O que fazer? Ainda não sei só o que fiz foi beijá-lo novamente e sorrir, voltando pro estudo. Foi isso que aconteceu. Eu não podia dizer que o amava se não sentia isto por ele, não adiantava mentir pra mim mesma dizendo que o amo, era um carinho especial, não chegava a ser amor completamente, por isso deixei em silencio sua declaração, rezando para que eu possa amá-lo como ele deve ser amado.

-        Pare de pensar no príncipe. – avisou ELE pegando-me desprevenida.

-        Pare de interromper meu trabalho. – avisei empurrando-o pra longe de mim.

-        Você sabe que sua distração pode custar muito caro, então preste bem atenção ao que vou lhe dizer. – ELE se aproximou totalmente sedutor – Sua cabeça esta em jogo, e não vão hesitar para atacar, esteja preparada, pois não vai ser sempre que estarei do seu lado.

-        Isso me parece uma ameaça. – afirmei aproximando-me dele – Você esta me ameaçando?

-        Pelo contrario estou lhe avisando que precisa estar ciente do perigo que corre, caso se esqueça disso lembre-se da bala que estava aqui. – tocou meu estomago onde havia a cicatriz da cirurgia pra retirar a bala.

-        Não se preocupe eu não vou esquecer. – contestei afastando-me – Você disse que precisava me mostrar uma coisa por isso vim para o ateliê hoje.

-        Temos novas informações e você precisa ficar informada de quem esta no nosso lado infiltrado na corte. – comentou olhando pela janela.

-        Tem algum espião no reino? – questionei surpresa e espantada.

-        Tem, e você conhece muito bem essa pessoa. – afirmou virando-se para a porta.

-        Olá Eva. – sorriu ele que nunca imaginei ser um espião.

-        Você?! – perguntei espantada.

Isso não estava nos meus planos, não aquela pessoa ser infiltrada por eles no meio de nós, não podia ser verdade, não ele não seria capaz disso! Estava revoltada enquanto voltava pra casa, tinha parado em uma Starbucks pegar um cappuccino quando mãos fortes me seguraram pela cintura puxando-me para fora de lá em um beco afastado, não sabia como reagir, ninguém tinha visto quando ele me pegou, era como se eu estivesse em câmera lenta, esperando que mais alguém apareça pra me bater, ou me matar, mas quando o homem me virou para ele, o medo sumiu e a felicidade me consumiu.

-        Ian! – gritei sorrindo abobada – O que faz aqui garoto?

-        Vim lhe ver. – sorriu de lado, extremamente sedutor – O que faz nessas roupas de senhora?

-        Não são roupas de senhora, e agora me visto assim. – reclamei o repreendendo – E você? Porque esta aqui de verdade.

-        Precisava achar uma banda pra se apresentar no Rock in Rio, então pensei em vocês. – declarou deixando-me triste.

-        Eu não canto mais Ian, parei de cantar desde que acordei do atentado. – confessei abaixando o olhar – Não consigo mais cantar.

-        Isso é impossível Eva, sua vida é a musica, não tem como não cantar. – disse o moreno segurando-me pelos braços – Eva você é a melhor cantora que eu já vi, não pode desistir da musica.

-        Desculpe Ian, mas eu não posso. – sussurrei afastando-me dele – Preciso voltar pro castelo, já devem estar me procurando.

Encaminhei-me para o carro esquecendo completamente do que fizera ali, tomar um cappuccino? Não sabia, mas as palavras de Ian me pegaram de guarda baixa, tinha dito a mim mesma que nunca mais iria tocar, nunca mais iria cantar, agora ele dissera tudo, a musica é minha vida, eu desistiria de viver e ser feliz fazendo o que eu gosto?