Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 23
Óculos escuros e birras


Notas iniciais do capítulo

CULPEM OS PROFESSORES PELA DEMORA!



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–Não! Espera. Deixa eu tirar os sapatos. – eu falei.

Sentei no primeiro degrau e tirei as botas de caminhada e as meias. Coloquei os pés na areia, fechando os dedos.

–Isso é bom. – o olhei. Ele fuçava na mochila. –Que é?

–Eu esqueci. Eu trouxe dois óculos de sol. Cara... Como eu fui esquecer disso?

–Ah. – ele colocou na minha mão um óculos de estilo quadrado.

–Ray Bans, legal não é?

–Oh, é. Sim. – coloquei os óculos me senti uma drag queen.

–Gata. – ele se inclinou para mim, mas eu virei o rosto dele com a mão.

–Ah, cala a boca.

–Não, se eu estou falando a verdade... – ele arqueou a sobrancelha por trás dos óculos recém colocados.

Bufei e olhei para o oceano brilhando sob o sol. Era lindo... Sempre foi.

–Quanto tempo vamos ficar aqui? Parece tudo muito perfeito perto do que vamos enfrentar.

–É, eu sei. É perfeito demais. Acho que compensa depois com um pouco de medo... E aventuras. – falei eu. – E acho que mais dez minutos dá pra a comida abaixar e podemos caminhar com força total.

–Legal. E gosto de aventuras.

–Eu também, desde que não haja aranhas nelas. – eu disse, elevando um pouco a sobrancelha para o oceano.

Percy deu uma risada meio alta demais, ao mesmo tempo que esperneava como se estivesse tendo um ataque epilético.

–Está tudo bem? – perguntei, colocando a mão em sua testa.

Ele suspirou, vermelho e com os olhos lacrimejando.

–Sim. É só muito engraçado seu medo particularmente exagerado de aranhas, Annabeth.

Emburrei.

–Não é exagerado. – virei a cara.

–Eu brinquei. – Percy pegou meu maxilar e me virou, forçando a beijá-lo.

De repente, eu precisava lembrar de como respirar. Entre o beijo, eu puxava o ar com força, para reservar. Ele segurava a minha cabeça com as duas mãos, às vezes indo para meu pescoço e de volta a cabeça. Prendi o seu lábio inferior entre meus dentes, o fazendo suspirar. Como é que é? Eu estou sendo sexy? Nos separei.

–Ah... – ele resmungou.

Eu ainda estava chocada comigo mesma, com o suspiro de Percy ecoando nos meus ouvidos. Ignorei o que me não me deixava perguntar.

–Eu... Eu que te fiz suspirar?

–É. – ele respondeu de uma vez, como um tapa na cara.

–Hã...

–Porque Annabeth? Você nunca tinha feito nenhum menino suspirar nenhuma vez? – ele se fez de curioso.

–Não... – falei bem devagar – Nunca.

Ele sorriu, vitorioso.

–Bom... Vou te falar... Você já tinha me feito suspirar...

Explodi de tanta fofura. O abracei como se não houvesse o amanhã. Senti o cheiro de brisa do mar do cabelo dele misturado com a verdadeira brisa do mar que se encontrava na minha frente.

–Ah, Percy. – eu disse baixinho.

Pelo jeito travado dele, percebi que ele não entendia o porque de tanto carinho, do nada, depois de eu ter ficado com a cara fechada para ele duas vezes em menos de cinco minutos.

–Oh... Desculpe, foi inevitável. – porque eu estava me desculpando?

­Me separei dele, empurrando seu peito.

–Tudo bem, gosto de abraços roubados. – disse.

Sorri. Olhei de novo o mar azul...

–Vamos? – ele disse, me tirando do transe.

Fiz bico.

–Ahh! Está tão legal.

Percy sorriu torto.

–Eu sei... Mas temos uma fúria para matar.

Suspirei, mas assenti. Ele se levantou mais rápido e deu a mão como ajuda para mim. Eu não precisava, mas para não ser rude, aceitei. Pulei para cima e não soltei sua mão.

–Tchau tempo bom e comida quente. – disse ele.

–Aham.

Percy apertou mais a minha mão, pegou com a mão livre a bússola no bolso e apontou para o norte.


Norte, norte, norte. Porque não oeste? Menos subidas.

Chegamos em uma parte mais ou menos íngreme da montanha, isso porque era só um décimo dela que tínhamos subido. Em todo trajeto Percy foi em amparando, mesmo que eu não precisasse.

