Eu definitivamente nao sabia que horas eram, mas minha barriga ja tinha começado a roncar. Levei minha mao ate o bolso e peguei meu celular. Três da tarde e eu nao tinha comido nada desde as sete.
– Hum... Jack? Será que podemos comer alguma coisa? - eu disse.
– Ta Lilly, vamos parar na lanchonete lá na frente. - Ele respondeu mas nao parecia com fome.
Fomos entao até uma pequena lanchonete na esquina. A Lanchonere era um pequeno chalé, algoi me era familiar nela, mas eu nao sabia o que, afastei esse pensamento da minha cabeça. Jack estacionou na vaga esclusiva para taxi e fomos almoçar.
Estavamos comendo quando eu disse:
– Gostou dela, né?
– Dela? Dela quem Lilly?
– Da Dra. Friedman.
– Talvez, um pouco. - Ele corou. Mesmo com sua aparencia de sem sentimentos, ele tinha.
– Eu sei que gostou Jack.
Pois è... eu esqueci de contar nè?... eu meio sei ler a mente das pessoas. E, eu vejo através de objetos solidos... Tá, eu deveria ter contado.

Nas brincadeiras de esconde-esconde eu sempre sei onde as pessoas estao. Uma vez Jack se escondeu atras da arvore e eu o achei em questoes de segundos. Eu sei disso, e meus pais também sabiam disso.

Mas tentamos manter segredo.
Terminamos de comer e fomos direto para o carro. Me sentei sem prestar muita atençao, deslisei minha pelo cinto, peguei meu celular e fiquei ouvindo algumas musicas.
– Ai, cara, tem que tirar essa coisa dai, por favor... - Jack disse rapido para um carro preto que estava estacionados.

Pelo retrovisor eu via dois homens fortes e bem vestidos. Um negro e um de pele bem palida com barba. Eles pareciam os "homens de preto" ou um agente do FBI. O carro deles estava impedindo nossa passagem. Eu nao ouvia eles, mais podia ve-los.

O homem negro colocou uma de suas maos no ombro de Jack, ele se virou, deu uma cotovelada neles e levou suas cabeças até o capo do carro.
Jack tinha cara e era, bem durao. Ele fazia boxe e juditso em seu tempo livre. Ele, rezumidamente, acabou, literalmente, com os homens. Alguns policiais passaram e os obrigaram a tirar o carro.

Jack entrou e sorri. Isso significava um "você nao viu nada...". Estava tudo perfeitamente tranquilo. Ele imbicou o carro.
O carro parou em incrivelmente rapido. Eu fui pra frente em uma velocidade surpreendente. Se eu nao estivesse de cinto com certeza ja nao estaria mais aqui. Jack olhou pelo retrovisor e exclamou:
– De onde foi que vocês vieram?
Eu me revirei no banco para poder ver, seja lá quem fosse, melhor.
Haviam duas pessoas lá atrás, aparentemente adolecentes, uma garota que devia ter uns 13 e um garoto com uns 15.
Ela tinha cabelos até os ombros, loiros e lisos. Olhos verdes davam a ela um ar bem calmo. Ela usava uma camisa amarela, uma jaqueta verde e um calça jeans.
Ele tinha cabelos loiros, curtos e bagunçados. Também tinha olhos verdes, mas nao pareciam calmos e sim misteriosos. Ele usava uma blusa azul e gola V. Uma jaqueta de couro e um jeans. Sim, ele era bem bonito.

– Lá de fora. - O garoto disse com uma cara de " Nao é obvio"? Na verdade era.

– Tá, isso eu já percebi sozinho, nao sou bobo. Mas como é que vocês entraram no carro? - Jack perguntou indignado.

– Pela porta. - A menina disse. Ela e o outro garoto apontaram para a porta do taxi.

– Eu sou Seth e essa é minha irma Sara. Solicitamos seu serviço de transporte imediatamente. - O garoto disse.

– É? Mas eu solicito... - Jack disse mas foi interrompido por Sara.

– Será pago pelo serviço.

– Essa quantia é suficiente? - Seth mostrou muito dinheiro mesmo.

– Vocês dois roubaram um banco? - Eu disse.

– Essa quantia é aceitavel Jack Bruno? - Sara perguntou.

– Como é que sabe meu nome?

Sara apontou para sua carteira de motorista. Era obvio.

– Se pudermos contar com o seu serviço teremos que seguir em frente rapido. Temos urgencias de chegar ao nosso destino sem demora. - Seth disse.

– Pera ai! Já vo! - Jack gritou para os outros carros que businavam pela janela. - Pra onde?

Seth pegou uma especie de GPS.

– Fala o endereço. - Jack disse.

– Temos que serguir naquela direção. - Sara disse apontando para a direita.

– Eu preciso de informações mais especificas do que só ¨seguir naquela direção¨. - Jack murmurou.

