A Peça Que Faltava escrita por emeci


Capítulo 6
Capítulo 5 - (Re)Encontro


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindas, desculpem a demora. Sérios, fiquei tão triste por não ter postado mais cedo :c Só que fiquei bastante doente essa semana e não deu. Mas aqui está, O capítulo em que Kensie e Justin (finalemte) se encontram. Eu queria pedir desculpas por só ser no capítulo cinco mas, como já expliquei, era para vocês conhecerem os personagens e a vida deles. Ok, não me vou demorar mais. Só queria agradecer os reviews lindos! Tenho 30! *palminhas* E criei nome para as minhas leitoras: LittleAngels, o que acham?
Nos vemos lá em baixo, docinhos...



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-Kensie-


Abri os olhos vagarosamente. Minhas pálpebras estavam ainda se habituando à claridade. Devagar, minha mente reconheceu que estava no meu quarto, deitava sobre minha cama de casal em tons de roxo. Respirei fundo.  Claridade provinha da janela que eu deixara aberta. Me sentei, com as pernas cruzadas, bocejando. Tinha passado mal a noite, devido a torturosos pensamentos, e após ter acordado com Cassie pulando em cima de mim e ter almoçado, resolvi dormir mais um pouco. O que só me fizera bem. Já não me sentia tão mal-humorada e com cabeça explodindo. Libertei meu cabelo do coque feito apressadamente e o deixei cair livremente sobre meus ombros. É, eu costumo dormir com ele preso, para ele não acabar desarrumado de manhã. Ao fazer esse movimento notei que meu pulso estava quase intacto. Só se viam pequenos traços, por onde a lâmina passara. Já não precisava de usar o curativo. Se dissesse que um gato me tinha arranhado, ninguém desconfiaria. De relance olhei para o relógio, que se encontrava na minha escrivaninha.

Eram três da tarde.

Ah, ótimo. Ainda teria uma tarde livre e em sossego para fazer o que quisesse. Talvez fosse à praia. Não… o mais certo era continuar com a música que estava fazendo. Cheia de moleza obriguei meu corpo a se levantar. Eu estava vestida com uns shorts pretos, ligeiramente curtos e uma blusa rosa clarinho. Sabia que me deveria lembrar de algo importante que tinha que fazer hoje. Só não sabia o quê. Era qualquer coisa a ver com fotos. Encolhi os ombros. Fosse o que fosse, eu me lembraria quando chegasse a hora certa. Me espreguicei, alongando os músculos dos braços e da cintura. Estava sentindo um ótimo bem-estar, naquele momento, no entanto continuava faltando algo. O melhor seria telefonar para papai para…

Papai! Fotos! Reunião! Empresa! As palavras assimilavam em meu cérebro e eu, logo naquele momento soube o que estava errado.

Meus olhos se esbugalharam e meu coração bateu acelerado. Não podia estar acontecendo. Voltei a olhar para o relógio.

Eram três da tarde!

Droga!

Me levantei de um pulo, calçando as all-stars pretas espalhadas pelo chão. Eu estava atrasada. Como é que ninguém me tinha acordado? Bufei, irritada, comigo mesma. Eu tinha esquecido! Merda! Eu tinha esquecido.

Atei os cadaços o mais rápido que pude, olhando meu celular em cima da escrivaninha. Tinha cinco chamadas não atendidas de meu pai. É, eu estava ferrada. Puta que pariu! Porque eu tinha que cair no sono logo naquela tarde, hein?

Me xingava mentalmente enquanto pegava minha bolsa e saía disparada de meu quarto.

Logo hoje, Kensie! Logo hoje!

Desci pelas escadas de madeira a uma velocidade aterradora. Só pensava em sair de casa o mais rapidamente e chegar na empresa. Nem queria saber o que papai diria. O mais provável era levar uma bronca. Das grandes.

Passei pela sala de estar num fechar de olhos. Ah Meu Deus! Eu tenho que estar lá! Abri a porta e, já do lado de fora, respirando a brisa pura do Rio de Janeiro, a fechei, fazendo um enorme barulho. Só precisava de encontrar um táxi que me levasse até è empresa onde tinha uma “reunião” com papai e mais algumas pessoas. Claro. O problema era exatamente esse. Encontrar um táxi. O sol escaldante reluzia sobre o céu azul clarinho. Mais pessoas andavam pela calçada. Eu estava com super pressa e…

…onde raio estavam os táxis? Percorria a rua com os olhos, trincando os lábios. Caraca! Tudo o que via eram carros passando das mais diversas cores e velocidades, pessoas andando calmamente, aproveitando um dia bonito, e eu aqui, no meio de tudo isso.

Só esperava que encontrasse um logo. Tudo o que menos queria era ir a pé. Porque ia demorar muito mais, e eu ia ficar cansada, toda suada e nunca ia chegar a tempo ao meu compromisso.

Bufei, me dirigindo para Sul. As all-stars raspavam na calçada e eu me projectava para a frente. Puxei a bolsa que estava escorregando em meu ombro. A reunião ia começar dentro de cinco de minutos, e como é óbvio eu não ia conseguir estar lá a tempo. Ia deixar uma má impressão. Ia deixar meu nome marcado. Ia mostrar minha irresponsabilidade perante situações importantes.

Porque, afinal, aquela era uma situação importante, certo?

E, merda! Nem tinha tido tempo de pôr maquiagem!

Para minha salvação, um automóvel amarelo estava parado na berma da estrada. E tinha um letreiro em cima que dizia táxi. Sorri, pondo uma mecha fugitiva de meu cabelo atrás da orelha. Pelo menos algo corria como eu queria. Que bom! Me aproximei rapidamente do taxi, entrando nos bancos de trás. Fui recebida por uma onda de calor. Os bancos pretos eram um tanto desconfortáveis mais eu não me importava. Naquele momento eu tinha uma prioridade. O homem, um tanto velhinho com olhos castanhos, olhou para mim, com um olhar inquisidor.

--Para a empresa Photos & Models, por favor (N/a: Desculpem meus amores, estava sem originalidade para o nome).

O homem assentiu e ligou o carro. Rapidamente entrámos em movimento e eu via tudo à minha volta correndo para trás.

Senti o meu celular vibrar no meu bolso dos shorts. Mas eu não ia atender. Papai deveria estar irritadíssimo comigo! Bonito, já éramos dois.

Naquele momento, olhei pela janela, esperando que chegasse a tempo. A tempo de o ver entrar pela porta. A tempo de o observar de alto a baixo, mais um vez. A tempo de poder trocar simples palavras com ele. A tempo de ouvir a sua voz.

E como é que eu tinha esquecido? Como?

Suspirei.

Como é que eu podia ter esquecido que hoje, eu ia estar, cara a cara, com Justin Bieber?

