New Girl escrita por BerryFabray


Capítulo 20
Come with me


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora, espero que estejam bastante ansiosos para esse capítulo :D O fiz um pouquinho maior porque na verdade, não sabia como parar haha Enfim, espero que gostem :*



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Rachel’s POV

“– Rachel, você aceita ser minha? Minha namorada?”

E lá se foi minha respiração e com ela toda a minha calma. É claro que eu queria me tornar sua namorada. Mas imaginar esse momento é bem diferente do que estar nele, bem diferente de ter a pessoa que você ama, à sua frente, lhe pedindo em namoro com o olhar mais sincero do mundo. Eu sei que não preciso aceitar ser namorada de Quinn para que ela possa me chamar de sua, afinal já sou tão dependente dela. Até mais do que eu deveria. Acordo pensando nela, passo o dia inteiro pensando nela, e quando deito-me e recosto minha cabeça sobre o travesseiro, meus pensamentos ainda estão nela. Se isso não significa amar alguém, então eu não sei mesmo o que é amar. Eu já sabia o que responder desde que a conheci. Mesmo sem saber se esse dia chegaria, eu já sabia a resposta que eu tinha dentro de mim.

– Rachel, diz alguma coisa, por favor.

Voltei a prestar atenção em Quinn quando ouvi sua voz. Ela já estava nervosa por causa do pedido, e agora parecia mais nervosa ainda por causa do meu silêncio.

– Se você não quiser, ou achar que está muito cedo, e que estamos sendo precipitadas, eu vou saber esperar por você. Eu juro. Espero o tempo que for preciso!

Quinn era um doce. Isso já era mais do que óbvio. O jeito como ela estava nervosa esperando minha resposta, o jeito com que ela me olhava, como segurava minhas mãos. E ainda disse que esperaria por mim. Quantas chances reais eu tenho de encontrar alguém tão perfeita pra mim quanto ela?  Nenhuma. Era ela, e mais ninguém. Eu não queria e nem precisava de mais ninguém.

– Quinn... Você acha mesmo que eu pensaria na hipótese de te dizer não? – Me encantei com o sorriso que brotou em seu rosto – Eu te amo. E nada no mundo vai me fazer mais feliz do que ficar contigo, e poder te chamar de minha. Minha namorada.

Falei pouco, mas fui sincera, afinal palavras não se faziam mais necessárias naquele momento. O jeito que nos olhávamos, o sorriso que ambas carregávamos no rosto e o jeito acelerado como nossos corações batiam já diziam o suficiente mesmo sem palavra alguma. Nós nos amávamos. E eu tinha absoluta certeza disso.

– Rach... Eu... – Ela fez menção de falar

– Shh... Não fala nada não – Pousei meu dedo indicador sobre seus lábios – Não fala nada. Só... Só me beije.

Quinn não hesitou, muito menos eu. Lentamente nos aproximamos e unimos nossos lábios. Ficamos alguns segundos assim, até que ela sorriu entre nosso beijo, e eu entendi isso como um tipo de permissão. Pousei uma de minhas mãos em sua nuca e a puxei, intensificando nosso beijo. Beijar Quinn Fabray sempre era uma novidade. Cada beijo era diferente, mas todos eram ótimos é claro. Mas esse era mais diferente ainda. Lembrou-me muito o nosso primeiro beijo por causa das sensações que senti. Mas dessa vez essas sensações ainda eram mais intensas, coisa que eu não pensava que poderia acontecer. O jeito como nós nos beijávamos calmamente, porém tão intensamente, causava-me borboletas no estômago. E sendo sincera, eu adorava me sentir assim. E só ela tinha o poder de me fazer sentir assim.

– Vem pra casa comigo?

Ela se separou de mim, me fazendo esse pedido. Não respondi de imediato. Por mais que eu queria, não tinha certeza se isso seria uma boa idéia.

– Por favor. Eu não quero ficar longe de você. Pelo menos não por essa noite

O jeito carinhoso com que ela me pedia me impediu de dizer não. Eu apenas assenti, sorrindo. Ela retribuiu o sorriso então nos levantamos. Fiz menção de sair andando, mas ela me segurou pela mão e me puxou para seus braços, então me envolveu em um abraço apertado. Eu a apertei contra mim da mesma maneira que fechei meus olhos, esquecendo o que tinha em volta e só pensando em quem estava em meus braços.

