Uma Caçadora Em Mystic Falls escrita por Anoitecer


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Capítulo grande. Espero que gostem!



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Se houve algo que eu me arrependi nesse dia, foi de ter levado Elena para conhecê-lo.

Tivemos a pior conversa de toda a história. Não tenho sequer coragem de passar as falas para vocês.

Stefan praticamente não participou do diálogo. Tudo que ele fazia era olhar para os lados, responder nossas perguntas e respirar tão alto quanto um javali.

Enfim, não esperei que ela sequer tivesse simpatizado com ele ou o contrário.

Eu ainda tinha 3 aulas me esperando. Inglês e duas de física.

Na aula de inglês eu fiquei sozinha. Quem quer que fosse que se sentaria ao meu lado faltou e, nas duas últimas aulas de física me sentei ao lado de Stefan, o que me deixou aliviada pois estava ansiosa para perguntar para ele o que diabos tinha acontecido ali.

Stefan não soube me responder, ficou enrolando lá, como se eu fosse idiota, tentando achar uma desculpa que me satisfizesse. Fui mais direta em minha pergunta, já tinha notado que o problema era Elena e ele continuava me contrariando.

–– Você quer que eu a leve amanhã, para tentar tirar a imagem que você deixou lá?

–– Não. –– foi tudo que ele pode me dizer, ainda com a cara emburrada.

–– Tudo bem, se ela quiser minha companhia amanhã direi que você faltou.

–– Não precisa. –– estava começando a me estressar.

–– Direi assim mesmo. –– Ele entendeu que nada do que fosse dito ali iria mudar a minha opinião. Se ele não queria limpar a sujeira dele, tudo bem. Só não queria que ela começasse a se incomodar com o meu excesso de sinceridade. Minha enorme quantidade de amigos não me dava esse luxo.

Ficamos calados até o final da aula, e assim que saí do colégio Elena veio falar comigo.

–– Aquele é o jeito do seu amigo mesmo? –– Nunca gostei de mentir.

–– Não, não é.

–– Ele não gostou de mim?

–– Não sei. –– Menti.

–– Hum. –– Foi tudo que ela conseguiu dizer.

–– Até amanhã –– eu disse.

–– Até.

Sinceramente, acho que Elena gostou dele. As meninas do colégio não queriam saber se ele era estranho ou algo assim. Todas elas tentavam se aproximar dele por causa da sua beleza. E eu pude notar que os olhos dela se arregalaram assim que o viu. E os dele também se arregalaram assim que a viu, mas não acho que foi pelo mesmo motivo, devido ao seu comportamento na presença dela.

Aquela foi a primeira vez que os dois se viram. Só depois pude entender a importância disso.

No outro dia tive certeza de que ela não ia vir novamente pedir para passar o intervalo comigo, porque assim que cheguei no colégio a vi andando com uma outra menina, ruiva e baixinha. Todas as características das quais eu tanto ouvi no dia anterior. Que ela denominava serem de uma de suas melhores amiga, Bonnie Mccullough.

Vi que estava errada assim que ela veio em minha direção para apresentar Bonnie e dizer onde iria passar o intervalo hoje. Posso te dizer que fiquei muito surpresa.

Tentei conversar com Stefan, mas ele ainda parecia um pouco alterado depois que o apresentei a Elena. Disse que passaria o intervalo com ela e Bonnie, o que não pareceu deixá-lo muito surpreso.

Não vou passar os detalhes de como foi o intervalo, porque senão eu vou escrever demais. Só o que tenho a dizer é que não me arrependo de ter conhecido Bonnie. Sabia que seríamos amigas assim que voltei à aula, naquele dia.

Comecei a andar com Elena e Bonnie. Para todo lugar que elas iam, me chamavam. Só não podia passar o intervalo com elas, pois Stefan ficaria sozinho e, de certa forma, ele ainda era o favorito.

Grande parte de nossas conversas o envolviam. Não era eu que o botava dentro, era sempre Elena ou Bonnie. Sempre o elogiando, se perguntando o porque dele ser assim, imaginando que eu tivesse as respostas.

Depois de uma semana de longas conversas sobre ele, elas finalmente me disseram o que eu claramente já sabia. Elena o queria.

Podia a ver olhando para ele, cochichando no ouvido de Bonnie sempre que ele nem a notava num dos corredores do colégio. E também percebi que ele era o único, o resto dos meninos tentava observar bem de perto cada passo de Elena, como se olhar tirasse pedaço.

Acho que ela estava levando isso a sério demais.

–– Preciso da sua ajuda. Não posso descansar até tê-lo –– eu a achava muito estranha, grande parte do tempo.

–– Eu posso te ajudar –– estava cada vez mais interessada na história.

–– Sei que pode parecer egoísmo, mas não é. Eu o quero de verdade, não acho que seja apenas mais um de meus caprichos.

–– Sei que não –– menti.

–– Vou te ajudar –– e considerei as possibilidades de tudo dar errado. Elas eram grandes.

Expliquei para Elena que eu não ia ajudar diretamente. Não podia correr o risco de tudo dar errado e eu ainda perder um amigo.

Disse a ela tudo que eu conhecia sobre ele, o que não era muito, para falar a verdade. Tentei dizer o que era preciso fazer, mas sempre que ela aparecia para falar com ele parecia que só piorava.

Então, tive uma ideia.

Nós faríamos o professor de espanhol a colocar ao lado de Stefan em sua aulas e mandaria a sala fazer um trabalho, debatendo com seu parceiro e, claro, uma apresentação em espanhol em frente a sala.

Sinceramente, não acho que tenha sido uma ótima ideia, mas também estava cansada de ajudar nessa obsessão ridícula. Ou era isso, ou ela teria que desistir.

Não foi difícil fazer o professor aceitar, foi só Elena pedir com “carinho”.

Os planos para o trabalho começaram. Elena conseguira marcar de ir fazer o trabalho na casa de Stefan. Até agora tudo ia bem.

Ele ainda não se sentia muito bem ao lado dela, o que a incomodou. Mas só o fato de ter aceitado isso, de estarem fazendo o trabalho juntos, já a dava muitas esperanças.

Eles tiveram de ensaiar as falas do trabalho. Todos os dias eles tinham de se falar. Todos os dias ela vinha nos contando sobre como achava que estava progredindo.

O dia da apresentação chegou, eles apresentaram perfeitamente bem e depois, para a surpresa de Elena, ele não veio mais falar com ela. Tudo tinha voltado ao normal.

Essa foi a primeira vez que ela realmente demonstrou tristeza em relação a essa situação. Estávamos conversando e ela começou a chorar.

–– Eu achava que estava progredindo, que ele estava começando a gostar de mim. –– As palavras vinham interrompidas por soluços.

–– Sabe? Ele estava começando a ser mais legal, eu acho que estou realmente gostando dele. Não consigo entender, ele parece ter nojo de mim. Parece que me odeia. –– Ao se ouvir falando a última frase parou de chorar. Saiu correndo em direção à rua. Ignorando nossos chamados. Posso não ter entendido o que aconteceu mas sabia exatamente onde ela estava indo. À pensão da Sra. Flowers.

Casa de Stefan.


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