– Temos que... que localizar a latitude 40.54 e cruzar intercecção com a longitude... - Seth foi interompido por Jack.

– Nós vamos seguir naquela direção.

Passou-se um tempo. Sara mexia nos botoes de seu casaco, Jack dirigia e eu olhava pela janela.

– Hum... Ainda não temos conhecimento do seu nome? - Seth disse colocando a mão no meu ombro.

– Lilian. - Eu disse.

– Lilly, você e Seth seriam bons amigos...ou namorados. - Sara explicou.

Eu corei muito. E ele deu um sorriso.

Eu sabia disso. Eu vi a mente de Seth. Isso foi o que ele pensou.

Seguimos até uma pequena estrada. Era de areia. Vazia e sem movimentação alguma, Na verdade era deserta.

– Seus pais não vão reclemar de vocês gastarem todo dinheiro?

– Nós podemos chegar a um acordo financeiro. Se a sua preocupação for... - Seth foi interrompido.

– Querido, a minha preocupação é com o foto de eu ter dois adolecentes no meu taxi, carregando um monte de dinheiro, e ainda por cima indo para um lugar, muito distante, deserto e pelo que eu estou vendo vocês só podem estar fugindo de alguém.

Sara e Seth se entreolharam.

– Jack Bruno, os veiculos atrás de nós estão indicando um padrão de perceguisão. - Sara concluiu.

– Não tem carro seguindo agente. - Ele afirmou.

Vimos pelo retrovisor três carros pretos.

– Se mantermos nossa velocidade atual eles nos ultrapassarão em menos de um minuto. - Seth explicou.

– Relaxa filho, vou deixar eles passarem.

Sara e Seth se entreolharam novamente.

Eles se aproximavam cada vez mais.

– Olha ai a pista livre pessoal. Só pra vocês - Jack gritou para os carros. O primeiro carro passou. - Eu disse que não tinha ninguém seguindo agente. Eu tenho esperiencia.

– Jack! - Eu gritei. O carro na nossa frente virou no meio da estrada, bem na nossa frente.

Deslizamos pela rua. Passamos por eles, mais continuaram a nos seguir.

– Quem é Sr. Wolf, Jack? - Eu perguntei.

– Como é que sabe disso, Lilly?

O carro atrás que estava atrás do taxi imbicou e nossa direção nos impurando para frente.

– Se abaixa! Rapido! - Jack gritou para nós.

Nos abaixamos. Os carros continuaram a nos seguir. Os dois mais proximos ficaram um de cada lado. Nos prendendo no meio. Já o mais afastado ficou bem atrás de nós.

Jack fazia de tudo para escapar, mas parecia impossivel.

– Segurem-se! - Jack disse. Ele acelerou o taxi.

Derrubou o carro da direita e o da esquerda derrapou e acabou na lama. Sobrou um carro. Que ainda nos perseguia. Pareciam fazer de tudo para nos alcançar.

– Jack, nos nao conseguimos despistar um deles. - Eu disse.

– Ai, eu to cansado disso. - Jack disse. - Abaixa os três! Abaixa agora!

Seth e Sara se entreolharam novamente. Isso estava me irritando.

– Seth nao. Nao é uma boa ideia - ela disse.

– Tenho que tentar. - ele respondeu.

– É muito arriscado - ela retrucou.

Eu me virei para olhar o que estava acontecendo.

Seth praticamente deslisou pelo banco. Ele o atravessou sem se mexer. Como se nao fosse solido.

Ele já estava no meio da rua. Estava de joelhos. Se levantou e se virou para o carro. Eu achei que ele fosse morrer.

O carro que se chocou com ele, bem, ele amaçou toda a parte dianteira. Como se tivesse se chocado com uma parece. Como se Seth fosse de ferro.

Sara estendeu a mao. Ela praticamente dirigiu o carro a distancia. Sem tocar no volante em momento algum. Freiou e depois deu ré, até Seth.

– Ah, o-oque que é agora? - Jack disse.

O carro parou do lado do carro que Seth destruiu.

– Os três estao bem? - Jack perguntou.

– Estamos. - Eu disse.

– Otimos.- Seth completou. - Só temos que seguir em frente.

Jack desceu do carro. Ele dizia alguma coisa a Hanry. O homem que estava no carro.

Eu começei a chorar. Eu realmente achei que minha vida fosse acabar hoje.

– Lilly? Vem até aqui atrás. - Era Seth.

Eu passei para o banco de trás e sentei no meio deles.

– Isso nao vai acabar como você pensa Lilly. - Sara disse.

– Nao se preocupe, tudo vai ficar bem. - Seth me abraçou. Sua camisa ficou toda molhada, por causa da minhas lagrimas. Dando para ver seu corpo definido.

Ele me deu um beijo na bochecha e disse para eu descançar.

Eu fechei meus olhos. Respirei. E dormi em seu ombro.

Mas tarde Jack falou:

– Estao todos bem ai atrás?