Nos separamos, mas em nenhum momento soltamos nossas mãos. Seguimos juntas pelo parque, as duas com aquele sorriso enorme e bobo estampado no rosto.

Quinn’s POV

Enquanto andávamos a caminho da minha casa, senti meu celular vibrar dentro do bolso da jaqueta. Com minha mão livre, o peguei. O nome de minha irmã estava no visor. Logo atendi, com medo de receber uma notícia que estragaria meus planos, como por exemplo, minha mãe em casa.

– Oi Frann

– Oi Quinn, pode falar?

– Claro. O que foi? Não me diga que mamãe já está voltando?!

– Não. Pelo o contrário. A convenci a dormir aqui em casa hoje, porque amanhã nós temos que ir visitar a vovó bem cedo, então ela vai ficar aqui para pouparmos tempo.

Não pude conter o sorriso. Tudo corria perfeitamente bem. Até melhor do que eu imaginava.

– Frann, você é demais, sabia?

– Disso eu já sabia maninha, enfim. Deseje boa sorte ao Puck por mim e diga que ele está me devendo uma. Nos falamos amanhã. Beijos.

Terminei a ligação e novamente guardei meu celular ainda com um sorriso nos rosto.

– O que foi? – Rachel perguntou

– Nada. Vem. Vamos pra casa. Eu tenho uma coisa pra você lá.

É, eu tinha esquecido de lhe dar o presente. Fiquei tão nervosa que nem me dei conta de que ele estava em meu bolso.

Continuamos a andar e em poucos minutos já estávamos na minha casa. Assim que entrei, peguei o telefone sobre a mesa da sala e lhe entreguei

– Tome. Ligue para seus pais e diga que você vai ficar aqui hoje.

– Seria mais fácil convencê-los se sua mãe falasse com eles. Afinal, onde ela está?

– Então... Ela não vem dormir aqui hoje. Vai dormir na casa da minha irmã.

– Isso quer dizer... Que se eu ficar... Vamos ficar sozinhas aqui?

– É... – Respondi com receio do que ela diria em seguida

– Bom, acho que eu mesma posso convencê-los

Rachel sorriu maliciosamente pra mim e depois se afastou enquanto discava para seus pais. Aproveitei para guardar as coisas que eu havia deixado sobre a mesa para o nosso jantar, que acabou nem acontecendo da maneira que eu tinha imaginado.

Quando eu já tinha terminado de guardar as coisas, ela apareceu com uma cara fechada, parecia decepcionada.

– Rachel, o que foi?!

– Meus pais... Eles...

– Já sei, eles não deixaram – Abaixei a cabeça – Eu já imaginava isso

De repente, ela já estava a minha frente, quase colada em mim. Senti suas mãos levantarem meu rosto e então ela depositou um selinho em minha boca.

– De início eles não deixaram. Mas eu os convenci.

– Ai Rachel, quase morri aqui de decepção!

– Queria ver se você ia ficar triste se eu não ficasse. Não me agüentei em fazer a brincadeira – Ela ria suavemente

– Ah é? Agora é assim?! – A olhei de um jeito maroto e ela tentou se afastar, mas eu a segurei

Ergui um pouco as sombracelhas e acho que ela entendeu o que eu faria. Era o melhor jeito de se torturar alguém. Cócegas. Ataquei seu abdômen e ela não resistiu, rindo alto, e assim me fazendo rir também. Por causa das risadas, acabei perdendo minha força e então ela se soltou e correu escada acima. Corri atrás e assim que entrei em meu quarto, meus olhos rondaram o mesmo a procura dela, mas não a achei. Pensei logo que ela estaria no banheiro, mas vi uma movimentação nas cortinas e imaginei que ela estivesse ali. Parei em frente a cama e me abaixei um pouco na intenção de ver seus pés por baixo da cortina, mas fui completamente surpreendida por ela, que veio por trás de mim e se jogou em cima de mim, nos fazendo cair na cama.

– Deus! De onde você saiu?!

– Segredo! – Ela riu e atacou meus lábios

Quase que automaticamente pousei minhas mãos em suas costas. Senti quando ela se levantou um pouco, diminuindo nosso contato, porém ficou de joelhos, com cada um deles em um lado do meu quadril. Ela afastou o rosto do meu, e ficou me fitando. Eu apenas coloquei uma de suas mechas de cabelos que estavam caindo sobre mim para trás de sua orelha, e ela sorriu. Do nada, ela saiu de cima e mim e se deitou ao meu lado. Estranhei sua reação.