-Justin-

Scooter estacionou cuidadosamente a minha Rang Rover na berma da calçada. Suspirei fundo. Eram duas e meia da tarde, no fuso-horário brasileiro. A hora marcada para a reunião com Peter Newton. Olhei pela janela, antes de sair do carro, como Scooter estava fazendo. O edifício era grande. Ocupava quase metade da avenida. Abri a porta do carro e saí, calmamente. Deixei que o sol escaldante me relembrasse da sensação de liberdade que eu estava sentindo, antes de vir para este lugar. Eu estava finalmente de férias. E, poxa vida, era ótimo saber que só teria que fazer essa sessão, dar algumas entrevistas e depois, teria tempo para descansar e me divirtir, como adolescente que sou. Sorri e fechei a porta do carro, com pouca força. Scooter já estava de frente para o prédio, me chamando e pedindo que me despachasse só com gestos. Contornei o veículo preto e fiquei do lado dele, enquanto nos dirigíamos ao grande edifício amarelo com letreiro “Photos & Models”. Apesar do sol eu não tinha calor. Já o meu empresário estava com umas calças jeans pretas, uma camisa branca e um boné, que eu esperava que ele tirasse antes de irmos para a reunião. Os meus supras roxos caminhavam silenciosamente sobre o chão da rua. O edifício à minha frente tinha duas portas: uma giratória e outra de vidro normal. Sorri para Scooter que rolou os olhos. É obvio que ele sabia qual eu ia escolher. Entusiasmando, entrei pela giratória, empurrando o vidro transparente com as mãos. Sorri comigo mesmo. Da última vez que tinha entrado numa porta desse tipo, cheguei ao interior do lugar com um arranhão na testa.

Nota pessoal: Sempre que estiver dentro de uma porta giratória, empurre-a até ao fim. Não ligue para o que seu melhor amigo está dizendo do outro lado da rua. Isso pode-lhe trazer consequências.

Quando entrei no edifício, tirando os meus óculos escuros, fiquei boquiaberto. Era tal e qual aquelas empresas que se vê nos filmes. Não que eu nunca tivesse entrado numa, mais, essa me surpreendeu.  As paredes brancas, cobrindo todo o amplo espaço tinham diversas capas de revista, fazendo publicidade, com várias modelos bonitas. O chão de madeira polida era coberto por um gigante tapete preto, macio. Ao fundo, estava um enorme balcão cinzento, onde Scooter já falava com uma garota loira que aparentava ter vinte anos. Provavelmente, pedindo informações onde poderíamos encontrar Peter Newton. Andei para o meu lado esquerdo ainda observando o espaço que me rodeava. Vários candeeiros da mais alta marca faziam com que aquele lugar fosse só claridade. Tudo era tão sofisticado. Por alguma coisa eu ia fazer uma sessão de fotos naquele lugar. Me dirigi a um conjunto de sofás pretos de veludo, alinhados num quadrado, me sentando. Eles eram bastante confortáveis. Por impulso, peguei meu celular, com um sorriso. Quando você não tem nada que fazer, e está totalmente eufórico porque são suas férias, nada melhor do que ir para o twitter e responder a recadinhos cheios de amor de suas queridas fãs.

Tentei responder ao máximo que pude, seguindo-as, tendo plena noção de que, apenas aquele gesto deixaria algumas das minhas várias namoradas – outro tratamento para minha Beliebers lindas – bastante felizes e realizadas. Já tinha agradecido pelo show, ontem, mal ele acabou, dizendo que foi um dos melhores que já dei. As coisas importantes que eu fazia, twittava. Era uma das maneiras que eu tinha de me sentir mais próximas a elas. Estivesse onde estivessem.

Senti alguém cutucar meu ombro, e me virei, vendo Scooter, com um sorriso.

--Anda moleque – ele disse, enquanto me levantei – tempos um fotografo para conhecer. – Sorri, animado. E como coração mole que sou, não resisti em não dizer às minhas lindas onde eu estava.

@justinbieber: Indo para uma sessão de fotos com Peter Newton, na Photos & Models. Tudo para vos ver sorrir.

Enviei e rapidamente escrevi outro, enquanto Scooter me guiava por entre o corredor, segurando meu braço.

@justinbieber: Eu vos amo muito! #Belieberarethebest

Voltei a guardar o celular no bolso, bloqueando-o. Estávamos andando por um corredor sofisticado, como todo aquele edifício. Eu estava completamente a leste, pensando em tudo o que estava acontecendo. Ontem tinha ligado a mamãe, após o show e contado as novidades. Estava com bastantes saudades dela, e sabia que ela também sentia minha falta. Soube que ela já estava com Jazzy, minha irmãzinha fofa e que dentro de treze dias, elas viriam até aqui, passar o Verão brasileiro comigo. O que apenas me deixava mais feliz. No entanto Scooter parou de andar e eu deixei de encarar meus pés que, até então se moviam a uma velocidade razoável. Olhei Scooter que estava consultando as horas no seu relógio. Nós não estávamos atrasados, ou estávamos? Aí é que reparei que um elevador estava à nossa frente, e que Scooter já tinha clicado no botão verde para subirmos nele.

--Eu não entro no elevador. – disse, sério, o olhando.

Scooter sabia que eu era claustrofóbico desde meus sete anos. Isso começou num dia em que eu, Chaz e Ryan, decidimos brincar de pique-esconde. Eram nove horas da noite e íamos jogar no prédio onde Ryan vivia.

O prédio era bastante grande, com dois elevadores. A brincadeira era válida por todo o espaço. Então, na segunda ronda era meu melhor amigo contando.

“Vamos para dentro do elevador?” – Chaz sugeriu com um sorriso sapeca. Naquela altura eu aceitei, pois Ryan nunca nos encontraria ali. Como dois babacas que éramos e já escondidos, pensámos que se pulássemos e fizéssemos bastante barulho, clicando nos diversos botões, a brincadeira ficava ainda melhor. No entanto quando o elevador perdeu a luz e ficámos os dois presos, naquela caixa, começámos a chorar. Eu, fiquei bastante assustado. Pensei que ia morrer. Tremia por todos os cantos e só queria que a porcaria da porta se abrisse e respirasse ar puro novamente. Para piorar a situação, eu morria de medo do escuro. Qual é? Quem nunca teve medo do escuro, e dos monstros que a escuridão nos apresenta?

Devido a esse acontecimento nada agradável e ao medo e pânico que senti, só de pensar que nunca mais voltaria a ver a luz do Sol, não me atrevo a entrar dentro de um elevador novamente.

Scooter rolou os olhos, suspirando.

--Bieber – ele disse com uma voz calma – um dia você vai ter que superar esse seu medo.

Bufei. É fácil falar. E ele realmente pensava que eu não queria superar? Que eu desejava ter que subir lances e lances de escadas que demoravam longos minutos em vez de entrar num maldito elevador e demorar apenas alguns segundos para chegar ao meu destino? Eu já tinha tentado. Eu realmente já tinha tentado. Mas aí me lembrava do pânico e da agonia daquela noite e desistia. Como ia acontecer agora.

--Pois, mas esse dia ainda não chegou. – disse, dando um sorriso forçado. – Eu vou pelas escadas.  – informei - Qual o andar? – perguntei, coçando a cabeça.

Scooter suspirou, e encolheu os ombros, me encarando com um olhar reprovador. O que ele esperava que eu fizesse? Já disse que não entrava ali, por nada!

--É o piso três, espero por você lá. Mas não demora muito, ok? – ele avisou

Eu assenti, dando costas para meu empresário e procurando escadas.

