Fiquei apenas olhando para Nico, sem dizer nada. Depois, simplesmente me virei e fui embora, pisando duro. Ele veio atrás de mim e segurou meu braço.

– Espera, Hanna.

– O quê você quer? - Eu disse, me virando.

– Desculpa. Eu não sei porque fiz aquilo. É você que eu amo. - Ele disse. - Além disso... Acho que você fez a mesma coisa comigo no verão passado.

Eu fiquei pensando. Era verdade. Eu o fiz sofrer demais. Não era justo.

– Tudo bem. Confio em você. - Eu disse, depois de uns minutos de silêncio. - Desculpa.

– Eu que tenho que me desculpar. - Ele disse, me beijando. Que bom que ficou tudo bem.

No dia seguinte, acordei com alguém mexendo nos meus cabelos.

– Hmm? - Foi a minha fala filosófica. Estava tão sonada que se um ET pedisse uma massagem nos pés, eu faria sem questionar.

– Bom dia, neném. - Ele disse, dando um beijo na minha cabeça.

– Eu quero dormir. - Eu disse, afundando meu rosto no peito de Nico, que estava deitado do meu lado. Ele riu. Imaginei que ele devia estar me olhando com cara de bobo agora.

– Vai ficar difícil dormir enquanto é atacada pelo monstro das cócegas. - Ele disse.

– Não se atreva. - Eu disse, olhando para ele.

– Tarde demais. RAAAWR! - Ele gritou, fazendo uma voz ridícula de monstro. Eu odiava cócegas, mas as dele, tenho que admitir que estava gostando.

– Tá bom, tá bom, eu levanto. - Eu disse, levantando e levando o lençol junto comigo, pois estava toda embolada nele. O lençol caiu no caminho até o armário, e eu deixei lá mesmo. Não havia mais ninguém no chalé de Atena. Eu e minha mania de acordar tarde.

Escolhi uma roupa e me troquei ali mesmo, ignorando os olhares maliciosos do meu namorado malicioso. Penteei meus cabelos, que estavam totalmente embaraçados.

– Nico. - Eu disse. - O que você fez no meu cabelo?

– Ah, eu tava tentando fazer uma trança, mas acho que não deu certo. - Ele disse, dando de ombros. Eu ri e depois de quinze minutos, consegui desembaraçar meu cabelo.

– Ah, assim não tem graça. - Disse Nico, vindo atrás de mim e bagunçando totalmente o meu cabelo.

– NICOLAS DI ÂNGELO! - Eu gritei, mas ele saiu correndo. O chalé não era tão grande assim, então eu peguei ele rapidinho. Puxei o cabelo dele. Ele riu e me beijou.

– Seu idiota! Olha o meu cabelo! - Eu disse, apontando para o ninho de pássaros na minha cabeça, mais conhecido como meu cabelo.

– Eu arrumo. - Ele disse, pegando a escova e penteando. Depois de muito tempo, conseguimos sair do chalé e tomar café.

O dia seguiu normalmente, eu treinei até me afogar no meu próprio suor, tomei banho e estava indo pro chalé de Nico para nossa seção diária de beijos, como ele gosta de chamar.

Quando entrei, surpresa: Nico estava beijando Jennifer na cama dele. Ele estava... gostando. Comecei a aplaudir.

– Olha só, quem diria, Nico? Você é mesmo um ótimo ator. Conseguiu fazer com que eu acreditasse que você me amava. - Eu disse, chorando.

– A-acho que eu vou indo. - Disse Jennifer, mas foi ignorada por nós. Estávamos ocupados demais lançando olhares gelados um para o outro e nos fuzilando com os olhos.

– Qual... Qual é o seu problema, Nico?– Eu disse, chorando. Eu tremia de raiva.

– O meu problema? - Ele disse. - Não fui eu que beijei o Percy. Duas vezes. Se tem alguém aqui com problema, é você.

– AH, QUER DIZER QUE EU TENHO PROBLEMA? ENTÃO, PORQUE NAMORA COMIGO? - Eu gritei, indo embora.

– Quer saber? EU NÃO SEI! - Ele gritou, batendo a porta com tanta força que quase a destruiu.

- PORQUE NÃO TERMINA COMIGO, ENTÃO? - Eu gritei de fora do chalé dele. Soube que ele ouviu, pois ouvi algo se quebrando lá dentro. Provavelmente um vaso sendo arremessado contra a parede. Idiota.

TOC TOC TOC.

– Hanna? - Disse Percy, abrindo a porta. Eu não sei porque fui até lá, mas foi o primeiro lugar que eu pensei. - O que aconteceu?

Eu não respondi. Apenas entrei e desabei em uma cama. Era a cama de Percy, pois estava com o cheiro de brisa marítima dele. E tinha uma cueca também, mas nem liguei. Estava chorando muito e tremendo.

– Quer conversar? - Disse Percy, sentando ao meu lado. Estávamos sozinhos no chalé dele e ele me pergunta se eu quero conversar? Me poupe.

– Não. Só... - Eu disse, mas me interrompi com um beijo no Percy. Ele correspondia. Veio com a mãozinha boba, o que me fez lembrar de Nico. "Esquece isso. Ele te traiu, disse que você tem problema e não foi atrás de você. É um idiota.", disse uma voz em minha cabeça. Devia ser meu lado mau e vingativo pensando. Ignorei todos os meus pensamentos. Percy estava sem camisa em cima de mim, e tentava tirar minhas roupas. Eu deixei. Sabíamos o que viria a seguir. Eu sabia que aquilo era errado, mas naquele momento eu só pensava em uma coisa:

”Que se dane.”