– O que foi? – Perguntei ainda fitando o teto da mesma maneira que ela

– Nada. Só uma coisa que me veio à mente.

– Quer falar?

– Pode ser

– Mas antes, o que acha de nos trocamos. Eu vou pegar um pijama pra você.

Levantei-me da cama e ela continuou na mesma posição. Abri uma de minhas gavetas, e peguei um de meus pijamas emprestados. Tinha alguns que eu pouco usava, um com uma camiseta de alças finas e um short um tanto curto, todos os dois listrados.

– Aqui está

Rachel se levantou e os pegou de minhas mãos, logo entrando no banheiro. Aproveitei e fiz o mesmo, trocado de roupa e colocando meu pijama. Arrumei algumas coisas em meu quarto e ela logo saiu do banheiro.

– Como estou?

Virei-me na intenção de vê-la, e... Uau. Foi o único som que ousou sair de minha garganta. Rachel estava linda naquele short. Ela não era o tipo de garota com o corpo mais desejável, mas ela era linda. Seu corpo era lindo. As pernas morenas bem torneadas, ainda vestindo aquele short, provavelmente me fariam fazer algo imprudente até o final da noite.

– Quinn?!

Rachel chamou por meu nome então eu recobrei a consciência, voltando minha atenção para seu rosto.

– Oi... Oi Rach

– Não é nada. Mas posso te dar uma dica? Precisa aprender a disfarçar mais esse olhar.

Ela deu um sorriso malicioso e se sentou sobre a cama.

– Na verdade, não preciso não. Agora eu sou sua namorada, lembra? Tenho total direito de te olhar desse jeito

Sentei-me ao seu lado, repousando uma das mãos sobre sua coxa. Esperei alguma reação dela, mas nada aconteceu. Na verdade, sua feição estava diferente.

– O que foi?

– Podemos conversar agora?

– Claro oras.

– Estou com medo – Ela disse com o olhar cabisbaixo

– Medo? Medo de quê?

– De como vamos agir daqui pra frente. O que temos agora é sério, sabe? Somos namoradas. Eu não quero ter que esconder isso. Eu quero poder abraçar você no meio da aula, beijar você no corredor... Sem medo do que as pessoas vão falar, ou do jeito que vão olhar. Eu quero poder contar pra todo mundo que você é minha namorada, andar de mãos dadas com você.

– Mas Rach, eu nenhum momento eu disse que nós não faríamos isso. Eu te pedi em namoro exatamente por isso. Cansei de esconder o que temos. De omitir para os outros o fato de que eu te amo. Se você não quiser contar, simplesmente quiser deixar acontecer até que as pessoas descubram por si só, eu vou entender, e também se você quiser contar, anunciar isso pra todo mundo, eu também vou aceitar numa boa.

– Eu não sei. Só sei que quero ficar com você, do mesmo jeito que estamos aqui agora. Mas tenho medo das pessoas passarem a nos tratar diferente. Não que as outras pessoas importem para mim, mas eu só não quero que você seja prejudicada de algum jeito por causa disso.

– Rachel, ninguém naquele colégio pode me atingir, ou atingir o que nós temos. Eu não estou nem aí para ninguém de lá. Quem tem que saber sobre a gente, já sabe. Meus amigos de verdade, sabem. Fora eles e você, não preciso de ninguém dali. Vai dar tudo certo. Você confia em mim?

– É claro, Quinn. Mais do que em qualquer pessoa.

– Então não tem com o que se preocupar. E eu vou te dar uma coisa, que vai te fazer sempre se lembrar disso.

Levantei-me rapidamente e pus a mão dentro do bolso de minha jaqueta que estava sobre a cadeira. Peguei a pequena caixinha e voltei ao meu lugar. Estendi a mão em sua direção, e seus olhos brilharam.

– Quinn...

– Não diz nada. Só abra.

Sem tirar a caixinha de minha mão, ela a abriu, e um largo sorriso se formou em seu rosto.

– Quinn, isso é lindo!

Nada contra anéis, mas acho que um colar combinaria mais com ela. Eu havia comprado um belo e fino colar dourado, com um pingente de uma pequena nota musical da mesma cor.

– Tudo começou com uma música, lembra? Acho que isso significaria mais do que um simples anel.

