Quando viu que eu estava acordada se aproximou mas não tocou em mim, aquilo era tão doloroso para mim. Eu sabia que no fundo não podia negar a mim mesma que estava com medo. Mas uma outra metade minha dizia que Enzo também estava. Tentei me colocar no lugar dele, ele morreu, queimado, e seu espirito agora vagava dentro de uma igreja. E por todo este tempo, até que eu finalmente entrasse aqui, ele ficou sózinho. Aquilo me quebrou o coração e me senti mal por ter sido tão injusta com ele.

- Enzo, me desculpe.

Disse aquelas palavras com sinceridade, e apesar de ainda estar com vestígios de ter ficado chateada com ele por ter mentido para mim, eu não conseguia odiá-lo, nem por um minuto. Eu queria entendê-lo, e me esforçava para isto. Ele não disse nada, ficou parado ainda me observando, quando de repente começou a falar.

- Lilitih, acho que o que você precisa agora é saber de tudo. Acabar de vez com qualquer coisa que possa te deixar aflita.

Ele tinha razão. Por mais dolorosa que seja, a verdade sempre ameniza a dor. Me levantei e pegando em sua mão me sentei junto com ele no banco. Então ele começou a narrar sua triste história para mim.