Pokémon Dark Power escrita por Hikary_chan


Capítulo 1
Capítulo 1 - Eu prometo Raichu...




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CAPÍTULO 1 — EU PROMETO RAICHU...


— Acorda prima, acorda... — Gritava um garoto batendo ruidosamente na porta de um quarto— Acordaaa!!!


Emily abriu os olhos, visivelmente irritada por ter sido chamada no meio de um sonho bom.


— Anda sua mula, acorda logo! — Continuou berrando o menino. Ela se levantou e, com a cara mais mal-humorada de todas, abriu a porta.



— O que quer Tuker? — Perguntou ríspida.



— Sabe que dia é hoje? — Perguntou de modo arrastado. Ela revirou os olhos. Como se fosse possível que alguém na cidade não soubesse que aquele dia era aniversário de catorze anos de Tuker Murphy, quando ele fizera questão de gritar isso aos quatros ventos.


— Seu aniversário... — Respondeu simplesmente.



— Acertou! E sabe o que eu vou ganhar? — Provocou. A menina cerrou os punhos. É claro que ela sabia o que o garoto ia ganhar e quase sentia inveja. Sempre fora do desejo de Emily ter um Pokémon e ser uma treinadora, mas os Murphy, a família com quem vivia, nunca permitiu. Dizia que ela era muito jovem, apesar dela já possuir treze anos e que além disso, era muito perigoso. Porém quando o único filho deles, Tuker, decidiu seguir a carreira, quase o afogaram com tantos elogios tratando na hora de providenciar uma pokedéx, pokebolas e um Pokémon para o menino, deixando Emily e seus sonhos para escanteio. Isso irritara a garota e irritara ainda mais o fato de que, se dependessem deles, ela nunca seguiria o seu sonho pois na cidade pequena cidade onde viviam não havia nem centro Pokémon , quanto mais laboratório, para ganhar um Pokémon inicial.


Diante de seu silêncio Tuker sorriu, sabia como irritá-la e ficava ainda mais feliz quando a provocação fazia efeito. Limitou se apenas em disser em seguida:

— Bom vejo que já sabe. Te espero lá embaixo, quero que veja meu novo Pokémon — Virou-se e desceu as escadas.

Emily respirou fundo para não respondê-lo mal - educadamente e fechou a porta, Pegou uma muda de roupas na cômoda e se dirigiu ao pequeno banheiro do quarto. Onde tomou banho, escovou os dentes e penteou o cabelo. Saiu de lá já vestida, usando um short jeans, uma regata azul e um tênis all-star preto. Os longos cabelos loiro-escuros estavam penteados para trás presos em um rabo-de-cavalo, exceto pela franja que caia-lhe sobre a testa e dava destaque aos belos olhos cinza-esverdeados.

A menina olhou-se no espelho e aprovou seu visual. Não iria mostrar aos Murphy que estava abalada, embora o estivesse. Ouvindo a agitação deles no andar de baixo, decidiu descer para não ter o primo mais uma vez arrebentado sua porta.

Vagarosamente desceu as escadas indo em direção a cozinha. Balões e doces eram o que podia ser mais visto no local e, é claro um grande bolo já comido pela metade. Os Murphy se encontravam do outro lado da sala rindo de seu filho que balançava o Pokémon recém-adquirido. O tio Alfred era um homem baixo e corpulento,usava um bigode que quase lhe cobria a boca.Já a Tia Eva era o oposto, alta e magra, quase sempre mantinha no rosto uma expressão de desgosto, principalmente quando Emily entrava em sua visão. Ambos os Murphy eram brancos e de cabelos castanhos, características que também foram passadas para seu herdeiro Tuker, este era alto e gordo e por vida procurava chateá-la querendo ser sempre o único centro de atenções da casa. Em seus braços havia um pequeno lagarto verde de olhos amarelos com Iris em forma de fenda. Possuía uma longa cauda era verde escura dividida em dois lobos e suas mãos e pés possuem três dedos cada. Era um Treecko, se lembrava-se bem. De repente a menina sentiu uma mão em seu ombro e quase deu um salto por causa do susto. Virou se de uma vez e quando viu quem era abraçou-o com alegria.

Richard Edwards, ou Tio Rick como ela chamava era um homem de trinta e poucos anos, alto de pele moreno-clara, tinha cabelos negros e olhos cinzentos. Quando pensava nos Murphy no plural, sempre se sentia culpada pois Richard era irmão do Tio Alfred. E ao contrario do irmão era bonito, inteligente e bondoso e enquanto estava lá fazia de tudo para vê-la feliz. Estava quase sempre viajando e foi em uma dessas viagens, há doze anos que ele a trouxe ainda bebê para a casa dos irmão, a filha órfã,como ele disse, de um de seus melhores amigos. Tudo que Emily tinha, fora presente dele. Coisas que ele trazia de suas viagens. Provavelmente o Pokémon de Tuker eram uma dessas.

— Oi minha sobrinha linda! Como está? Parece que você cresceu... — Falou ele animado.

— Oi Tio eu... — De repente ela sentiu olhares em seu rosto. Virou-se e viu que os Tios a encaravam. Ela conhecia aquele olhar, queria dizer que não era bem vinda naquele momento de família — Eu estou bem. Vou ter que sair Tio, tenho umas coisas pra fazer... — Respondeu baixo.

