- Você tem noção do que esta me pedindo ? - ele me observou mais de perto.

- Tenho, e é por isso que quero que você me mostre. - falei, me colocando de pé também.

- Lilitih...

- Por favor... - insisti.

- Tem certeza ... ?

- Tenho.

Enzo se aproximou de mim e começou a me beijar. No começo não consegui sentir nada, mas depois o calor do meu corpo começou a desaparecer, e eu estava começando a ficar arrepiada e muito fria. Fui me sentindo mais leve... tão leve... Mas de repente Enzo se afastou. Fiquei olhando para ele e pensei : Eu quero você.

Se antes ainda restava alguma dúvida, agora todas elas tinham ido embora. Eu o queria mais do que tudo no mundo, e se pra ficar com ele eu tivesse que sacrificar coisas... ou até mesmo minha própria vida, eu o faria, porque eu o amava, e isso não mudaria jamais, nada e nem ninguém acabaria com esse amor

Ficamos abraçados por um longo tempo, e eu estava me sentindo extremamente bem. Se pudesse congelaria o tempo, e ficaria ali, para sempre.

- Sua mãe deve estar preocupada.

- Eu sei, mas não quero ir embora...

- Mas precisa. Ainda esta cedo, você pode voltar depois.

- Você não pode ir até minha casa ? Não sei se ela vai me deixar sair depois...

- Posso... mas preciso ficar aqui...

- Se você demorar demais pode deixar que eu vou.

- Ok. - o beijei mais uma vez e fui para minha casa.

Quando cheguei minha mãe estava sentada no sofá, com um xícara na mão e chorando. Ou eu era uma pessoa muito ruím, ou não sei, mas estava tão acostumada de ver minha mãe chorando que começei a ter uma certa raiva daquilo.

Minha mãe era uma pessoa... boa. Mas apesar de ser minha mãe eu sabia que tinha a cara de "a maior puta do mundo". Como disse, ela era dançarina no bar do meu pai, e sinceramente, apesar de não gostar muito dela, ficava com raiva quando a via dançando, o que só aconteceu umas quatro vezes, porque depois da quarta vez eu começei a me sentir inojada com tudo aquilo. Meu pai, era uma pessoa um pouco melhor, e apesar de achar que aquela mensagem não tinha nada a ver com traição, conseguia ver nele o rosto de um cara canalha. Passava a maior parte de tempo no seu bar, e tinha vários amigos nojentos, daquele tipo que fala gritando ou cuspindo.

Meus pais, era um tanto normais, apesar de terem um lado um tanto paranóico. Minha mãe manipulava meu pai, e meu pai as vezes queria que minha mãe fosse sua escrava. Eu realmente estava enjoada de tudo aquilo, e as vezes sentia vontade de sumir.

Entrei em casa sem dizer nada, e logo que ela ouviu o barulho da porta se fechando olhou para mim e falou:

- Sente-se.

Me sentei e fiquei olhando para um vaso de plantas que estava em cima da mesa. Não gostava de olhá-la enquanto falava com ela, porque sabia que aquilo faria eu sentir um certo ódio.

- O que esta acontecendo com você ? Porque, se esta usando drogas, é melhor você me dizer logo porque...

- Não estou usando drogas. - foi só o que respondi antes que ela continuasse falando.

- Então o que foi aquilo ?- ela virou meu rosto para conseguir olhar em meus olhos. E nos delas, eu encontrei desespero, e um pouco de raiva.