Happy New Year, My Dear... escrita por GiuuhChan


Capítulo 1
Feliz ano novo !!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura =^.^=
/_/
(=^.^=)
O O



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31/12/2011, Rio de Janeiro, 17h56min

O calor presente naquela noite tomava o Rio de Janeiro, onde as multidões lotavam cada centímetro das ruas, todos parecendo animados com a chegada do novo ano. A praia de Copacabana olhada de cima não se via direito a areia, de tantas que eram as pessoas no lugar.

Calma? Não, não está no espírito de cada um, como já é de se esperar. Não é pra menos, certo? Como acalmar os ânimos com uma celebração tão esperada? Acho que já iniciamos o ano aguardando o ano novo, né?

Numa lanchonete qualquer, com algum nome tosco de lanchonete o qual não me recordo, certa ruiva limpava a última mesa, em seu trabalho de meio período, já que estava avisado à todos que os estabelecimentos comerciais fechariam obrigatoriamente às 18:00.

Ao acabar seu serviço, a garota retira o avental e vai em direção ao banheiro feminino. Na porta do mesmo, estava Lire, sua melhor amiga, colega de universidade e também de trabalho. Ela trazia consigo uma sacola verde com um uniforme e já trajava um vestido branco com decote em V, não muito chamativo. Usava uma rasteirinha verde com detalhes em dourado e seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo frouxo com a franja para o lado. Na outra mão estava uma sacola branca com vermelho. A loira olhou para a garota que vinha em sua direção e logo estendeu-lhe a sacola.

– Tá aqui amiga, a roupa que você VAI vestir. – Disse a loira dando uma entonação forte no “vai”.

– Aff! Mas por que eu tenho que vestir essa roupa? Nem sair eu vou! – A ruiva fez uma cara emburrada, protestando.

– Porque sim! É ano novo, e no ano novo as pessoas tem que se arrumar apropriadamente! Tem de se vestir bem e... Aff! Você vai vestir e pronto! Eu tive o trabalho de escolher uma pra você e você vai vestir. Vai ficar bonita pro ano novo queira você ou não!

– Humpf! Me dá logo esse troço. – A garota pega a sacola e entra no banheiro. Lire da um sorriso vitorioso.

– E nem pense em tentar me enganar depois que eu sair! Se eu souber que você não usou essa roupa eu vou ficar muito chateada com você.

– Tá né! Fazer o que? – Gritou a ruiva. Lire fitou o relógio surpresa.

– Essa não. Estou atrasada! O Ryan deve tá me esperando. Tchau Eli-chan, Feliz ano novo!! – Disse, correndo para fora da lanchonete, ouvindo a ruiva gritar de lá do banheiro.

– Tchaau! Feliz ano novo pra você também!

[Elesis narra] 31/12/2011, Rio de Janeiro, 19h05min

Aff! Que droga, odeio ficar me arrumando pra festas e essas coisas todas! Mas eu não podia decepcionar a Lire, ela é minha amiga e se empenhou nesse ‘complicado’ papel. Suspirei alto, vencida.

Peguei a roupa de dentro da sacola e fitei peça por peça. Até que não era como eu temia que fosse, acho que Lire manerou um pouco dessa vez. Me vesti e saí do banheiro. Fitei meu reflexo num espelho grande que tinha alí ao lado. Eu usava uma saia branca de babados com pequenos detalhes de glitter dourado, uma blusa cinza clara tomara que caia e um cinto dourado um um lacinho. Calcei então uma sandália dourada com um salto plataforma não muito grande e soltei meu cabelo, colocando apenas uma presilha com um lacinho branco e dourado do lado direito. Peguei a sacola na qual eu coloquei o uniforme e fui em direção à saída, não sem antes ver o dono da lanchonete, Ronan, preparando-se para sair com sua namorada, Arme.

– Hey Ronan, Feliz ano novo! E boa sorte com a roxinha! – Eu disse, acenando para o mesmo.

– Ahn? Ah! Feliz ano novo pra você também, Elesis, e obrigado. – Sorriu. Saí do estabelecimento sem muita pressa, eu não tinha nada pra fazer então resolvi apenas caminhar por ali. Esbarrava vez ou outra com pessoas que passavam na direção oposta.

Céus, aquilo estava lotado! Andei um pouco mais depressa, até me deparar com um parque qualquer que estava vazio, o que estranhei, já que achei que tudo estaria lotado, mas adentrei o local. Eu não sei direito o porquê, mas eu sempre estou sozinha nessa época do ano. Minha mãe morreu quando eu era criança e meu pai está em Vitória da Conquista, que é minha cidade natal. Eu vim para o Rio prestar vestibular, no qual eu passei. Desde então, com a universidade, eu vim morar aqui num apartamento, o qual divido com duas colegas, Amy e Mari. Ambas devem estar comemorando, em alguma festa, na qual Amy me convidou para ir, mas eu recusei, eu apenas não queria ficar perto de um monte de gente à qual não conheço. Mas, então, como eu podia estar chateada por estar sozinha? Eu estou sozinha por... opção? Ou talvez não seja esse o tipo de companhia que preciso...

Eu parei em frente à um lago, fitei meu reflexo na água. Não, eu não sou nenhuma narcisista. Apenas olhei-me. Acho que tentava descobrir respostas de meus próprios pensamentos, tentava achá-las em mim mesma. Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho de algo caindo na água. Olhei para frente, no lago, nada. Novamente, um...dois...três...quatro e um barulho mais forte. Olhei para o lado, onde um moreno atirava com desânimo algumas pedras no lago.