*****

Eu e Scooter estávamos de frente a uma porta cinzenta com o letreiro “Peter Newton - Fotografo”. Tínhamos chegado. Scooter, que tinha retirado o boné, sorriu para mim. Eu retribuí. Não sabia o que esperar. Como seria Peter? Velho, novo? Ruivo, loiro? De olhos verdes? Será que ele realmente se pareceria como um fotógrafo? E como é que um fotógrafo se deveria parecer?

Scooter deu três toques na porta. Do outro lado, ouvimos uma cadeira ser arrastada e passos, cada vez mais próximos. Vimos a maçaneta ser rodada. Tudo em câmara lenta. Então, a porta se abriu. Do outro lado, estava um homem que devia ter pouco mais de quarenta e cinco anos, com um camisa azul clara e umas calças jeans pretas. Os olhos combinavam com a cor da blusa, e, no rosto tinham um grande sorriso que nos era dirigido. Sorri também.

--Entrem. – disse ele, abrindo a porta, nos convidando a entrar. Obedecemos e rapidamente me vi rodeado por um escritório luxuoso. Tinha várias estantes de madeira escura, cobertas de dossiers; as cadeiras eram de um vermelho luxuoso, mais claro que o vinho, mas mais escuro que o sangue. Na parede frontal, encontravam-se afixadas capas de edições da revista “The People” antigas. Numas estavam celebridades em poses bastantes atraentes; noutras modelos, com os seus maravilhosos cabelos. A secretária era grande e também estava com uma pilha de fotos e folhas organizadas – Ainda bem que vieram. Sou Peter Newton. – se apresentou, entendendo a mão para o meu empresário, que a apertou.

--Scott Braun, nós falámos por celular.

Peter acenou com a cabeça e depois se virou para mim.

--Esse é Justin Bieber – disse Scooter, apontando para mim.

O sorriso de Peter aumentou ainda mais e estendeu a mão para mim, em forma de cumprimento.

--Prazer garoto. Minha filha mais nova é uma grande fã sua.

Eu sorri, agradecido. Era tão bom saber que várias garotas me amavam no mundo. Uma das coisas mais gratificantes no trabalho que faço é saber que todo o esforço, todas as manhãs que acordo cedo demais, todos os ensaios, todas as entrevistas, todas as horas que perco escrevendo uma música, é apreciado por fãs, que me apoiam, aconteça o que acontecer.

--Sentem-se. – ele apontou para as duas cadeiras vermelhas que estavam de frente para a secretária elegante. Peter nos seguiu e se sentou de frente para nós. – Fiquem à vontade

Peter parecia um cara simpático. Ficámos falando sobre sessões fotográficas e outros famosos durante algum tempo. Ele me perguntou o que eu esperava da sessão e eu respondi a verdade, que ainda não tinha nada definido. O fotógrafo era uma pessoa relaxada, calma. Pelo menos foi a impressão que ele nos passou. Enquanto ele e Scooter dialogavam sobre o que seria um melhor projecto e que roupas eu ia utilizar, olhei para as fotos em cima da secretária. Curioso como sou, peguei uma, examinando-a na minha mão. Então, meu coração deu um pulo e meu cenho se ergueu. Era a foto de uma garota com cabelos castanhos ondulados que fitava o nada. Era uma foto simples, sem rodeios, onde mostrava apenas a cara da garota e um pouco da parede atrás de sim. Porém, ela era linda. Muito linda mesmo. Os cabelos castanhos tinham madeixas douradas naturais e lhe caiam suavemente pelos ombros. O gorro azul escuro na cabeça contrastava com a sua pele branca. Dava até vontade de tocar. Os lábios rosados, finos, estavam ligeiramente entreabertos e no pescoço tinha um colar com um pequeno pingente.  No entanto não foi aquela beleza que fez mau coração saltar. Foram aqueles olhos azuis vivos, totalmente perdidos. Aqueles olhos… Me hipnotizaram. Fizeram eu ficar preso a eles. Poderia ser besteira, mas eu conhecia aqueles olhos de algum lugar. Sentia isso. Só não sabia de onde. O azul era viço demais para ser real. Os cabelos eram perfeitos demais para ser reais. Toda ela parecia ser linda demais para ser real.

--Essa aí, é a Kensie. – ouvi uma voz grave dizer.

Deixei de fixar a foto e de me corroer por dentro para tentar encontrar uma ligação, ou algum sinal que me dissesse de onde eu conhecia aqueles olhos e olhei para Peter, não entendendo o que ele tinha falado.

Ele sorriu e disse:

--Essa garota que você está vendo na foto é a Kensie, uma das modelos que trabalham aqui na firma. - Não sabia se aquilo era bom, ou mau. Eu sabia que deveria me lembrar de algo, mas o quê? Teria sido importante? – Essa foto veio a propósito de um trabalho que eu lhe pedi, tanto a ela, quanto às outras garotas. Eu queria que elas tirassem uma foto a si mesmas, como elas são realmente. Sem sorrisos, sem efeitos, sem acessórios. Apenas elas. E essa foi a resposta que ela encontrou para responder ao meu pedido. – ele explicou.

Voltei a olhar para a foto. Se, a tal Kensie era assim naturalmente nem queria imaginar como ficaria com um pouco de maquiagem e um vestido. Imagens deslumbrantes foram aparecendo na minha mente e eu me deliciava com elas. Todas elas criadas pela imaginação de um moleque de dezasseis anos. Examinei a foto, mais uma vez. No entanto parecia… vulnerável. Como se, a qualquer momento se pudesse partir. Pudesse se machucar, apenas com um toque. Voltei a colocar a foto em cima da secretária, encarando minhas mãos.

--E essas modelos, por acaso, podem fazer parcerias com famosos, nas sessões? – Scooter perguntou, encarando Peter de frente. Me perguntei o que ele tinha em mente. Qual seria seu plano. O que ele estava tramando. Qual seria a sua ideia?

Peter coçou o queixo e reflectiu durante um momento, olhando para o tecto branco. Depois, abriu um sorriso e disse, com a maior calma.

--Se o famoso quiser… - deixou a frase no ar – Nunca adoptamos esse sistema – confessou, ainda com a mão no queixo – Geralmente, as modelos apenas fazem sessões individuais para as revistas que estão sem novidades, ou que simplesmente, não quiseram ter um famoso na capa, naquela determinada edição. – ele explicou – No entanto, se o famoso desejar, acho que tudo é possível.

Scooter olhou para mim, e eu olhei para ele, ao mesmo tempo.

--Você gostava Bieber? – perguntou, com o sobrolho erguido, querendo que eu dissesse a verdade.

--Seria legal – disse como se tal pouco me interessasse. O que era mentira uma vez que nada mais me agradava do que fazer uma sessão de fotos com uma garota linda como todas as modelos são. Não seria apenas legal. Seria o máximo!

Scooter assentiu e perguntou a Peter, determinado, se apoiando nos cotovelos:

--Podemos conhecer as modelos, só para termos a certeza daquilo que desejamos?

Peter sorriu, ora olhando para mim, ora olhando para Scooter.

--Iriam conhecê-las de qualquer maneira, uma vez que faz parte do regulamento para saberem o tipo de pessoas com quem trabalhamos. Portanto – ele se levantou e contornou a mesa, indo ao nosso encontro – sigam-me, por favor.

