Separados Pelo Destino escrita por DFenix


Capítulo 1
Capítulo Único




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Era como o primeiro dia de neve. Um chão limpo e seco que, em segundos, sentia pequenos flocos gélidos lhe invadindo, vendo em minutos eles se multiplicarem em milhares e milhares, preenchendo todos os seus espaços e lhe deixando, no fim, soterrado e coberto de neve.


Ele, assim como o chão, agora estava coberto de pensamentos que acabavam se resumindo em um único.


Acabou tornando-se frequente a linha de pensamentos em que se encontrava. Toda vez que fechava os olhos, sempre visualizava as mesmas promessas em sua mente. Mesmo que ele não as tivesse feito todas sozinho, era sozinho que ali estava.


A maioria das promessas é feita sem medir as consequências e sem prever o que o futuro fará para destruí-las. Cada vez que o tempo andava, eles eram destinados para lugares opostos; porém, Neji jamais iria esquecer o que viu e viveu. A menina que chorava em um quarto escuro, de péssima iluminação à noite, com suas mãos ensanguentadas por causa dos treinos rigorosos a que era submetida.


As cenas que lembrava eram as mesmas e nunca o deixavam esquecer. Quando adormecia, elas viam em forma de sonhos e repetiam todos os acontecimentos e os sentimentos nos mínimos detalhes.


Sempre que via aquele trágico momento, corria até ela para cuidar de seus ferimentos e dizer que sempre estariam juntos não importando a ramificação de suas famílias. Mas claro, isso foi antes da morte de seu pai, Hisashi, e mais, antes ainda de tudo mudar.


O futuro fazia seu trabalho com excelência e impiedade; do mesmo jeito que tudo poderia dar certo, tudo poderia ruir. Pessoas mudam e acabam deixando restos do que eram no passado. Algo abstrato como as memórias ou cicatrizes físicas, que se fazem inesquecíveis.


Todas as vezes que acordava em seu quarto e sentia o suor impregnado em seu corpo, grudado em suas vestimentas, lhe vinha a certeza do quanto aquilo era real. Passara anos de sua vida se preocupando com coisas concretas e desprezando qualquer tipo de sentimento profundo do comportamento humano que não fosse o seu.


Seu grande e terrível erro.


Presenciara tudo numa reação em cadeia monstruosa. Abstrato virando concreto. Como se os sentimentos abrissem cortes na superfície da pele, rasgando por dentro e minando em forma de sangue ao mundo externo.
Era uma dor profunda que nunca poderia prever ou calcular. E mesmo que tivesse certeza do acontecido, aquela mesma dor imaculada em seu peito desejava secretamente que fosse mentira o que seus olhos presenciavam todos os dias depois que os incidentes começaram.


A doce e inocente mulher que todos sentiam a necessidade contínua de tratar como uma boneca... Agora não restava ao menos um suspiro de essência nem em seu próprio olhar.


Jamais esqueceria de que ele mesmo era um exemplo de mudança. Nascido como um ser ingênuo, tornado por vontade própria um aprendiz do monstro impiedoso e cego que habitava a escuridão em sua alma. Felizmente, aqueles foram tempos passados; ele, hoje, poderia se classificar como um mero ser humano. Porém, mesmo naquela época, mesmo tomado pelas trevas, sua essência humana ainda era visível.


Mas ela?...Humana? Só em suas lembranças.


Anos foram percorridos desde a primeira promessa feita por ambos na infância e Neji foi o primeiro a quebrá-la com suas próprias mãos.


O aprendiz de monstro impiedoso e cego jamais tinha conhecimento do valor daquilo que possuía, mas sabia bem como tratar as pessoas com desprezo e principalmente... A ela. Fez com que ela sentisse medo até mesmo de sua própria presença e sofresse diante dos olhos de seu clã. E dos seus. Humilhou-a.


Implantara ideias que a morena agarrou sem escolhas. “Uma mulher fraca como ela, não serviria para liderar nem ao menos um grupo, quanto mais, um grande e famoso clã”; dizia ele. Fez-se monstro, e fez dela sua aprendiz.


Claro, essas eram as ideias que povoavam sua mente na época; e agora dava graças aos céus por tê-las abandonado.  Porém, para seu azar, sua aprendiz virou mestre e criou um protótipo em seu lugar, um monstro próprio dela, que agora defendia com unhas e dentes seus pensamentos mais sórdidos daquela época. Apenas com uma única diferença:


Ela tinha se tornado doentia...


