Meu nome é Frank Anthony Iero, eu sempre fui um garoto normal, ou tão normal quanto podia ser um roqueiro excluido. Eu estava no colegial naquela época, usava calças rasgadas, tênis all star, maquiagem no rosto, e uma enorme franja que caía sobre os olhos, nessa época eu já tinha um piercing no lábio. Eu não era lá um garoto popular, na verdade eu não era nada popular, ninguém sentava comigo na aula de ciências e eu ficava com a dupla que sobrava, eu sentava sozinho no ônibus (as vezes algum nerd sentava do meu lado e ficava falando sobre física, eu realmente odiava isso!), eu ficava isolado na sala, ninguém falava comigo era um tanto depressivo. Bom, quando eu digo ninguém quero dizer ninguém interessante, os "valentões" me prendiam no armário, no banheiro, eles me zuavam, e tentavam me bater. Haviam outros garotos excluidos na escola que mais tarde vieram ser meus amigos eles eram Gerard Way, Michael Way (irmão do Gerard), Raymond Toro e Matt Pelissier. O primeiro que eu conheci deles foi o Michael, ou melhor o Mikes... ele que me levou a conhecer aquele cara... pois bem, eu conheci o Mikes na aula de quimica a professora pediu que fizéssemos duplas e de repente veio aquele garoto de óculos com um estilo parecido com o meu e me perguntou:
- Eu você, com a camiseta do Nirvana, posso me sentar com você?

Fiquei perplexo, alguém queria se sentar comigo.

- Claro, sente-se. - respondi ainda pasmo

- Meu nome é Michael Way, mas pode me chamar de Mikey, meu irmão me chama assim. Como é seu nome? - perguntou sorrindo

- Meu nome é Frank Iero, muito prazer - respondi

No final nem fizemos o exercício ficamos conversando empolgados sobre as bandas que gostávamos, Mikes me contou que gostaria de tocar baixo e eu lhe disse que tocava guitarra então ele me contou que seu irmão mais velho também tocava, mas que ele gostava mesmo era de cantar " Sabe, o Gee, o meu irmão, ele tenta tocar guitarra, ele está aprendendo, mas eu admito ele tem uma bela voz."  Depois nós descobrimos que fazíamos várias aulas juntos, quimica, inglês, desenho (apesar de ambos sermos péssimos), laboratório... Nenhum de nós fazíamos esportes, só os garotos "populares" que faziam futebol ou basquete, também não tocávamos na fanfarra, eu era insistentemente convidado e sempre dava a mesma resposta:

- Isso é coisa de nerd!

Houve um dia em que o professor pediu um trabalho em dupla para casa, e então Mikes me convidou para ir a casa dele fazer o trabalho, nossa, eu imaginava que o dia seria o máximo, depois eu e o Mikes poderíamos zuar muito juntos!

- Aah que bom que você chegou Frank - falou Mikes quando cheguei a casa dele.

- Oi Mikes - falei - e ai firmeza?

- Sim sim, entre, fique a vontade.

Quando entrei na casa do Mikey, eu vi o irmão dele sentado treinando alguns acordes na guitarra, Mikes tinha razão ele era péssimo, enquanto eu reparava na retson dele, ele me olhou e sorriu.

- Ora, o Mikes fez amigos? - perguntou com um ar de deboche.

Foi aí que percebi que ele estava com outros dois garotos Ray Toro e Matt Pelissier. Ray também estava com uma gritarra, acho que ele estava ensinando o Gerard, Matt tinha duas baquetas na mão e batia em uma mesa "é apenas para tirar o ritmo" dizia. Eu e Mikes subimos e nos puzemos a trabalhar. Quando terminamos o Mikey foi fazer algo para comermos e eu fiquei na sala, quando de repente reparei que a retson do Gerard estava sozinha em cima do sofá, eu não resisti, peguei a guitarra e pus-me a tocar, ela tinha um belo som, era uma retson preta rabo de peixe, melhor do que a velha guitarra de meu pai. Mas minha alegria durou pouco.

- Ei pirralho - falava Gerard olhando pra mim furioso - tire as suas mãos da Lizzie.

- Lizzie? - falei - desculpe, nunca peguei nem uma Lizzie.

- Estou falando da guitarra seu retardado - respondeu.

Eu a deixei de lado e pedi desculpas, mas não adiantou consegui seu ódio assim que o conheci.

"Droga, droga, droga" repitia para mim mesmo "Ele pode ter me humilhado, mas... eu não sei ele parece ter algo de especial"