– É perfeito... Eu não sei nem o que dizer...

– Então não diga nada oras. – Tirei o colar da caixinha e deixei a mesma sobre a mesinha ao lado da cama – Posso?

Estendi o cordão, na intenção de colocá-lo nela e ela logo assentiu, sorrindo. Rachel se virou, ficando de costas para mim e levantando os cabelos. Passei o colar por seu pescoço e o fechei seu pequeno fecho. Ela se virou para mim novamente então eu dei um sorriso leve, mas ela não retribuiu. Mas não porque estava chateada como antes, mas porque parecia hipnotizada. Seu olhar revezava entre meus olhos e minha boca. Aproveitei sua reação e fiz o mesmo. Fitei seus lábios, e involuntariamente mordi o meu inferior. Delicadamente levei uma de minhas mãos até seu pescoço e a puxei para mim, beijando-a. Nosso beijo era calmo e suave. Procurávamos experimentar uma à outra do jeito mais doce possível. De repente, ela começou a me puxar, nos fazendo deitar sobre a cama. Talvez estivéssemos indo um pouco rápido demais, mas eu estaria indo contra todos os meus desejos se parasse ali.

Rachel segurou em meus ombros e nos rodou, mudando de posição comigo. Ela se encaixou perfeitamente entre minhas pernas, e eu senti uma onda diferente correr todo meu corpo. Ela parou nosso beijo e se afastou um pouco. Me fitou por alguns segundos e quando voltou a se aproximar lentamente, eu levantei um pouco a cabeça, na intenção de capturar seus lábios mais rapidamente, mas ela se afastou. Novamente ela começou a se aproximar e eu fiz a mesma coisa, e ela também se afastou. É, Rachel Berry sabia bem provocar quando queria. Ela olhou profundamente em meus olhos, e acho que percebeu que se fugisse mais uma vez, eu poderia até enlouquecer, então finalmente inclinou-se mais sobre mim e beijou-me intensamente. A pressa que não tínhamos no início, tínhamos agora. Nossas línguas pareciam brigar e nossa respiração era forte. Minhas mãos já não conseguiam ficar paradas em apenas um lugar de seu corpo, pareciam ter vida própria, e isso era perigoso demais, e acho que ela concordava comigo.

Separamos-nos, mas mantemos a pouca distância. Ela ofegava sobre mim, ainda com os olhos fechados.

– Acho melhor... Pararmos por aqui.

– Concordo – Respondi rapidamente, com medo de que se eu pensasse, acabasse mudando de idéia.

Tirou seu corpo de cima do meu, se deitou ao meu lado. Alguns minutos de silêncio e nossas respirações já estavam normais novamente.

– Ninguém nunca teve esse efeito sobre mim – Ela comentou

– Que efeito?

– Esse. De me fazer perder o controle tão rápido e de maneira tão intensa.

– E isso é bom?

– Depende. Talvez agora não... Mas daqui a algum tempo, vai ser. Com certeza

Virei minha cabeça e a olhei, e ela me fitava com um sorriso maroto no rosto, que me fez dar uma leve risada. Ela pegou minha mão e a puxou, ao mesmo tempo em que se virava de costas pra mim, encaixando seu corpo junto com o meu.

– Boa noite, namorada – Ela disse, usando um tom engraçado na palavra “namorada”

– Boa noite – Eu respondi, dando um leve beijo em seu pescoço

No final das contas, tudo tinha dado certo. Mais do que certo, na verdade. As coisas tinham ocorrido exatamente o contrário do que eu havia planejado, mas tudo estava perfeito. O jantar tinha sido incrível, assim como o parque e como o pedido. Mas a melhor parte, era ter o prazer de dormir, com Rachel, minha namorada, entre meus braços.

XXXXXXXXXX

Eram 9h30 quando a claridade que entrava pela janela começou a realmente me incomodar e eu resolvi abrir os olhos. A primeira coisa que vi foi Rachel, dormindo como um anjo ao meu lado. Estava de bruços, então aproveitei para depositar alguns beijos na parte descoberta de suas costas, subindo até seus ombros e depois seu pescoço, então ela finalmente começou a se mexer.

– Bom dia – Sua voz era arrastada

– Bom dia, linda.

– Eu queria poder acordar assim todos os dias, sabia? – Ela se virou na cama, agora de frente para mim

– Isso só depende você. Por mim, você poderia dormir aqui todos os dias.