Um sorriso de pura felicidade surgiu nos maus lábios. Acho que até meus olhos brilhavam de expectativa. Só de falarem em garotas eu ficava doido. Mas se essas mesmas garotas eram igualmente lindas àquele que eu vira na foto, então nada me pararia. Decidido, segui Peter Newton.

-Kenise-

--Senhorita, a estrada foi cortada, não posso avançar mais. – o taxista com alguns cabelos brancos, disse, olhando para mim através do retrovisor.

Ah não! Isso não podia estar acontecendo. Eu já estava com as emoções à flor da pele. Não havia forma de piorar, pois não? Senti meu sobrolho ser erguido. Porque é que a estrada estava cortada? No entanto, tal facto não era relevante no momento. Minha pressa era bastante superior à minha curiosidade.

--Tudo bem – disse encolhendo os ombros – Pode me deixar aqui mesmo. Quanto fica? – perguntei, já tirando a carteira de minha bolsa.

--Quinze – o taxista falou.

Abri a carteira rosa e de lá retirei uma nota de vinte. Não tinha tempo para ficar procurando o dinheiro certo. Estendi o braço e entreguei ao motorista simpático.

--Pode ficar com o troco. – disse, já abrindo a porta e saindo do carro com a maior rapidez que conseguia. Pus o pé na calçada e comecei a andar rapidamente por baixo do sol quente que me deixava agoniada. Nada estava dando certo naquela porra de dia. Porque logo hoje, as coisas tinham que correr mal? Porque como sempre, a sorte nunca está do meu lado. Olhei para o celular, encarando inúmeras chamadas não atendidas de papai. Suspirei. Através do visor do objecto que se encontrava na minha mão percebi que eram 3:08 da tarde. O tempo não podia simplesmente parar e esperar que eu estivesse na frente de Justin Bieber e papai para continuar com sua jornada?

Contornei a curva  da praça e entrei na rua da empresa. O céu azul, sem nuvens fazia com o que o calor só aumentasse. No entanto meus olhos e meus ouvidos captaram que algo não estava bem. Algo não estava correcto. Alguma coisa estava terrivelmente errada naquele cenário. Avaliei a imagem à minha frente. Calçada, certo; Prédios e casas, certo; céu azul sem nuvens, certo; o sol escaldante, certo; a empresa, certo. Um monte de garotas histéricas gritando em frente à empresa, cer… Errado!

Minha boca se abriu e eu parei de andar. Cerca de trezentas garotas gritavam em frente à firma.  O que estava acontecendo ali? Alguma manifestação? E eu teria que passar pelo meio delas. Estava totalmente ferrada. Porém foi ao ver que Várias delas tinham posters, cartazes e t-shirts que eu assimilei. Elas estavam ali por causa de Justin. Elas gritavam por causa de Justin. Elas queria, Justin. E tal fato significava que ele já tinha chegado.

Merda! Merda! Merda!

Senti o nervosismo se apoderar de mim. Eu não gosto de multidões. Nunca gostei. Me deixam intimidada. Fico pensando no que acham de mim. Se gostam do que vêm, ou se falam mal. Me preparei mentalmente para passar pelo meio delas. Ainda por cima eram elas. Totalmente doidas. E é nestas horas que eu me pergunto porque a firma não tem portas de fundo. Porque, sinceramente, eu estava com medo que se metesse naquela confusão, provavelmente, nunca mais sairia com vida. Respirei fundo. Aquela não era uma hora para dramas. Nem para choros ou lamentações. Era hora para agir, mesmo que isso implicasse consequências não muito agradáveis. Comecei a andar em direcção a elas. Ia-me aproximado rapidamente uma vez que o tempo continuava. Eu só via garotas. Umas eram altas, outras baixas. Umas tinham cabelos ruivos, outras loiras. Todas elas diferentes, mas todas elas iguais. Todas elas ali pela mesma causa. O barulho era insuportável. Os gritos agudos estavam maltratando meu sistema auditivo. Os meus pés continuavam seguindo caminho. Sentia meu coração bater forte. Eu tinha tempo contado. Porém não havia ninguém nem nada que me impedisse de chegar à empresa.

-Justin-

Estávamos numa sala pequena. As paredes eram cobertas por fotos e os mais variados quadros, repletos de cores vivas e as mais variadas formas. Scooter estava ao meu lado, com a mão no meu ombro e a outra no bolso. O espaço possuía uma janela do nosso lado direito que tinha vista para a rua e permitia que os raios de sol naturais iluminassem o espaço. Peter também estava relativamente perto de nós e continuava andando. Quando entrei, a sala me pareceu bonita e agradável, porém, vendo as garotas na minha frente, isso pouco me importava. A sala apesar de pequena, dava para aquilo que queríamos. Tínhamos duas cadeiras do nosso lado, onde provavelmente eu e Scooter nos sentaríamos e as três garotas estavam sentadas noutras cadeiras, também azuis escuras, de frente para nós. Quando entrámos pela sala elas conversavam animadamente, mas assim que nos viram esboçaram sorrisos. Sorri também.

--Garotas, esses são Justin Bieber – Peter disse, olhando para elas e apontando para mim – e Scoot Braun, o seu empresário. – apontando para Scooter.

--Oi. – disseram as garotas. – acenando com as mãos.

--Essas são a Clara, a Juliana, a Isabella e ... – Peter disse, apontando para cada uma delas. Depois fez uma pausa, olhando atentamente para as garotas, com o cenho erguido – Onde está a Kensie? – ele perguntou.

Ok, eu não tinha fixado os nomes. Nenhum deles. No entanto eram engraçados. Diferentes dos nomes americanos. Diferentes dos nomes que eu estava habituado. E sei que a primeira vez que os disser vou errar na pronúncia. Droga. Kensie? A garota da foto? É realemnte ela não estava ali.

--Não sabemos. – disse a primeira garota, se pronunciando – eu já tentei ligar para o celular dela, mas ela não atendeu. – ela disse, com um encolher de ombros. Peter suspirou, passando a mão pelas têmporas. Só agora é que eu reparava que ele parecia ligeiramente cansado. – Eu vou agora ligar para ela. – informou. Depois, olhou para Scooter e para mim e fez um sorriso envergonhado - Peço desculpa por uma delas estar faltando, no entanto, tenho a certeza que ela deve estar chegando.  - Eu sorri.

--Não há problema. – disse, com um sorriso amigável. Todo mundo tem direito a se atrasar. Se calhar, o trânsito naquela hora era grande ou precisou parar devido a uma emergência. Às vezes acontece. Nem tudo corre como nós queremos. E eu compreendia isso.

--Podem-se sentar nessas cadeiras . – Peter falou, já com o celular nas mãos. – Eu vou ligar para ela e depois gostaria de falar com Scoot por causa dos horários e de algumas normas que temos aqui no estabelecimento. Pode ser? – ele perguntou, me fitando a mim e ao meu empresário.

--Claro, claro. – disse Scooter com um tom de voz calmo, enquanto se sentava e eu fazia o mesmo. As cadeiras eram tão confortáveis quanto às do escritório. Mas confortável mesmo era o sabor de férias. Nem com aquele alvoroço eu tinha esquecido. Ficaria livre para me divertir até meus dezassete anos e depois começaria a nova turnê. Era justo. Esse ano foi cansativo. O nervosismo por ser o primeiro, a ansiedade, a alegria. Ainda nem acreditava que eu, aquele garoto que nunca pensou em sair de Startford, tinha esgotado o Madison Square Garden em vinte e dois minutos.

