Estava numa cafeteria que eu sempre vou pela manhã. Pedi um copo de café e um pão francês pra começar o dia bem.

Terminei de tomar o café e antes de comer o pão paguei o lanche e sai com ele na mão. Dei uma mordida nele e joguei fora, não estava com cabeça pra comer agora. Virei uma esquina que tinha perto da cafeteria, dei meia volta, pois eu acabara de ver uma das minhas inimigas.

Ela era garota de programa, minha amiga pra falar a verdade, até que num dia ela me ofereceu droga e eu não aceitei. Claro que já da pra imaginar o que aconteceu, ela e eu brigamos e nunca mais nos falamos.

- Ei Vadia! – gritou ela – tá fugindo de mim?

Eu não respondi e continuei andando.

- Tá com medo de mim?

Essa foi a gota d’água, num impulso eu me virei, corri e antes que ela falasse mais alguma coisa eu avancei nela.

Derrubei-a com tanta força que ouvi sua cabeça bater sob o concreto sujo e molhado de chuva. Ela não conseguia me atacar, pois eu segurava seus braços toda vez que ela tentava me bater.

- Que deve ficar com medo aqui é você, – disse enquanto me levantava – adeus bitch.

Corri antes que alguém visse e chamasse a policia e dissesse que eu que começara a briga.

Depois de 5 minutos andando desacelerei o passo e comecei a caminhar lentamente. Pensei naquele sonho, tentava saber por que mamãe, papai e Tyler estavam nele. Peguei meu celular, que na verdade eu precisava trocar por um mais atual, e disquei um numero que nunca pensei que discaria.

- Alô? – falou – Alo? Quem esta falando?

- A-a-alô Tyler?- disse gaguejando – preciso falar com você, você poderia me encontrar as 11 naquela pracinha no centro?

- Claro, mas eu não tenho dinheiro agora.

- Não precisa, não é um programa – disse sem ao menos pensar

- Posso – disse ele disfarçando a voz, acho que tinha alguém ali.

Ele desligou num instante, antes que eu pudesse agradecer.

Quando apertei o botãozinho vermelho pra e vi as horas. Eram ainda 9 horas da manhã.

Ainda tinha muito tempo pra pensar em como dizer pra ele que sonhei com ele; que não poderia, mas me encontrar com ele; que ele só faz me salvar.

Depois que vi que horas eram coloquei o celular no bolso de trás da calça que eu acabara de comprar.

Um carro se aproximou de mim.

- Você que é a Mallory?

Já havia sacado, era mais um programa.

- Claro o que o senhor deseja?

- Quanto você cobra?

Disse-lhe o preço, ele aceitou e eu entrei no carro.

- Quando acabarmos você poderia me levar pro centro?

-Claro, eu já estava indo pra lá mesmo.

Fomos ao mesmo motel. Era mais um programa feito.