-- Esse
lugar precisa urgente de um novo decorador, todos esses quadros me dão
arrepios, parece que eu estou em um péssimo filme de horror. – Kurt disse
enquanto seguia acompanhando Blaine pelos corredores de acesso

            -- Concordo plenamente, mas não se
preocupe, os fantasmas daqui só costumam sair de suas tumbas à noite. – Blaine disse dando um
sorriso, observou a cara de Kurt mudar de expressão e logo emendou. – Oh! Não me diga que tem medo de fantasmas?
Kurt, eu só estava brincando.

            Kurt
olhou para Blaine o encarando por alguns segundos, para depois abrir um largo
sorriso. – Tudo bem Blaine, eu não
acredito em fantasmas!

            Blaine
olhou atentamente para aqueles enormes olhos azuis, que segredos esse garoto
escondia? E Deus, porque ele tinha que ser tão bonito! Era impossível não se
encantar por sua pele de porcelana e seus lábios, pareciam simplesmente serem
deliciosos de se provar. – Você fica
ainda mais bonito quando sorri! –

            Kurt
parou de sorrir neste exato momento, ele não estava acostumado a elogios de
meninos. Seria possível?

-- Oh,
me desculpe! Sei que fui muito indelicado agora, por favor me perdoe. – Blaine dizia
visivelmente envergonhado da burrada que fisera.

-- Está
tu... tudo bem. Blaine eu posso te fazer uma pergunta? – Seria agora que Kurt
iria tirar a sua dúvida afinal, o seu pai escolheu essa escola a dedo para
mantê-lo seguro de novas agressões.

--
Claro! O que quer saber? – Era possível sentir a mistura de aflição e curiosidade
nas palavras de Blaine.

-- São
todos nesta escola gays? – Kurt assistiu a expressão do rosto de Blaine mudar, e
este soltar uma gargalhada.

--
Desculpe de novo Kurt, mas foi impossível não rir. Nunca ouvi falar de um
escola somente para gays se bem que seria uma maravilha, mas não, nem todos desta
escola são gays. Com exceção de mim e mais uns quatro alunos talvez, a maioria
tem namorada e as visita nos finais de semana. A Dalton é diferente porque
temos aqui uma política de tolerância zero a agressões, ninguém é maltratado ou
ridicularizado por sua aparência, todos são tratados iguais. – Blaine dizia tudo da
maneira mais simples, observando a expressão no rosto de Kurt mudar de forma
enigmática.

            Kurt
respirou fundo enquanto ouvia o discurso do outro, uma mistura de alívio e
decepção, mas talvez fosse bom viver em lugar diferente. – Eu fico muito feliz em estudar em uma escola, onde um lápis é usado
apenas para escrever e não, como uma arma mortal.

--
Senhor coelho! – Kurt
e Blaine foram interrompidos por uma estrondosa gritaria, no final do corredor,
dois rapazes de uniformes escolares corriam na direção deles.

--
Então é por isso que você está atrasado? – Disse um asiático olhando diretamente
para Kurt, logo estendeu a mão acompanhada de um sorriso no rosto. – Olá, meu nome é Wes. ­– Kurt logo
apertou a sua mão retribuindo ao gesto.

--
Senhor coelho ela é linda! – Um rapaz negro dizia afastando Wes de perto
de Kurt, para apertar-lhe entre os braços. –
É muito bom finalmente conhece-la Alice, o meu nome é David... BLAINEEEEE, ela
tem cheiro de cerejas! – David continuava apertando Kurt enquanto gritava
para que Blaine o ouvisse. Este por sua vez separou imediatamente os braços de
David do corpo assustado de Kurt.

-- É um
prazer conhece-los, mas o meu nome não é Alice! Me chamo Kurt e isso seria
impossível pois, eu sou um GAROTO! – Kurt dizia olhando assustado para David, este
continuava sorrindo de volta.

--
Garotos vocês estão assustando o Kurt! Eu sinto muito por isso, Wes e David,
logo você aprende a amá-los. – Blaine dizia olhando para Kurt com o intuito
de acalmá-lo.

-- Me
desculpe por isso Alice, mas estávamos esperando por você há tanto tempo. – Wes falou
abaixando a cabeça, ele havia ficado muito empolgado com a presença de Kurt.

-- Tudo
bem David, você pode me chamar de Alice, mas tente não me apertar tanto da
próxima vez. – Kurt
respondeu tentando parecer gentil, na verdade tinha gostado de David, de alguma
forma ele lhe lembrava a sua amiga Britany.

-- Ok
garotos, mas temos que correr. Você está incrivelmente atrasado para o ensaio
Senhor Coelho. ­–
Wes afirmou olhando para Blaine, tinham prática na sala do coro e todos estavam
apenas esperando por ele.

-- Oh
Deus me desculpe Wes, acho que perdi a noção da hora conversando... Kurt
gostaria de assistir aos artistas desta escolha? – Blaine dizia olhando
para Kurt, ele tinha a péssima mania de sempre sorrir e piscar com o olho
esquerdo, quando estava animando com alguma coisa.

            Kurt
olhou para todos em volta, como se estivesse pedindo permissão para fazê-lo. Ao
receber um olhar incentivador de Wes e um largo sorriso de David, olhou
intensamente para Blaine e disse: -- Eu
adoraria!

            Os
quatro entraram em uma sala muito bem decorada, a mobília antiga e clássica,
tornava o lugar familiar e muito aconchegante. Blaine apontou gentilmente para
o sofá, e Kurt sentou-se nele maravilhado com todos ao redor. Logo Blaine tomou
posição e começaram a cantar uma música à capela.

Before you met me I was allright but

Things were kinda heavy, you brought me to life,

now every february you'll be my valentine, valentine

Let's go all the way
tonight,

No regrets, just love

We can dance until we die,

you and I, we'll be young forever

You make me feel like I'm
living a Teenage dream

The way you turn me on

I can't sleep Let's run away and

Don't ever look back, don't ever, look back

My heart stops when you
look at me,

Just one touch now baby I believe

This is real so take a chance and

Don't ever look back, don't ever look back

            Kurt assistia a
tudo totalmente encantado, eles eram bons, eles eram realmente bons, e Blaine
cantando parecia um sonho. Durante todo o desempenho do grupo, ele quis fingir
que apenas dessa vez, um lindo garoto estava cantando para ele, uma música
romântica. O que Kurt não sabia, era que isto não seria totalmente uma mentira.