--Com licença. – Peter disse, se afastando de nós e saindo da pequena sala, discando o número da garota.

Após ouvir a porta bater me virei para as garotas e as cumprimentei de vez. Scooter estava mais interessado em mexer no seu celular, mandando mensagens para não sei quem. Típico dele.

--Oi. – eu disse, acenando com a mão, com um sorriso.

Elas sorriram e também me cumprimentaram. Era difícil dizer qual delas era a mais bonita. E cara, eu tinha que concordar com Ryan. As brasileiras eram gostosas! Ok Justin menos, menos. Se controla, vai. E… como é que se dizi o nome de cada uma delas mesmo? Porra!

Aí, eu perguntei, um tanto incomodado.

--Será que… - cocei a cabeça – Será que vocês podiam repetir os vossos nomes devagarinho para eu aprender como se diz? – perguntei, com um sorriso sapeca.

Elas gargalharam e Scooter olhou para mim com um ar interoogativo como se perguntasse “O que é você disse?”. Eu rolei os olhos. Para próxima vez, se queria apanhar a piada, estivesse atento. Não que metesse piada. Ok, metia sim. Porém, em Março eu ia saber falar brasileiro como um profissional e no próximo show que desse aqui, até poderia traduzir as músicas para brasileiro.

--Então, e se nós disséssemos o nosso nome devagarinho para você entender – elas riram e eu também – e se fizéssemos uma pequena apresentação sobre nós, o que acha? -  a garota loira perguntou.

Era uma boa ideia. Me permitiria saber um pouca mais acerca das garotas  - gostosas – com quem eu iria trabalhar. Me permitir descobrir um pouco mais sobre quem vivia na América do sul. Saber como era uma vida normal. Porque, honestamente, eu já não sabia mais o que era ser um adolescente. Quer dizer, sabia. Mas era uma adolescente à minha maneira. E essa maneira era um pouco estranha para todos os outros jovens do mundo.

--É uma boa ideia. – disse, acenando com a cabeça.

Então elas se apresentaram, uma por uma, falando a idade e coisas que gostavam. E eu ouvia tudo direitinho, repetindo os nomes delas para não errar na pronúncia. Nas primeiras vezes, foi um tanto complicado porque você tem que enrolar a língua de uma certa maneira, abrir a boca de uma certa maneira e elas só se riam com minhas caretas e minhas tentativas falhadas. No entanto quando acertei, repeti o nome delas vezes sem contas e fiquei contente. E no fim, nem era assim tão difícil. Clara tinha cabelos pretos lisos que chegavam até aos ombros. Os seus olhos eram de um verde clarinho inconfundível. Usava umas jeans brancas, apertadas e uma blusa azul, que combinava com a cor dos seus sapatos de salto alto. Odiava cozinhar e tinha uma paixão por animais. Juliana se descrevia como uma pessoa que era divertida e era vegetariana. O seu cabelo estava amarrado numa pequena trança que caía de lado. Alguns fios loiros que ficaram perdidos caíam para cima de seu rosto, mas ela logo tratava de os colocar para trás da orelha. Os olhos eram de um castanho bastante escuro, como o carvão e combinavam com a t-shirt que usava. As suas calças jeans eram vermelhas e tinham rasgões em algumas locais. Já Isabella se destacava pela cor chamativa de seu cabelo. Era castanho mas com bastantes madeixas vermelhas. Os olhos também eram castanhos, porém mais claros que os da garota com calças que possuíam rasgões. Usava também, tal como as amigas, sapatos de salto. As suas calças eram roxas, o que me fez sorrir, uma vez que era a minha cor preferida. No entanto o que me cativou meu olhar foi a t-shirt de alcinhas, branca, que dizia “I love Justin Bieber”. Ao perceber isso, meu sorriso só se alargou. Disse-lhe que adorava a sua t-shirt e ela respondeu que ela mesma tinha feito. Rimos juntos. Ela não gostava de pessoas mentirosas e adorava tirar fotos. E é claro, era minha fã. Scooter ao ouvir isso, deixou o seu celular de lado e ficou entusiasmado. Ele adorava Beliebers. Não tanto como eu, obvio, mas também tinha um carinho especial por elas. No meio da nossa conversa onde todos já nos sentíamos à vontade e riamos juntos, Peter entrou na sala, guardando o celular no bolso.

--Ela não me atende o celular. – disse, se aproximando mais de nós. Olhei para a cadeira vazia. Eu realmente queria conhecer Kensie. Saber o que havia de tão intrigante nos seus olhos. Para poder ter uma ideia de onde eu pensava já os ter visto. Suspirei. Foi então que ouvimos alguém bater na porta.

Todos nos virámos em direcção ao barulho.

--Entre. – disse Peter, confuso.

A porta foi aberta e vi alguém entrando. Senti uma corrente de ar, remexer alguns fios do meu cabelo. Era uma garota. Ela andou de uma forma elegante e entrou para dentro da sala onde nos encontrávamos. E sim, era linda. Rapidamente a conheci. Era a garota da foto. Nos seus pés estavam umas all-stars pretas com cadaço mal atado. As suas pernas morenas e maravilhosas estavam apenas tapadas da coxa para cima por um short branco pequeno, com alguns detalhes a preto.  Uma camisa de alcinha cor-de-rosa, com bordados e folhos, justa, definia a elegância de sua cintura. Não parecia ser muito alta, talvez até mais baixa que eu. Os seus cabelos eram longos, ondulados, com madeixas douradas. Os lábios eram rosados, carnudos, apetecíveis. A pele era de uma tonalidade clara e eu não precisava tocá-la para saber que era macia. De certeza, aquela garota era a mais bonita daquela sala. Sem sombra de dúvida. Porém quando encarei seus olhos, tive a sensação que o mundo parou. Eles também me encaravam, para minha surpresa, e eram de um azul intenso, divino. De uma cor inexplicável. Naquele momento eu soube que a conhecia. Não importava de onde ou porquê, mais eu a conhecia. Era tão certo. Eu… Eu me lembrava daqueles olhos. Não me poderia esquecer deles. Eram tão sinceros, tão vulneráveis, tão meigos. Tão irreais. E ainda diziam que perfeição não existia. Não sei quanto tempo os meus olhos ficaram acorrentados àquele mundo azul inquebrável. Não consigo explicar as variadas sensações que percorreram o meu corpo naquela simples troca de olhares. Que de simples não tinha nada. Era como se eu a conhecesse melhor que ninguém, sem ao menos saber o seu nome completo. Era como se toda ela me atraísse. Era como se nós já tivéssemos trocado algo realmente importante e maravilhoso, e eu apenas não conseguia lembrar o que era.

No entanto, ela desviou de meu olhar, rapidamente de mais, ao ouvir a voz de Peter que até a mim me sobressaltou.

--Você está atrasada. – ele disse, se pondo ao lado dela. A garota encarou o chão e disse:

--Eu sei.

