico e estava na enfermaria . Mas por quê?

Aos poucos, fui me lembrando. Eu tinha levado uma picada de Waka-Waka para pegar o veneno e demaiei.

Quando meu pai viu que eu estava acordada, ele me deu um abraço forte. O médico olhou para mim, anotou algo na prancheta e disse:

–Você deu sorte, menina. O veneno quase chegou ao seu coração, mas o remédio que eu ingetei em você fez efeito á tempo. Agora repouse por um tempo e amanha já receberá alta. Agora, deixarei você á sós.

Dito isso, ele se retirou.

–Você está bem?-meu pai perguntou.

–Claro! Só estou um pouco cansada.

Nesse momento, a porta se abriu. Era o médico novamente.

–O Rei Brady deseja visitar a paciente. Deixo ele entrar.

Meu pai pensou um pouco. Depois disse:

–Espere três minutos, depois mande ele entrar.-o médico assentiu e deixou o recinto.

Meu pai olhou para mim com uma expressão séria, mas ao mesmo tempo triste, e disse:

–Você sabe que eu nunca gostei da ideia da minha filha namorando com um garoto, mas eu acho que você já está grande para tomar suas próprias decisões, e eu acho...que...se você... realmente gosta... do Rei Brady...eu...hãn... O fato é : é iso que você quer?

–Sim, pai. É que eu mais quero.

–Você vai ser feliz com ele?

–Vou, pai!- falei toda feliz, sabendo onde essa conversa ia dar.

–Então, quem sou eu para impedir?

Não acreditava! Meu pai deixou eu namorar? Esse é o melhor momento da minha vida!

–Obrigado, pai!- abracei ele com muito amor.

Nese momento, a porta se abriu novamente. Era o Brady. Vendo essa cena, ele falou:

– Desculpe, eu volto outra hora...

– Não Rei Brady, nós já terminamos. Pode vir.-disse meu pai, se levantando.

Então ele foi na direção do Brady e murmurou algo. Quase que no mesmo segundo, o Brady fez um olhar assustado e segurou a própia cabeça.

Quando meu pai saiu, eu perguntei:

– O que meu pai te disse?

–Ele disse: "Se você não fizer minha filhinha feliz, vou arrancar sua cabeça pra fazer uma bola de Florestabol!".

Eu ri. Isso era típico do meu pai.

O Brady se sentou na cama,

–Então,como foi sua missão?

Contei á ele sobre tudo, as vezes ele não entendia e pedia detalhes. Demorou um pouco, mas eu terminei o relato.

–Você fez tudo isso por mim?-ele perguntou

–Sim.

–E por que?

–Porque eu te amo.- ok, essa escapou sem querer. Mas isso estava preso dentro de mim, e não deu para segurar.

Tudo que ele fez foi sorrir e dizer:

–Isso é bom.

–Por que?

–Porque eu também te amo.

Foi isso mesmo que eu ouvi? O Brady falou que me ama? Meu coração parou de bater por um segundo. Então ele segurou minhas mão e disse:

–Mikayla, eu tenho que te perguntar uma coisa.

–O que é?- eu disse com o coração batendo á mil.

–Você quer me fazer um lanche?

–SIM! Espera. NÃO! O quê????

– Brincadeira! A pergunta é: Quer namorar comigo?