— Por quê? Não vai aproveitar para comemorar o aniversário de Tuker? — Perguntou ele chateado. Por um instante quis ficar e aproveitar a manhã com o Tio, mas vendo a cara dos Murphy, decidiu que era melhor não arrumar problemas para si.

— Não eu preciso ir mesmo. Foi mal... — Ela se virou e andou em direção a porta da cozinha que dava para os fundos. Antes de sair viu o sorriso debochado que Tuker tinha no rosto.

Os fundos da casa davam para uma floresta. Poucas pessoas entravam ali, pois os poucos habitantes de Algreen diziam que o local era amaldiçoado. A menina porém não acreditava naquilo, já entrara e saíra do local milhares de vezes e nunca nada havia acontecido. Era para lá que ia quando estava irritada ou triste, e, como naquele momento os dois sentimentos se reviravam em sua cabeça, era para lá que ira.

Era uma floresta grande e, apesar vir nele quase todos os dias, sempre tomava cuidado para não sair da trilha. Ela andava calmamente e cerca de uma hora depois encontrou o local onde gosta de ficar:Uma árvore próxima a um pequeno riacho, onde podia vez os goldeens saltitarem enquanto os swellows tentavam capturá-los com suas garras.

Emy sentou-se sobre a raiz de “sua” árvore que se levantava do solo e formava uma espécie de banco, depois recostou a cabeça sobre o tronco fechando os olhos, sem conseguir conter porém, uma lágrima que teimava em cair e tocar-lhe no rosto. Arceus não fora bom com ela como era para algumas pessoas. Ela não tinha família, amigos ou Pokémon. A única pessoa que se importava com seu bem estar, aparecia poucas vezes no ano e ainda assim ficava pouco tempo. Era como se o Deus Pokémon tivesse se esquecido da garota órfã e a deixada de lado. Mais uma lágrima caiu e outras a sucederam, enquanto a jovem garota deixava que elas limpassem sua alma.

Aos poucos as horas passavam, sem que a Emily percebesse até que um ruído chamou sua atenção para algo que se aproximava. Um pequeno ser lutava para atravessar o riacho defronte ao local onde se encontrava. O rio, porém parecia estar levando a melhor, pois estando suas patas dianteiras segurando algo restava-lhe apenas as traseiras para confrontar a correnteza. Aos poucos ele foi vencendo a correnteza e chegando a margem parecia não se agüentar em pé de tanto cansaço. Emily finalmente reconheceu o ser, era um Pokémon. Tinha o pêlo da cor amarelo-acastanhado , branco na barriga. Suas orelhas e patas eram longas e a metade dessas últimas eram marrons. Possuía uma cauda longa com um raio amarelo na ponta. Um Raichu como lera nos livros. A corpo do pobre Pokémon, porém ela percebeu estava repleto de ferimentos que pareciam estar-lhe causando enorme dor.

— Raichu! — Chamou. O pokemon pela primeira vez notou sua presença. Fez uma cara agressiva e apertou ainda mais o que prendia no peito.

— Calma,você está ferido deixe-me ajudá-lo — Falou Emily mais uma vez se aproximando do Pokémon.

— Raiii — Varias faíscas elétricas saíram de suas bochechas e atingiram um local próximo aos pés da menina. Ela então percebeu que a voz do Raichu era mais fina do que a ouvira da televisão concluindo que talvez aquele fosse uma fêmea. O que não entendia era o motivo da pelo qual a Pokémon não a deixava se aproximar. Raichu então cambaleou mais uma vez.

— Por favor Raichu — Implorou a garota que temia pela situação da Pokémon — Você precisa de ajuda, eu prometo que não vou machucá-la.

A roedora então olhou a nos olhos, como se procurasse algo. A garota se surpreendeu — Era incrível a inteligência que vinha daqueles olhos. Vários minutos se passaram até que a Pokémon quebrou o contato visual e se aproximando estendeu para a garota o que mantinha protegido entre suas patas e a barriga. A menina soltou uma exclamação de surpresa. Um Pichu recém-nascido se aconchegava nas mãos da Pokémon. Porém, ao invés do costumeiro amarelo limão que exibia seu pêlo, via-se uma com cinza e as bochechas no lugar o rosa comum se via um roxo vivo. Ela estendeu a mão e tocou-o,o curto pelo macio repleto de eletricidade fez sua mão formigar.De repente uma voz doce e suave como sinos surgiu em sua cabeça. A voz falhava regularmente, era como se quem estivesse falando não tivesse forças para fazê-lo.

“Guardiã... Por favor... Cuide.. do meu bebê... ele... ele é lindo.. e é muito especial... Prometa.. que cuidará dele...” Emily automaticamente pegou o Pokémon e o aconchegou em seu colo, sorriu, ele era tão pequeno que cabia tranquilamente em sua mão.

— Eu prometo — Disse ainda olhando para Pichu.

“ Obrigada... “ Agradeceu a Raichu. Emily olhou novamente para Raichu mas não havia nada. A Pokémon sumira.

— Raichuuu —Chamou diversas vezes mas a Pokémon desaparecera.
Pichu ainda dormia profundamente em seu colo aconchegado pelo calor de seu corpo. Ela sorriu mais uma vez.

— Eu prometo...


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Notas finais do capítulo

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