Quando aprendera que um “monstro” poderia se tornar humano, não tinha parado para pensar que o oposto também poderia acontecer. Levou anos para se redimir de seu primeiro erro.


Quando erros não param de acontecer um após o outro, com certeza as consequências serão imprevisíveis. O segundo “erro” foi o que mais colaborou para que aquele algo medonho fosse criando suas raízes onde antes só havia luz... O coração de Hinata.


Dessa vez, o destino impôs uma escolha terrível para ela. Fizera a escolha de deixá-la viver em troco de destruir um dos seres que mais amava, que se pôs em seu lugar para salvá-la. Neji acreditava que ninguém além dele, poderia consolá-la e realmente tentou. De início, pensou ter conseguido, mas se esquecera de que o mal pode nascer em qualquer tipo de pessoa nos piores momentos.


Pobre Naruto, fazia anos que estava preso a uma cama de hospital. Travando uma batalha interna com um outro tipo de “monstro” que desejava voltar à Konoha.


Para a futura líder Hyuuga, o mundo aos poucos apodrecia. Não importava o quão lento ou rápido isso acontecia, mas as raízes obscuras tornavam-se indestrutíveis em seu coração. Esse mundo apodrecido tinha criado máscaras eternamente iguais e isso poderia perturbar a qualquer um, como ela. As amizades não mudavam, eram as mesmas. Assim como os mesmos sorrisos, as mesmas risadas e principalmente, as mesmas lágrimas.


Ela aprendera com seu passado que para as coisas acontecerem, era necessário que sacrifícios existissem. Ninguém a impediu. Esse fatal terceiro erro, como um golpe final, perfurou em cheio sua alma pura com um buraco que só aumentava todas as vezes que o tentavam fechar.


Tudo mostrava que era tarde demais e que a promessa tinha enfraquecido dentro da alma, morta. E não importava o quanto fizesse as pessoas sangrarem por isso, as peças que o destino amava pregar gostavam, de uma maneira bizarra, de ultrapassar os limites que um ser humano pode suportar apenas com suas dores.


Para tentar sanar esse mal, Neji criara uma segunda promessa, de que traria a morena “de volta à vida” e conseguiu uma melhora nos primeiros dias. Contudo, o tempo foi passando e novos erros aconteceram. Hinata teve que aprender que o que nasce para a vida, também nasce para a morte.


A Kyuubi foi mantida selada em completa segurança,
Mas para isso, o adeus de Naruto foi necessário...
Pobre menina...
Estava sozinha.


Neji não era o culpado dos erros que vinham com maior frequência e com maior veneno, mas fora aquele que dera o primeiro passo para tudo ter começado. Mesmo que os outros não soubessem o que fazer, ele não tinha ficado parado e nem sequer silenciado.


Foi a testemunha única da dor expressada nas lágrimas da morena. Em seu abraço, que tentava acalmar sua estranha escuridão, a promessa foi reescrita em papéis que não podiam ser vistos pelos olhos dos outros. Jamais se separariam novamente, principalmente nas horas em que eram mais fracos do que o mal que ela deixara nascer.


Mas o monstro que tinha despertado decidiu criar seu ninho...
E Hinata era o filhote principal...


O tempo voltou ao seu caminho com novas ações que ficariam na memória de todos à sua volta. Sangue manchava as terras, mortes brotavam sem espera e o destino Hyuuga foi forçado a acontecer antes do tempo que todos previam.


Com a morte do ex-líder Hyuuga, Hinata foi obrigada a tomar seu lugar de direito e cada vez mais fragilizada se sentia. Alguém que ainda estava tentando aprender a lidar consigo mesma poderia lidar com os outros?


O monstro sorria em silêncio...
Aquele veneno tão cruel.


A resposta foi conturbadora e instável. Um terceiro elemento passou a povoar o que parecia ser apenas entre eles dois. Graças a “ele”, o mundo apodrecido da líder Hyuuga apodreceria também o mundo dos outros. E um deles, era o do próprio Neji.


As consequências se expandiam afetando a todos; e aquela visão não era nem um pouco consoladora. Sentia-se enojado.