O meu coração deu um pulo. Aquela voz! Não havia igual. Era calma, doce. Me fazia lembrar a primavera. A minha casa. Statford. Ela me fazia lembrar meus tempos de garotinho onde eu apenas me preocupava em me divertir com meus amigos e não levar bronca da professora. Era isso que aquela voz me fazia lembrar. Felicidade. Como uma melodia. Merda! Eu conhecia aquela voz! Mais de onde?! De onde? Pensa Justin. Você já sabe que a conhece, agora pensa. De onde você conhece?

Fiquei pensando. Eu ia encontrar respostas para aquelas perguntas. Eu ia descobrir quem era Kensie e onde eu a tinha visto. Nem que para isso, tivesse que lhe perguntar.

-Kensie-

Eu tinha a plena noção de que quando o visse algo aconteceria. Mas não sabia que ia ser assim. Com essa intensidade. Quando entrei pela porta sabia que ele estava dentro da sala. O que só me deixou mais nervosa. Tentei me focar para não percorrer o espaço buscando os olhos dele. Tentei me mentalizar que ele não deveria estar diferente. Tentei me enganar, dizendo que não o queria ver e que ele nada significava para mim. Porém foi inevitável. Mal entrei, meus olhos foram logo atraídos para ele. Como um íman. Como uma necessidade. E, com demasiada rapidez, o mirei, absorvendo cada detalhe. Nos pés, supras roxas. O meu olhar foi subindo para cima. Calças jeans semi-justas, que lhe assentava extremamente bem. Sorvi ar. Uma t-shirt branca, simples, justa, que definia o tamanho dos ombros. Os óculos de sol, pretos, estavam presos na gola da t-shirt, caídos naturalmente. Sexy. Meu coração pulava e tinha medo que mais alguém ouvisse. Que ele ouvisse. O meu olhar continuava subindo. Passei pelo pescoço, e uma vontade súbita de lhe fazer cócegas me percorreu. Os meus olhos continuavam com a sua jornada. O queixo saliente. Os lábios rosados. Carnudos. Convidativos. O nariz perfeito. Até que cheguei aos olhos, que já me encaravam. Nunca esperei por aquilo. Por aquelas sensações. As minhas pernas se tentavam a não carregar com meu peso, o sangue corria demasiado rápido em minhas veias, e eu esquecera de respirar. Porém, isso não era um problema. Eu não estava para aí virada. O mundo podia desabar, eu podia estar correndo perigo de morte, que não estaria ligando. Aqueles olhos estavam tal e quais aos que eu me lembrava. Doces, meigos, quentes. Aqueles olhos cor-de-mel, com que eu sonhara. Aqueles olhos cor-de-mel que eu desejara. Tudo estava fora do sítio. Me sentia tentada a tocá-lo naquele momento. Quase que podia ver a alma dele por aquele túnel infinito, de uma cor brilhante, apelativa. Poderia ficar a vida toda olhando para ele. E ainda diziam que a perfeição não existia.

Rapidamente de mais para o meu gosto, me libertei da ligação que me agarrava a ele, daquela força incontrolável, quando ouvi a voz grave de meu pai, bem perto de mim.

--Você está atrasada.

Olhei para o chão de madeira, encarando minhas all-stars pretas, reparando que os cadaços estavam mal atados. Mexi os pés nervosamente, arranjando força para aceitar o que acontecera minutos a trás. Um pequeno sorriso surgiu nos meus lábios. Ele estava mesmo ali. E estava ainda mais lindo do que eu me lembrava. Tinha mudado, tal como eu. Mas aqueles olhos, continuavam os mesmos.

“Eu juro, que nós nos vamos voltar a ver, nem que seja para lembrar desse dia…”

As palavras que ele me dissera numa altura em que eu ainda era pequena e não sabia nada sobre a vida, martelavam na minha mente. Suspirei, abanando a minha cabeça. Queria que aquele pensamento fugisse bem rápido. O mais provável era ele nem lembrar de mim. E isso me transtornava, me magoava, mais do que eu queria admitir. Mais do que eu deveria deixar.

No entanto, eu tinha que lutar contra todos os meus pensamentos escuros e menos certos e contra todos aqueles que me atraiam para aquela tarde em que eu senti seus lábios sobre os meus, porque naquela altura eu tinha um papel a desempenhar. O papel de Kensie Newton, a modelo. Aquela garota sociável que deixa toda a gente à vontade e está sempre sorrindo e brincando. Aquela garota que ninguém derruba. Aquela garota que é decidida, sabe o que quer e com uma grande auto-estima. A garota perfeita.

--Eu sei. – respondi, com uma voz calma. Depois encarei meu pai. Ele estava chateado. Me olhava de perto. Uma distância de duas mãos nos separava. Para o olhar nos olhos, eu precisava levantar o pescoço ligeiramente, uma vez que ele era mais alto que eu. Tinha o sobrolho erguido, e os olhos azuis me fitavam. Normal. Porém a culpa do atraso não tinha sido minha. Ok, não inteiramente. As Beliebers também me ajudaram. E o sono. E o taxista. E o celular, que não me acordou. Um conjunto de fatores tinha permitido que eu só chegasse ali, naquela hora, atrasada.

--Já tínhamos falado sobre esse assunto.  – ele disse, ainda me encarando. O descontentamento era notável na sua voz. E vinha em direcção a mim.

 O encarei com um sorriso nos lábios, bem no fundo dos seus olhos azuis. Não queria que ele me desse uma bronca e não queria ficar zangada com meu pai. Nossa relação era ótima e nos compreendíamos, até o ponto em que minha farsa acabava. E também não conseguia ficar irritada naquele momento. Não só por ele estar ali, mas por já ter entrado no meu papel, e o estar desempenhando. Imaginei como devia estar Isabela. Na loucura, tentando não gritar. Ela é ainda mais louca que Cassie. Sabe sempre as notícias todas, as fofocas todas sobre ele. E isso deve ser agoniante. Se eu, já fico preocupada com o fato de todo mundo saber o meu nome e me reconhecer, então se tivesse pessoas que sabiam a minha vida pedacinho por pedacinho, dava em doida. Não aguentaria. A pressão para fingir ser alguém que não sou, seria ainda maior e, de certeza, que a máscara caíria. Olhei para ela pelo canto do olho. Do sítio onde eu estava, só a conseguia ver de costas, porém ela também me encarava, de lado na cadeira azul-escura. E os seus olhos brilhavam de emoção. Eu sabia que ela estava radiante. Super contente.

--Eu quase foi morta lá fora. Devia estar contente por eu ter chagado. – disse, com um tom brincalhão, voltando a olhar meu pai. Eu realmente esperava que papai entrasse na brincadeira e me desculpasse dessa vez. Ele sabia que eu não fazia de propósito. Da última vez, tinha sido o taxista que se enganara no caminho. Dessa vez, a história é maior, mas o resultado era o mesmo.

Ele sorriu, reconhecendo que eu estava brincando. Pelo sorriso, notei que ele me desculpara e que, provavelmente, falaríamos mais tarde. Não que eu me importasse. Papai, era das poucas pessoas que me fazia sentir bem. Ou melhor daquilo que eu me sentia normalmente. Ele realmente se preocupava comigo.

