Senti que meu coração queria pular para fora do meu corpo, meu batimento cardíaco estava aceleradíssimo. Fechei os olhos e respirei fundo quando ouvi Magali chamar pelo meu nome, mas hesitei ao sair do quarto, pois estava tremendo sem parar.

- Vem Mô! Era só uma brincadeira idiota dos meninos. - Sua voz ecoou pelo corredor.

Tratei de arrumar meu cabelo que estava bagunçado e dei um jeito em minha roupas amassadas. Notei que todos já estavam na sala quando desci correndo até lá. Olhei através da janela e percebi ainda estar chovendo - parecia que o céu iria cair. Corri com os olhos por todos os meus amigos. Cascão, Quinzo, Franja, Xaveco e Cebola, molhavam o sofá com as suas roupas enxarcadas pela água gelada que despejava das nuvens, lá fora. Ao fitar meu melhor amigo com os meus olhos castanhos, percebi que ele ainda repirava ofegante. Logo ele me olhou também e rolei os olhos para o chão, tentando esconder meu rosto encabulado.

- Acho que não vai parar de chover não... - Magali me olhava enquanto falava.

Sinceramente eu não sabia o que eu tinha a ver com aquilo e continuei a olhar o chão, segurando o queixo. Senti meus olhos começarem a pesar em meu rosto, pois estava começando a ficar com sono. Olhei para o relógio que estava pendurado na parede da sala e vi que já eram duas horas da manhã e ainda estávamos todos acordados.

- O que vocês estão fazendo aqui, queridos? - Denise tocou no assunto que eu esperava que alguém falasse logo.

- Ficamos sabendo da noite das garotas que vocês íam ter aqui na casa da Magali e resolvemos vir assustá-las, mas o apagão não foi idéia nossa. - Cascão dizia enquanto acariciava as mãos da Cascuda que se encontrava ao lado do namorado no sofá.

- Fiquem sabendo que não gostamos de nada disso! - Marina contrariou, irritada.

Franja, tentando acalmar a amada, a abraçou e lhe deu um selinho na bochecha. Logo ela esqueceu do ocorrido de minutos atrás e se sentou ao lado dele. Denise se acomodou no colo de Xaveco, que contornou seus braços ao redor da garota ruiva. Será que eles estavam ficando e eu não sabia de nada? Não liguei, apenas cruzei os braços, apertando-os contra meu peito.

Notei estar com a roupa molhada, que ficou assim depois daquele amasso lá no quarto durante o apagão. Tentei esconder as manchas de água no pijama. Percebi ser a única das minhas amigas sem alguém para ficar. Cebola me entregava um olhar sensual e enlouquecedor, me deixando louca. Mordi meus lábios inferiores, minha respiração voltou a ofegar e meu coração a acelerar.

- Por que não ficam aqui na minha casa por hoje? Está chovendo e tá tarde. - Joguei um olhar assassino para Magali.

Todos concordaram e subiram tomar um banho para se esquentarem e se limparem. Minha melhor amiga sentou-se ao meu lado, olhando minha roupa, enquanto falava sobre o susto que havia levado hoje à noite. Ela poderia não saber, mas hoje foi o pior dia da minha vida. Eu queria ter recebido um beijo dele, só que não assim, desse jeito. Depois dizem que beijo roubado é bom - não para mim.

- Que foi Mô? - Sinceramente não queria que ela me perguntasse isso.

- Nada. - Respondi monotonamente, olhando para baixo.

- Te conheço melhor do que ninguém, amiga.

- O Cebolinha me beijou durante o apagão, tá feliz? - Tentei não berrar.

Seus olhos se arregalaram. Eu havia gritado com ela daquele jeito novamente. Não queria isso, pois a coitada não tinha culpa de nada do que tinha acontecido e não merecia ser tratada assim, com tanto ódio, que eu estava guardando desde o dia da festa da Carmem.

- Desculpa Maga. Não to bem hoje. - Fechei os olhos, tentando impedir das lágrimas pularem para fora.

- Não foi nada Mô. - Ela acariciou meus cabelos e me deixou apoiar minha cabeça em suas coxas.

Gotas quentes começaram a deslizar do meu rosto. Tentei enxugá-las, mas minha amiga me impediu. Não sei o porquê, mas ela sempre está comigo quando eu preciso de um ombro amigo para chorar, ou desabafar. Magali sabe quando eu estou mal e consegue me ajudar com o seu jeitinho meigo e doce.

- Chora amiga! Faz bem! - Senti seus dedos acariciarem minha face. - Bota tudo para fora.

Desenhei um breve sorriso no rosto e deixei uma risadinha escapar. Ela notou minha auto-estima começar a subir e riu junto. Logo todos os garotos estavam de banho tomado e vestiam as blusas compridas do pai de Magali. Ao vê-los, as meninas gargalharam. Eles estavam cômicos vestidos daquele jeito. Encarei Cebola - ele estava tão... Tão sexy daquele jeito. Fico imaginando ele nu. Droga não consigo deixar de pensar nele sem roupa - tenho que, definitivamente, parar com isso.

- Cara, usar a mesma cueca, é nojento, e ainda por cima quando está molhada. - Ri quando Franja falou isso.

- É só por hoje amor. - Marina disse tentando segurar o riso.

Os outros meninos pareciam não ligar para a situação constrangedora, a qual eles se encontravam, muito menos Cascão, que até chamou o Franja de gay quando ele estava reclamando. Notei que meu melhor amigo não havia pronunciado qualquer palavra enquanto estava perto de mim. Mordi os lábios novamente. Alguns foram comer enquanto outros arrumavam os colchões na sala.

- Vamos dormir todos juntos? - Denise perguntou, estranhando e me deixando nervosa com a nossa situação.

Fim do 13º Capítulo.

Uhu :D mandem reviews :*