– Isso depende dos meus pais... Senão, eu dormiria mesmo.

Inclinei-me sobre ela e beijei-lhe suavemente.

– Que horas são? – Ela se afastou rapidamente para perguntar

– Acho que um pouco mais de 9 horas...

– Quinn! As regionais!

Ela arregalou os olhos e praticamente pulou da cama.

– Rachel, calma!

– O Sr. Schue marcou com a gente às 11hrs. Ele quer ensaiar algumas coisas antes das pessoas começarem a chegar.

– Então, ainda temos tempo. Bastante tempo, na verdade.

– Mas eu preciso passar em casa antes Quinn. Tomar um banho, me arrumar, e principalmente falar com meus pais.

– Está bem, vamos fazer assim então. – Me levantei da cama e parei a sua frente – A gente toma café da manhã, eu tomo meu banho, me arrumo e depois te levo até sua casa. Lá você faz o que tiver que fazer, e depois vamos juntas para o colégio encontrar com o resto do pessoal. Tudo bem?

– Tá. Acho que sim.

– Agora vem, vou fazer algo pra gente comer.

Peguei sua mão e nós descemos até a cozinha.

– O quer comer? – Perguntei enquanto verificava o que tínhamos nos armário

– O que você fizer pra mim está bom.

– Geralmente como alguns pedaços de bacon com ovos. Creio que você não queira comer isso.

– É... – Ela fez uma careta

– Tenho aqui alguns bagels, aceita?

– Sim – Ela sorriu, se sentando à bancada a minha frente

Arrumei a mesa rapidamente e preparei tudo então nos sentamos para comer. Em menos de meia hora já tínhamos acabado de comer. Arrumei tudo rapidamente e então subimos. A deixei olhando algumas das fotos que eu tinha em meu quarto e fui tomar meu banho. Não demorei muito, afinal eu ainda tinha que levá-la para casa. Quando saí do banheiro enquanto secava meus cabelos molhados com a toalha, já encontrei Rachel usando seu mesmo vestido de ontem, e meu pijama devidamente dobrado sobre a cama.

– Seus pais já devem estar esperando por você, não é? – Perguntei

– Provavelmente.

– Tudo bem, já podemos ir.

Peguei uma das minhas bolsas e guardei o celular, carteira e algumas outras coisas. Saímos de minha casa e fomos andando até a sua.

– E seus pais? – Perguntei

– O que têm eles?

– Quando vamos contar?

– Não sei... Acho sim que devemos contar o mais rápido possível, mas tem que ser da maneira certa.

– Deixe-me introduzir o assunto com eles antes. Depois marcamos um jantar aqui em casa durante a semana. Então nós contamos juntas.

– Perfeito – Respondi, dando-lhe um sorriso

Finalmente chegamos à porta de sua casa. Entramos na mesma, e logo Hiram apareceu à nossa frente.

– Rachel! – Ele disse em tom alto e abraçou sua filha bem forte

– Oi papai

– Oi Sr. Hiram – Tentei ser simpática

Fiquei esperando alguma reação ruim dele, mas pelo o contrário, ele sorriu e me abraçou rapidamente.

– Por favor, Quinn, não me chame de senhor. Me chame apenas de Hiram.

– Tudo bem – Dei um leve sorriso

– Pai, onde está papai?

– Ele foi até a casa de Carole, buscar alguma coisa. Mas já está voltando.

– Está bem. Nós vamos subir, ok? Eu tenho que me arrumar logo, pois temos as Regionais hoje.

– Eu sei filha. Na hora do show, eu estarei lá.

Rachel me segurou pelo pulso e me puxou escada à cima.

– Eu vou tomar um banho rápido – Ela disse assim que entramos no quarto – E então me arrumo e nós saímos, está bem?

Eu apenas assenti e me sentei em sua cama, enquanto ela pegava alguma roupa e entrava no banheiro. Senti algo vibrar dentro de minha bolsa, era meu celular. O peguei o vi o nome de Santana.

– Oi Sant...

– Hey Quinn, tudo bem? Como foram as coisas ontem?

– Melhor impossível.

– Até que enfim, hein Quinn! Você realmente precisando de um pouco de ação nessa sua vida! Me conta os detalhes! A Berry não parece ser do tipo que sabe o que fazer numa situação dessas. É bom mesmo que você seja muito boa de cama pra saber guiá-la.

