Moonlight escrita por Nevi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fizemos a fanfic com dedicação e carinho.
Esperamos que gostem!



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MoonLight


Fanfic escrita por Delier e Ammy-Chan


As gotas da chuva tocaram suavemente seu rosto. Olhou para cima. Eram momentos como aquele que deixavam tudo tão belo e tranquilo. Ergueu sua mão e deixou que a água fluísse por sua pele albina, livremente. Não precisava de palavras.

Aquela chuva significava tanto para si, por tantos momentos difíceis que passou, era como o toque de um anjo, algo que limpava todos os ruins sentimentos que já foram vividos, sentidos pelo seu corpo e alma.

Vagueou calma pela rua deserta, ainda sendo molhada pelos incessantes pingos, sem obstáculos, com o coração puro. Abriu a porta de uma casa abandonada, sabendo que passaria pelos mesmos antigos momentos. Fitou um porta retrato que continha a imagem de uma família. Os pais seguravam em seus braços uma frágil e inocente criança. Todos sorriam. Sem emoção escondeu a foto de seu campo de visão. Continuou sua visita aquela residência tão familiar, observando os mínimos detalhes de cada cômodo, onde guardava velhas lembranças de um tempo tão bom. Subiu a escada e a mesma rangeu sob seus pés. Adentrou um pequeno recinto repleto de espelhos nas paredes creme, e barras de metal. O chão de tábuas de madeira, o lustre de cristal, as puídas sapatilhas presas ao gancho de metal, tudo isto lhe proporcionava uma sensação prazerosa intimamente.

E logo veio a sua mente a música que tanto gostava. Pegou as sapatilhas e as calçou, prontamente retirou a camada de poeira que as cobria grosseiramente. Fixou seus olhos em um dos grandes espelhos e se imaginou trajando sua roupa favorita branca, uma saia de bailarina de tule, o collant e meia calça. Seus cabelos se encontravam prendidos em forma de coque com um cadarço que retirara do sapato.

Realizou movimentos leves com as mãos e a cabeça inclinada, iniciou a rodopiar pelo ambiente. A dança que fazia era muito graciosa, parecendo que seus pés flutuavam pelo riscado assoalho. Imediatamente um sorriso floresceu pela sua face. Pensou que depois de tantos anos teria esquecido como era. Mas nada parecia diferente. Idealizou-se dançando em uma singela apresentação, com apenas juízes e uma silenciosa platéia admirando-a. Saltou e se virou, encerrando o que desempenhava. Entretanto ao olhar o espelho viu um homem que a fitava. E não pôde deixar de sorrir timidamente. E então o misterioso lhe sorriu de volta, contudo abertamente. Este dobrou os joelhos, inclinou-se suavemente e retirou o chapéu escuro que repousava fora de seu eixo em sua cabeça, como se a saudasse.

Ele era irreal, com uma beleza fora do comum. Sua pele possuía um bronzeado sadio, lábios avermelhados e um cabelo louro arrepiado adornavam sua angelical face. Um profundo e desconhecido desejo de tocá-lo inundavam seu ser. Porém, somente continuou sua coreografia, sempre sorrindo para ele a cada movimento que fazia repentinamente.

Passaram-se vários dias, e sempre que podia, o visitava e dançava para ele. Todavia tudo se repercutia como no primeiro dia que o vira. E nada mudaria o que ela sentia quando repetia este ato. As madres do orfanato em que habitava podiam lhe caracterizar como “escrava do maldito” ou de “pecadora de Deus”, uma vez que tinham a crença de que este não era o aceitável para a igreja e para a sanidade mental da garota, no entanto isto nunca a atingiria, pois a capacidade de compartilhar sua dança com ele era tudo o quê lhe restara.

Enquanto seguia a direção de sua vida, aproveitando cada momento daqueles incansáveis dias, resolveu experimentar a sensação que sobreveio a si, como da primeira vez que entrou naquela casa. Com a mão estendida à sua frente, tendo a palma desta ligeiramente aberta, seguiu lentamente de encontro ao espelho. De imediato, o louro que a fascinava desmanchou seu radiante sorriso ao vê-la se aproximar. Mas ela estava cega pela sua inconsciente tentação, e por isso não viu o seu espanto da figura masculina. Finalmente ao tocar a superfície lisa, por sua vez o espelho começou a rachar a partir de onde havia posto a mão, e logo este se quebrou em vários fragmentos.

Arrebatada de sua ilusão, agachou-se em frente aos restos do que um dia fora um espelho, desesperada, procurando aquele que dedicara atenção na última semana para com ela. Sua mente implorava para pelo menos ter uma última oportunidade de fitar os encantáveis olhos verdes que tanto cobiçava. Tomando consciência de que perdera tudo, deslizou alguns dedos sobre a superfície de um caco, como se quisesse acreditar na possibilidade dele ainda estar ali, e ao mesmo tempo despedindo-se de tudo que fizera parte do melhor momento de sua vida.

Desejou que a luz da lua não fosse sua única companhia naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Para quem não entendeu o significado da palavra "MoonLight": Luz Lunar ---> a luz proveniente da lua.



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