--Morta? – ele riu, divertido. Eu sabia que o dia dele não tinha sido fácil. Provavelmente deveria ter acordado cedo e ter que tratar de um monte de coisas para estarmos aqui. Porém, ele não se queixava. O que não quer dizer que ele não estivesse cansado. E eu sei que, ao chegar a casa, ele ainda ia ter que aturar um escândalo de Sindy, ou um choro de Cassie. Então eu tento colaborar o mais possível e acho que ele sabe disso. Por isso nesses momentos, justamente na empresa, lançávamos piadas para o ar, com o objectivo de nos rirmos um pouco, esquecermos os nossos problemas. E Peter Newton, nunca foi um homem sério. - Quem te queria matar, monstros? – ele perguntou com os olhos brilhando, entrando na brincadeira.

Eu sorri, mostrando todos os dentes. Meu coração ainda pulava só de saber que Justin continuava ali, respirando o mesmo ar que eu. Talvez, olhando para mim. Me afastei de papai, com rumo até à janela que deixava os raios de sol iluminaram a sala. Ouvia os meus paços no chão, ritmados, decididos. Isabela, Clara e Ju, sussurravam baixinho. Provavelmente comentavam alguma coisa. E Deus queira que não fosse sobre mim. Sobre algo que estava errado comigo. Ainda não tinha ouvido a voz de Justin. Mas iria ouvi-la. Eu queria ouvi-la. Será que estava diferente? Isso era óbvio mas… era como nas canções? Era grave, aguda? Pus a mão no trinco da janela e cliquei, soltando-o. A janela se abriu para cima, deixando os gritos entrarem. Preencheram todo aquele amplo espaço. Estávamos no terceiro andar, mas nem isso fazia com que o barulho das fãs dele diminuísse. Ok, eu tinha que admitir. Elas o amavam. E eram loucas. Encarei meu pai. Estava com a boca aberta, obviamente espantado. Ainda não sabia que elas estavam lá em baixo. Nem deveria saber quantas elas eram, ou as consequências da presença delas ali. Sorri, vitoriosa. Depois, não pude evitar e meus olhos fugiram até Justin, que tinha um sorriso bobo no rosto. Bobo mas encantador. Os seus lábios rosados deixavam a dentadura branca e perfeitamente alinhada à mostra. Querido. Ele deveria saber que elas estavam lá fora. Que elas o seguiam para todo lado. Ele também me fitou e o sorriso abriu ainda mais. Tentei não pensar nas consequências que aquele simples gesto causava no meu corpo. Era embaraçoso. Sorri também, o olhando, mais uma vez observando o que tinha mudado nele. Quer eu quisesse quer não, as diferenças estavam lá. O cabelo estava mais escuro e comprido, formando aquela franja; os olhos, apesar de serem os mesmos tinham ganho mais vida; os lábios se tornado mais carnudos; os dentes brancos…

 --Elas estão lá fora? – Papai perguntou, me despertando pela segunda vez, em menos de meia-hora. Me virei para ele. Tinha fechado a janela, para que barulho deixasse de se ouvir e estava à minha frente, ainda um pouco surpreso, com os braços cruzados.

Acenei com a cabeça em sinal afirmativo. Achei por bem também dizer o que a presença delas tinha causado e que a secretária tinha tomado providências para a segurança, não só de Justin, mas também nossa, que não queríamos ser atacados e devorados por garotas.

--O trânsito foi cortado e as portas da firma estão trancadas para elas não subirem. – revelei, olhando para as minhas unhas pintadas de rosa, apenas por hábito.

--Como você entrou? – ele perguntou, com o sobrolho erguido. Devia estar curioso.

--Passei por elas. – respondi com um sorriso. As outras garotas que até então cochichavam sobre não sei o quê, pararam de conversar e nos olharam.

--Isso explica o porque de ser cabelo estar horrível. – disse Juliana, num tom provocativo. Ela gostava de me provocar. E às vezes, brincava comigo e com a minha aparência. Também exagerava algumas atitudes minhas para tirar da minha cara. Nossa amizade era assim. Eu fazia o mesmo com ela. E era divertido. O problema era que Ju, não sabia que eu ficava pensando sobre o que ela dizia há noite. Pensando se eu realmente agia assim, e me sentia magoada por vezes. Porém, nunca lhe iria dizer. Só MJ é que me conhecia como eu sou. E mesmo assim, não sabia tudo. Eu continuava escondendo coisas dela e também sabia que ela escondia coisas de mim. MJ, era uma outra amiga minha – talvez o mais próximo que eu tinha de uma melhor amiga – que eu tinha conhecido na escola. Sempre que eu conseguia estava com ela. A companhia dela me fazia bem. E eu podia fazer o que quisesse, falar o que quisesse que ela não me ia julgar. Talvez fosse essa a principal diferença entre Ju e MJ. Com Ju, eu não sabia até que ponto ela me compreendia e poderia desabafar com ela. E com MJ, eu sabia que ela também tinha problemas, e que me adorava, o que nos tornava ainda mais próximas.

 Olhei para Ju, que estava com seu sorriso brincalhão no rosto. Levei as mãos ao meu cabelo, verificando se estava tudo bem. Depois, dei uma mexidinha, nas pontas, com o objectivo de ele ficar como eu gosto e sorri.

--Os paparazzis gostam. – retorqui. E era verdade. Desde a minha festa de quinze anos que tive que passar a ter mais cuidado com a mídia. Não que me perseguissem, porque eu era só uma modelo. Mas era “popular” de certa forma. Coisa que não gostava. Porque isso, fazia as pessoas me julgarem, dizendo que eu era fútil, quando, nem a minha história sabiam. Tive que ter mais cuidado com o que vestia, com o que falava e andar sempre preparada para qualquer ocasião.

Elas riram e Justin sorriu, o que me deixou descontrolada, mais uma vez. Papai sorriu também, mas fez um sorriso carinhoso. Ele sabia que, por mais que eu estivesse fazendo graça do assunto, aquilo me incomodava ligeiramente.

--Acho que você deveria ir resolver a situação lá em baixo. – sugeri. Papai, sempre fica responsável de tratar desses imprevistos. Ele é um dos fundadores da empresa. Tem o chefe acima dele, mas esse só é contactado em emergências. E como a firma é grande, geralmente quando alguém precisa de algo, chama o meu pai. Ele gosta de ajudar as pessoas, mas às vezes, penso que ele devia dizer “não” a certos pedidos. Se conseguisse. Mas ele não consegue. Nem é orgulho, é pôr a felicidade dos outros primeiro. Ficar contente por eles.

Ele assentiu, concordando comigo. Depois, se virou para os restantes na sala e disse:

--Eu tenho que ir lá em baixo, resolver umas coisas. Scoot poderia vir comigo, por favor? – ele perguntou, se dirigindo ao homem que estava do lado de Justin, mexendo no celular. Tinha cabelos escuros e olhos da mesma cor. Eu nem tinha reparado que ele estava ali. Deveria ser o empresário de Justin ou algo assim. O homem encarou meu pai e rapidamente guardou o celular no bolso. Antes de se levantar, ele perguntou a Justin:

--Você fica bem aqui, né moleque?

Eu ri e Justin sorriu, revirando os olhos. Ele ficou fofo fazendo isso. Acho que aquele gesto deu a Scoot a resposta que ele precisava. Se levantou e seguiu até Peter. Os dois caminharam até à porta e saíram.

Eu suspirei e me sentei na minha cadeira de frente para Justin. Só naquele momento é que reparei que nem o tinha cumprimentado. Olhei para ele com um sorriso. Ele também sorriu, deixando duas covinhas à mostra. O sangue em minhas veias voltou a correr rápido de mais.