– Falhas jamais são toleradas! – a pequena criança concordava toda vez que seus joelhos a levavam ao chão. – Levante-se. – e mesmo em lágrimas, ela obedecia. – Comecemos tudo de novo.

– Hai!


O monstro e Hinata ficavam cada vez mais próximos um do outro e isso fez com que a promessa mais uma vez fosse quebrada. Contudo, agora não pelas mãos de Neji, mas sim, pelas delicadas, macias, mas frias mãos da morena.


O dono dos olhos byakugan da família secundária tinha que ficar silenciado, sem vontade própria. Ela estava poderosa como nunca alguém poderia imaginar. Foram muitas surpresas que isso causou, mas essa com certeza não foi a pior de todas.


Não poderia acreditar que a morena já não tinha mais coração...


– Falhas jamais são toleradas! – a fria Hinata dizia para a menina de seu clã que acabara de cair no chão novamente – Levante-se. – Mas a pobre garota não conseguia mais levantar. Quando perceberam, ela já estava desmaiada há muito tempo.


O coração de Neji estava cansado de bater sozinho. Talvez por isso tenha deixado para calcular as consequências só depois dos atos cometidos por sua dor.

– Falhas jamais são toleradas. – repetia Hinata.

– Cala a boca, Hinata! – falou, fazendo os outros estremecerem em seus lugares.

– O que você disse? – ela quase gaguejou.


Tudo aquilo era muito mais que pessoal. Nunca pensou que ela poderia tratar uma criança de seu clã assim e isso o fez perder a cabeça. Aproximando-se dela, não desviou o olhar nem ao menos uma vez e colocou seu rosto bem perto do dela.

– Eu mandei você calar a boca... Não ouviu? – as palavras eram cuspidas de sua boca, com amargura.


O problema... É que ela também não ficaria em silêncio. Pelo menos não depois que tinha aprendido o sabor daquele veneno: O Poder.


– Cumpra a sua promessa. Você prometeu me fazer feliz e não me deixar sentir mais uma vez sozinha. – hesitante, tentou se afastar dele – Eu quero ver você sofrer por ter me desobedecido. Isso me fará realmente feliz. Então...– seu olhar estava morto apesar de tudo – Faça.


– Eu não preciso cumprir a parte de não deixar você se sentir sozinha. – zombou de suas palavras – Sabe por quê? Você mesma é que fez isso acontecer. Você escolheu isso. Você quis isso. Sozinha. É assim que você está; e por sua culpa, não minha!


No calor do momento, as ações das pessoas nem sempre são agradáveis ou toleráveis aos olhos dos outros. Hinata por sua vez, tinha ficado calada, mas não planejava ficar quieta.


Em um rápido movimento, a morena lhe dera um tapa certeiro em seu rosto e com uma precisão assombrosa. As surpresas nunca iriam terminar nas vidas de ambos. Um dos dois sempre seria vitima delas e ser vitima de alguma coisa que não se conhece não é nada bom.

– Chega! – gritou Neji, enquanto pegava firme nos braços da Hyuuga e a sacudia sem nenhuma delicadeza. Ele não era assim com ela. – Aguentei calado por muito tempo para deixar você me bater. – ele ignorava os olhares ao seu redor. – Muitas vezes fui obrigado a te deixar mudar por não ser eu o teu dono. Não te vejo como uma estúpida ferramenta e sim como um ser humano. E sendo um ser humano e a líder Hyuuga, achei que você poderia enxergar o caminho por si mesma, mas com certeza isso foi um engano.


– O que você...


– Cale a boca, esqueceu? Deixei você falar por muito tempo, agora é minha vez. Muitas vezes questionei quem é você e percebi que você não é a verdadeira Hinata que todos nós conhecemos, dona deste corpo e desta alma nobre. – continuou segurando seu braço direito e com a outra mão, agora livre, tocou-a em seu coração que secretamente batia descompassado – Essa... É a Hinata que eu sempre amei. Mas infelizmente... Ela já está morta e deixou algo podre em seu lugar.


Todos que estavam ali se calaram. No inicio, muitos concordaram com o triste estado de sua líder, mas quando ouviram o final que aquilo levou, ninguém soube como reagir.


Para Hinata, nesses últimos tempos, sentia que finalmente virou uma mulher. E uma mulher forte e inteligente. Quando via Neji nos dias em que ele era um monstro, temia sua presença e parecia fraca sobre seu olhar desafiador e frio.


