"Querida Mad, antes de tudo, quero pedir que não fique preocupada. Apenas leia com atenção e peça para Marg ler também. Nós estamos com alguns problemas relacionados a vovó e precisamos que vocês venham para cá o mais rápido possível. Fique bem. Com amor, titia Claire."

Assim que terminei de ler aquele e-mail, senti um nó na garganta e uma vontade imensa de chorar. Corri chamar Marg e assim que ela leu, pareceu preocupada, e foi imediatamente ligar para o aeroporto e comprar nossas passagens. Vovó morava em Miami, Estados Unidos.

– Marg, o que está acontecendo? - perguntei, insegura e preocupada.

– Nada, minha querida. Eu apenas quis garantir nossas passagens rápido. - ela tentou sorrir. - Agora, ligue para Niall e pergunte se ele pode dormir aqui essa noite. Eu precisarei sair para resolver umas coisas e só volto pela manhã, não quero que fique sozinha. - falou. Espere, Niall, dormir aqui? Somente eu e ele? Senti um frio na barriga.

– Talvez seja melhor eu dormir lá. - falei e ela apenas fez que sim com a cabeça e saiu, levando sua bolsa e uma pasta com alguns papéis.

Eu já tinha o número de Niall, depois que ele pegou meu celular escondido, tirou uma foto de si mesmo e salvou o número do celular dele ali. Ah, Niall. Na foto, ele fazia uma careta, daquelas fofas e engraçadas ao mesmo tempo. Ele conseguia me fazer sorrir igual uma boba, sempre. E eu gostava disso. Eu me sentia feliz ao seu lado.

"Alô?"

"Niall? Hm, oi, é a Mad. Será que eu posso pedir uma coisa?"

"É claro, Mad. O que é?"

"Aconteceram umas coisas estranhas e bem, Marg terá de sair e eu não posso passar a noite sozinha aqui. Será que eu podia dormir aí?"

"É claro que sim!"

"Obrigada, chego em alguns minutos."

Desliguei o telefone e tudo que conseguia sentir era vergonha, e medo de que algo grave estivesse acontecendo e ninguém quisesse me contar. Coloquei algumas coisas em uma bolsa e então fui para a casa dos meninos, a pé. Era perto, ainda estava claro, não tinha porque eu pedir que ele me buscasse de carro. Em pouco tempo já estava lá, sentada na cozinha, conversando com todos.

– Mas então Mad, agora explica o que aconteceu. - Harry falava confuso.

– Nem eu sei. Recebi um e-mail hoje, da minha tia, dizendo algo sobre problemas com minha vó e que eu e Marg precisamos ir para lá o mais rápido possível. - parei, respirei e continuei. - Marg já comprou nossas passagens, vamos amanhã. E ela saiu, sem me avisar nada.

– Espera, passagens? Sua vó não mora em Londres? - perguntou Niall, um pouco desesperado.

– Não. Ela mora nos Estados Unidos. - falei baixo, notando sua cara de preocupação.

– Acho melhor a gente ir pra sala. - disse Louis, olhando para Harry, Zayn e Liam que logo saíram e nos deixaram sozinhos ali.

Encarei Niall por alguns segundos, me sentindo mal por fazer com que ele ficasse daquele jeito. Assim que eu disse onde vovó morava,os olhos dele se encheram de lágrimas, então ele olhou para baixo, tentando me impedir de ver aquela cena. Me aproximei dele.

– Ei... - falei, segurando uma de suas mãos.

– Mad, você não entende. - começou. - Nós ficamos longe por uma semana e eu quase morri de tanta saudade. E agora você me diz que precisa ir até os Estados Unidos amanhã? - disse, com voz de choro.

– Talvez, você possa vir comigo. - falei, dando um abraço nele e percebendo um sorriso aparecer em seu rosto. - E, vovó mora quase em frente a praia, acho que você vai gostar da praia. - tentei sorrir.

Niall gostou da ideia e disse que iria, já que eles só teriam show de novo na semana seguinte. Liguei para Marg perguntando o que ela achava e ela deixou, disse que seria bom para mim. Ele ligou para o aeroporto e comprou sua passagem.

– Vai me abandonar, bonitão? - brincou Louis, tentando fazer um olhar charmoso.

– Acho que sim, Lou. - começou Harry. - Mas eu ainda estou aqui. Podemos nos divertir. - falou, dando um beijo na bochecha de Louis. Eu comecei a rir igual uma boba depois daquilo, eles eram tão engraçados e doidos.

Nós seis passamos o resto da tarde jogando video game e de noite, comemos pizza. Todos foram dormir e dessa vez eu exigi dormir no sofá. Não queria Niall dormindo ali por minha causa mais uma vez; ele teimou, mas no fim cedeu. E eu estava sem sono, por isso a televisão seria um bom jeito de passar o tempo. Mudei os canais até parar em um canal de música, assistindo a um clipe deles alguns minutos depois.

[...]

– Niall, Mad, corram ou vamos perder o avião. - dizia Marg, nos apressando já na manhã seguinte.

– Tudo bem, só preciso encontrar meu celular. - respondi, revirando o sofá e no fim o encontrando.

Nos despedimos dos garotos e então fomos para o aeroporto. Niall usava um boné preto e óculos escuros, para tentar despistar supostos fotógrafos ou fãs. A viagem demoraria um pouco, por isso, resolvi dormir. Eu estava com sono porque ainda era cedo.

– Mad, acorde. - Niall me cutucava. Nós tinhamos chegado.

Pegamos um taxi e fomos até a casa da vovó. Ou mansão, devo dizer. Entrei correndo, gritando por seu nome mas não a encontrei. As coisas ficaram ainda mais estranhas quando tia Claire olhou para Marg com uma cara nada feliz. Minha tia levou Niall e eu até o quarto de hospedes e pediu que ficássemos lá, mas eu não obedeci, senti que tinha de procurar por informações. Onde estaria minha vó, afinal?

– O que os médicos disseram? - perguntava Marg, toda preocupada.

– Ela volta para casa hoje, mas eles acham que não vai demorar muito até... - tia Claire fez uma pausa. - Bem, você sabe. - então olhou para baixo.

– Mad ainda não sabe dessa doença. - Marg falou, pensativa. - Eu não tive coragem de contar, e não sei se sua mãe iria gostar. - afirmou.

– Ah, dona Ivie. Sempre querendo parecer bem e esconder essa doença. - começou a falar da vovó. - Eu tenho medo de ter chegado a hora.

Depois disso, tia Claire abraçou Marg e percebi as duas chorando. Achei tudo muito estranho e tive uma sensação ruim. Que doença seria essa? E, minha vó? Mas ela sempre dizia estar tudo bem quando eu ligava para ela.

Fomos dormir cedo naquele dia, estávamos todos muito cansados da viagem. Mas eu custei a dormir porque uma coisa me preocupava. Depois de ouvir aquela conversa, só de pensar em minha vó, eu chorava.