Cheguei na cidade que não esperava voltar, pelo menos não tão cedo.

O calor de Nova Jersey me abraçou, e senti o cheiro tão familiar, o cheiro da cidade aonde eu tinha saído há 10 meses.

Estava ora esperançoso, ora aflito, pois realmente não sabia o que esperar.

Recebi o E-mail de Mikey ás 11 da noite, só dizia que eu deveria embarcar imediatamente para cá, por que havia aconteçido algo com o Ge, só não explicava o que era.

Ninguém atendeu meus telefonemas.

Passei a viagem toda sozinho, horas interminaveis me traziam de volta à América.

Tentei ligar de volta para o Mikey, mas ainda assim sem resposta.

Não tive dúvida, entrei no primeiro táxi que vi, atrás da velha casa branca, a casa dos Way.

A casa da minha única esperança.

Depois de 15 minutos de viagem, o táxi parou em frente a uma casa grande, que quase não tinha mudado desde que fui estudar na Itália.

Ansioso, toquei a campainha, mas não parecia ter resposta.

Toquei novamente. Nada.

Bati na porta, mas não parecia ter ninguém.

Até perceber que a porta estava aberta.

Entrei, hesitante, coloquei minhas malas no capacho e vi novamente o interior daquela casa, como se fosse naquela 1 vez, me lembrei que a Donna, mãe do Gerard, havia me ofercido um grande pedaço de bolo de morango, me diverti com a lembrança.

Subi lentamente as escadas, como se tivesse medo de fazer algum barulho.

Até parar em frente a uma porta branca, escrita de vermelho : CAIA FORA! Artista desenhando.

Ri, passando levemente os dedos sobre as letras de tinta.

Toquei na maçaneta, prendendo a respiração, antes de entrar no quarto.

A cama imaculadamente arrumada, a escrivaninha com papéis e lápis, e desenhos expostos em um quadro magnético que estava na parede me traziam várias lembranças.

Em cima de uma mesinha, esta um porta-retratos com uma foto minha e dela, tirada em um evento da escola.

Em cima de alguns desenhos, estava uma pequena caixinha aveludada, e um envelope, branco e simples.

Peguei a caixinha e abri, lá tinha um anel, feito de prata, e dentro estava escrito.

“The Only Hope”

Abri o envelope, meu coração batia depressa.

Lá tinha um exame, dizia que o tratamento de células tronco tinha atingido um resultado satisfatório.

Em minha face, um sorriso gigante de formava.

Ouvi um barulho de passos.

-Desculpe, mas não sabia como fazer isso.

Olhei para trás e um garoto pálido, de cabelos negros e lindos, lindos olhos verdes, me olhava sorrindo.

Ele estava de pé.

-Ge-Gerard!

-Não sei se vai gostar de mim desse jeito, mas..

Corri e o abracei, nossos lábios se juntaram, e um beijo calmo e apaixonado.

Achei que nâo voltaria, que tinha me deixado.

Nunca.

Então...oque achou?

Achei que você é muito alto!

Uma risada nos envolveu.

Então...

então o que?

Gostou do anel?

Sim.

E o que você acha, de junto com esse anel, fazermos uma grande festa, aonde iriam todos os nossos amigos e...

Gerard? Está me pedindo em casamento?

Ah! é assim que chama? Então deve ser isso aí que você falou.

Ri olhando para ele.

É claro seu bobo, eu aceito.

Ele então tirou seu anel, e então pude ver o que estava escrito na aliança dele.

“for me is you”

Se ainda há um lugar onde eu poderia estar
Então eu seria mais uma memória
Posso ser a única esperança pra você?
Pois você é a única esperança pra mim
E se não encontrarmos o nosso lugar
Teremos que nos virar sozinhos
Enfrentar toda a dor e assumir
Pois a única esperança para mim é apenas você