– Santana! Não é nada disso!

Preciso ser honesta, eu sentia falta dessa Santana, que via besteira em tudo e que não tinha pudores para falar nada.

– Em primeiro lugar, olha a intimidade com a minha namorada, está bem?! Segundo, nós não fizemos nada! Dormimos juntas, só isso.

– DUVIDO! Aposto quanto quiser que rolaram alguns amassos antes!

– Santana, eu não vou ficar falando sobre isso com você agora, está bem?! Mudando de assunto, já está indo para o colégio?

– Sim, eu e Britt estamos à caminho. E você?

– Estou na casa da Rachel, esperando até que ela se apronte. Aí sairemos também.

– Está bem, ficaremos esperando por vocês. Beijitos.

Desliguei o celular, e não contive algumas leves risadas, pensando no que Santana tinha dito.

– Rindo do que?

Rachel apareceu a minha frente. Os cabelos molhados caídos sobre um dos ombros, já vestindo um vestido azul marinho com mangas curtas.

– Nada... Só de umas besteiras que Santana estava falando para mim no celular. Nada de mais.

– Então, podemos ir?

– Claro.

Levantei-me e comecei a andar direção a porta, mas fui puxada por ela. Quando meu corpo voltou, só tive tempo de vê-la vindo em minha direção e me beijando. Sem pensar duas vezes, passei meus braços em volta de seu corpo e a apertei contra mim, e acabei ouvindo um leve gemido sair de sua boca quando isso aconteceu.

– Ei, Rachel. Seu pai está lá embaixo, lembra? E ainda estamos com hora... – Eu disse, então nos separamos

– Eu sei, vamos então.

Descemos as escadas, e então nos despedimos rapidamente de Hiram e seguimos nosso caminho até o colégio. Alguns poucos minutos andando e já estávamos lá, e logo avistamos Brittany e Santana no estacionamento.

– Mais dez minutos e estariam atrasadas – Santana logo disse

– Mas não estamos – Retruquei

– Todos já estão aí? – Rachel perguntou

– Sim, só estávamos esperando por vocês

Entramos pelo colégio, e o movimento nos corredores era bem pequeno. As Regionais seriam no nosso próprio auditório, mas quase nenhum aluno do Mckinley viria nos assistir. Algumas outras pessoas ainda começavam a chegar quando entramos na sala do coral, e todos já estavam apenas terminando de se arrumar.

– Chegamos – Santana disse alto e todos se viraram para nós

– Achei que não viriam mais... – Puck disse

– Não vai ser dessa vez ainda que você vai se livrar de mim Puck... – Santana brincou, dando-lhe um leve empurrão

– Não é hora para brincadeira pessoal – Sr. Schue interrompeu – Meninas, peguem seus vestidos e vão se trocar. Ficaremos esperando por vocês para resolvermos apenas mais algumas coisas e depois seguiremos para o auditório.

Pegamos nossos vestidos que estavam nos cabides e seguimos para o banheiro das Cheerios, por insistência de Santana. Nos trocamos o mais rápido possível e voltamos da mesma maneira.

– Rachel! – Ouvimos alguém gritar pelo nome de Rachel, e quando nos viramos, era a única pessoa quem eu não queria ver ali. Megan.

– Megan? – Rachel se aproximou dela – O que faz aqui?!

–Vim ver você. Liguei pra sua casa e seus pais me disseram que você tinha competição do clube do coral. Porque não me disse que estava participando?!

– Seilá...

– Podíamos ter participado quando ainda éramos do West High se eu soubesse que você gostava de cantar.

Rachel ficou sem responder e eu resolvi interferir.

– Oi Megan – Sorri sarcástica

– Oi Quinn, tudo bem com você? – Seu tom era o mesmo que o meu

– Tudo ótimo – Passei o braço em volta da cintura de Rachel – Eu não quero atrapalhar a conversa de vocês, mas temos que ir Rachel.

– Tudo bem, não vou atrapalhar o ritual “antes-competição” de vocês. Mas eu estarei lá na platéia, torcendo por você Rachel

Ela deu um sorriso para Rachel e saiu. Vadia. Isso que aquela garota era. Minha vontade era pular em seu pescoço ali mesmo.

– Anda meninas, entrem!

Sr. Schue chamou alto então nós entramos, afinal ainda tínhamos que resolver algumas pequenas coisas antes de grande apresentação.



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