--Oi sou a Kensie. – disse, me apresentando a ele, pondo uma mecha de meu cabelo atrás de meu cabelo. Será que ele se lembra? Será? Será?

--Sou o Justin.  – ele disse com um sorriso, jogando o cabelo para o lado.

Por momentos, milésimos se segundos, eu fiquei sem ar. A voz dele era suave e estranhamente boa. Diferente. Não como eu tinha pensado que era. Tinha um toque de masculinidade mas era doce de se ouvir. Agradável.  Outra característica que também tinha mudado. Depois acordei de meu transe.  Sentindo uma dor no peito. Ele não se lembrava. A decepção se abraçava em mim. Eu tinha-me iludido. Ele não se lembrava de mim. Ainda não tinha a certeza, mas se ele se lembrasse tinha dito, algo diferente certo? A minha vista quis ficar embaçada. Lágrimas de tristeza queriam escorrer do meu rosto. Porém eu estava no meio de uma representação. E, você não pode interromper uma peça de teatro devido a uma emoção ou uma ideia. Porque a peça tem um guião. E se você quebrar o guião, pode estragar tudo. Tratei de engolir as lágrimas com os olhos e sorri, mostrando os meus dentes.

--É, eu sei. – disse com pouco interesse -  Ela fala muito de você. – apontei para a Isabela que rapidamente corou mas começou a rir. Ele também riu. Depois me ocorreu se elas já tinham falado com ele. E se já se tinham apresentado. Olhei para as minhas amigas, que estavam sentados, sorrindo e até cochichando e lhes perguntei:

--Vocês já fizeram a apresentação, e disseram o que gostavam e o que não gostavam? – Nós geralmente costumávamos fazer isso quando famosos nos eram apresentados. Era uma maneira que eles tinham de ficar sabendo um pouco mais sobre nós.

Elas acenaram com a cabeça, com sorrisos. Droga! Agora seria só eu a falar.

--Humm… tá. Então só falto eu mesmo. – sorri, olhando para minhas mãos e brincando com elas, unidas. Ok, então eu tinha que dizer algo que gostasse e algo que não gostasse e dizer a minha idade. Como sempre, opto pelo mais fácil – Então, tenho quinze anos - vi surpresa em seus olhos, o que só provava, mais uma vez que ele não se recordava de mim. Kensie, depois… Sorri, mas queria fazer o contrário. Coisas que gosto? Garotos que usam supras roxos. Garotos loiros. Garotos que usam óculos escuros. Kensie! Pára com isso. Suspirei. Aquilo não era normal. Nenhum garoto tinha me feito sentir como ele estava me fazendo sentir. Talvez por ele ser ele. Tentei pensar em pessoas e de coisas que eu gosto nelas. Virtudes.  – Gosto de estar com as pessoas que gostam de mim e não gosto de pessoas que julgam os outros sem os conheceram. – disse. Era verdade. Amava estar com pessoas que sabia que apenas queriam o meu bem. Me sentia menos inútil ao pé delas. Como MJ e o meu pai. A reciprocidade, também era uma das virtudes que eu procurava nas pessoas. Se eu as tratava bem, gostava que elas me tratassem bem. E no entanto, odiava aqueles que me julgavam. Aqueles que me xingavam sem me conhecer verdadeiramente. Aqueles que tinham o poder de estragar o meu dia e de puxar a minha auto-estima mais para baixo. Como a minha mãe.  – E você? – perguntei olhando directamente para Justin, que tinha os olhos em mim e prestava atenção àquilo que eu fazia, tentando bloquear todas as emoções associadas a esse último pensamento.

Justin ficou ligeiramente admirado com minha pergunta. Porém eu não liguei. Ele olhou para as mãos dele, brincando com elas, como eu tinha feito à pouco. Devia estar decidindo o que escolher.

--Gosto de … - ele riu sozinho – pessoas que me fazem feliz e – ele coçou a cabeça, um pouco atrapalhado - não gosto que me digam o que devo fazer. – ele sorriu, maliciosamente para suas mãos e depois olhou para mim.

Sorri evitando os pensamentos que queriam à força entrar em minha cabeça ao ver aquele sorriso. Depois das apresentações feitas, começámos a falar. Os adultos já não estavam presentes então começamos batendo papo, sobre tudo e mais um pouco. Era divertido. Nos tornava adolescentes ligeiramente mais normais. Porque, honestamente, ninguém naquela sala tinha uma vida perfeita. Podíamos ter cumprido alguns objectivos e estar vivendo sonhos mas havia sempre um mas. Havia sempre algo dando errado. Ríamos das babuzeiras que Justin falava e aos poucos todos íamos ficando mais à vontade. A conversa estava interessante até que ouvimos a porta se abrir. Todos olhámos e sentimos uma rajada de vento, entrar.

Papai e Scooter vieram ao nosso encontro.

--Então? Resolveram o problema? – perguntei, interessada.

Eles sorriram. Os dois se dirigiram para ao pé de Justin e se sentaram nas duas cadeiras que estavam de frente para nós. Eles suspiraram. Deveriam ter estado a falar de normas e a falar com diversas pessoas no celular.

--Sim, os monstrinhos foram exterminados. – Scooter disse e eu ri, assim como papai e Ju. No entanto Justin não achou muita piada, uma vez que semicerrou os olhos e olhou para Scooter, que o encarou.

--Não gosto que fale assim das minhas Beliebers. – ele disse, fingindo uma cara de zangado, fazendo uma voz forçada. Eu ri. A voz dele ficava um tanto estranha e parecia aqueles homens gordos com bigode falando. Mas na realidade ele não deveria mesmo gostar. Eu tinha reparado a adoração que ele tinha por Isabela e achei a maior fofura. Era como se, algo acontecesse com ela, ou com qualquer outra fã dele, ele quisesse matar o coitado do culpado. Scooter sorriu.

--Ok, Bieber desculpa. – Olhou para mim, me mirou de alto a baixo, continuando a sorrir – Sou o Scooter, empresário de Justin – ele se apresentou exclusivamente para mim, uma vez que elas já o deviam conhecer.

--Oi – disse – sou a Kensie. – com um sorriso. Depois retomámos a conversa e os adultos se juntaram. Papai aproveitou para falar sobre algumas regras e deu a notícia que Justin ia fazer a sessão connosco. Ju perguntou se só com uma ou se com todas. Já Scooter disse que eles ainda não tinham pensado sobre o assunto. Continuei atenta a tudo o que diziam, e, interiormente, pedia para que aquela tarde nunca mais acabasse. Por que ali, eu estava me sentindo inteiramente bem.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Não ficou tão bom como eu queria que ficasse e podem reclamar da maneira como eles se (re)encontraram.
Como é, continuo ou não?
E mais uma vez desculpem pela demora. Já agora, se lembram da competição que eu falei? Correu horrivelmente mal kkkk.
Bem, beijinhos LittleAngels e me digam se gostaram do vosso nome ou se preferem outro.
E hoje vi o Never Say Never. cara o Justin é lindo e é meu, okay? E queria que imaginassem esse Justin de 16 anos aqui na fic, pode ser?
(:
Vos amo ♥



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