–Ah, droga. – resmungou ele, quando o pé esquerdo escorregou e ele quase rolou de costas.

–Vem cá. – ofereci a mão direita.

Ele deu um sorriso e pegou a mão. Puxei com força.

–Como você conseguiu escorregar? Aqui é menos íngreme que algumas partes da Colina Meio-Sangue. – casa.

O sorriso brincou mais um pouco em seus lábios, antes dele processar o que eu havia dito. Quase dava para ver as engrenagens funcionando por trás de seus olhos verdes. As sobrancelhas pesaram e sua feição meio que desmoronou.

–Desculpe. – eu disse.

–Se você pensa que seu rosto também não ficou estranho, está enganada. – ele falou, e depois eu percebi que também tinha um peso nos olhos, como se estivesse muito mais cansada do que realmente estava.

–Ok. Vamos. – ele quase leu meus pensamentos em querer esquecer o assunto.

–Que horas são? – perguntei.

–Hã... Duas e meia. Dá para andar bastante ainda antes de pararmos para dormir.

–É. – suspirei.

Andamos mais alguns metros, uns 100, sempre para cima. Silêncio. Só o barulho das folhas sendo pisadas e alguns passarinhos cantando aqui e ali.

–Ah cara... É que esse silêncio não é legal. – ele disse, me trazendo para a Terra.

–Do que quer conversar? – imagina que essa pergunta é clichê...

–Sei lá... – ele continuou andando – Você tem umbigo?

Olhei-o, incrédula.

Atena jurou ser virgem para sempre, mas tem filhos, que saem de sua cabeça, como ela própria fez da cabeça de Zeus.

–Sério Percy? Sério mesmo que você quer saber disso? Porque não olhou mais afinco no dia que estávamos na piscina no navio...? – Navio. Minha considerada casa número 2, simplesmente porque era melhor do que aqui e agora.

Ele não pareceu perceber a minha ligação mental (até porque era mental, Annabeth...) e sorriu.

–Foi mal. Só queria ter assunto. Se bem que eu não lembro mesmo. Não sei nem se olhei. – disse ele, mas eu sabia que ele havia olhado para o meu corpo, porque além de ter fitado todo tempo, pensei em ter visto um pouco de baba escorrendo.

Sorri torto para ele.

–AH! Não me mostre esse sorriso, se não eu morro. – ele falou mais alto, em um tom dramático.

Ri e ele me acompanhou.

–Tá... Porque você não me passa o iPod? – pedi, balançando a mão na frente do peito dele.

–Espere. – ele parou, tirou a mochila das costas, apoiou no joelho direito, abriu e me passou o iPod, sem fones.

–Hã... Fones? – arqueei uma sobrancelha.

Ele abriu um pouco os olhos, em um desespero contido. O iPod que eu segurava era do tipo que não funcionava sem fones ou auto falantes que se encaixavam nele.

–Ah, não, não, não. Não posso ter esquecido os fones, não.

Continuei com um sobrancelha levantada, olhando para um bolsinho de fora, bem pequeno.

–Argh. Cara... Como eu fui esquecer? Eu... Eu... – e continuou resmungando até eu sentir dó e tirar a mochila de suas mãos, abrindo o bolso onde os fones estavam.

–Hã... – foi só o que eu consegui entender. – Como... Como? Ah, esquece. – ele parecia frustrado consigo mesmo.

Sorri desafiadora, devolvendo a mochila em suas mãos vazias. Percy parecia ter pensado em alguma coisa.

–Aí no queixo... – ele apontou para meu rosto. – Tem um pouco de veneno escorrendo.

Sorri ignorante.

–Engraçadinho. – dei um soco em seu ombro, virei e recomecei a andar.

–Ai! – ele reclamou lá atrás, só de birra.

Coloquei os fones no iPod e selecionei o modo aleatório, ignorando a primeira música: High School Musical 2.



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Notas finais do capítulo

Foi mal, foi quase inevitável colocar uma música do High School Musical 2 na história enquanto a minha irmã assistia o filme.
MAS OK...
Então......... A demora foi por causa das provas como eu já havia dito. Mas agora eu estou de volta. Para a felicidade de vocês (acho) e pela infelicidade da minha mãe (porque eu só fico no computador e não faço mais nada na vida).
Ai está o capítulo onde tudo começa a cair. MUAHHAHAHAH Sem mais informações.