–Si-Sieghart? – Chamei-o confusa.

[Sieghart narra] 31/12/2011, Rio de Janeiro, 21h23min [pra não ficar confuso, essa foi a hora que a Elesis chegou ao parque]

Aff, não, não quero ir pra lugar nenhum... Não estou muito afim de ver um monte de gente comemorando. Não que eu seja um antissocial nem nada, mas... Eu não sei bem, apenas não quero ficar perto de tantas pessoas comemorando. Entrei num parque o qual estava vazio, para minha surpresa, sentei-me perto de um lago e sem pensar, comecei a atirar-lhe pedras.Eu não queria estar sozinho, mas não queria estar em companhia de tantas pessoas, até porque não aguento mais tantas pessoas falsas. Algumas lágrimas desciam por minha face, mas não importava muito. Muitas pessoas só vem até mim para aproximarem-se de meu pai, que é um imbecil famoso. Joguei mais uma pedra no lago. Fui tomado de meus pensamentos por uma voz conhecida.

– Si-Sieghart?

– Ruivinha?

[Elesis narra] 31/12/2011, Rio de Janeiro, 22h10min

Quando chamei-o ele se virou para mim, pude ver então seu rosto, que parecia a noite. Seua cabelos negros bagunçados, olhos prateados que pareciam a própria Lua... Mas era uma noite sem estrelas, uma noite chuvosa... Uma chuva de...Lágrimas? Foi aí que percebi que o moreno chorava.

– Sieg, por que tá chorando? – Ele olhou pra baixo e enxugou as lágrimas. Fui até ele, mesmo hesitando, mesmo negando. Eu estava preocupada com ele. O que ele tem de lindo tem de irritante e arrogante, mas eu estava preocupada.

– N-Não é nada... Nada de importante. O que faz sozinha aqui? – Fitou-me, confuso. Sentei-me ao lado do moreno e olhei o lago.

– Nem eu mesma sei...Apenas entrei aqui, sem pensar muito. Não tinha outro lugar pra ir por agora...

– Você não vai às festas de comemoração?

– Não... Não acho que iria me divertir lá, com um monte de gente desconhecida. Acho que eu preferi ficar sozinha. Antes só do que mal acompanhada, não? – Ri um pouco, ele também – Mas e você? Por que ta aqui?

– Uma versão um pouco variada dos seus motivos me fez querer ficar só também, e, alguma coisa me dizia pra vir pra cá... Acho que agora já sei o porquê – Sorriu um pouco e fitou-me. Sorri um pouco. Ele é... Diferente. Não sei diferente de que, mas eu sabia quem era ele, era um colega de universidade, o jeito que ele era... Sempre o achei um riquinho metido e arrogante. Foi uma grande surpresa ele estar ali, sozinho. E também, ele estava tão diferente do Sieghart que eu conhecia na Universidade... Ele, ao contrário do que aparentava ser, era um cara dócil, gentil...

[Sieghart narra] 31/12/2011, Rio de Janeiro, 23h15min

Quando ela me disse os motivos de estar ali, eu, por mais que fosse confuso, à entendia muito bem, os motivos dela pareciam os meus. Ela estava tão diferente. Nunca conversamos muito na universidade, mas ela era o tipo ruiva agressiva e esquentada. Mas ali, ela parecia tão calma, tão serena... Tão autêntica. Dava pra ver em seus olhos que eles expressavam verdade. Ela sempre foi a única que não tentava se aproximar de mim por causa do meu pai, ela, ao contrário dos outros, não fazia esforço algum para me agradar, e acho que com isso que me chamou atenção. E agora, apesar de estar conversando comigo, dava pra sentir que ela não tinha interesse algum em meu pai, ela estava ali comigo, com quem eu era.

– Mas e você? Por que ta aqui? – Ela me perguntou.

– Uma versão um pouco variada dos seus motivos me fez querer ficar só também, e, alguma coisa me dizia pra vir pra cá... Acho que agora já sei o porquê – Acho que o acaso ou o próprio destino quis me mostrar algo novo, se eu tivesse ido à algum lugar com alguém, não teria oportunidade de estar ali, perto da única pessoa que me fazia sentir bem quando estava comigo.Olhei em seus olhos vermelhos que sempre me prendiam, ela era tão...linda.

[Autora narra] 31/12/2011, Rio de Janeiro, 23h59min

Ambos se encararam, perdidos em pensamentos, perdidos no universo um do outro por um simples olhar...

O moreno  levou seus dedos ao rosto da ruiva, quase que num impulso de tocá-la.Com a mão que afagava a bochecha corada dela, o garoto puxou-a levemente, aproximando seus rostos. A garota o fitava, mas com a proximidade, fechou seus olhos, ato seguido pelo moreno, que selou seus lábios num beijo, de inicio, calmo.

Puderam então ouvir ao longe a contagem regressiva Dez...Nove...Oito...

Então Sieghart passou seus braços pela cintura da ruiva.

Sete...Seis...Cinco...Quatro...

Assim,ela passou os seus próprios braços pelo pescoço do moreno, acariciando-lhe os cabelos e aprofundando o beijo.

Três...Dois...Um! FELIZ ANO NOVO!!!!

O moreno e a ruiva então tiveram o beijo iluminado pelas luzes coloridas dos fogos de artifício. Um único beijo que foi seu último do ano que se passou e seu primeiro do que começa...


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Notas finais do capítulo

Desejo à vocês um Feliz Ano Novo e um ótimo 2012 à todos!!!
Bjoos =**