Estava orgulhosa de que esse passado não mais existisse. Porém, mais uma vez, voltou a ser fraca diante não só de seu olhar quanto também de suas palavras.


Neji a amava?! Era possível? Não sabia que sua pequena paixão de antigamente, poderia lhe corresponder. Ele já tinha partido de sua visão, seu olhar não sabia onde se encontrava, seus joelhos bambearam e se encontravam sobre o chão. Ele não estava mais lá para lhe estender uma mão.

– S-Senhorita Hyuuga... – algumas das crianças ou adultos a chamavam. Não sabia e nem se importava quem fosse. – A senhorita está bem? – perguntaram por fim, temendo a resposta.

– Treino encerrado. – disse Hinata, sem encarar ninguém e quase fraquejando em sua voz.


Rapidamente todos saíram do lugar e ninguém se atreveu a tocar na líder Hyuuga para levá-la embora dali. Ela ficou parada durante horas, perdendo até o delicioso momento que sempre lhe agradava: ver a lua aparecendo sobre os céus e sendo iluminada com as estrelas ao seu redor. Nem sequer reparou no que acontecia, pois suas lágrimas se tornaram as únicas que atreviam a chamar sua atenção naquele momento.


Sem perceber, o dia acabou virando noite e a noite virava um novo dia, mas a morena não saiu da posição em que fragilmente estava. A líder Hyuuga conseguira a pose de temida, mas agora, era ela que temia. Temia aquele que amara sem querer e que tentava de uma maneira fracassada, não amar. O que faria?


Ela amava Naruto, certo?
Naruto estava morto, certo?
Seus sentimentos estavam mortos... Certo?


– “Alguma hora você vai ter que sair daí.” – aquela voz, aquela mesma voz, martelando em sua mente como se gritasse em seus ouvidos – “Pensei que a líder Hyuuga fosse forte, mas vejo que estou brevemente enganado.”

– Cale a boca!!! – não precisava sequer pensar muito para reconhecer o dono daquela voz. O monstro que a todos destruía. – Você não tem mais nada para fazer aqui. – Apalpando suas roupas para tirar a poeira, levantou.

– “Eu te dei o poder.” – ela jurou vê-lo sair das sombras para que os dois encarassem os olhos um do outro, a materialização das trevas.

– E com ele, me deu a dor. – acabara de sentir na pele o preço que teve que pagar.

– “Você sabia que isso iria acontecer quando aceitou ser treinada por mim.”

– Mas você jamais me disse o motivo que o fez vir até a mim.

– “Tenho grandes planos para você.” – com certeza, não eram nada amigáveis.

– É? E adivinha?... Eles acabaram. – disse Hinata retirando-se do lugar.


Ela tentou sair sozinha dali, mas foi impedida pela mão forte que se fechara em seu braço. Olhando-o na mesma frieza que ele possuía, a morena rapidamente se desprendeu e partiu.


Agora teria que correr contra o tempo para se redimir.


Literalmente teve que correr. Por toda Konoha e em todo o seu clã para encontrá-lo, mas não o achara. Não sabia o que estava fazendo e certamente não pararia para procurar entender.


Não tinha certeza se ele lembrava, mas algumas manhãs enquanto meditava, ela tinha saudades dos momentos em que ambos faziam promessas, mesmo que duvidasse do porquê dele sempre fazê-las com ela e não com outra. Bem, agora ela entendia: ele a ama. Ou melhor, não. A amava.


Se parasse mais uma vez para pensar, com certeza não chegaria a lugar algum, só ficaria ali, pensando e relembrando das promessas... Promessas?! Benditas promessas!


Parou bruscamente. Será que ele estava lá? Realmente naquele lugar?


Não pensou duas vezes. Correu com toda a velocidade mesmo que a madrugada já tivesse invadido o céu de Konoha. Em algumas horas – pois o lugar não era nem um pouco perto dali – finalmente o encontrou.


Para chegar ali era um pouco complicado, mas lembrava de que valia a pena. Aquele lugar não fora Neji quem encontrara para seu refúgio do mundo, aquele lugar foi onde ele a encontrava todas as vezes que ela se refugiava do mundo.


A morena olhou para todos os lados e logo o avistou. Estava doida para lhe dizer palavras que nem sabia quais seriam, mas ao se aproximar de onde estava, seu rosto angustiado ficou suave e passou apenas a admirar o que via.


Vê-lo dormindo tão serenamente sobre o campo era uma das coisas mais belas que poderia presenciar. Talvez achasse isso por amá-lo, pois realmente não conseguiria pensar em outra coisa para descrever o que via.


Seu coração doía a cada pulsação ao lembrar que há pouco tempo tinha dado um tapa em seu rosto. Hinata se aproximou dele fazendo de tudo para que não pisasse em algo que fizesse barulho; sabia que ele tinha um sono leve, alerta. Aos poucos sentou bem perto dele.


O que precisava dizer era urgente, porém tinha uma ideia melhor para aquele momento. Tomando todo cuidado, pegou a cabeça dele, colocando-a suavemente sobre seu colo e aos poucos, quando o viu acomodado, começou, quase que por instinto, a acariciar seu rosto de traços tão parecidos aos seus.


Não iria acordá-lo. Ele esperara anos para lhe dizer a verdade crua e nua sobre seus sentimentos; então, ela esperaria o tempo necessário para lhe confessar os seus. Com o tempo, mal percebeu, adormeceu sentada.


Ao recobrar seus sentidos, Neji agradeceu a si mesmo por ter vindo até ali. Aquele lugar poderia realmente ser chamado de paraíso. Ao anoitecer, o céu cheio de estrelas iluminava aquele campo e depois que a lua ia embora para deixar o sol fazer sua parte, aquela imensidão de cores parecia uma imagem perfeita para se pintar em um quadro.


Além da beleza daquele lugar, ali era onde a maioria de suas promessas com “ela” havia sido forjada. Por um momento, achou até que poderia sentir seu perfume favorito. Seu cheiro. Cheiro de lírios brancos. O cheiro dela.


Mas por que o sentia tão forte?


Movera-se um pouco e sentiu um corpo perto de si cair. Sentou-se bruscamente e para sua surpresa, se deu conta de que há poucos segundos atrás sua cabeça estava no colo dela, mas agora a via adormecida na grama e seus cabelos longos e negros, espalhados como labirintos no chão.


Em alguns segundos, ela acordou lentamente e, para seu maior espanto, nascia-se lentamente um sorriso em seus doces lábios.


– Dormiu bem? – ela perguntou como se a briga entre os dois nunca tivesse acontecido.


– Quando você veio aqui? – perguntou Neji enquanto a via sentar e ficar de frente para ele.


– Passei horas tentando te encontrar. E quando achei uma probabilidade mínima de saber que você poderia estar aqui, não poderia perder essa chance de dizer palavras nunca ditas.

– Palavras?

– Mas na hora que cheguei aqui, não consegui ser capaz de te acordar de um sono tão profundo.

– Por quê?

– Me desculpe. – enquanto ela se desculpava, rapidamente fez uma reverência em arrependimento.


Na mesma hora, ele a fez sair da posição.

– Não é necessário isso.

– Quando se ama, tudo é necessário.

– Como?!

– Sim, Neji. Eu... Te... Amo.


Em um rápido momento, ela uniu seus lábios aos dele por alguns segundos e se afastou. Ficou de costas para ele quase caindo ao se levantar. Por ironia do destino, seu velho hábito de ficar mais vermelha do que um pimentão, tinha novamente voltado. 


Aos olhos de Neji, aquilo era fofo.


– Er... Estou indo embora primeiro.


Quando começou a andar, Neji a alcançou pegando em seu pulso e a puxou para si. Hinata deixou um leve grito escapar e ao ver seu corpo ficar tão perto do dele, enquanto que ele enlaçava sua cintura, sentiu suas pernas bambearem.

– Se você tivesse dito antes, eu teria feito isso há muito tempo.

– I-isso o quê? – ela voltava a gaguejar.


A resposta de Neji foi apenas um sorriso para depois lhe dar um beijo e sentir seu coração acelerar no mesmo ritmo em que ela se deixava levar por seus lábios. Aquele beijo não era nervoso, frio, bruto ou qualquer coisa que Hinata em algum momento imaginou, quando achava que ele a odiava. Aquilo ali... Era um beijo de amor!


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Notas finais do capítulo

- Espero que tenham gostado. Tentei não ser clichê, mas enfim, quem sabe não fui.
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